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Quebrando a Gramática com Betinho Português com Betinho!

SUMÁRIO
SUMÁRIO ....................................................................................................................................... 2
CONCORDÂNCIA VERBAL .............................................................................................................. 3
CONCORDÂNCIA COM SUJEITO SIMPLES .................................................................................. 3
CONCORDÂNCIA COM SUJEITO COMPOSTO ............................................................................ 5
CONCORDÂNCIA COM O VERBO SER ........................................................................................ 7
CONCORDÂNCIA DO INFINITIVO ............................................................................................. 10
CONCORDÂNCIA COM SUJEITO ORACIONAL .......................................................................... 11
CONCORDÂNCIA COM O VERBO PARECER ............................................................................. 12
QUADRO RESUMITIVO ............................................................................................................ 14

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CONCORDÂNCIA VERBAL
A concordância se refere à relação entre um termo nuclear e seus periféricos. Na
concordância verbal, o nuclear é o verbo; o periférico, geralmente o sujeito. Na nominal,
os nucleares é o substantivo ou o pronome substantivo; os periféricos, adjetivos, artigos,
numerais e pronomes adjetivos.

CONCORDÂNCIA COM SUJEITO SIMPLES


Vamos começar com a concordância verbal, que se refere, em geral, à relação
existente entre verbo e sujeito. Vamos trabalhar, primeiro, com o sujeito simples.
1.º REGRA GERAL: O verbo sempre concordará em número e em pessoa com o
único núcleo do sujeito simples.
 A menina já foi à aula.
 Assistiram ao filme os namorados.
 O problema de os meninos saírem é a violência.
 Nós não queremos que você fique triste.
Mas, como sempre no Português, existem regras especiais. A regra que eu acabei
de expor se chama Regra geral. Essa regra se aplicará a todos os casos de sujeito simples
que eu não expuser daqui para a frente.
2.º Quando o sujeito é formado por expressão partitiva (a maioria de, grande parte
de...) + especificador, o verbo pode concordar com o núcleo ou com o especifi-
cador.
 A maioria dos eleitores votou a favor do novo projeto.
 A maioria dos eleitores votaram a favor do novo projeto.
3.º Quando o sujeito é o pronome relativo “que”, o verbo deve concordar com o ele-
mento a que esse relativo se refere.
 Você dirá isso a mim, que tanto o ajudei?
 Os meninos que foram ao parque já voltaram.
4.º Com a expressão um dos que ou uma das que, o verbo da oração adjetiva pode
ficar no singular ou no plural, mas há preferência pelo plural. O verbo da oração
principal deve estar no singular, para concordar com “um”.
 Um dos que participaram do projeto foi demitido.
 Um dos que participou do projeto foi demitido.

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5.º Quando o sujeito é o pronome indefinido “quem”, o verbo fica na 3.ª pessoa do
singular.
 Foram eles quem resolveu o problema.
 Quem esteve aqui fomos nós.
(a) Alguns gramáticos aceitam a concordância com o pronome reto antece-
dente, se houver, para dar ênfase.
 Fomos nós quem estreamos a peça.
6.º Se o sujeito é formado por pronome interrogativo/indefinido/demonstra-
tivo+nós/vós, o verbo pode concordar com o pronome no plural ou com o nós/vós.
 Quais de nós vão ao passeio?
 Quais de nós vamos ao passeio?
 Alguns de vós estão loucos.
 Alguns de vós estais loucos.
(a) Se, porém, o pronome está no singular, o verbo concorda com o pronome,
e não com nós ou vós.
 Quem de nós vai ao passeio?
7.º Se o sujeito for introduzido pelas locuções prepositivas mais de, cerca de, perto
de etc., o verbo concorda com o substantivo, ou seja, com o núcleo, normalmente.
 Mais de um aluno foi à aula.
 Mais de dois alunos foram à aula.
 Cerca de 15 pessoas estavam na sala.
(a) Se houver, porém, ideia de reciprocidade, o verbo deve passar ao plural,
obrigatoriamente, mesmo que o núcleo esteja no singular.
 Mais de um empresário se abraçaram após a reunião.
A ideia de reciprocidade vem com o pronome se (ou nos, ou vos). Ação recíproca é
aquela em que o sujeito realiza a ação e a recebe, e o objeto também recebe a ação e a
realiza. Portanto, se você tem uma paixão, não a ame. A relação não deve ser assim.
Você e a sua paixão devem se amar. Isso é reciprocidade.

