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Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Faculdade de Formação de Professores


Departamento de Geografia
Disciplina: Organização do Espaço Geográfico Mundial I
Professor: Luiz Jardim
Aluno: Matheus Gomes

Objetivos e alvos do Estado Islâmico


O objetivo principal do Estado Islâmico é expandir o seu califado por
todo o Oriente Médio, que se pautaria pela sharia, a Lei Islâmica interpretada a
partir do Corão. Além disso, o EI busca estabelecer conexões na Europa e
outras regiões do mundo, com o propósito de realizar atentados que lhe
possam conferir autoridade por meio do terror.
A concepção de Jihad, ou Guerra Santa para o Islã, que o EI possui é a
mesma de outras organizações terroristas, como a Al-Qaeda ou o Boko Haram:
expandir o modelo teocrático radical islâmico de governo pelo mundo por meio
dos métodos terroristas, sobretudo contra alvos civis.
É curiosa a grande adesão de simpatizantes não islâmicos e,
frequentemente, de origem europeia às causas do EI. Muitos jovens do
Ocidente ofereceram-se para integrar o grupo e servir ao seu propósito
jihadista. Recentemente, o caso que mais chamou a atenção foi a adesão de
muitos jovens nascidos na ilha caribenha de Trinidad e Tobago ao EI.
Esse tipo de comportamento preocupa vários chefes de Estado de todo
o mundo, sobretudo pela possibilidade de infiltração que tais jovens, treinados
como terroristas, possam realizar em diferentes partes do mundo,
principalmente na Europa. A adesão de grande número de jovens pode estar
relacionada à sua marginalização na sociedade, aliada à alienação que estão
sujeitos no contato com ideologias fundamentalistas presentes em algumas
comunidades islâmicas.
http://g1.globo.com/mundo/noticia/estado-islamico-desenvolve-rede-social-
propria-diz-europol.ghtml

http://www.bbc.com/portuguese/brasil-36839598

Sobre o financiamento.

A organização radical "Estado Islâmico" (EI, ou ISIS em inglês) não


precisa se preocupar com recursos humanos. De todas as partes do mundo
chegam rapazes – e cada vez mais moças – para se engajar na campanha
violenta dos jihadistas. Alguns por convicção religiosa, outros porque acreditam
que, desta forma, podem ficar ao lado dos irmãos de fé. E há também aqueles
atraídos pela aventura e pelo impulso de extravasar violência.

Mas uma coisa parece comum a todos os milicianos: eles recebem um


salário. Um combatente comum ganha de 500 a 600 dólares por mês. Fazendo
as contas, chega-se a uma soma considerável já nos escalões superiores. O EI
também tem apoiado programas de caridade para beneficiar órfãos, viúvas e
feridos. Segundo o jornal Al-Araby al-Jadeed, o grupo terrorista dispõe, em
2015, de um orçamento de pelo menos 2 bilhões de dólares.

https://www.cartacapital.com.br/internacional/de-onde-vem-o-dinheiro-
do-estado-islamico-7231.html

Sobre o apoio:

Muitos países do Golfo são acusados de financiar o grupo extremista


Estado Islâmico (EI), que controla parte dos territórios do Iraque e da Síria, mas
nem tudo é tão simples em uma guerra como esta.
Segundo Michael Stephen, diretor do Royal United Services Institute (um
centro de pesquisa britânico sobre questões segurança) no Catar, aqueles que
estão lutando contra o grupo normalmente acusam o Catar, a Turquia e a
Arábia Saudita de serem os responsáveis pela existência do grupo.
Mas a verdade, diz Stephen, é mais complexa.
É verdade que alguns indivíduos ricos do Golfo financiaram grupos
extremistas na Síria, levando sacolas de dinheiro para a Turquia e entregando
milhões de dólares de uma só vez.
A prática era comum em 2012 e 2013, mas diminuiu desde então, e
responde por apenas uma pequena parte da renda total que flui para os cofres
do EI em 2014, diz o analista.
É verdade também, de acordo com Stephen, que a Arábia Saudita e o
Catar financiaram grupos sunitas ultraconservadores, acreditando que o
presidente sírio Bashar al-Assad cairia em breve e que o islamismo era o
verdadeiro veículo para seus objetivos políticos.

