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PORTUGUÊS

03. Colocação pronominal.


Regência. Crase. Concordância.
Pontuação.
Português

Sumário

12. COLOCAÇÃO PRONOMINAL ......................................................................................................................... 3


12.1 Colocação Pronominal na Conjugação Simples dos Verbos ............................................................................ 3
Ênclise .............................................................................................................................................................. 3
Próclise ............................................................................................................................................................. 4
Mesóclise .......................................................................................................................................................... 5
12.2 Colocação Pronominal nas Locuções Verbais .................................................................................................. 6
13. REGÊNCIA NOMINAL .................................................................................................................................. 7
13.1 Substantivos ................................................................................................................................................. 7
13.2 Adjetivos ....................................................................................................................................................... 7
13.3 Advérbios ...................................................................................................................................................... 8
14. REGÊNCIA VERBAL .................................................................................................................................... 10
14.1 Regência de alguns verbos .......................................................................................................................... 10
15. EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE ................................................................................................ 15
15.1 Regras básicas para Reger o Emprego do Acento da Crase ........................................................................... 15
15.2 Casos Obrigatórios de Crase ........................................................................................................................ 16
15.3 Casos Facultativos de Crase ......................................................................................................................... 16
15.4 Casos Proibidos de Crase: ............................................................................................................................ 17
16. SINTAXE DE CONCORDÂNCIA..................................................................................................................... 19
16.1 Tipos de concordância ................................................................................................................................. 19
Concordância Rígida, Gramatical ou Lógica ..................................................................................................... 20
Concordância Atrativa ..................................................................................................................................... 20
Concordância Ideológica ................................................................................................................................. 20
16.2 Concordância Nominal e Pronominal .......................................................................................................... 22
Regras Básicas ................................................................................................................................................ 22
Casos Gerais .................................................................................................................................................... 22
Casos Especiais ............................................................................................................................................... 22
16.3 Concordância Verbal.................................................................................................................................... 26
Regras Básicas ................................................................................................................................................ 26

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Português

Casos Especiais ............................................................................................................................................... 27


16.4 Concordância com a Palavra Se .................................................................................................................... 31
17. PONTUAÇÃO ............................................................................................................................................ 35
17.1 Emprego da Vírgula..................................................................................................................................... 35
17.2 Emprego dos Demais Sinais de Pontuação .................................................................................................. 37

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Português

12. COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Trata-se da colocação dos pronomes oblíquos átonos na frase em relação sintática com os verbos. As regras de colocação
pronominal ocorrem na linguagem culta, formal. Na linguagem falada, a colocação dos pronomes não é rigorosa.
Vamos estudar as normas rígidas da colocação pronominal, conforme é cobrado nas provas de concurso.

A posição dos pronomes átonos em relação pode ser:


- Após o verbo – ÊNCLISE
- Antes do verbo – PRÓCLISE
- No meio do verbo – MESÓCLISE

A prioridade na colocação pronominal é da ênclise. A próclise e a mesóclise decorrem de situações que se tornam
prioridade em relação ao pronome após o verbo.
A colocação pronominal está diretamente relacionada à pronúncia mais adequada (eufonia = som ou combinação de
sons agradáveis ao ouvido).
Exemplos:
Deixe-me falar com o gerente. (ênclise)
Se me deixam falar... (próclise)
Contar-te-ei somente a verdade. (mesóclise)

12.1 COLOCAÇÃO PRONOMINAL NA CONJUGAÇÃO SIMPLES DOS VERBOS

Ênclise

Colocação do pronome depois do verbo.

1) Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo.


Ex.: Após o toque de recolher, comportem-se como adultos.

2) Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal.


Ex.: Nossa maior alegria é admirar-te no palco.

3) Quando o verbo iniciar a oração.


Ex.: Comunico-lhes as novas regras do Enem.

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4) Quando houver pausa antes do verbo, após vírgula.


Ex.: Havendo qualquer oportunidade, despeço-me da empresa.

5- Com o verbo estiver no gerúndio.


Ex.: Recusou a proposta fazendo-se de desentendida.

OBSERVAÇÃO: Com o verbo no infinitivo, precedido de preposição ou palavra atrativa, usa-se ênclise ou mesóclise.
Exemplos: É preciso encontrar um meio de não o magoar.
É preciso encontrar um meio de não magoá-lo.

Próclise

O pronome vem antes do verbo. A próclise ocorre:

1) Com o verbo precedido de palavras que atraem o pronome para antes do verbo. São elas:

a) Palavras de sentido negativo: não, nunca, ninguém, jamais, etc.


Ex.: Não me convidaram para a festa.

b) Advérbios.
Ex.: Ainda ontem nos falaram das novas regras.

c) Conjunções subordinativas.
Ex.: Tudo mudou na vida de Carlos quando lhe deram uma chance no time.

d) Pronomes relativos.
Ex.: Identificaram duas pessoas que se encontravam desaparecidas.

e) Pronomes indefinidos.
Ex.: Alguém te ofereceu uma nova chance.

f) Pronomes demonstrativos.
Ex.: Aquilo nos deixou muito abalados.

2) Orações iniciadas por palavras interrogativas.


Ex.: Quem te ensinou a nadar?

3) Orações iniciadas por palavras exclamativas.

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Ex.: Como se ofendem por nada!

4) Orações que exprimem desejo (orações optativas).


Ex.: Que Deus o ajude.

Mesóclise

O pronome aparece no meio do verbo. A mesóclise ocorre:

1) Quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito. Havendo palavras atrativas, que exijam a
próclise, a regra pode mudar.
Exemplos:
Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento em prol da paz no mundo.
Não fosse os meus compromissos, acompanhar-te-ia nessa viagem.

Porém:
Onde se realizará o próximo evento?
Certamente me coloco à disposição da empresa.

Observações importantes: Emprego de o, a, os, as

1) Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral, os pronomes: o, a, os, as não se alteram.


Exemplos:
Deixe-a em casa mais cedo hoje.
Deixei-a em casa mais cedo hoje.

2) Em verbos terminados em r, s ou z, os pronomes o, a, os, as se transformam em lo, la, los, las.


Exemplos:
Vou encontrar meu primo na escola. Vou encontrá-lo na escola.
Conquistamos grandes prêmios em poucos anos. Conquistamo-los em poucos anos.
Fiz as tarefas. Fi-las.

3) Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, ão, õe,), os pronomes o, a, os, as alteram-se para no, na, nos, nas.
Exemplos:
Chamem-nos para a reunião.
Põe-na sobre a mesa.

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4) Há também a possibilidade de contração dos pronomes átonos. Isso ocorre quando são substituídos simultaneamente
o objeto direto e o objeto indireto. As formas contraídas ficam assim: me+o=mo, te+o=to, lhe+o=lho, nos+o=no-lo,
vos+o=vo-lo, etc. são formas em desuso, mas são cobradas em provas de concursos. Ocorrem em próclise, ênclise ou
mesóclise.
Ex.: Ele mo deu. (Ele me deu o livro)

Uma nota importante é que as regras de colocação pronominal ocorrem na conjugação simples e na conjugação
composta (com verbo auxiliar). Há diferenças a serem consideradas.

12.2 COLOCAÇÃO PRONOMINAL NAS LOCUÇÕES VERBAIS

1) Quando o verbo principal for constituído por um particípio

a) O pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar.


Ex.: Haviam-me falado sobre o concurso.

b) Se antes da locução verbal houver palavra atrativa, o pronome oblíquo ficará antes do verbo auxiliar.
Ex.: Não me haviam convidado para a festa.

NOTA: O particípio não aceita ênclise.


Ex.: Havia colocado-me à disposição da diretoria. (ERRADO)

2) Quando o verbo principal for constituído por um infinitivo ou um gerúndio:

a) Se não houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar ou depois do verbo principal.
Exemplos:
Devo esclarecer-lhe o ocorrido/ Devo-lhe esclarecer o ocorrido.
Estavam chamando-me pelo alto-falante./ Estavam-me chamando pelo alto-falante.

b) Se houver palavra atrativa, o pronome poderá ser colocado antes do verbo auxiliar ou depois do verbo principal.
Exemplos:
Não posso esclarecer-lhe a situação./ Não lhe posso falar do ocorrido.
Não estavam insultando-me./ Não me estavam insultando.

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13. REGÊNCIA NOMINAL

Uma das formas de cobrança sobre REGÊNCIA NOMINAL trata objetivamente da regência de alguns nomes
(substantivos, adjetivos, advérbios). Por isso, é importante conhecer que nomes são mais recorrentes nas provas de
concursos.
Fizemos uma relação. Treine sua memória.

13.1 SUBSTANTIVOS

- Admiração – a, por
- Aversão – a, para, por
- Atentado – a, contra
- Bacharel – em
- Capacidade – de, para
- Devoção –a
- Dúvida – em, sobre, acerca de
- Empenho – de, em, por
- Falta – a, com, de, para com
- Inclinação – a, para, por
- Obediência –a
- Ojeriza – a, por
- Respeito – a, com, por, para com

13.2 ADJETIVOS

- Acostumado – a, com
- Afável – com, para com
- Alheio – a, de
- Ansioso – de, para, por
- Apto – a, para
- Compatível – com, a
- Constituído – com, de, por
- Curioso – de, por, a
- Descontente – com
- Equivalente –a

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- Favorável –a
- Generoso - com
- Imbuído - de
- Incompatível - com
- Prejudicial -a
- Propício -a
- Próximo - a, de
- Sensível -a
- Situado - a, em, entre
- Suspeito - de

13.3 ADVÉRBIOS

- Longe - de
- Perto - de

Observe que alguns desses nomes podem ser regidos por mais de uma preposição com o mesmo sentido. Então,
quando numa questão se pergunta se a preposição X pode ser substituída pela preposição Y, quer-se saber se o regente
aceita mais de uma preposição ou não. Portanto, faça um exercício para memorizar esses nomes.

