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CORUPÁ,
2022.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem o intuito de abordar um dos principais conflitos mundiais, sendo esse
designado como a Guerra Civil na Síria, que se estende do ano de 2011 até a atualidade.
Para tanto, realizou-se uma pesquisa em meio eletrônico, a qual auxiliou em informações
concretas sobre o tema. Será abordado o período das origens desse conflito, os países e os povos
envolvidos, os principais interesses, os impactos sociais e econômicos, localização geográfica, as
negociações de paz e também algumas curiosidades sobre a guerra em questão.
DESENVOLVIMENTO
A Guerra Civil na Síria é um conflito que acontece desde março de 2011. Iniciou-se pelos
protestos da Primavera Árabe. A reação violenta do governo de Bashar al-Assad levou ao surgimento
de uma oposição armada. Estima-se que, até o momento, cerca de 600 mil pessoas morreram vítimas
desse conflito (SILVA, 2021).
Complementando, entende-se como Primavera Árabe a forma com que ficaram conhecidos os
protestos populares que abalaram o norte da África e o Oriente Médio no final de 2010 e começo de
2011.
1 CAUSAS E INTERESSES
A Síria é governada pela família Al-Assad desde a década de 1970 de maneira ditatorial.
Bashar al-Assad só assumiu o país em 2000, após a morte de seu pai, Hafez al-Assad. O governo de
Bashar sofreu inúmeras críticas pela corrupção e pela falta de liberdade política. Essas críticas
tomaram novas proporções com a Primavera Árabe.
A Primavera Árabe aconteceu quando a população de inúmeros países árabes manifestou-se
exigindo democracia e melhores condições de vida em seus países. Os protestos iniciaram-se no final
de 2010, na Tunísia, e espalharam-se por outros países, como Líbia e Egito. Na Síria, os protestos
iniciaram-se em março de 2011, na cidade de Deraa, no sul do país. A resposta do governo sírio foi
violenta, o que motivou novas rebeliões em diferentes partes do país, como na capital, Damasco, e
em Aleppo, sua maior cidade.
As primeiras manifestações contra o governo de Bashar al-Assad aconteceram em uma escola
de Deraa, quando estudantes menores de 15 anos começaram a pichar palavras contra o presidente.
A polícia secreta síria foi mobilizada para prendê-los. Posteriormente, esses estudantes presos foram
brutalmente torturados no interrogatório conduzido contra eles.
A prisão dos estudantes e a insatisfação da população motivaram novos protestos, e, à medida
que a repressão do governo contra os protestos populares aumentava, mais protestos eram
organizados. Logo se formaram grupos de resistência que se transformaram em milícias armadas,
cujo objetivo era, primeiro, garantir sua defesa contra a repressão do governo e, segundo, garantir a
derrubada de Bashar al-Assad.
Esses exércitos rebeldes foram inicialmente formados por civis e militares desertores que não
concordavam com o trato violento que a população do país estava recebendo.
2 FORÇAS BELIGERANTES NA GUERRA DA SÍRIA
É importante ressaltar também que nesse período, quatro forças distintas atuam no conflito,
sendo elas:
República Árabe Síria – liderados pelo presidente Bashar al-Assad, as Forças Armadas sírias
tentam manter o presidente no poder e enfrentam três inimigos distintos. Tem o suporte do
Iraque, Irã, Hezbollah libanês e Rússia.
Exército Síria Livre – está formado por vários grupos que se rebelaram contra Bashar al-Assad
após o começo do conflito em 2011. Recebem apoio da Turquia, Arábia Saudita e Catar.
Partido da União Democrática – formado pelos curdos, este grupo armado reivindica a
autonomia do povo curdo dentro da Síria. Desta maneira, curdos iraquianos e turcos se
envolveram nesta luta. Tanto o Exército Síria Livre quanto os curdos recebem o apoio dos
Estados Unidos, União Europeia, Austrália, Canadá, etc. No entanto, o presidente Barack
Obama e seu sucessor, Trump, se recusam a intervir militarmente na região.
Estado Islâmico – seu principal objetivo é declarar um califado na região. Apesar de terem
capturado cidades importantes, foram derrotados pelas potências ocidentais.
Além disso, o conflito é alimentado pela diferença sectária de sunitas e xiitas.
O conflito na Síria tem essa longa duração, principalmente, pela interferência estrangeira, que
garante o financiamento dos grupos armados e a manutenção da luta. Primeiramente, a participação
dos Estados Unidos no conflito ocorreu pelo apoio financeiro que o país ofereceu ao ELS e aos curdos.
Além disso, o crescimento do Estado Islâmico motivou os Estados Unidos a bombardearem
constantemente as posições dominadas por esse grupo. O governo norte-americano também
bombardeou instalações do Hezbollah na Síria, bem como instalações do governo sírio depois de
ataques químicos realizados por esse governo contra sua própria população.
A Rússia atua no conflito como principal aliada do governo de Bashar al-Assad. Os russos
impedem na ONU que o governante sírio sofra sanções e enviou tropas à Síria, a partir de 2015, para
auxiliar o exército sírio, que estava perdendo posições para os rebeldes. O apoio dado pelos russos
aos sírios foi fundamental para sustentar Bashar al-Assad no poder em seu pior momento na guerra.
Outro país que apoia o governo sírio é o Irã, com envio de tropas, armas e dinheiro.
A Turquia apoia o ELS e luta abertamente contra a milícia curda formada no norte da Síria.