Ligações tênues-

Os grupos Liwa al-Tawhid, Ahrar al-Sham e Jaish al-Islam têm essas


características e ligações tênues com a Frente al-Nusra, uma ramificação
oficial da Al-Qaeda na Síria.
O Catar atraiu críticas especialmente por suas ligações duvidosas com
este grupo.
Por sua vez, a Turquia operava uma política de segurança altamente
questionável na fronteira, em que grandes quantidades de armas e dinheiro
eram levadas para a Síria, com o apoio do Catar e da Arábia Saudita.
Todos acreditavam que isso facilitaria o fim do regime Assad e colocaria
a Síria sob o poder sunita, quebrando a ligação xiita iraniana com o
Mediterrâneo.
No entanto, com a ascensão incontrolável do EI, esses grupos foram
destruídos por ele ou decidiram que era melhor se juntar ao time vencedor e
simplesmente desertaram, levando suas armas e dinheiro com eles.
Apenas a Al-Nusra se manteve firme, gerenciando uma tênue aliança
com o EI, mas ainda assim estima-se que ao menos 3 mil combatentes da Al-
Nusra trocaram de lado neste período.
Então, isso quer dizer que o Catar financiou o EI? Stephen diz que, a
príncipio, a resposta é não. Mas, indiretamente, uma combinação de políticas
ruins e ingenuidade levaram armas e dinheiro do Catar para as mãos do grupo.
A Arábia Saudita é também inocente de um financiamente direto do
grupo, mas, assim como o Catar, cometeu sérios erros na hora de escolher
seus aliados, por sua determinação em retirar o presidente Al-Assad do poder.
Stephen acredita que os dois países devem fazer um exame de
consciência neste momento, mas duvida que isso será feita em público.

Simpatia popular

Há questões ainda mais complexas, como a simpatia popular por um


grupo que age explicitamente contra os interesses dos xiitas – aliados aos
iranianos - na região e tem o apoio tático de mais pessoas no Golfo do que
muitos preferem admitir.
O horrendo atos cometidos pelo EI são difíceis de serem apoiados por
qualquer pessoa, mas seu objetivo de criar um califado é certamente atraente
para algumas correntes do pensamento islâmico.
Muitos daqueles que apoiam este objetivo já foram à Síria para lutar e
morrer pelo EI e outros grupos extremistas. Outros apenas expressam seu
apoio de forma passiva e continuarão a fazer isso por muitos anos.
O grupo tem se destacado de qualquer outro nos êxitos nos combates e
na sua campanha de sucesso em diferentes idiomas para atrair homens e
mulheres jovens à sua causa.
Em qualquer atividade - da luta armada, passando pela organização e
pela hierarquia -, o IE está anos-luz à frente das outras facções que atuam na
região.
O EI já apresenta o que parece ser o início da estrutura de um semi-
Estado - ministérios, tribunais e até mesmo um sistema tributário rudimentar,
que exige dos cidadãos bem menos do que Al-Assad exigia na Síria.
É dessa forma consistente que o grupo tem atuado desde que começou
sua tomada de território no início de 2013.
Ao tomar o controle de uma cidade, o EI rapidamente garante o controle
de fontes de água, do petróleo e derivados nesta área, centralizando a sua
distribuição e tornando sua população dependente do grupo.
Dependência e apoio não são a mesma coisa, mas é impossível
quantificar o número de "cidadãos" do EI que apoiam o grupo por vontade
própria ou por simplesmente estarem se curvando ao seu poder em busca de
estabilidade ou por medo.

Economia

Para entender como a economia do EI funciona, é preciso mergulhar no


pantanoso mundo de atravessadores e negócios questionáveis.
O EI exporta cerca de 9 mil barris de petróleo por dia por preços que
variam entre US$ 25 e US$ 45.
Parte destes barris vai para a Turquia por meio de atravessadores
curdos. Outra parte é destinada ao consumo interno. E uma terceira leva vai
para o regime de Al-Assad, que, por mais paradoxal que seja, vende armas
para o grupo.
"É a economia tradicional de uma guerra", destaca o analista Wladimir
van Wilgenburg.
De fato, estes negócios escusos e alianças incomuns estão começando
a se tornar parecidos com os eventos da guerra civil no Líbano, em que os dois
lados do conflito também fechavam negócios entre si.
O ponto mais importante é que o EI consegue se autofinanciar. Não
pode ser isolado do mundo, porque está intimamente ligado ao status quo
regional e isso beneficia não apenas o grupo, mas também as pessoas com
quem ele luta.
A questão maior ainda é se este pilar tão importante na região que ele
não possa vir a ser derrotado.
Sem uma intervenção militar ocidental, isto é improvável, porque as
tribos sunitas iraquianas não tem poder de fogo ou os recursos necessários,
assim como os Exércitos do Iraque e da Síria.

http://www.bbc.com/portuguese/noticias/
2014/09/140901_quem_apoia_estado_islamico_an

Qual era a situação na Síria antes da guerra - e o que levou ao


conflito?