Vamos exercitar! Complete as lacunas com as preposições dadas: por – sobre – com – a – para
a) Esclareci minha dúvida _____________ a matéria de ontem.
b) Marcos tem facilidade __________ desenhar.
c) Tínhamos profunda admiração ___________ ele.
d) Aquele serviço é acessível ________ todos.
e) Seja cauteloso ____________ o que fala!
Resposta: sobre > para > por > a > com

Assinale a alternativa que está inadequada quanto à regência nominal:


a) ( ) Ela é apegada em joias.
b) ( ) Estavam cansados de tantas brigas.
c) ( ) A confiança em Deus era incondicional.
d) ( ) Procuravam os suspeitos do crime.
e) ( ) Foram intransigentes na segurança dos funcionários da obra.
Resposta: A (Apegada A)

A regência nominal está adequada à norma-padrão em:


a) ( ) Os pobres são ávidos por melhores condições de vida.

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b) ( ) Os catadores sentem desejo com uma vida melhor.


c) ( ) Muitos catadores têm orgulho em seu ofício.
d) ( ) Parte da população é sensível para a pobreza.
e) ( ) Vários dejetos são inúteis para com a reutilização.
Resposta: A (b) desejo de; c) orgulho de; d) sensível a; e) inúteis à)

Alguns nomes (substantivos, adjetivos, advérbios) exigem um termo regido de preposição (complemento nominal).
Observe:
1. Ele fez referência a este assunto.
2. O fumo é nocivo à saúde.
3. Não tenho lembrança do passado.
4. Não pode haver medo de fantasmas ou a fantasmas.
5. Ele é hábil em seu trabalho.
6. Isto não é compatível com seus interesses.
7. Ela tinha avidez por dinheiro.
8. Era um filme impróprio para menores

Observação: os termos acompanhados de preposição podem ser classificados como complemento nominal, adjunto
adnominal ou aposto especificativo. Essa informação é importação para a resolução de questões de concursos. Observe os
exemplos:

Complemento Nominal:
Não há garantia de sucesso. (ligado a substantivo abstrato)
Mostrou-se indiferente ao caso. (ligado a adjetivo)
Ela agiu contrariamente às orientações. (ligado a advérbio)
Obs.: o complemento nominal é um termo preposicionado. Vem sempre com preposição.

Adjunto Adnominal (deia de posse, especificação ou qualidade):


Nunca encontraram os óculos de Miguel. (posse)
A família mora numa casa de taipa.
Eram duas pessoas de caráter.
Obs.: o adjunto adnominal pode vir com ou sem preposição.
Camisa de lã.
Camisa colorida.

Aposto Especificativo:
Hoje visitaremos o bairro da Liberdade.

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NOTA: Não confundir aposto especificativo com adjunto adnominal de especificação. Enquanto este apenas especifica o
nome a que se refere: mesa de bar, aquele especifica e dá nome, nomeia: rua do Egito. Portanto, todo nome é um aposto
especificativo, e pode vir com ou sem preposição: Magazine Luíza; Colégio São Judas Tadeu.

14. REGÊNCIA VERBAL

Trata-se do estudo dos verbos que exigem um termo regido ou não de preposição.
Ex.: 1. Ele vendeu o seu carro Verbo Transitivo Direto
2. Ele precisava de dinheiro Verbo Transitivo Indireto
3. Ele entregou a encomenda ao rapaz. Verbo Transitivo Direto e Indireto

14.1 REGÊNCIA DE ALGUNS VERBOS

• Aspirar (Transitivo Direto) = respirar, sorver o ar para os pulmões.


• Aspirar (Transitivo Indireto) = almejar, desejar.
Ex.: A moça aspirava o perfume das flores.
O empresário aspirava a altos lucros.

• Visar (Transitivo Direto) = assinar, apontar


• Visar (Transitivo Indireto) = almejar
Ex.: O gerente visou os talões de cheque.
O arquivo visou o alvo.
O empresário visava a altos lucros.

• Querer (Transitivo Direto) = desejar, convocar.


• Querer (Transitivo Indireto) = estimar, gostar, amar.
Ex.: O empresário queria altos lucros.
Ela queria a seus pais como a Deus.

NOTA: É comum as bancas pedirem a substituição de um verbo, sem prejuízo gramatical e mantendo o mesmo sentido. É
preciso, pois, observar a transitividades dos verbos e o sentido.

Por exemplo: A expressão "frequentar uma academia" poderia ser adequadamente substituída por:
a) Ir em uma academia.

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b) Ir à uma academia.
c) Ir numa academia.
d) Ir a uma academia.
e) Ir à academias.
Na frase original, o verbo frequentar é TD. A questão pede para substituir pelo verbo ir, que tem o mesmo sentido de
frequentar, no exemplo, mas é intransitivo relacional, ou seja, quando acompanhado de advérbio de lugar, pede a
preposição A.
O emprego do sinal de crase faz parte da questão, uma vez que o regido academia é palavra feminina e aceita artigo
feminino, dependendo das regras do emprego do sinal de crase. Por isso, a Alternativa D é o gabarito da questão.

• Almejar (Transitivo Direto) = Desejar (Transitivo Direto)


Ex.: O empresário almejava altos lucros.
O empresário desejava altos lucros.

• Assistir (Transitivo Direto) = socorrer


• Assistir (Transitivo Indireto) = ver ou caber
• Assistir em (Intransitivo) = morar
Ex.: O médico assistia o doente com muita paciência.
O médico assistia ao jogo com muita atenção.
Assiste ao médico tal responsabilidade.
Assiste em Manaus desde pequena.

No exemplo Assiste ao médico tal responsabilidade, o verbo assistir poderia ser substituído pelo verbo caber, sem prejuízo
da frase, uma vez que ambos têm a mesma transitividade (VTI) e o mesmo sentido.

• Agradar (Transitivo Direto) = fazer agrado


• Agradar a (Transitivo Indireto) = ter agradado, satisfazer
Ex.: O pai agradava o filho com carícias.
Este livro não agradou aos leitores.

• Precisar (Transitivo Direto) = acertar


• Precisar de (Transitivo Indireto) = necessitar
Ex.: Ele não precisou a hora do encontro.
Ele não precisou de ajuda.

• Chamar (Transitivo Direto) = invocar


• Chamar (a) (Transitivo Direto ou Transitivo Indireto) = denominar
Ex.: O diretor chamou o aluno à sua sala.

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O diretor chamou o aluno de chato.


O diretor chamou ao aluno de chato.

• Lembrar e esquecer (Transitivo Direto)


• Lembrar-se e esquecer-se de (Transitivo Indireto)
Ex.: Eu esqueci o livro.
Eu me esqueci do livro.
Ele lembrou o ocorrido (Transitivo Direto)
Ele se lembrou do ocorrido. (Transitivo Indireto)
Ele lembrou o ocorrido ao aluno. (Transitivo Direto e Indireto)
Ele lembrou o aluno do ocorrido. (Transitivo Direto e Indireto)

• Ajudar (Transitivo Direto)


Ex.: Ela sempre ajudou seus empregados.

• Pagar e perdoar (Transitivo Direto e Indireto)


• Objeto Direto = coisa; Objeto Indireto = pessoa
Ex.: Ele perdoou os erros aos alunos.
Ele perdoou o seu engano
Ele perdoou aos condenados.

• Avisar, informar, certificar, cientificar, encarregar, incumbir, impedir, proibir (Transitivo Direto e Indireto)
- alguma coisa a alguém, ou –alguém e alguma coisa.
Ex.: O chefe encarregou o trabalho ao empregado.
O chefe encarregou o empregado do trabalho.

EXEMPLO 1: De resto, semelhantes cidadãos são idiotas. É de se supor que quem quer casar deseje que a sua futura mulher
venha para o tálamo conjugal com a máxima liberdade...
Mantendo-se a correção gramatical e os sentidos originais do texto, a forma verbal “deseje” (L.2) poderia ser substituída
por aspire a.
RESOLUÇÃO: Aspirar, com sentido de desejar, é transitivo indireto e pede preposição A. Então, a troca seria perfeita. A
propósito, “aspirar” também pode ser usado como transitivo direto, com sentido de “sorver, sugar o ar”: O aspirador aspira
a poeira. Questão correta.

EXEMPLO 2: Entra uma nau de Angola, e desova no mesmo dia quinhentos, seiscentos e talvez mil escravos. Já se depois
de chegados olharmos para estes miseráveis, e para os que se chamam seus senhores: o que se viu nos dois estados de
Jó, é o que aqui representa a fortuna, pondo juntas a felicidade e a miséria no mesmo teatro. Os senhores poucos, e os
escravos muitos...

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No trecho “e para os que se chamam seus senhores”, o verbo chamar é sinônimo de intitular.
RESOLUÇÃO: Exato, essa é uma das acepções do verbo “chamar”, aliás, a principal. Os donos dos escravos se intitulam (se
chamam) “senhores”. Questão correta.

EXEMPLO 3: No período “A conduta cortês do advogado agradou-lhe bastante.”, a alternativa que apresenta frase com o
mesmo tipo de regência verbal é:
a) Agradou os meninos com presentes, pelo Dia das Crianças.
b) O médico ajudava a idosa mulher há bastante tempo.
c) A jovem veterinária assistiu a bela gatinha com desvelo.
d) O rapaz agradeceu a oferenda com muito entusiasmo.
e) O feroz animal obedeceu ao dono imediatamente.
RESOLUÇÃO: Agradar está empregado na frase com o sentido de satisfazer, é TI, e o verbo desobedecer é TI. A questão tem
implicações apenas quanto à transitividade verbal (Alternativa E).