8.º Se o sujeito for formado por numeral fracionário, o verbo pode concordar com o
numerador da fração ou com o especificador, se houver.
 1/3 das pessoas já está fora da sala.
 1/3 das pessoas já estão fora da sala.
 2/3 da população foram às ruas.
 2/3 da população foi às ruas.
 1/3 estava nas ruas.
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 2/3 estavam nas ruas.


9.º Se o sujeito for formado por número percentual, o verbo pode concordar com a
parte inteira do número ou com especificador, se houver.
 0,9% dos estudantes faltou hoje.
 0,9% dos estudantes faltaram hoje.
 15% da população foram às ruas.
 15% da população foi às ruas.
 0,9% faltou hoje.
 15% foram às ruas.
(a) Se se puser artigo antes do número percentual, a concordância se dará com
a parte inteira do numerador, e nunca com o especificador.
 Os 15% da população foram às ruas.

Note que o zero, em Português, é uma forma do singular. Então, não existem zero graus
de temperatura, e sim zero grau de temperatura. Que frio! Assim, zero pessoa foi à
rua, zero escola abriu hoje e houve zero chuva neste mês. Beleza?

10.º Se o sujeito for um pronome de tratamento, o verbo sempre fica na 3.ª pessoa.
 Vossa Alteza precisa de algo mais?
 Suas senhorias estão satisfeitas?
11.º Quando o sujeito designar obra artística e estiver antecedido de artigo, o verbo
pode ficar no singular ou no plural.
 “Os Lusíadas” foi obra-prima de Camões.
 “Os Lusíadas” foram obra-prima de Camões.

CONCORDÂNCIA COM SUJEITO COMPOSTO


1.º REGRA GERAL: Quando o sujeito é composto, o verbo concorda em número e
em pessoa com todos os núcleos do sujeito.
 Eu e meu namorado fomos a uma festa elegante.
 O rapaz e seu amigo estão na praça agora.
 Assistiram a um filme lindo o pai, a mãe e o filho.
 Ficastes tristes tu, ele e seu amigo.

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(a) Quando, porém, o sujeito vem após o verbo, é permitida a concordância


com o primeiro núcleo somente. Então, se o primeiro núcleo está no sin-
gular, a concordância passa a ser facultativa.
 Assistiu ao filme o pai, a mãe e o filho.
 Ficaste triste tu, ele e seu amigo.
(b) Se o primeiro núcleo estiver no plural, a concordância é obrigatória no
plural, porque não importa se concordar com o primeiro ou com todos.
 Caminharam juntos os seus amigos e os amigos dele.
Perceba que, na frase “Eu e meu namorado fomos a uma festa elegante”, o verbo faz a
concordância na primeira pessoa do plural, porque o grupo “Eu e meu namorado” equi-
vale a “nós”. Isso sempre acontecerá quando houver pessoas gramaticais diferentes
dentro do sujeito.

Uma exceção: Quando o sujeito é formado por tu+3.ª pessoa, a concordância na 3.ª
pessoa é permitida.

 Tu e ele foram juntos à festa.


 Tu e ele fostes juntos à festa.

