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UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE – UNIVILLE

DEPARTAMENTO DE LETRAS

SINTESE DO TEXTO: “NOVAS PRÁTICAS DE LEITURA E ESCRITA:


LETRAMENTO NA CIBERCULTURA”, DE MAGDA SOARES

BRUNA RABOCK

PROFESSORA: ROSANA MARA KOERNER

Linguística aplicada á língua portuguesa

JOINVILLE,

2016.
Primeiramente, Magda Soares nos dá conceitos de letramento expondo-nos
que há uma ampla diversidade de princípios o qual caracteriza esse fenômeno.
Soares cita autores para expor ideias do letramento como: Kleiman, o qual define
como um conjunto de práticas sociais que usam a escrita, em contextos específicos;
já para Tfouni, o letramento é conceituado em confronto com a alfabetização, o qual
cita: “Enquanto a alfabetização ocupa-se da aquisição da escrita por um indivíduo,
ou grupo de indivíduos, o letramento focaliza os aspectos sócio-históricos da
aquisição de um sistema escrito por uma sociedade”. Porém, mais adiante a autora
declara que, para ela, o letramento é: “práticas e eventos relacionados com uso,
função e impacto social da escrita”, que nada mais é do que as práticas sociais de
leitura e escrita e os eventos em que essas práticas são postas em ação, bem como
a consequência delas sobre a sociedade.

Posteriormente, a autora faz uma observação quanto ao letramento, este é


contrário ao analfabetismo. Se pensar-se dessa maneira, pode-se observar que o
momento atual é excessivamente favorável para aprimorá-lo e também modificá-lo
para ser mais claro e preciso. É um momento privilegiado para captar-se o estado ou
condição que estão instituindo-se: para identificar se as práticas de leitura e de
escrita digital (letramento na cibercultura) conduzem a uma posição ou situação
diferente daquele a qual conduzem as práticas de leitura e de escrita quirográficas e
tipográficas (cultura do papel).

Para Bolter (1991), o espaço da escrita é o campo físico e visual definido por
uma determinada tecnologia de escrita. A partir disso, a autora propõe-se falar sobre
o hipertexto. Segundo Lévy, um hipertexto é um texto móvel, caleidocóspico, que
apresenta suas facetas, gira, dobra-se e desdobra-se à vontade frente ao leitor, ele
pode ser escrito e lido de uma maneira multilinear, ou seja, adicionando abas que
vão proporcionando telas e também múltiplas possibilidades sem que haja
necessariamente uma ordem. O hipertexto é dinâmico, com um ou mais cliques ele
mostra ao leitor as suas faces e depois, ele mostra outra. Ele se dobra e desdobra,
se multiplica, muda de forma, um parágrafo pode aparecer ou desaparecer sob uma
palavra ou um parágrafo. Para alguns autores, os processos cognitivos a esse
letramento digital, reaproximam o ser humano de seus esquemas mentais.
Atualmente, a cultura do texto eletrônico carrega consigo uma nova mudança
no conceito de letramento. Em alguns aspectos, essa nova cultura do hipertexto traz
de volta características da cultura do texto manuscrito. O texto eletrônico é fugaz e
mutável, é pouco controlado porque é grande a liberdade de reprodução de textos
na tela e é quase totalmente ausente o controle da qualidade do que é produzido e
compartilhado. Conclui-se assim que, não é só este o novo espaço de escrita que é
a tela que gera um novo letramento, para isso também é necessária à contribuição
de mecanismos de produção, reprodução e difusão da escrita e da leitura.

Por fim, Magda Soares levanta diferentes conceitos de letramento ressaltando


que a necessidade de inserir o termo “letramentoS”, no plural, está relacionada com
o reconhecimento de diferentes processos cognitivos, sociais e também culturais em
diferentes estados do indivíduo atuantes nessa prática da leitura e da escrita.

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