EXEMPLO 4: Analisando as regras que determinam a colocação pronominal e a regência de alguns verbos, assinale a
alternativa em que a estrutura da frase NÃO condiz com a gramática normativa.
a) Aspiro, ainda que pareça quase impossível, a uma nova oportunidade no futuro.
b) Informar-lhe-ei, assim que possível, as novas datas de nossas reuniões.
c) Suas considerações na reunião implicaram muitos questionamentos.
d) Há aqueles que visam sempre o melhor na vida.
RESOLUÇÃO: Vamos analisar cada alternativa
A) Correta. Aspirar está empregado com o sentido de almejar, por isso é TI;
B) Correta. Informar está empregado como TDI, em que o objeto indireto é pessoa (lhe) e o objeto direto é coisa (as novas
datas de nossas reuniões.)
C) Correta. implicaram está também empregado corretamente. No sentido de ter consequência, é TD.
d) Errada. O correto seria “Há aqueles que visão sempre AO melhor na vida”, pois no sentido de almejar, o verbo visar é TI.

EXEMPLO 5: Sobre a sintaxe de regência, analise o emprego do verbo “preferir”:


I. Para o cardápio do jantar, prefiro salada a pizza.
II. Para o cardápio do jantar, prefiro salada à pizza.
III. Para o cardápio do jantar, prefiro a salada à pizza.
IV. Para o cardápio do jantar, prefiro mais a salada que a pizza.

De acordo com a norma culta, pode-se afirmar:


a) Apenas II e III estão corretas.
b) Apenas I e III estão corretas.
c) Apenas III está correta.
d) Apenas IV está incorreta.

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e) Nenhuma das alternativas anteriores.


RESOLUÇÃO: O verbo preferir é um dos mais recorrentes nas questões sobre regência verbal. É preciso observar o emprego
do sinal indicativo de crase. Não esqueça: quem prefere, prefere algo a algo. Pode ser um verbo TDI, com o objeto indireto
regido pela preposição A. Porém, há de se observar o paralelismo sintático para saber se o sinal de crase é obrigatório ou
proibido. Em I, como o objeto direto (salada) não vem com artigo, o objeto indireto (pizza) só tem a preposição A, correto;
no item II, o emprego do sinal de crase está errado porque, não havendo o artigo com o objeto direto não deve ocorrer
artigo com o objeto indireto, seguindo a regra dos paralelismos; no item III, há paralelismo no emprego do artigo: a sala
à pizza, correto; no item IV, observam-se dois erros: o verbo preferir não aceita intensificador (mais) e o seu objeto indireto
só pode ser regido pela preposição A (Alternativa B).

EXEMPLO 6: Os verbos “vivem” e “torna” presentes nos períodos abaixo são classificados, de acordo com a regência verbal
que exercem nessas orações, como sendo:
I. “Vivem na obsessão de poderem ser roubados”.
II. “O fausto das residências não os torna imunes”.
a) I. Intransitivo; II. Transitivo direto.
b) I. Transitivo indireto; II. Transitivo direto.
c) I. Intransitivo; II. Transitivo direto e indireto.
d) I. Transitivo indireto; II. Transitivo direto e indireto.
RESOLUÇÃO: Na frase em que aparece o verbo viver, o termo seguinte é um adjunto adverbial, o que confirma a
classificação do verbo como intransitivo. Na segunda frase, nota-se que o emprego do verbo torna tem como objeto direto
o pronome os (torna alguém...) (Alternativa A).

EXEMPLO 7: Aproximadamente 80% das mulheres relatam a experiência com os famigerados suores noturnos que, a partir
do período que antecede a menopausa, interrompem o sono durante a madrugada e interferem na qualidade de vida.
No contexto em que está inserido, o verbo “interrompem” ASSUME a seguinte transitividade verbal:
a) Verbo intransitivo.
b) Verbo transitivo direto.
c) Verbo transitivo indireto.
d) Verbo de ligação.
RESOLUÇÃO: ... suores noturnos interrompem o sono... Ora, quem interrompe, interrompe algo (o sono) (Alternativa B).

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15. EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE

Crase é um fenômeno fonético que consiste na fusão de dois fonemas vocálicos iguais, a saber:

A (preposição) + A(s) artigo definido


Ou
A (preposição) + A(s), aquele(s), aquela(s), aquilo = pronomes demonstrativos

Então, na Sincronia da língua, o fenômeno da crase aparece:

Na Contração da preposição A com outro A, que pode ser:

1. Artigo definido feminino (A, AS):


Ex.: Eu vou a + a escola + Eu vou à escola.

2. Pronome substantivo demonstrativo (A, AS = aquela, aquelas):


Ex.: A disciplina pode ser comparada a +a (aquela) dos militares = A disciplina pode ser comparada à dos militares.
Estas blusas são iguais a + as(=aquelas) que compramos = Estas blusas são iguais às que compramos.

3. A vogal A inicial dos pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo:


Ex.: Referia-se a + aquele jogador = Referia-se àquele jogador.

4. Artigo A, AS da forma de pronome relativo A QUAL, AS QUAIS:


Ex.: Esta é a irmã do aluno a + a qual me referi. = Esta é a irmã do aluno à qual me referi.

Observação: É bom lembrar que só pode ocorrer crase, se o verbo ou nome reger a preposição A.

15.1 REGRAS BÁSICAS PARA REGER O EMPREGO DO ACENTO DA CRASE

1. Substituir a palavra feminina por uma masculina:


a) Fui à escola. A + A(S) = À(S) + palavra feminina.
Fui ao colégio A + O(S) = AO(S) + palavra masculina
Use o acento de crase sempre que obtiver AO(S) na substituição.

b) Comprei a caneta.
Comprei o livro. (só artigo)

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Obs.: Este artifício não se aplica a nomes próprios.

2. Substituir o A por PARA:


a) Viajou à França. Viajou para a França. (prep. + art.)
Use o acento da crase sempre que obtiver PARA A.
b) Viajou a Paris. Viajou para Paris. (só prep.)

3. Substituir o verbo que rege preposição A pelo verbo VOLTAR que rege preposição DE.
a) Chegou à Espanha. Voltou da Espanha. (prep. + art.)
Use o acento da crase sempre que obtiver DA.
b) Chegou a Madrid. Voltou de Madrid. (só prep.)

4. Sempre que houver certeza de que o verbo ou o nome rege a preposição A, basta observar se há ou não o segundo A.
Substituir o verbo ou o nome que rege preposição A por outro que peça outra preposição: DE, EM ou POR.
a) Referiu-se à festa. (à = preposição a + artigo a)
Gosto da festa. (da = preposição de + artigo a)
Estou na festa. (na = preposição em + artigo a)
Passei pela festa. (pela = preposição por + artigo a)
b) Referiu-se a você.
Gosto de você. (de = só preposição)
Estou em você. (em = só preposição)
Passei por você. (por = só preposição)

15.2 CASOS OBRIGATÓRIOS DE CRASE

1. Adjuntos Adverbiais Femininos:


Saiu à noite, às pressas, às vezes
2. Termos Femininos ou Masculinos com valor de À MODA DE, AO ESTILO DE:
Poesia à Manuel Bandeira, gol à Pelé, bife à milanesa.
3. Locuções Prepositivas: à procura de, à vista de, à custa de, à razão de, à mercê de, à maneira de ...
4. Locuções Conjuntivas: à proporção que, à medida que, ...
5. Para evitar ambiguidade: À onça a cobra matou. A menina à paixão venceu.

15.3 CASOS FACULTATIVOS DE CRASE

1. Antes de nome próprio de mulher:


Referia-se a Sônia, ou à Sônia.
2. Antes de pronome adjetivo possessivo feminino singular:

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Português

Referia-se a minha irmã, ou à minha irmã.


3. Após a preposição ATÈ:
Agora iremos até a/à exaustão.

15.4 CASOS PROIBIDOS DE CRASE:

1. Antes de substantivos masculinos:


Andou a cavalo.
2. Antes de verbo:
Começou chorar.
3. Antes de substantivo no plural, estando o A no singular.
Referia-se a cidades estrangeiras.
4. Antes de pronomes pessoais:
Dirigiu a palavra a ela.
5. Antes de pronomes demonstrativos (ESTE, ESSE e flexões):
No foi a esta festa.
6. Antes de pronomes indefinidos:
Obedecia a todos.
7. Antes de expressões de tratamento:
Obedecia Vossa Excelência.
8. Antes de artigo indefinido:
Obedecia uma velha senhora.
9. Antes do pronome relativo QUEM:
Referia-se a quem falava.
10. Antes da palavra CASA (a sua própria casa):
Chegou casa.
11. Antes da palavra TERRA (=terra firme):
Chegou a terra.
12. Quando lá houver outra preposição:
Viajou para a Itália.

É importante observar que o emprego do sinal de crase também depende do contexto. E isso pode mudar a regra. O
sinal de crase facultativo pode tornar-se proibido ou obrigatório; o sinal de crase obrigatório pode tornar-se proibido; o
sinal de crase proibido pode tornar-se obrigatório ou proibido. E por aí vai. Há variadas questões que trabalham com essas
possibilidades.

EXEMPLO 1: No trecho “em uma época anterior à dos dinossauros”, o emprego do sinal indicativo de crase decorre da
regência do adjetivo “anterior” e presença do artigo feminino antes do termo elíptico “época”.

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Português

RESOLUÇÃO: Questão correta. Temos crase pela fusão entre “anterior A+A (época) dos dinossauros. Esse A foi considerado
artigo diante de substantivo elíptico.

EXEMPLO 2: A necessidade de uma teoria da justiça está relacionada com a disciplina de argumentar racionalmente sobre
um assunto.
A substituição de “relacionada com a disciplina” por relacionada à disciplina, embora mantivesse o sentido do texto,
prejudicaria sua correção gramatical.
RESOLUÇÃO: Aqui, não há prejuízo gramatical algum, pois a troca da preposição “com” por “a” geraria a necessidade do
acento grave, como a banca propôs: “relacionada com a disciplina” relacionada à disciplina (relacionada A+A disciplina)
Questão incorreta.