2.º Quando os núcleos do sujeito são ligados pela preposição com, o verbo passa ao
plural.
 A escola com a empresa farão um novo projeto.
 O aluno com seu colega apresentaram um ótimo trabalho.
(a) Porém, se a expressão iniciada por com estiver entre vírgulas, ela passará
a ser analisada como adjunto adverbial de companhia e, por isso, não par-
ticipará mais da concordância, de modo que o verbo concorde somente
com o elemento que vem antes da preposição com.
 A escola, com a empresa, fará um novo projeto.
 O aluno, com seu colega, apresentou um ótimo trabalho.
3.º Quando os núcleos do sujeito são sinônimos e estão no singular, o verbo fica no
singular, preferencialmente. Mas a concordância no plural é possível.
 O amor e a paixão o fará uma pessoa mais feliz.
 O amor e a paixão o farão uma pessoa mais feliz.
4.º Quando os núcleos do sujeito estão em gradação, o verbo fica preferencialmente
no singular. Mas a concordância no plural é possível.
 A embriaguez, a velocidade, a batida afetou toda a família.
 A embriaguez, a velocidade, a batida afetaram toda a família.

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5.º Quando os núcleos do sujeito são resumidos por um aposto resumitivo (tudo,
nada...) no singular, o verbo concorda com o aposto.
 As frutas, as verduras, os legumes, tudo isso já foi comprado.
6.º Quando o sujeito é formado por um e outro ou nem um nem outro, o verbo pode
ficar no singular ou no plural.
 Um e outro foi à festa.
 Um e outro foram à festa.
 Nem um nem outra estava em casa.
 Nem um nem outro estavam em casa.
(a) Porém, se houver ideia de reciprocidade, o plural é obrigatório.
 Um e outro se abraçaram na reunião.
7.º Quando o sujeito é formado por um ou outro, o verbo fica no singular.
 Um ou outro reclama desses problemas.
8.º Sujeitos ligados pela conjunção ou:
(a) Quando a conjunção ou carrega sentido de exclusão, o verbo deve concor-
dar com o núcleo mais próximo, independentemente da posição.
 Meu amigo ou eu vencerei a competição.
 Eu ou meu amigo vencerá a competição.
 A natureza ou as empresas vencerão a guerra.
 As empresas ou a natureza vencerá a guerra.
(b) Quando a conjunção ou carrega sentido aditivo (equivale a e), usa-se a
regra geral de concordância com sujeito composto.
 O seu projeto ou o meu têm grandes chances de ficarem entre os melhores
colocados.
 Têm grandes chances de ficarem entre os melhores colocados o seu projeto
ou o meu.
 Tem grandes chances de ficarem entre os melhores colocados o seu projeto
ou o meu.

CONCORDÂNCIA COM O VERBO SER


O verbo ser é especial quanto à concordância verbal. Antes de explicar por quê,
vou explicar um pouco da morfossintaxe com esse verbo:

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9.º Como verbo de ligação, ele pode ter sujeito, mas sempre terá predicativo do su-
jeito. Esse predicativo do sujeito pode ter núcleo substantivo ou núcleo adjetivo.
 Ele é bonito. [núcleo adjetivo]
 Ele é um homem alto. [núcleo substantivo]
(a) Se o núcleo for um adjetivo, a regra é simples: o verbo concordará com o
sujeito em número e em pessoa.
 Eu sou alto.
 Tu és alto.
 Nós somos altos.
 Eles são altos.
(b) Se o núcleo do predicativo for um substantivo, o verbo pode concordar
com o sujeito ou com o predicativo do sujeito, a depender do contexto.
 Meu professor é vários dicionários.
 Meus desejos é ele.

É sobre esse último casos que falaremos neste capítulo. O que acontece é que o
verbo ser trabalha muito com preferências, ou seja, por vezes, ele preferirá concordar
com o sujeito ou com o predicativo. Isso dependerá das características de cada um. Vere-
mos as ocasiões para isso.

10.º O verbo ser adora pronomes pessoais do caso reto. Se um desses ocupar posição
de sujeito, o verbo concordará com ele.
 Ele é os meus desejos.
 Os bons alunos somos nós.
 Eu sou o Betinho.
(a) Se ambas as posições de sujeito e de predicativo forem ocupadas por pro-
nomes pessoais do caso reto, o verbo ser concordará com o que vier pri-
meiro.
 Eu sou ele.
 Ele é eu.
 Tu és nós.
 Nós somos tu.
11.º Mas o que acontece se não houver um pronome pessoal do caso reto? Bem, o
verbo ser também adora pessoas! Se, em uma das posições nominais, houver pes-
soa (e não houver pronome pessoal do caso reto), o verbo ser concordará com a
pessoa.
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 Meu professor é vários dicionários.