Antes do início do conflito, muitos sírios se queixavam de um alto nível


de desemprego, corrupção em larga escala, falta de liberdade política e
repressão pelo governo Bashar al-Assad - que havia sucedido seu pai, Hafez,
em 2000.
Em março de 2011, adolescentes que haviam pintado mensagens
revolucionárias no muro de uma escola na cidade de Deraa, no sul do país,
foram presos e torturados pelas forças de segurança.
O fato provocou protestos por mais liberdades no país, inspirados na
Primavera Árabe - manifestações populares que naquele momento se
estendiam pelos países árabes.
Quando as forças de segurança sírias abriram fogo contra os ativistas -
matando vários deles -, as tensões se elevaram e mais gente saiu às ruas. Os
manifestantes pediam a saída de Assad.
A resposta do governo foi sufocar as divergências, o que reforçou a
determinação dos manifestantes. No fim de julho de 2011, centenas de
milhares saíram às ruas em todo o país exigindo a saída de Assad.

6. Como começou a guerra civil?

À medida que os levantes da oposição aumentavam, a resposta violenta


do regime se intensificava. Simpatizantes do grupo antigoverno começaram a
pegar em armas - primeiro para se defender e depois para expulsar as forças
de segurança de suas regiões.
Assad prometeu "esmagar" o que chamou de "terrorismo apoiado por
estrangeiros" e restaurar o controle do Estado.
A violência rapidamente aumentou no país: grupos rebeldes se reuniram
em centenas de brigadas para combater as forças oficiais e retomar o controle
das cidades e vilarejos.
Em 2012, os enfrentamentos chegaram à capital, Damasco, e à segunda
cidade do país, Aleppo.
O conflito já havia, então, se transformado em mais que uma batalha
entre aqueles que apoiavam Assad e os que se opunham a ele - adquiriu
contornos de guerra sectária entre a maioria sunita do país e xiitas alauítas, o
braço do Islamismo a que pertence o presidente.
Isto arrastou as potências regionais e internacionais para o conflito,
conferindo-lhe outra dimensão.
Em junho de 2013, as Nações Unidas informaram que o saldo de mortos
já chegava a 90 mil pessoas.

7. Quem está lutando contra quem?

A rebelião armada da oposição evoluiu significativamente desde suas


origens.
O número de membros da oposição moderada secular foi superado pelo
de radicais e jihadistas - partidários da "guerra santa" islâmica. Entre eles estão
o autointitulado Estado Islâmico e a Frente Nusra, afiliada à al-Qaeda.
Os combatentes do EI - cujas táticas brutais chocaram o mundo -
criaram uma "guerra dentro da guerra", enfrentando tanto os rebeldes da
oposição moderada síria quanto os jihadistas da Frente Nusra.
Também combatem o Exército curdo, um dos grupos que os Estados
Unidos estão apoiando no norte da Síria.
Desde 2014, os EUA, junto com o Reino Unido e a França, realizam
bombardeios aéreos no país, mas procuram evitar atacar as forças do governo
sírio.
Já a Rússia lançou em 2015 uma campanha aérea com o fim de
"estabilizar" o governo após uma série de derrotas para a oposição.
A intervenção russa possibilitou vitórias significativas das forças sírias. A
maior delas foi a retomada da cidade de Aleppo, um dos principais redutos dos
grupos de oposição, em dezembro de 2016.
Os rebeldes moderados têm requisitado armas antiaéreas ao Ocidente
para responder ao poderio do governo sírio. Mas Washington e seus aliados
têm procurado controlar o fluxo de armas por medo de que acabem indo parar
nas mãos de grupos jihadistas.