EXEMPLO 3: ... e tem hipóteses concretas para se chegar a esse estado de coisas.
A correção gramatical do texto seria mantida caso se empregasse o acento indicativo de crase no vocábulo “a” em “a esse
estado de coisas”.
RESOLUÇÃO: “Estado” é palavra masculina, nunca poderia trazer um artigo feminino relacionado a ela. Se não pode haver
artigo, não há como haver crase na fusão. Questão incorreta.

EXEMPLO 4: Em relação ao uso ou não da crase, marcar C para as sentenças Certas, E para as Erradas e, após, assinalar a
alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
(_) Gota a gota, a paciência dele foi esgotada.
(_) O autor, a cuja obra a crítica se referiu, é muito conhecido.
(_) As aulas serão de segunda à sexta.
a) C ‐ C ‐ E.
b) E ‐ C ‐ C.
c) C ‐ E ‐ E.
d) E ‐ C ‐ E.
e) C ‐ C ‐ C.
RESOLUÇÃO: Em gota a gota, observa-se a regra que proíbe o sinal de crase com palavras repetidas. Em ... a cuja obra o
autor se referiu..., o verbo regente referir-se pede a preposição A. Porém, o pronome relativo cujo e flexões não aceita artigo,
o que impede o sinal de crase. Na terceira frase, ... de segunda a sexta, observa-se o caso do paralelismo sintático. Uma vez
que não foi empregado o artigo com a preposição de (do), também não se pode empregar o artigo em a sexta. Por isso está
errada a frase (Alternativa A).

EXEMPLO 5: Assinale a alternativa incorreta, em relação ao uso da crase:


a) Visitei a região dos lagos.
b) Queremos ir àquela praia.
c) Esta estrada é paralela à rodovia principal.
d) Ela retornará a cidade amanhã cedo.

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Português

RESOLUÇÃO: Quem retorna, retorna a, portanto o verbo pede a preposição. Cidade é palavra feminina, portanto aceita o
artigo a. o sinal de crase deveria ser empregado. As demais frases estão todas corretas (Alternativa D).

EXEMPLO 6: “Nossas discussões sobre a correlação entre alguns sistemas de comunicação animal e a emergência da
linguagem humana podem elucidar diversos pontos sobre a natureza e as características desses sistemas.”
No segmento “sobre a correlação”, o emprego do acento indicativo de crase é facultativo, por isso, seria gramaticalmente
correto escrever sobre à correlação.
RESOLUÇÃO: no exemplo, o sinal de crase é proibido, segundo a regra que trata da proibição do sinal de crase após
preposição (sobre) (Assertiva Errada).

16. SINTAXE DE CONCORDÂNCIA

A sintaxe de concordância nos ensina que existem termos que se flexionam (gênero e número ou pessoa e número)
para concordarem com outros. Daí termos a concordância nominal e concordância verbal.
Ex.: Comprei flores lindas
Aqui o adjetivo lindo flexionou-se em feminino e plural para concordar com o substantivo flores, que é feminino e está
no plural.
Esta concordância chama-se nominal, e sua regra básica é:

ADJETIVO, ARTIGO, NUMERAL e PRONOME concordam com o SUBSTANTIVO em GÊNERO e NÚMERO.

Eu e minha irmã compramos flores.


Neste caso o verbo comprar apresenta-se na 1ª pessoa do plural pois está concordando com o seu sujeito eu e minha
irmã, que é igual a nós, ou seja, 1ª pessoa do plural.
Esta concordância chama-se verbal, e sua regra básica é:

O VERBO concorda com o SUJEITO em PESSOA e NÚMERO.

16.1 TIPOS DE CONCORDÂNCIA

Tanto a Concordância Nominal quanto a Concordância Verbal podem, além da concordância rigidamente gramatical,
ser feitas também de forma atrativa ou ideologicamente.

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Português

Concordância Rígida, Gramatical ou Lógica

É feita de acordo com as normas gramaticais.


Exemplos:
1. Vossa Senhoria foi justa.
(O adjetivo justo está no feminino, singular, porque deve concordar com Vossa Senhoria, que é uma expressão
feminina e está no singular)
2. Saíram minha irmã e o namorado.
(O verbo sair está na 3ª pessoa do plural, porque concorda com o sujeito composto minha irmã e o namorado, que é
igual a eles, ou seja, 3ª pessoa do plural)
3. Todos voltaram cedo.
(O verbo voltar está na 3ª pessoa do plural simplesmente porque seu sujeito todos é pronome de 3ª pessoa e está no
plural)

Concordância Atrativa

É feita por uma questão de proximidade, abandonando as regras gramaticais.


Exemplos:
1. Saiu minha irmã e o namorado.
(O verbo está concordando unicamente com o núcleo do sujeito mais próximo - minha irmã)
2. Muitos de nós descobrimos a solução.
(O verbo está concordando unicamente com nós, que é o termo mais próximo do verbo. O sujeito, entretanto, é muitos
de nós, e rigidamente pela gramática seria muitos de nós descobriram)

Concordância Ideológica

É feita de acordo com a ideia transmitida pelas palavras, e não por sua forma gramatical.
Exemplos:
1. Vossa Senhoria foi justo.
(O adjetivo justo está concordando, não com a forma feminina de Vossa Senhoria, mas com a sua ideia: trata-se de um
homem)
2. Todos voltamos cedo.
(O verbo voltar não está concordando com a forma de todos – 3ª pessoa do plural – mas sim com a sua ideia – nós –,
uma vez que o EU se inclui ao grupo, ou seja, está subentendido).

A concordância ideológica também pode ser nominada de silepse. Nesse caso, teremos:

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Português

1. Silepse de pessoa

Sabe-se que é comum encontrarmos casos em que a concordância não é feita com a forma gramatical de uma palavra
ou expressão presente em um texto, mas com a ideia ou o sentido subentendido nelas. Nisso consiste a concordância
ideológica.
Para entender melhor, vamos exercitar! Assinale a alternativa na qual consta um exemplo desse tipo de concordância.
a) Todos os pacientes esperaram bastantes horas pelo médico.
b) Eles se alistaram. Portanto, estão quites com as obrigações militares.
c) Os estudantes lamentamos o falecimento do diretor que mais fez pela instituição.
d) O peregrino andou longes caminhos.
e) Aos documentos estão anexas as faturas.
Resolução: Os estudantes lamentamos..., note-se que o verbo está na 1ª pessoal do plural concordando com a ideia de
que o eu se inclui entre os que lamentam. Poderia também concordar de forma rigidamente gramatical com o sujeito
estudantes (eles – 3ª pessoa do plural). A frase então ficaria: Os estudantes lamentam o falecimento do diretor que mais
fez pela instituição. Conclua: houve concordância siléptica de pessoa. Por isso, a Alternativa C é a correta.

2. Silepse de número

Silepse é também chamada de concordância ideológica, pode ser de gênero, de número e de pessoa.
Para entender melhor, vamos exercitar! Identifique qual das alternativas abaixo traz uma classificação incorreta da
silepse utilizada:
a) Sua Santidade está ocupado. - silepse de gênero.
b) O grupo, apesar de estar atrasado, resolveram adiar a votação. - silepse de pessoa.
c) O casal corria para todo lado e gritavam por socorro. - silepse de número.
d) Os brasileiros somos pacíficos. -silepse de pessoa.
Resolução: A silepse de pessoa ocorre, como o próprio nome especifica, quando se altera a concordância de pessoa
(geralmente ele > nós). A silepse de número, por sua vez, dá-se entre as mesmas pessoas, porém de números distintos.
No item C: grupo (ele) > gritavam (eles). Perceba que a mudança se deu entre singular/plural. Assim, a Alternativa B é a
correta.

3. Silepse de gênero

A silepse de gênero ocorre quando há diferença entre o emprego do feminino e do masculino nos adjetivos
relacionados ao sujeito.
"Ele contava os dias para chegar à sua querida Pinheiro".
Sua amada está no feminino e concorda com "a cidade de Belo Horizonte", enquanto poderia ser "seu amado
Pinheiro", já que o termo "Pinheiro" é masculino.

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Português

16.2 CONCORDÂNCIA NOMINAL E PRONOMINAL

Regras Básicas

1. O Adjetivo concorda com o substantivo em gênero e número;


2. O pronome adjetivo, o numeral e o artigo também concordam;
Ex.: As duas melhores alunas leram estes livros.
3. O advérbio não se flexiona em gênero e número.
Ex.: Elas são muito estudiosas.

Casos Gerais

Um adjetivo pode concordar com dois substantivos


1. Cheios estão o lago e o tanque
2. Cheias estão a lagoa e a piscina
3. Cheios estão o tanque e a piscina.

Rigidamente pela gramática temos:


a) dois substantivos masculinos → adjetivo masculino plural
b) dois substantivos femininos → adjetivo feminino plural
c) um substantivo masculino e um feminino → adjetivo masculino plural.

Atrativamente, o adjetivo concorda com o substantivo mais próximo:


• Cheio está o lago e o tanque
• Cheia está a lagoa e a piscina
• Cheio está o tanque e a piscina
• Cheia está a piscina e o tanque.

Casos Especiais

1. a) MESMO = próprio (adjetivo)


Elas mesmas ficaram chateadas.
Ela feriu a sim mesma.
b) MESMO = até, inclusive (não flexiona)
Mesmo eles ficaram chateados.
Mesmo ele se feriu.

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Português

2. a) SÓ = sozinho (adjetivo)
Elas vivem sós.
b) SÓ (somente, apenas (não flexiona
Só elas não vieram.
Faltaram só os padrinhos.

3. a) CONFORME = conformado (adjetivos)


Eles ficaram conforme com a resposta.
b) CONFORME = como (não flexiona)
Jogaram conforme foram orientados.