 Minha paixão são aqueles alunos.
(a) Se tanto o sujeito quanto o predicativo forem pessoas, a concordância pode
ser feita com um ou com outro.
 Fernando Pestana é vários gramáticos.
 Fernando Pestana são vários gramáticos.
12.º Quando o sujeito e o predicativo forem representados por “coisas” (ou seja, por
não pessoas), o verbo pode concordar com qualquer uma, mas há certa preferência
pela que está no plural, se houver.
 Aquele livro é vários ensinamentos.
 Aquele livro são vários ensinamentos.
 Sua casa é uma assombração.
 As escolas são as educadoras do mundo.
13.º O verbo ser não gosta muito dos pronomes tudo, nada, isto, isso ou aquilo. Se
houver um deles na posição de sujeito, o verbo ser concordará com o sujeito.
 Nem tudo são flores.
 Isso são os presentes que você pediu?
 Aquilo são seus amigos?
(a) Alguns autores aceitam a concordância com o sujeito, nesses casos, mas
não é recomendada.
 Nem tudo é flores.
 Isso é os presentes que você pediu?
 Aquilo é seus amigos?
14.º Quando o verbo ser indica tempo ou distância, ele é impessoal (ou seja, não tem
sujeito) e concorda com o predicativo do sujeito.
 Já são cinco horas.
 Agora é meio-dia e meia.
 São 15 quilômetros daqui à minha casa.
15.º Para indicar datas (no plural), ambas as concordâncias são aceites. No singular,
subentende-se a palavra “dia”.
 Hoje é 15 de novembro. (Hoje é dia 15 de novembro.)
 Hoje são 15 de novembro.
16.º As expressões “é pouco”, “é muito”, “é tudo”, “é nada”, “é bastante”, “é sufici-
ente”, “é mais” e outras semelhantes são invariáveis quando o sujeito indica preço,
peso, quantidade, distância etc.

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 Vinte reais é pouco para você.


 Três filhos é tudo que eu tenho.
 Cinco horas de provas é suficiente para mim.
 Trinta metros é muito.

CONCORDÂNCIA DO INFINITIVO
O infinitivo pode aparecer, numa oração, flexionado ou não. Então, em alguns
casos, a flexão não é necessária, porque já é óbvio o elemento a que esse infinitivo se
refere. Veremos os casos em que se flexiona e em que não se flexiona o infinitivo.

17.º O infinitivo deve ser flexionado:


(a) Quando o sujeito está explícito.
 É importante vocês estudarem mais.
 Depois de nós terminarmos o trabalho, iremos à praça.
(b) Mesmo se o sujeito não estiver explícito, a flexão é possível, mas não obri-
gatória.
 É importante acordarmos cedo.
(c) Quando a frase contém sujeitos diferentes.
 Ele cogitou a possibilidade de formarmos uma equipe.
(d) Com verbos pronominais ou acompanhados de reflexivo ou apassivador.
 Por se queixarem demais, terei de expulsá-los.
(e) Quando se quer indeterminar o sujeito.
 Serei o melhor até me acharem inteligente.
18.º O infinitivo não deve ser flexionado:
(a) Nas locuções verbais, em que ele é verbo principal.
 Eles podem nos ajudar agora?
“podem nos ajudarem” gera erro, nesse caso.

(b) Quando o sujeito do infinitivo é um pronome oblíquo átono (sujeito acu-


sativo) ou um substantivo no singular.
 Deixaram-nos sair da sala às 9h30.
 A professora mandou o aluno fazer a tarefa.

