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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

LICENCIATURA EM LETRAS/ESPANHOL - 2º PERÍODO


Atividade I

Docente: Prof. Discente: Yasmym Ianca da Silva Santos


Emanuel Cordeiro da
Silva

Atividade I

1. O gerativismo de Noam Chomsky é uma linha teórica mentalista, tendo


por preocupação o modo como o falante processa as estruturas sintáticas
dentro da mente. Além disso, a corrente teórica propôs a existência de uma
gramática universal e a hipótese do inatismo - capacidade biológica para
gerar sentenças. A partir do que foi dito acima e em sala aula, explique o
motivo que culminou na quebra da hegemonia gerativista, traçando um
paralelo com o surgimento da linguística funcional.

R - Se olharmos para as correntes do gerativismo e do estruturalismo (que tem como


principal teórico Saussure), podemos perceber um estudo da língua com foco nas suas
estruturas, Chomsky com sua teoria sobre a faculdade da linguagem e como nós, seres
humanos, somos capazes de reconhecer as estruturas sintáticas da língua. Ambas as teorias
são conhecidas como polos formalistas da linguagem, devido ao foco da língua por uma lente
formal. Todavia, essas duas correntes, mesmo que muito importantes para a história da
linguística, geram a necessidade de uma visão da língua pelo seu uso, então ocorre a quebra
da hegemonia gerativista devido a isso, ocorrendo um estouro de estudos linguísticos que
visão a língua e seu uso, nasce então o funcionalismo.

2. Durante o texto, Rosário traz a visão geral de Travaglia (2003) acerca


dos diferentes tipos de gramática, sendo estes a gramática normativa, a
gramática descritiva e a gramática internalizada. Defina brevemente cada
uma e disserte sobre a relevância do estudo de cada uma delas.

R - A gramática normativa nasce a partir da conservação da língua de origem, promovendo o


que conhecemos como regras gramaticais e os usos de certo e errado que nascem nos
primórdios dos estudos linguísticos. Muito vista nas escolas, esse estudo gramatical foca no
uso escrito da língua e apesar de muito ortodoxo, tem sua relevância quando pensamos nos
primeiros anos de aprendizado e que para chegar ao ponto em que conseguimos considerar as
várias formas dos falantes, precisamos ter ciência das regras. Além do fato que em ambientes
formais é cobrado o uso formal da língua, sendo necessário o conhecimento dessa gramática.
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Em contrapartida, a gramática normativa, temos o que conhecemos por gramática descritiva,


que considera a língua e seu uso, sem fazer juízos de valor e prezando pela língua como
objeto de comunicação. Essa gramática é muito importante quando nós, como falantes,
vemos a língua como algo mutável, que consiga estudar as evoluções da língua e seus mais
diversos usos na sociedade.

Já a gramática internalizada se refere a capacidade natural que nós, seres humanos, temos de
construir e percebemos estruturas gramaticais e agramaticais, ou seja, a competência
linguística do falante. Como conseguimos produzir essas estruturas mesmo quando crianças,
seguindo a ordem gramatical necessárias do idioma de origem. Esse tipo de estudo é
considerado importante, devido ao seu valor científico na linguística, assim como Saussure e
os estruturalistas, que só viam a língua pela sua forma, estrutura, são importantes para a
humanidade, o conceito de gramática internalizada também se torna importante pelo seu
valor de pesquisa, e como o conceito foi capaz de alavancar outras ideias.

3. No Capítulo 1 de “Introdução à Linguística Funcional centrada no uso”


– texto discutido nas últimas aulas –, Rosário traz a citação de Cunha et al
(2003) na qual esses definem a sintaxe como “uma estrutura em constante
mutação em consequência das vicissitudes do discurso”. Dessa maneira, os
autores defendem o estudo científico dos fenômenos sintáticos a partir da
relação entre esses e seus contextos discursivos, o que vai de encontro com
ideias da Linguística Formal. Nesse sentido, disserte brevemente sobre as
diferenças conceituais relacionadas à sintaxe entre o paradigma formal e o
funcional.

R - Quando falamos em formalismo e funcionalismo existe um ponto-chave que divide esses


estudos em polos opostos. Pensando nisso, quando falamos dos paradigmas formal e
funcional, percebemos que suas diferenças recaem, em sua maioria, nessas características.
Logo, quando falamos de linguagem, por exemplo, para os formalistas estamos nos referindo
a comunicação, interação social e a língua inserido em um contexto socio-histórico. Enquanto
para os formalistas, o contexto é interdependente das orações, a linguagem como
representação dos pensamentos. Logo, podemos concluir que embora ambas as vertentes
estudem língua, ambas tomam rumos diferentes. Para a linguística formalista, a sintaxe e a
semântica são independentes da pragmática, cujo ponto de vista é completamente oposto aos
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funcionalistas, que afirmam que a pragmática deve ser estudada num contexto inserido a
semântica e a sintaxe.

4. Em sala de aula, vimos os conceitos de Linguística, Filologia e


Gramática. Doravante isso, explique-os e faça uma comparação entre
ambos.

R - A Filologia, nascida no tempo greco-romano, objetivava a preservação dos textos antigos


e do latim clássico, ou seja, de caráter formal, a filologia preserva e revitaliza textos antigos.
Já a gramática tradicional, nasceu de uma necessidade grega de sistematizar a língua,
evoluindo a ponto de chegar ao que vemos hoje, dividida entre gramática normativa — de
cunho mais formal, que procura sistematizar a forma “correta” da língua — e a gramática
descritiva, que nasce da necessidade de descrever a língua como ela é, considerando seus
mais variados aspectos e usos. Portanto, se compararmos a gramática e a filologia,
percebemos que fundamentalmente se tratam de intuitos diferentes. Sim, a filologia também
se preocupa com a gramática normativa, porém, seu intuito vai além, se tratando da
revitalização e conservação de textos.
Já a linguística é uma ciência que estuda as mais variadas formas da linguagem, com foco na
língua falada, foi a partir dessa ciência que nasceu, por exemplo, a gramática descritiva e que
evoluímos no campo da linguagem. Nascida com Saussure, a linguística desde então vem
evoluindo nos mais variados campos da linguagem e foram esses cientistas que descobriram
teorias como a gramática internalizada, conceitos de linguagem, etc. Mesmo que a
humanidade já estudasse a linguagem antes, foi com Saussure que nasce a linguística e o seu
conceito de estudar a língua por si e para si, ou seja, o estudo da língua de maneira autônoma.
Portanto, por mais que a filologia e a gramática sejam estudos importantes da linguagem, eles
não formam, em si, ciência, podemos considerar o ramo da filologia como uma
pseudociência, por conta do seu valor histórico e atual para a concretização da linguística
como ciência.

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