4. a) JUNTO (adjetivo)
Elas vivem juntas.
b) JUNTO A, JUNTO DE (não flexiona)
Elas moram junto à ponte.
Eles ficaram junto de mim.

5. a) ANEXO, INCLUSO (adjetivo)


Anexas seguem as fichas.
Inclusas está uma observação.
b) EM ANEXO (não flexiona)
Em anexo seguem as fichas.
Uma observação vai em anexo.

6. a) O MAIS POSSÍVEL (forma rigidamente gramatical)


É uma flor o mais bela possível.
b) A MAIS POSSÍVEL, OS/AS MAIS POSSÍVEL (Concordância atrativa)
É uma flor a mais bela possível.
São flores as mais belas possíveis.
São lagos os mais lindos possíveis.

7. a) MELHOR = mais bom (advérbio)


Estes são os melhores alunos
Estes atletas são os melhores.
b) MELHOR = mais bem (advérbio)
Eles fizeram melhor os maus trabalhos.
Estes casos foram melhor explicados que os outros.

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Português

8. a) HAJA VISTA (rigidamente não flexiona)


Haja vista as anotações do chefe.
Haja vista das notas avançadas
b) HAJAM VISTA (atrativamente antes de um substantivo plural em preposição)
Hajam vista as anotações do chefe.

9. a) BARATO, CARO (quando separados por verbo, podem ser adjetivos ou advérbios)
Os livros custam caros. (adjetivo)
Os livros custam caro. (advérbio)
b) SÉRIO (adjetivo ou advérbio)
Vamos falar sérios. (adjetivo)
Vamos falar sério. (= seriamente, advérbio)

10 a) UM E OUTRO + SUBST. SING. + VERBO sing. ou plural


Um e outro aluno saiu (ou saíram)
Uma e outra aluna foi aprovada
b) NEM UM NEM OUTRO + SUBST. SING. + VERBO SING.
Nem uma nem outra aluna foi aprovada.
Nem um nem outro aluno saiu.

11 a) SUBST. FEM. DETERMINADO + VERBO SER + ADJ. FEM.


Esta cerveja é boa.
É proibida a entrada.
b) SUBST. FEM. INDETERMINADO + VERBO SER + ADJ. MASC.
Cerveja é bom.
É proibido entrada de estranhos.

12 a) PRONOME ADJ. INDEFINIDO (Concorda com o substantivo)


Vi bastantes jogos. (= muitos)
b) ADVÉRBIO (não flexiona)
Ficaram bastante alegres. (= muito)

13 a) POUCO (Pronome adj. indef. ou advérbio)


Ela tem pouca paciência. (pron. adj. indef.)
Ela é pouco paciente. (advérbio)
b) UM POUCO DE (não flexiona)
Ele tem um pouco de paciência.

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Português

14 a) MEIO = metade (numeral)


Comi meia laranja.
b) MEIO = mais ou menos (advérbio)
TODO = totalmente (advérbio)
Janela meio aberta.
Porta todo fechada.

Observação: Todo, atrativamente, pode se flexionar: Porta toda fechada.

15. MENOS (nunca flexiona)


Isto tem menos importância.

16. ALERTA (advérbio)


Eles ficaram alerta.
17. SALVO = exceto (não flexiona)
Salvo nós dois, os demais fugiram.

18. PSEUDO (não flexiona)


Eles eram uns pseudossábios.

EXEMPLO 1: Acerca da correção dos trechos apresentados quanto à concordância nominal e verbal, julgue o item.
Segue anexa a fatura.
RESOLUÇÃO: Os adjetivos anexo e incluso concordam em número e gênero com o substantivo (Item correto).

EXEMPLO 2: Marque a frase em que a concordância nominal está correta.


a) Imagens e telefonemas diárias intrigavam os pesquisadores.
b) A garimpagem é proibido naquela região.
c) Havia místicos e pesquisadoras interessados no lugar.
d) Fotos e imagens eram a mesma de sempre.
e) A cidade crescia rapidamente, a olho vistos.
RESOLUÇÃO: Vamos analisar cada alternativa:
a) Errada. imagens e telefonemas diários...
b) Errada. A garimpagem é proibida...
c) Correta.
d) Errada. Fotos e imagens eram as mesmas...
e) Errada.... a olhos vistos...

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Português

EXEMPLO 3: Marque a única frase onde a concordância nominal aparece de maneira inadequada.
a) Obrigava sua corpulência a exercício e evolução forçada.
b) Obrigava sua corpulência a exercício e evolução forçados.
c) Obrigava sua corpulência a exercício e evolução forçadas.
d) Obrigava sua corpulência a forçado exercício e evolução.
e) Obrigava sua corpulência a forçada evolução e exercício.
RESOLUÇÃO: Nas alternativas D e E, se o adjetivo (forçado/a) aparece antes dos substantivos (exercício, evolução) ele deve
concordar com o mais próximo: "forçado exercício e evolução" (d) e "forçada evolução e exercício" (e).
Já nas alternativas A e B, se o adjetivo (forçado/a) aparece após os substantivos (exercício, evolução) ele pode concordar
com o substantivo mais próximo ou com todos eles: "exercício e evolução forçada" (a) e "exercício e evolução forçados" (b).
Portanto, a Alternativa C está correta.

EXEMPLO 4: Assinale a opção que completa corretamente as lacunas do texto a seguir:


"Todas as amigas estavam _____ ansiosas _____ ler os jornais, pois foram informadas de que as críticas foram _____
indulgentes _____ rapaz, o qual, embora tivesse mais aptidão _____ ciências exatas, demonstrava uma certa propensão
_____ arte."
a) meio - para - bastante - para com o - para - para a
b) muito - em - bastante - com o - nas - em
c) bastante - por - meias - ao - a - à
d) meias - para - muito - pelo - em - por
e) bem - por - meio - para o - pelas – na
RESOLUÇÃO: Todas as amigas estavam meio ansiosas para ler os jornais, pois foram informadas de que as críticas foram
bastante indulgentes para com o rapaz, o qual, embora tivesse mais aptidão para ciências exatas, demonstrava uma certa
propensão para a arte (Alternativa A).

16.3 CONCORDÂNCIA VERBAL

Regras Básicas

1. O verbo concorda em pessoa e número com o sujeito simples (antes ou depois do verbo).
Ex.: O aluno sabe tudo.
Nada sabe o aluno.

2. O verbo concorda gramaticalmente com o sujeito composto (anteposto ao verbo).


Ex.: Eu e o aluno sabemos tudo.
O aluno e eu sabemos tudo.

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Português

3. O verbo concorda gramatical e atrativamente com o sujeito composto (posposto ao verbo)


Ex.: Nada sabemos eu e o aluno. (gramatical)
Nada sabemos o aluno e eu. (gramatical)
Nada sei eu e o aluno. (atrativa)
Nada sabe o aluno e eu. (atrativa)

Casos Especiais

Sujeito Composto

1. Sujeito composto por pronomes pessoais


a) Eu, tu e ele = (1ª pessoa predomina sobre as demais)
Ex.: Voltávamos da praia ela, a mãe e eu.
b) Tu e ele = vós (2ª pessoa predomina sobre a 3ª pessoa)
Ex.: Tereis tu e ela um futuro brilhante.
c) Ele e ele = eles

2. Sujeito composto ligado por série aditiva enfática


Verbo no plural (conc. Gramatical) ou com o mais próximo (com. Atrativa)
Ex.: Não só o jogador mas também o juiz caíram (gramatical)
Caiu não só o jogador como também o juiz. (atrativa)

3. Sujeito ligado por com.


Verbo no singular ou plural.
Ex.: O rei, com toda a corte, partiu de viagem.
Com toda a corte – adj. adv. de companhia
O rei com toda a corte partiram de viagem.
Núcleos do sujeito – rei e corte.

4. Sujeito ligado por nem ... nem.


Verbo no plural (conc. Gramatical) ou singular (conc. Ideológica)
Ex.: Nem a inveja nem o egoísmo puderam destruir-me.
Nem ela nem a família lhe deu atenção.

5. Sujeito ligado por ou


a) Verbo concorda com o mais próximo, quando houver a ideia de:
▪ Exclusão: Carlos ou Celso se casou com ela.
▪ Retificação: O autor ou autores engrandeceram a peça.

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Português

▪ Equivalência: A Lua ou o satélite da Terra embeleza a noite.


b) Verbo no singular ou plural, quando houver a ideia de:
▪ Alternância (sem excluir): Esperávamos que um homem ou uma mulher o ajudasse (ou ajudassem).
c) Verbo no plural, quando houver a ideia de:
▪ Adição: O calor forte ou o frio excessivo me desagradam muito.

6. Sujeito composto formando uma unidade de ideia.


Verbo no singular
Ex.: A dor e o sofrimento matou-o aos poucos.

7. Sujeito composto formando uma gradação.


Verbo concorda com o mais próximo.
Ex.: Um gesto, um olhar, um sorriso já o fazia feliz.
Gestos, olhares, sorrisos faziam-no feliz.

8. Sujeito composto + aposto resumitivo (tudo, nada, ninguém, todos...)


Verbo concorda com o aposto.
Ex.: Pais, irmãos, primos, ninguém veio ajudá-lo.

Sujeito Simples

1. Formado pela expressão um e outro.


Verbo no singular (conc. gramatical) ou no plural (conc. ideológica)
Ex.: Um e outro aluno saiu de sala. (gramatical)
Um e outro aluno saíram de sala. (ideológica)

2. Formado pela expressão nem um nem outro


Verbo no singular
Ex.: Nem um nem outro aluno saiu de sala. (gramatical)

3. Formado pelas expressões: parte de, a maior parte de, a maioria de...
Verbo no singular (conc. gramatical) ou no plural (conc. atrativa ou ideológica)
Ex.: Grande parte dos alunos foi aprovada. (gramatical)
Grande parte dos alunos foram aprovados. (atrativa ou ideológica)

4. Formado pelas expressões: mais de, menos de, cerca de, perto de ...
Verbo concorda com o substantivo (conc. gramatical apenas)
Ex.: Mais de um aluno saiu de sala.

