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Pragmática

ARMENGAUD, F. A pragmática. São Paulo: Parábola, 2006.


“A pragmática está na base de toda a linguística”.
Rudolf Carnap

“... Ela se apresenta como tentativa de responder a


perguntas como: que fazemos quando falamos? Que
dizemos exatamente quando falamos? Por que
perguntamos a nosso vizinho de mesa se ele pode nos
passar o sal, quando é flagrante e manifesto que ele
pode?...”
Sobre as considerações pragmáticas

Aqueles que se
Aqueles que se
apegam à
apegam aos
determinação da Seria efeitos do
verdade. instrumento discurso sobre
Eu – tu sobre o qual os falantes
Contexto se apoia a coexiste.
filosofia da Aproximam-se
Abordam comunicação. da máxima
considerações dos Searle - pragmática de
falantes e do Austin Pierce.
contexto.
“Como definir a pragmática?”
- Definição de Moris (1938) “a pragmática é parte da
semiótica que trata da relação entre os signos e os
usuários dos signos”. (p. 11)
- Definição de Anne-Marie Diller e François Récanati: “a
pragmática estuda a utilização da linguagem no discurso e
as marcas específicas que, na língua, atestam sua vocação
discursiva”.
- Definição de Francis Jacques: “A pragmática aborda a
linguagem como fenômeno simultaneamente discursivo,
comunicativo e social”.
“Como surgiu o ponto de vista pragmático?”
No séc. XX, o estudo dos signos e da linguagem se distribuiu da
seguinte maneira:
1. Abordagem semântica – relação dos signos, palavras e frases
com as coisas e com os estados das coisas; (estudo conjunto
do sentido, da referência e da verdade);
2. Abordagem sintática – relação dos signos entre si, das
palavras na frase ou das palavras nas sequências de frases
(verdadeiro ou falso)
3. Abordagem pragmática – relação dos signos com os usuários
dos signos, das frases com os falantes.
“Os conceitos mais importantes da pragmática?”
- O conceito de ATO: a linguagem serve para realizar ações.
O conceito de ato é orientado pelos conceitos de interação
e transação.
- O conceito de CONTEXTO: situação concreta em que os
atos são emitidos.
- O conceito de DESEMPENHO: realização do ato em
contexto, seja atualizando a competência dos falantes,
seja integrando o exercício linguístico – competência
comunicativa.
A pragmática questiona alguns princípios sobre os quais se
assentava a pesquisa anterior:

- A prioridade do uso descritivo e representativo da


linguagem;
- A prioridade do sistema e da estrutura sobre o uso;
- A prioridade da competência sobre o desempenho;
- A prioridade da língua sobre a fala.
A pragmática prolonga outra linguística: a linguística da
enunciação inaugurada por Benveniste. A distinção maior
não se dá mais entre língua e fala, mas entre o enunciado,
entendido como o que é dito, e a enunciação, o ato de
dizer.
Questões filosóficas sobre as quais a pragmática lança sua
luz exigente e nova:
1.A subjetividade – considera o falante.
2. A alteridade – o outro.
3. O cogito cartesiano – “eu penso” é verdadeiro.
4. A dedução transcendental das categorias – síntese do
pensamento.
5. Se exprime nas controvérsias que marcam a história das
ciências.
6. O tema pragmático pode ser situado no próprio
fundamento da lógica.
Pensar em pragmática é pensar encontros e dispersões:

1. Interpretações múltiplas – deveria se atribuir como


tarefa a integração do comportamento linguageiro em
uma teoria da ação. Outros a concebem como
comunicação. Para outros trata do uso dos signos. Para
outros ainda, é a ciência do uso linguístico em contexto.
2. Gêneses múltiplas – componente da semiótica que se
reveste de um aspecto empírico e naturalista.
A pragmática nasceu e cresceu a partir de sucessivas
diversificações e unificações.
3. Múltiplos domínios – apresenta duas divisões
principais:
- 1ª - pragmática das línguas formais;
- pragmática das línguas naturais.
- 2ª - pragmática das modalidades de enunciação;
- pragmática das modalidades de enunciado.
Tentativas de unificação estão em curso, provém da
articulação de 3 teorias: atos de fala, pressuposições e
mundos possíveis.
Searle e Vanderveken trabalham em uma lógica
ilocucionária (aquilo que se realiza NA linguagem), cuja
ambição formal e integrativa é considerável.
4. Múltiplas controvérsias internas – se referem ao
estatuto da pragmática e sua coerência. Podemos dividir
da seguinte forma os questionamentos:
- heterogênea ou unificada?
- integrada ou autônoma?
* reduzida à semântica (a pragmática se confunde
com a teoria do desempenho)
* integrada como parte da semiótica tridimensional.
- integrada ou integrante?
- concepção minimalista (literalista) ou maximalista
(contextualista)?
ATIVIDADE (peso 2)

Produção escrita de uma síntese (destacando os


principais pontos) do capítulo IV, para entregar na aula
presencial do dia 18/11.
Se achar pertinente, poderá elaborar questões para
serem debatidas/respondidas na próxima aula.

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