Os curdos na Turquia são uma minoria perseguida, e o governo turco teme que o fortalecimento dos
curdos sírios influencie os curdos turcos. Inúmeros outros países atuaram direta ou indiretamente no
conflito, como Arábia Saudita e o Reino Unido.
3 CONSEQUÊNCIAS
Ao longo de 10 anos, a Guerra Civil Síria deixou consequências graves para esse país do
Oriente Médio. A guerra foi responsável por destruir a infraestrutura do país, colocou grande parte
da população local em situação de pobreza e foi responsável pela morte de milhares de pessoas.
Atualmente, fala-se que a guerra civil na Síria foi responsável pela morte de 600 mil pessoas.
Essa estatística foi disponibilizada pelo Observatório Sírio para os Direitos Humanos e inclui as
pessoas que estão oficialmente mortas e desaparecidos (que, dado o cenário do país, provavelmente,
são pessoas que faleceram e não tiveram seus corpos encontrados ou identificados).
Fala-se também em cerca de dois milhões de pessoas que foram feridas ao longo do conflito.
Entre essas pessoas, milhares ficaram com algum tipo de deficiência física permanente. Outra
consequência foi a grande quantidade de pessoas que foram forçadas a abandonar as suas casas.
Estima-se que, aproximadamente, 13 milhões de sírios abandonaram suas casas, dos quais,
sete milhões migraram no interior do território sírio, enquanto que outros seis milhões optaram por
fugir do país. Desse total, mais da metade se refugiou no interior da Turquia, o país no mundo que
mais recebeu refugiados sírios. A migração de milhões de sírios para a Europa resultou no que ficou
conhecido como crise dos refugiados.
A guerra colocou milhares de pessoas em situação delicada, e muitos têm dificuldade de
obter alimentos. Milhares de crianças tiveram suas chances de construir um futuro melhor destruídas
ao ficarem sem educação, e milhões de sírios sofrem com a destruição do sistema de saúde do país
ao longo desses 10 anos de guerra.
Os bombardeios que o país sofreu durante esse conflito fizeram com que cidades como Aleppo
ficassem inteiramente destruídas, e a imagem dessa destruição correu o mundo. Por fim, a Síria, ainda,
presenciou a destruição do seu patrimônio histórico cultural, com destaque para Palmira, que teve
sítios importantíssimos sendo destruídos pelo Estado Islâmico.
Depois de 10 anos de conflito, os observadores internacionais ainda não veem possibilidades
de término. Muitos acreditam que a Síria vai se tornar mais um país com instabilidade crônica, como
é o caso de Iraque e Afeganistão, por exemplo.
5 NEGOCIAÇÕES DE PAZ
Nenhuma das negociações de paz deu certo e, por conta disso, não se sabe quando a guerra
terá fim e se terá fim. Principalmente por conta que as intervenções estrangeiras seguem alimentando
o conflito. Além disso, nenhum dos lados envolvidos parece disposto a baixar armas, o que deixa a
Síria com o seu futuro bastante ameaçado.
Não há como prever o fim da guerra tão cedo, mas os negociadores concordam que é preciso
encontrar uma solução política e não bélica. Mas as nove rodadas de negociações de paz mediadas
pela ONU não avançaram, com o presidente Assad aparentemente sem vontade de negociar com
grupos de oposição que insistem que ele deve renunciar como parte de qualquer acordo.
O governo de Assad recuperou o controle das maiores cidades da Síria, mas grande parte do
país ainda está sob controle de rebeldes, jihadistas e das Forças Democráticas da Síria, sob a liderança
dos curdos. Não houve grandes mudanças nas frentes de batalha por dois anos. O último reduto da
oposição remanescente está na província de Idlib, no Noroeste, e em partes adjacentes de Hama, no
norte, e Aleppo, oeste do país.
A região é dominada por uma aliança jihadista ligada à al-Qaeda chamada Hayat Tahrir al-
Sham, mas também é o lar de facções rebeldes convencionais. Estima-se que na região vivam 2,7
milhões de pessoas desabrigadas, incluindo um milhão de crianças, muitas delas em condições
precárias.
Em março de 2020, a Rússia e a Turquia intermediaram um cessar-fogo para interromper uma
ofensiva do governo na tentativa de retomar Idlib. Desde então, o conflito tem tido um período de
relativa baixa atividade militar.
7 CURIOSIDADES
8 QUESTÕES
As respostas estão escritas em azul.
Desde que começamos a estudar história e geografia, lá quando éramos crianças ainda,
entendemos que a guerra, infelizmente, é uma realidade ligada à história da humanidade. Visto que
ela já esteve presente com os nossos antepassados e segue presente até a atualidade, e, sem dúvidas,
percorrerá no futuro também.
Em relação ao tema abordado, a Guerra Civil na Síria, entende-se que a situação é triste, pois
já se passaram vários anos e ainda não chegaram em um acordo. Com isso, a população sofre, não só
a da Síria, mas em geral, pois este é um conflito de grande complexibilidade. Assim sendo, interfere
nas diferentes áreas sociais, econômicas e até humanas.
REFERÊNCIAS
SABINO, Paulo Manuel Duarte et al. A Guerra Civil na Síria. 2018. Tese de Doutorado.
SOARES, João VS. A guerra civil na Síria: atores, interesses e desdobramentos. Observatório de
Conflitos Internacionais, Marília, v. 5, n. 1, p. 1-8, 2018.