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5. Formado por pronome substantivo (= núcleo) + de + pronome pessoal


Verbo concorda com o pronome substantivo. (conc. gramatical)
Ex.: Muitos de nós saíram de sala.

6. Quando o núcleo é um coletivo.


Verbo no singular (conc. Gramatical) ou no plural (conc. atrativa ou ideológica)
Ex.: A manada de bois foi afastada da estrada. (gramatical)
Um bando de aves pousaram sobre a estátua (atrativa ou ideológica)

7. Sujeito iniciado por senão.


Verbo concorda gramaticalmente com o substantivo (núcleo)
Ex.: Não se viam senão os pássaros.

8. Quando o sujeito é pronome relativo


a) Com o pronome relativo que, o verbo concorda com o antecedente.
Ex.: Sou eu quem falo.
b) Caso o antecedente seja predicativo, o verbo concorda com o antecedente ou com o sujeito da oração principal.
Ex.: Eu fui o primeiro que falou
Eu fui o primeiro que falei.
c) Com o pronome relativo quem, o verbo concorda com o antecedente ou fica na 3ª pessoa do singular.
d) Com a expressão um dos ... que.
Verbo no singular (conc. gramatical) ou no plural (conc. atrativa ou ideológica).
Ex.: Ele foi um dos que mais estudou. (gramatical)
Ele foi um dos que mais estudaram.

Observação: Ele é um dos professores que dá ou dão aula aqui hoje.


Ele é um dos professores que dá aula aqui agora. (só gramatical)

9. Formado por títulos no plural.


Verbo no plural.
Ex.: Os Estados Unidos não aceitaram certas condições.
Observação: Com o verbo ser e o predicativo no singular, verbo no singular ou no plural.
Ex.: Os Lusíadas é uma obra imortal.

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Português

Concordância de Certos Verbos

1. Com o verbo SER


a) Sujeito (= isto, isso, aquilo, tudo) + predicativo (no plural
Verbo no singular ou no plural.
Ex.: Tudo é flores ou tudo são flores.
b) Sujeito (denota pessoa) + predicativo
Verbo concorda com o pronome pessoal.
Ex.: Ele era as preocupações do pai.
c) Sujeito (= substantivo) + pronome pessoal
Verbo concorda com o pronome pessoa.
Ex.: Os reprovados fomos nós.
d) Pronome interrogativo (= que, que, o quê) + substantivo
Ex.: Quem foram os reprovados?
e) Expressões: é muito, é pouco, é bastante, é tanto.
Verbo no singular
Ex.: Cinco cruzados é pouco.
f) Nas orações que indicam horas, datas, distâncias.
Verbo concorda com a expressão numérica
Ex.: São quatro horas.
São quatorze de maio
Da capital à cidade eram dez quilômetros.
Obs.: É dia quatorze de maio.
Hoje é dia quatorze de maio.
g) Na expressão era uma vez
Verbo no singular:
Ex.: Era uma vez um rei e uma rainha...

2. Com os verbos DAR, BATER e SOAR (aplicados a hora)


Verbo concorda com a expressão numérica, a menos que haja um sujeito.
Ex.: Deram dez horas. (O relógio deu dez horas)
Batiam cinco horas

3. Com o verbo CUSTAR (no sentido de se difícil)


É unipessoal (só possui 3ª pessoa do singular). Seu sujeito sempre é oracional.
Ex.: Custa-nos entender isso.

4. Com os verbos PARECER e COSTUMAR

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Português

Podem ou não formar locução verbal.


a) Em locuções verbais, são verbos auxiliares, logo, concordam com o sujeito:
Ex.: As estrelas parecem brilhar.
b) Em não-locuções verbais, são verbos principais, concordam com o sujeito oracional (= infinitivo)
Ex.: As estrelas parece brilharem.
Parecem brilharem as estrelas.

5. Os verbos HAVER e FAZER (oração sem sujeito)


A oração sem sujeito caracteriza-se por apresentar um verbo impessoal, isto é, verbo que não tem pessoa (= sujeito).
E, por esta razão, fica na 3ª pessoa do singular.
Os verbos haver e fazer somente são impessoais nos seguintes casos.
a) Haver: quando empregado no sentido de existir, ocorrer (= acontecer) ou de tempo decorrido.
Ex.: Havia poucos alunos em sala. (= existiam)
Isto tudo ocorreu há dias. (= tempo decorrido)
b) Fazer: somente quando empregado no sentido de tempo decorrido.
Ex.: Faz dias que isto tudo ocorreu.

Obs1: O verbo haver pessoal pode ter vários sentidos.


Ex.: Os professores houveram por bem adiar as provas. (= decidiram)
Obs2: Os verbos existir, ocorrer, acontecer, decorrer, são pessoais.
Ex.: Existiram poucos alunos em sala. (sujeito = poucos alunos)
Obs3: Verbo auxiliar de verbo impessoal fica na 3ª pessoa do singular.
Ex.: Deve haver muitos aprovados este ano.

16.4 CONCORDÂNCIA COM A PALAVRA SE

A palavra se admite várias classificações, tais como:

1. Pronome apassivador: é responsável pela transformação em voz passiva de uma frase ativa.
Ex.: Alugam apartamentos. (= voz ativa)
Apartamentos são alugados. (= voz passiva), ou
Alugam-se apartamentos. (= voz passiva)

O se é pronome apassivador, quando o verbo é transitivo direto apresenta um “objeto direto”, que na realidade é o
sujeito (paciente). Esta voz passiva chama-se pronominal e o agente da passiva não aparece expresso.

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Português

A transformação passiva

- Voz ativa: Os alunos lêem os livros


- Voz passiva:
Verbal ou analítica: Os livros são lidos por alunos. (verbo auxiliar ser + particípio
Pronominal ou sintética: Lêem-se livros

- É voz passiva pronominal ou sintética


- O verbo é transitivo direto
- O sujeito é paciente (é o objeto direto da voz ativa).
- O verbo concorda em número e pessoa com o sujeito
- O agente da passiva não aparece expresso.

2. Indeterminante do sujeito: é responsável pela transformação de um sujeito determinado em um indeterminado.


Ex.: Precisa de operários. (= sujeito simples, oculto ele)
Precisa-se de operários. (= sujeito indeterminado)

Para que o se seja indeterminante do sujeito, não pode haver nenhum “objeto direto” na oração. Caso haja, ele se
transforma em sujeito e o se classifica-se como pronome apassivador. Portanto, é necessário que o verbo seja transitivo
indireto, intransitivo ou de ligação. A voz continua ativa, o sujeito passa a ser indeterminado e o verbo é obrigado a
permanecer na 3ª pessoa do singular.
Ex.: Vive-se muito bem no Rio.
- É voz ativa
- O verbo é intransitivo (ou transitivo ind. ou de ligação)
- O sujeito é indeterminado
- O verbo fica na 3ª pessoa do singular.

EXEMPLO 1: Na realidade, cada cientista recebe vários casos ao mesmo tempo. A maioria dos laboratórios acredita que o
acúmulo de trabalho é o maior problema que enfrentam, e boa parte dos pedidos de aumento no orçamento baseia-se na
dificuldade de dar conta de tanto serviço.
Seria mantida a correção gramatical do texto caso a forma verbal “acredita” (L.2) fosse flexionada no plural: acreditam.
RESOLUÇÃO: Havendo expressão partitiva seguida de determinante, verbo pode concordar com o sujeito (a maioria aceita)
ou com o determinante (os laboratórios acreditam). Portanto, na questão, singular ou plural estariam igualmente corretos.
Questão correta.

EXEMPLO 2: O VTS é um sistema eletrônico de auxílio à navegação, com capacidade de monitorar ativamente o tráfego
aquaviário, melhorando a segurança e eficiência desse tráfego, nas áreas em que haja intensa movimentação de
embarcações ou risco de acidente de grandes proporções.

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A forma verbal “haja” (L.2) poderia ser flexionada no plural — hajam —, preservando-se a correção gramatical e os sentidos
do texto.
RESOLUÇÃO: O verbo haver, no sentido de existir, é impessoal e não vai ao plural. Questão incorreta.

EXEMPLO 3: Cerca de três séculos depois, Portugal lançou-se em uma expansão de conquistas que, à imagem do que Roma
fizera, levou a língua portuguesa a remotas regiões: Guiné-Bissau, Angola, Moçambique, Cingapura, Índia e Brasil, para
citar uns poucos exemplos em três continentes.
A correção gramatical e a coerência do texto seriam preservadas caso a forma verbal “levou” fosse substituída por levaram.
RESOLUÇÃO: A regra de concordância quando temos o pronome “que” como sujeito é concordar com o seu “antecedente”.
Contudo, sabemos que o antecedente depende do contexto. Na redação original, o verbo está no singular porque concorda
com “expansão”, considerado então como antecedente. Contudo, ao levar o verbo para o plural, o antecedente passa a ser
“conquistas”. Ambas as formas seriam corretas, apenas o termo retomado seria diferente. Quanto à coerência, não haveria
nenhuma incoerência em fazer essa alteração, pois a “expansão” é justamente o conjunto de conquistas, então seria
também lógico pensar que as conquistas territoriais é que levaram a língua a remotas regiões. Questão correta.

EXEMPLO 4: Já ___ anos, ___ neste local árvores e flores. Hoje, só ___ ervas daninhas.
a) fazem, havia, existe
b) fazem, havia, existe
c) fazem, haviam, existem
d) faz, havia, existem
e) faz, havia, existe
RESOLUÇÃO: O verbo fazer é impessoal, sem sujeito, quando indica tempo, existir ou acontecer e sempre é conjugado na
3.ª pessoa do singular: Faz anos; Havia (existia) neste local árvores e flores. O verbo existir, por sua vez, não é impessoal.
Por esse motivo, ele deve concordar com o sujeito: Só existem ervas daninhas. (Alternativa D).

