Resumo da unidade A: Linguística Aplicada: Constituição e ressignificação como
campo de estudos linguísticos, do artigo: Linguística Aplicada: ensino de Língua materna, 6ª edição, de RODRIGUES, Rosângela Hammes; CERUTTI-RIZZATTI, Mary Elizabeth.
A unidade de leitura: A linguística Aplicada – Constituição e ressignificação como
campo de estudos linguísticos, escrito por Mary Elizabeth Cerutti-Rizzatti e Rosângela Hammes Rodrigues, tirado do artigo Linguística aplicada: ensino de língua materna, (Florianópolis, 6ª edição, CCE/UFSC, 2011), é disposta em 21 páginas, sem ilustrações, porém com notas de pontos marcantes. Trata-se da constituição da Linguística Aplicada como campo de estudos, esse campo estudado inicia no século XX e parte até os dias atuais. Também descreve os novos rumos da Linguística Aplicada como área de interlocução entre as outras ciências e advoga em favor da nova compreensão sobre a qual tal esse campo exige. Trata-se da linguística aplicada como um objeto de estudos para problemas linguísticos relevantes com a finalidade de propor interações com outras ciências em razão da compreensão da natureza como um instrumento de estudo. As autoras iniciam o seu texto dizendo que hoje entendemos a Linguística aplicada como campo e não mais como disciplina, isso se deve as atuais propostas de interdisciplinaridade que marcam as discussões dos linguistas aplicados. Elas destacam também o estudo sob bases de concepção habitual e em seguida, uma discussão que as mesmas optaram em designar: emancipadora da Linguística Aplicada (que ainda se mostra em fase de legitimação). A partir disto, as autoras fazem um resgate histórico da Linguística aplicada designada da Segunda Grande Guerra, que a emergiu como disciplina de estudos por duas razões: a primeira: o pioneirismo e a segunda não tão menos importante, o questionamento da eficiência de métodos de ensino-aprendizagem de língua estrangeiras. Ressaltam também que os primeiros passos da Linguística Aplicada aconteceram no ambiente da Segunda Guerra e no período pós-guerra. A Linguística Aplicada teve suas bases fundamentadas na psicologia behaviorista que recomenda o estudo do comportamento humano em situações de condicionamento provocado por ações repetitivas de estímulo-resposta e o ensino e a aprendizagem de línguas estrangeira, que eram tratados como uma atividade de formação de hábitos onde faz surgir o método audiolingual. No final da década de 1950, a linguística aplicada passou a conviver com a teoria gerativo-transformacional de Chomsky. Nesse momento, fortaleceu o seu interesse primordial pela resolução de problemas linguísticos e criou-se então como uma ciência focada na linguagem em uso. A linguística sempre teve a língua como um objeto de estudo, compreendida como um sistema estrutural e como uma convenção social. Ao estabelecer a língua como objeto da linguística, Saussure não teria focalizado a fala por ela ser de difícil sistematização para estudo, uma das razões seria o fato de que os falantes geralmente têm a inserir junto características pessoais de articulação, entonação e ênfase, por exemplo. Concebe-se assim que a herança Saussuriana, desde a origem do estruturalismo, um olhar um tanto quanto mais teórico para estudos linguísticos, porém na concepção das autoras esse não era o objetivo de Saussure ao distinguir a fala como heteróclita. Dessa maneira, na primeira metade do século XX predominaram estudos formalistas com base em Saussure, já na segunda metade desse mesmo século prevalecem os estudos formalistas na base gerativista. Quando a linguística aplicada surgiu, o pensamento de Chomsky faz-se mundialmente conhecido e então através disto, as autoras dizem que: “podemos, a partir disso, inferir dificuldades inerentes ao processo de consolidação da Linguística Aplicada, cujo objeto era a linguagem em uso em situações reais de interação”, ou seja, era o foco oposto dos estudos chomkyanos e saussurianos. As teorias de base gerativista contribuíram para a legitimação da concepção de que os estudos de base formalista conferem à Linguística maior cientificidade. O gerativismo chomskyano é uma escola que propõe representações para as estruturas das línguas. Aborda-se dessa maneira a busca dos universais linguísticos que constituiu por fim uma gramática universal com a qual os seres humanos seriam contemplados como espécie em condição inata. O formalismo de Chomsky levava consigo níveis de dificuldade avançado de compreensão porque ancorava em representações muito complexas. Sendo assim, esse nível avançado de dificuldade passou a ser conhecido como sinônimo de ciência porque implicava um isolamento de fatores como sociedade, cultura e história, por exemplo. Muitos pesquisadores, a partir disto, passaram a entender os estudos da língua uma atividade menor de pesquisa, o que fez fundear uma concepção positivista de ciência. Todavia a linguística aplicada encontrou dificuldades para se inserir no campo produtor de teorias. Cabia a linguística aplicada tomar emprestadas da linguística formal, teorias abstratas para propor alternativas de solução quanto á questão do uso da linguagem. Assim, sob essa perspectiva, não era um campo de estudos potencialmente capaz de criar teorias, mas apenas em dar aplicabilidade a teorias já produzidas nos estudos formalistas. Em vista disso, o linguista aplicado seria um consumidor ou um usuário de teorias. Com essa linha de raciocínio, as autoras definem a Linguística aplicada através das palavras de KUMARAVADIVELU Et. al, Widdowson (2006) que diz: “[...] é uma área de investigação que procura estabelecer a relevância de estudos teóricos da linguagem para problemas cotidianos nos quais a linguagem está implícita”. Na década de 80, no Brasil afloraram muito fortemente, alegações sobre a necessidade de rever postulados de ensino e aprendizagem da língua focada nas normas gramaticais. À vista disso, Luft recorreu a teorizações formalistas da época para propor uma revisão na abordagem da gramática normativa e buscou referenciais na teoria formalista para contrapor-se com a escola que ensinava língua materna. A tese importava mudar a prática de ensino de língua portuguesa e isso já se justificava à luz de teorizações formalistas, ganhou assim o apoio de vários professores de língua materna. Nessa situação, a justificativa era a diferenciação entre a gramática internalizada e a gramática normativa. Nas últimas décadas do século XX, as pesquisas de sociolinguística e teorias de texto começaram a focalizar a língua em uso e as implicações da atividade enunciativa e interacional. Debater sobre a nova postura da linguística aplicada, envolve certas reflexões sobre as práticas de investigações nesse campo. A percussão clássica entre a produção e o uso de teorias dá lugar à priorização de problemas dos quais o linguista aplicado compromete-se em encontrar soluções. Para estudiosos que como Moitas Lopes, mobilizam-se na reivindicação de um novo status e de um perfil novo para a linguística aplicada, é necessário que considerem essa ária com um construto que objetiva encaminhar soluções para os problemas com os quais se defronta ao focalizar a língua em uso. A linguística aplicada cria inteligibilidades sobre tais problemas, a fim de que alternativas para esses contextos de uso de linguagem sejam compreendidas. Sendo assim, o conceito de que esse ramo de estudos não produz teorizações precisa ser criteriosamente revisto.
RESUMO O presente trabalho visa discorrer sobre novas possibilidades contemporâneas para o ensino da gramática de língua portuguesa a partir da compreensão das principais particularidades e contribuições.