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(c) Porém, quando o sujeito for um substantivo no plural e for acusativo, a


concordância pode ser feita no singular ou no plural.
 A professora mandou os alunos fazer a tarefa.
 A professora mandou os alunos fazerem a tarefa.
A professora mandou os alunos fazer a tarefa.
(d) Quando o infinitivo não se refere a nenhuma entidade, tem valor genérico.
 Querer é poder!
(e) Quando é complemento de adjetivo que rege a preposição de ou para.
 Nossa, esse trabalho é muito difícil de fazer!
 Morfologia é bom para estudar.

Nesse caso, não se permite o pronome se associado ao infinitivo, que já carrega valor
passivo. Por isso, as frases abaixo estão ER-RA-DAS!

 Nossa, esse trabalho é muito difícil de se fazer!


 Morfologia é bom para se estudar.

CONCORDÂNCIA COM SUJEITO ORACIONAL


19.º Quando o sujeito é oracional, ou seja, é uma oração subordinada substantiva sub-
jetiva (reduzida ou não), o verbo deve ficar na terceira pessoa do singular, mesmo
que haja mais de uma oração como sujeito.
 Sabe-se que este momento passará rápido.
 É importante que você estude mais.
 Andar e correr faz bem à saúde.
Cuidado! Quando o infinitivo não está acompanhado de nenhum outro termo, os auto-
res costumam dizer que eles não formam orações, ou seja, são termos simples. Assim,
na frase acima, seria mais prudente afirmar que “Andar e correr” seja um sujeito com-
posto. Ainda assim, a concordância é a mesma: no singular. O verbo só passa ao plural
em dois casos:

1) Quando os verbos são antônimos.


 Rir e chorar fazem parte de um dia normal.
2) Quando os verbos estão determinados (por artigo, adjetivo etc.)
 O andar e o correr dela inspiravam qualquer um.

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CONCORDÂNCIA COM O VERBO PARECER


20.º O verbo parecer pode ser auxiliar de uma locução verbal com principal no infini-
tivo. Dessa forma, apenas o parecer se flexiona, para concordar com o sujeito; o
verbo principal não se flexiona.
 Os candidatos parecem estar preparados.
 As moças parecem estar contentes.
21.º O verbo parecer, ainda, pode ser intransitivo unipessoal e gerar oração subordi-
nada substantiva subjetiva.
 Parece que os candidatos estão preparados.
 Parece que as moças estão contentes.
(a) Ainda existe a possibilidade de o sujeito das orações subordinadas serem
deslocados para o início da oração.
 Os candidatos parece que estão preparados.
 As moças parece que estão contentes.
Pelo amor do deus ou da entidade em que você acredita: cuidado! Isso não significa
que “Os candidatos” e “As moças” são sujeitos do verbo parecer. Não! Eles ainda são
sujeitos dos verbos das orações subordinadas (estão); apenas houve um deslocamento.
Então, é muito comum que as bancas perguntem se frases como a abaixo estão corretas:

 Os candidatos parecem que estão preparados.

Essa frase está ERRADA. ER-RA-DA. Está errada porque o sujeito do verbo parecer
não é “Os candidatos”, e sim a oração “que (os candidatos) estão preparados”. Se o
sujeito é oracional, o verbo deve ficar no singular. A correção é esta:

 Os candidatos parece que estão preparados.

Então, entenda bem os fatores aqui:

1) O sujeito do verbo “parece” é a oração “que (os candidatos) estão preparados”;


por isso, o verbo está no singular.
2) O sujeito do verbo “estão” é “Os candidatos”; por isso, o verbo está no plural.

22.º Por fim, existe, ainda, a possibilidade de essa oração ser reduzida, de modo a ficar
assim:
 Os candidatos parece estarem preparados.
 As moças parece estarem contentes.

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Cuidado! O que aconteceu foi uma redução da oração subjetiva. Veja:

 Os candidatos parece que estão preparados.


 As moças parece que estão contentes.

As orações destacadas são subjetivas. Se eu quiser reduzi-las, devo passar o verbo ao


infinitivo e remover a conjunção. Então:

 Os candidatos parece estarem preparados.


 As moças parece estarem contentes.