EXEMPLO 5: Assinale a alternativa que completa corretamente as frases.


___ , entre analistas políticos, que, se o governo ___ essa política salarial e se o empresariado não ___ as perdas salariais
___ sérios problemas estruturais a serem resolvidos, e, quando os sindicatos ___ , estará instalado o caos total.
a) Comentam-se; manter; repor; haverão; intervierem.
b) Comenta-se; mantiver; repuser; haverão; intervirem.
c) Comenta-se; mantesse; repuser; haverão; intervierem.
d) Comenta-se; mantiver; repuser; haverá; intervierem.
e) Comentam-se; manter; repor; haverá; intervirem.
RESOLUÇÃO: A partícula "se" é apassivadora e concorda com o sujeito oracional “... que se o governo mantiver essa política
salarial...”. Neste caso, o verbo deve ficar na 3.º pessoa do singular: Comenta-se.
O verbo manter está na 3.ª pessoa do singular do futuro do subjuntivo, cuja forma é mantiver: Se o governo mantiver.
O mesmo acontece com o verbo repor, que na 3.ª pessoa do singular do futuro do subjuntivo fica repuser. Se o
empresariado não repuser.

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O verbo haver impessoal (neste caso, com o sentido de "existir") sempre é conjugado na 3.ª pessoa do singular: Haverá
sérios problemas.
O verbo intervir está na 3.ª pessoa do plural do futuro do subjuntivo, cuja forma é intervierem: Quando os sindicatos
intervierem.
Assim, a Alternativa D está correta.

EXEMPLO 6: Assinale a alternativa incorreta, segundo a norma gramatical:


a) Os Estados Unidos, em 1941, declararam guerra à Alemanha.
b) Aqueles casais parecia viverem felizes.
c) Cancelamos o passeio, haja visto o mau tempo.
d) Mais de um dos candidatos se cumprimentaram.
e) Não tínhamos visto as crianças que faziam oito anos.
RESOLUÇÃO: Vamos analisar cada alternativa:
a) Correta. O verbo declarar está concordando com o artigo "Os" de Estados Unidos. Sem o artigo, o verbo ficaria no singular:
Estados Unidos declarou...
b) Correta. Nas locuções verbais em que o verbo parecer é auxiliar, podem ocorrer duas situações: a flexão do verbo auxiliar
parecer (parecem viver) ou a flexão do verbo principal (parece viverem). Portanto, está correto.
c) Errada. A expressão é haja vista é invariável, segundo a gramática normativa: Cancelamos o passeio, haja vista o mau
tempo.
d) Correta. Quando utilizamos a expressão "mais de" o verbo deve concordar com o numeral. Exemplo: Mais de uma criança
ficou doente. Entretanto, para indicar reciprocidade o verbo deve ir para o plural. É o caso do exemplo acima, em que o
verbo indica que os candidatos cumprimentaram-se um ao outro.
e) Correta. Neste caso, o verbo fazer não é impessoal, por isso, deve concordar com "crianças".

EXEMPLO 7: Considere as seguintes formas verbais:


1. havia recebido
2. tinha recebido
3. estava recebendo
4. iria estar recebendo
Na frase “Todas as notícias daquele dia foram redigidas a partir dos documentos que a direção do jornal recebera do
ministério público”, a forma verbal destacada pode ser substituída, mantendo-se a relação de sentido temporal e sem
prejuízo à obediência à língua culta, por:
a) 4 apenas
b) 1, 2 e 3 apenas
c) 3 e 4 apenas
d) 1 e 4 apenas
e) 1 e 2 apenas
RESOLUÇÃO: A forma "recebera" está conjugada no pretérito-mais-que-perfeito do indicativo, na forma simples, cuja

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correspondência na forma composta é havia ou tinha + o particípio do verbo principal. Assim, somente 1 e 2 estão corretas
(Alternativa E).

EXEMPLO 8: “Eu não sou o homem que tu procuras, mas desejava ver-te, ou, quando menos, possuir o teu retrato.”
Se o pronome tu fosse substituído por Vossa Excelência, em lugar das palavras destacadas no trecho transcrito teríamos,
respectivamente, as seguintes formas:
a) procurais, ver-vos, vosso
b) procura, vê-la, seu
c) procura, vê-lo, vosso
d) procurais, vê-la, vosso
e) procurais, ver-vos, seu
RESOLUÇÃO: Trata-se de concordância verbo-pronominal. Quando há um pronome de tratamento, o verbo deve ficar na
3.ª pessoa: (ele/ela) procura, (ele/ela) vê. O pronome "seu" corresponde à 3.ª pessoa (Alternativa B).

17. PONTUAÇÃO

17.1 EMPREGO DA VÍRGULA

1. A vírgula deve ser usada para separar enumerações, termos e orações independentes entre si (núcleos de um sujeito
composto, orações coordenadas assindéticas, termos de uma série não ligados por e).
a) O presidente, os assessores e os coordenadores se reunirão amanhã. (sujeito composto)
b) Compareceu a reunião, expôs o que desejava, discutiu, nada resolveu. (orações coordenadas assindéticas)
c) É um técnico inteligente, dedicado, de boa vontade e de muita competência. (termos de uma série)

2. Antes do conectivo e ( conjunção aditiva) não se usa vírgula:


a) Eles estudam e trabalham.
Obs1: antes do conectivo e, com valor adversativo, deve usar vírgula;
b) Já são dez horas, e a reunião ainda não terminou. (= mas)
Obs2: antes do conectivo e, com valor consecutivo ou enfático, pode-se usar vírgula;
c) Os diretores se reuniram, discutiram, e resolveram tudo.
d) Chegou, e viu, e lutou, e venceu finalmente.

3. Adjuntos e orações adverbiais deslocado devem ser separados por vírgula:


a) Eles nada decidiram durante o encontro. (Adj. Adv. de tempo no fim da oração = ordem direta)

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b) Durante o encontro, eles nada decidiram.


c) Eles, durante o encontro, nada decidiram.
d) Eles só decidirão quando todos tiverem opinado. (Or. Sub. Adv. Temporal depois da Oração Principal = ordem
direta = vírgula facultativa).
e) Quando todos tiverem opinado, eles decidirão o que fazer.
f) Eles, quando todos tiverem opinado, decidirão o que fazer.

4. Orações reduzidas de particípio e gerúndio são separadas por vírgula


a) Terminado o congresso, todos retornaram ao local de origem
b) O funcionário, reclamando muito, compareceu perante o chefe.

5. Orações subordinadas adjetivas explicativas sempre ficam separadas por vírgula


a) O homem, que é um ser mortal, têm alma imortal. (Todo homem é mortal)
b) Os funcionários, que trabalharam muito, foram aumentados. (Todos os funcionários trabalharam muito).
Obs.: orações subordinadas adjetivas restritivas não devem ser separadas por vírgula
c) O homem que trabalha, vence na vida. (Só o que trabalha)
d) Os funcionários que trabalharam muito foram aumentados. (Só os que trabalharam)

6. O aposto explicativo deve ficar entre vírgulas


a) Este homem, um ser mortal, deve respeitar mais a vida.

7. No discurso direto, utilizam-se dois pontos e aspas:


a) O analista afirmou: “Este projeto solucionará vários problemas”. Ou, então, colocar a oração intercalada entre
vírgulas
b) “Este projeto, afirmou o analista, solucionará vários problemas”.
Obs.: no discurso indireto, não se usa vírgula:
c) O analista afirmou que este projeto solucionaria vários problemas

8. Todo vocativo deve ser separado do verbo por vírgula


a) Paulo, vem cá!
Não se deve separar sujeito e verbo por vírgula:
b) Paulo vem cá.

9. Expressões deslocadas na frase (isto é, ou melhor, digo, por exemplo, aliás, ...) devem ficar sempre entre vírgulas:
a) Ele comprou cinco, aliás, seis livros.
b) Ele faltou com a verdade, isto é, mentiu.

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10. Conjunções adversativas (mas, porém, contudo, todavia, ...) e conclusivas (logo, portanto, por conseguinte, então, ...),
se deslocadas, devem ficar entre vírgulas:
a) Ele estudou muito, não foi, entretanto, aprovado. (conj. coord. adversativa).
b) Ele estudou muito, será, portanto, aprovado. (conj. coord. conclusiva).
OBS.: a conjunção pois, se colocada entre vírgulas, tem valor conclusivo; se antecedida de uma vírgula apenas,
tem valor causal ou explicativo.
c) Ele estudou muito, será, pois, aprovado (= portanto → conclusivo).
d) Ele foi aprovado, pois estudou muito. (= porque → causal)

11. Termos deslocados na frase, visando a algum realce, como inversão, pleonasmo e anacoluto, devem ficar separados
por vírgula.
a) As estrelas, parece que brilham. (inversão → antecipação)
b) Ao homem, nada lhe devo. (pleonasmo).
c) Dinheiro, todos precisam disto. (anacoluto)

12. Utiliza-se a vírgula também para marcar a elipse do verbo:


a) Gostas de música e eu, de literatura. (gosto)
b) Não nos entende nem nós, a ele. (entendemos)

Observação: Erros graves – separar


1. Sujeito do Verbo;
2. Verbo de Complemento;
3. Oração Principal de Oração Subordinada Substantiva Objetiva;
4. Substantivo de Adjunto Adnominal;
5. Oração Coordenada Sindética Aditiva.

Exemplos de erros graves:


O povo, elegeu Pelé como o Rei do futebol. (sujeito de verba)
O povo elegeu, Pelé como o Rei do futebol. (verbo de objeto)
Desejamos, que todos sejam aprovados. (Principal de Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta)
Não sei, se todos já saíram. (Principal de Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta)
Pelé foi eleito, Rei do futebol. (Verbo de Predicativo)
Pelé foi eleito Rei, do futebol. (Substantivo de Adj. Adnominal)
Paulo, e João trabalham, e estudam muito. (Or. Coordenada Sindética Aditiva)

17.2 EMPREGO DOS DEMAIS SINAIS DE PONTUAÇÃO

A. Do Ponto Final (.):

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O ponto — final encerra o período


OBS.: também é empregado em abreviações: Sr., V. Exa., pág., M.E.C...

B. Do Ponto-e-vírgula(;)
É uma pausa maior do que a virgula e menor que o ponto - final, uma vez que não encerra período. Emprega-se para
separar grupos de orações coordenadas, que, por apresentarem unidade de sentido ou aspectos em comum, convém
deixar no mesmo per lodo, embora pudessem figurarem per lodos separados.
Ex.: “Na linguagem escrita é o leitor; na linguagem falada, o ouvinte.”
“Estes edificam, aqueles destroem; estes sobem pelos degraus da honra, aqueles outros descem.”

C. Dos Dois Pontos (:)


1. Antes de uma citação: Disse o mestre: “Eu sou a vida”.
2. Antes de uma enumeração: Vários são os autores estudados Machado, Alencar, Drummond e tantos outros.
3. Antes de um esclarecimento (explicação): Fez tudo conforme o combinado, isto é: saiu às sete horas, comprou o
necessário e às dez chagava a casa.
4. Antes de uma resposta ou pergunta: Perguntei-lhe: “Sabes nadar?“ O moço respondeu: “Nunca pude fazê-lo”

D. Do Ponto de Interrogação (?)


Emprega-se no fim de frases interrogativas diretas: Quem é este?

E. Do ponto de Exclamação (!)


Emprega-se depois de interjeições ou de frases de caráter exclamativo que exprimem espanto, admiração, surpresa,
entusiasmo, ironia, ordem, chamamento, dor, alegria, ...
Você chegou! Que surpresa!
“Oh! Que saudades que tenho!”
“Manuel Vem cá! Nossa! ... Quase que cais ...“
“Ó Pátria Amada, Idolatrada, Salve! Salve!”
Veja que belo trabalho o senhor fez!

F. Das Reticências(...)
Emprega-se quando queremos demonstrar que o pensamento foi interrompido, que houve uma suspensão de
sentido. Geralmente é um convite ao leitor — a conclusão é sua. Serve também para demonstrar que algo foi suprimido ou
para o leitor concluir ou para ser breve ou, ainda, por necessidade de eufemismo.
“Se pudessem os pássaros falar ...”
Se ele for ... Não sei ...
“Além, muito além daquela serra, ... nasceu Iracema.”
“... ao alagamento tépido da luz,...”
Acho que ele faltou com a verdade... Para mim ele é um...

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G. Do travessão (—)
Indica, no diálogo, a fala de cada personagem:
“— Está cansado?
— Não...
— Nem eu.
— Moro na rua...
— Não quero saber onde mora, atalhou Quincas Borca.”
Emprega-se também para dar maior relevo ou evidência à palavra ou à frase, equivalendo à vírgula ou ao parêntese:
O homem — diga-se de passagem — é egoísta.
Uma palavra — liberdade —escraviza muita gente.

H. Dos parênteses (( ))
Colocamos entre parênteses as palavras, frases, orações ou períodos que têm mero caráter explicativo — intercalativo e
que pronunciamos em tom mais baixo, em situação de aparte,
“Um dia (que linda manhã fazia!) ela saiu a passear.”
“Tristeza de ver a tarde cair como cai uma folha. (No Brasil não há outono mas as folhas caem.)”

I. Das aspas (“):


1. Emprega-se antes e depois de uma citação textual: Disse o Mestre: “Amai-vos uns aos outros.”

2. Antes e depois de palavras ou expressões que desejamos realçar: “Querer é poder” deve ser o nosso lema.

3. Antes e depois de palavras e expressões estrangeiras, arcaicas e de gíria:


O “humour” de Machado é um tanto desencantado.
O professor elogiou a “sapientia” do aluno.
Foi uma verdadeira “curtição”.

4. Para destacar gíria:


Mande para nós uma embalagem de “talco” do bom (cocaína)

5. Destacar uma ironia:


Os “amigos” da Presidente estão sumidos no momento.

EXEMPLO 1: Devido a seu protagonismo e sua importância na organização e garantia da reprodução das normas legais, o
Estado democrático não pode abdicar dessa instituição.
A eliminação da vírgula logo após “legais” prejudicaria a correção gramatical do texto.
RESOLUÇÃO: A vírgula marca um adjunto adverbial de causa, que está antecipado. Temos caso de vírgula obrigatória, não
é possível suprimir. Questão correta.

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EXEMPLO 2: Tal perigo, porém, não é assim tão grande.


A palavra “porém” poderia ser corretamente substituída por mas, sem alteração da coesão e dos sentidos do texto.
RESOLUÇÃO: As conjunções adversativas (porém, entretanto, todavia, contudo) podem e costumam ser usadas deslocadas,
entre vírgulas. A conjunção “mas”, por sua vez, não aceita esse deslocamento e deve vir no início da oração, não aceita ser
deslocada e isolada por vírgulas. Então, o “mas” não poderia entrar no lugar do “porém”, pois ficaria deslocado de sua
posição cativa, que é o início da oração, e isolado entre vírgulas.
Obs: O “mas” pode até vir entre vírgulas, mas a vírgula seguinte estará ligada ao termo seguinte, não ao “mas”.
Ex: Gosto de cerveja, mas, excepcionalmente, hoje não vou beber.
A segunda vírgula isola o advérbio “excepcionalmente”, não está ligada ao “mas”. Questão incorreta.

EXEMPLO 3: No trecho "- Quando eu estava por aqui, comia todas as formigas que se aproximavam de ti ", a vírgula foi
empregada para:
a) Separar expressões que indiquem explicação intercaladas na oração.
b) Separar a oração coordenada da oração principal.
c) Separar a oração adjetiva explicativa da oração principal.
d) Separar a oração subordinada adverbial da oração principal.
RESOLUÇÃO: O período composto está na ordem inversa. A oração Quando eu estava por aqui,... é a oração subordinada
temporal, e a oração comia todas as formigas... é a oração principal. As orações adverbiais na ordem inversa provocaram a
obrigatoriedade do emprego da vírgula (Alternativa D).

EXEMPLO 4: Uma das regras básicas do emprego da vírgula é para marcar a omissão de um termo; a frase abaixo que
exemplifica esse fato é:
a) Aquele que não conhece Deus nesse mundo, não o conhecerá no outro;
b) O segredo de um bom sermão é ter um bom começo, um bom fim e ter ambos o mais perto possível;
c) Quando a infância morre, seus cadáveres são chamados de adultos;
d) Comprar um carro é necessidade, uma Mercedes, um exagero;
e) Uma criança, como seu estômago, não precisa de tudo que você pode dar a ela.
RESOLUÇÃO: Na frase, os verbos comprar e ser está elidido, para evitar a sua repetição: Comprar um carro é necessidade e
comprar uma Mercedes é um exagero (Alternativa D).

EXEMPLO 5: No trecho, "Num dado momento, a sede era tanta que o cachorro não resistiu e correu em direção à água,
atirou-se nela e saciou sua sede ", a primeira vírgula foi empregada para:
a) Separar termos repetidos.
b) Separar o adjunto adverbial deslocado.
c) Separar orações coordenadas.
d) Separar expressões que indiquem explicação intercaladas na oração.
RESOLUÇÃO: Num dado momento é adjunto adverbial de tempo (Alternativa B).

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EXEMPLO 6: Uma manchete de um jornal carioca dizia o seguinte:


“Chuva castiga o estado. Quatro pessoas morreram durante temporal, que deixou rastro de destruição.”
A vírgula antes da última oração se deve ao fato de ser um a oração explicativa; nas frases abaixo, aquela que deveria ter
uma vírgula pela mesma razão é:
a) Apaixonar-se é criar uma religião que tem um deus falível;
b) As grandes ideias encontram sempre os homens que as procuram;
c) As ideias geniais são aquelas que nos espantamos de não ter tido antes;
d) Ao dar, não imite as galinhas que põem ovos e não param mais de cacarejar;
e) Uma ideia não é responsável pelas pessoas que acreditam nela.
RESOLUÇÃO: A oração adjetiva que põem ovos é explicativa, uma vez que se refere a todas as galinhas. As demais adjetivas
são restritivas, por isso não carecem de vírgula (Alternativa D).

EXEMPLO 7: A partir da leitura do texto abaixo, responder a questão.


A tensão do futebol é igual à tensão da vida, composta, ambas, pela insegurança de um resultado positivo, pelo risco e
pela incerteza. Na vida, como no futebol, nada é definitivo: estamos sempre transitando entre vitórias e derrotas. O futebol
constituiu, portanto, perfeito paralelo com a vida do homem e em especial com a vida em sociedade, pois é um jogo que
estimula a cooperação em grupo como fator decisivo para a vitória: “No esporte e na vida, a integração é a vitória”, como
salientava um slogan propagandista do Governo do Presidente Médici.
(M. do C. L. de Oliveira Fernandez. Futebol, fenômeno linguístico)

Em relação ao uso de aspas no texto, assinale a alternativa correta:


a) Ressalta o que está sendo escrito pelo autor do texto.
b) Exprime uma ironia.
c) Destaca uma expressão usada fora do contexto habitual.
d) Delimita uma citação de outro autor.
RESOLUÇÃO: “No esporte e na vida, a integração é a vitória” traz uma citação de um slogan do Governo Médici, ou seja, de
outro autor (Alternativa D).

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