Dessa forma, a análise é a mesma que eu expus no quadro anterior:

1) 1 O sujeito do verbo “parece” é a oração “(os candidatos) estarem preparados”;


por isso, o verbo está no singular.
2) O sujeito do verbo “estarem” é “Os candidatos”; por isso, o verbo está no plural.

Por fim, estas duas formas estão corretas:

 As moças parecem estar contentes.


 As moças parece estarem contentes.

Porém, as análises são totalmente diferentes. Na primeira, “parecem estar” é uma locu-
ção verbal, portanto há apenas uma oração no período. Na segunda, “parece” e “esta-
rem” pertencem a orações diferentes, assim há um período composto.

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QUADRO RESUMITIVO
Regra geral Verbo concorda com núcleo do sujeito em número e pessoa
Pronome relativo que Verbo concorda com antecedente
Verbo fica na 3.ª pessoa do singular
Pronome quem
Concordância com pronome reto antecedente é possível
um dos que Verbo no plural (preferencialmente) ou no plural
Sujeito simples

Indefinido/demonstrativo/interroga-
Verbo concorda com o primeiro pronome ou com o segundo
tivo+nós/vós
O verbo concorda com o núcleo
Mais de, cerca de, perto de...
Se for recíproco com mais de um, verbo passa ao plural
Expressão partitiva+especificador Verbo pode concordar com o núcleo ou com o especificador
Pronome de tratamento Verbo na 3.ª pessoa
Verbo pode concordar com o numerador da fração/com a parte inteira do nú-
Número fracionário/
mero ou com o especificador
percentual+especificador
Se houver artigo, a concordância é obrigatoriamente feita com o número
Nome de obra artística com artigo e no plural Verbo pode ficar no plural ou no singular
Verbo concorda em número e pessoa com todos os núcleos do sujeito
Regra geral
Se o sujeito estiver posposto, é permitida a concordância com o núcleo mais próximo
Núcleos ligados Verbo passa ao plural
Sujeito composto

por com Se a expressão iniciada por com vier entre vírgulas, o verbo concorda com o que vem antes
Núcleos sinônimos Verbo preferencialmente no singular
Núcleos em gradação Verbo preferencialmente no singular
Núcleos resumidos por aposto resumitivo Verbo concorda com o aposto
“um e outro” ou “nem um nem outro” Verbo no singular ou no plural
“um ou outro” Verbo no singular
Núcleos ligados Se a conjunção tiver valor de exclusão, o verbo concorda com o núcleo mais próximo
por “ou” Se a conjunção carregar valor aditivo, segue-se normalmente a regra geral
Preferências (1) Pronomes pessoais do caso reto; (2) Pessoas; (3) Coisas; (4) tudo, nada, isto, isso, aquilo
Verbo ser

Indicando tempo ou distância É impessoal e concorda com o predicativo


Para indicar datas no plural Pode ficar no singular ou no plural
é muito, é pouco, é tudo, é nada, é bastante, indicando Expressões invariáveis; portanto, o verbo fica no
preço, quantidade, peso, distância singular, mesmo que o sujeito esteja no plural
Flexiona-se Quando o sujeito está explícito, quando há sujeitos diferentes na frase, com verbos acompanha-
Infinitivo

dos de pronome, quando se quer indeterminar o sujeito, quando está em locução verbal
Não se Quando o sujeito é acusativo e é um pronome oblíquo átono ou um substantivo no singular,
flexiona quando o infinitivo não se refere a nenhuma entidade, tem valor genérico, quando o infinitivo
tem valor de imperativo
Quando o sujeito é oracional, o verbo fica no singular, mesmo que haja mais de uma oração
oracional
Sujeito

Se forem dois infinitivos antônimos, o verbo passa ao plural

Se os infinitivos estiverem determinados, o verbo passa ao plural


Em locução verbal, concorda com sujeito
parecer
Verbo

Em período composto, concorda com a oração, ficando no singular

Nesse último caso, o sujeito da oração subordinada pode ser deslocado para o início do período

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