8. Qual é o envolvimento das potências internacionais?

Na era Obama, os Estados Unidos culpavam Assad pela maior parte das
atrocidades cometidas no conflito e exigiam que ele deixasse o poder como
pré-condição para a paz.
Trump, por sua vez, dizia que derrubar o presidente sírio não era uma
prioridade, mas sim derrotar o Estado Islâmico - e que Assad era um aliado
nessa batalha. Após o aparente ataque químico ocorrido na última terça,
porém, seu discurso mudou.
Já a Rússia apoia a permanência de Assad no poder, o que é crucial
para defender os interesses de Moscou no país.
O Irã, de maioria xiita, é o aliado mais próximo de Bashar al-Assad. A
Síria é o principal ponto de trânsito de armamentos que Teerã envia para o
movimento Hezbollah no Líbano - a milícia também enviou milhares de
combatentes para apoiar as forças sírias.
Estima-se que os iranianos já tenham desembolsado bilhões de dólares
para fortalecer as forças sírias, provendo assessores militares, armas, crédito e
petróleo.
Contrapondo-se à influência do Irã, a Arábia Saudita, principal rival de
Teerã na região, tem enviado importante ajuda militar para os rebeldes,
inclusive para grupos radicais.
Outro aliado importante dos rebeldes sírios, a Turquia tem buscado
limitar o apoio dos EUA às forças curdas, que acusam de apoiar rebeldes do
PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão).
Os rebeldes da oposição síria têm ainda atraído apoio em várias
medidas de outras potências regionais, como Catar e Jordânia.

9. Por que a guerra está durando tanto?

Um fator chave é a intervenção de potências regionais e internacionais.


Seu apoio militar, financeiro e político tanto para o governo quanto para
a oposição tem contribuído diretamente para a continuidade e intensificação
dos enfrentamentos, e transformado a Síria em campo para uma guerra
indireta.
A intervenção externa também é responsabilizada por fomentar o
sectarismo no que costumava ser um Estado até então secular (imparcial em
relação às questões religiosas).
As divisões entre a maioria sunita e a minoria alauita no poder alimentou
atrocidades de ambas as partes, não apenas causando a perda de vidas, mas
a destruição de comunidades, afastando a esperança de uma solução pacífica.
A escalada de terror causada por grupos jihadistas como o EI - que
aproveitou a fragilidade do país para tomar o controle de vastas partes de
território no norte e leste - acrescentou outra dimensão ao conflito.

10. Qual é o impacto da guerra?

O enviado da ONU para a Síria, Steffan de Mistura, estimou que a


guerra já matou 400 mil pessoas.
Para a organização Observatório Sírio de Direitos Humanos, sediada em
Londres, até setembro a cifra de mortos passava de 465 mil.
Já o Centro Sírio para Pesquisa de Políticas, outro grupo de estudos,
calcula que o conflito já tenha causado a morte de mais de 470 mil pessoas.
Segundo a ONU, até fevereiro de 2016 mais de 5 milhões de pessoas
haviam fugido do país - a maioria mulheres e crianças.
O êxodo de refugiados, um dos maiores da história recente, colocou sob
pressão os países vizinhos - Líbano, Jordânia e Turquia.
Cerca de 10% deles buscam asilo na Europa, provocando divisões entre
os países do bloco europeu sobre como dividir essas responsabilidades.
E as estatísticas terríveis não param por aí.
A ONU disse que são necessários US$ 3,2 bilhões para prover ajuda
humanitária a 13,5 milhões de pessoas - incluindo seis milhões de crianças - no
país.
Além disso, 70% da população não tem acesso a água potável, uma em
cada três pessoas não consegue suprir as necessidades alimentares básicas,
mais de 2 milhões de crianças não vão à escola e uma em cada cinco
indivíduos vive na pobreza.
As partes em conflito têm complicado ainda mais a situação ao recusar o
acesso das agências humanitárias aos necessitados.

http://www.bbc.com/portuguese/internacional-37472074

Atuação na internet

O grupo terrorista EI (Estado Islâmico) teria criado a sua própria rede


social para unir seguidores de todo o mundo e promover seus ideais radicais.
Com o nome de Khelafabook, a rede parece muito com o Facebook,
mas ainda não está finalizada.
A ameaça de hackers pode ser uma das razões para a instabilidade
atual da Khelafabook.
As páginas ainda estão em fase de teste, o que significa que o registro
ainda é impossível.
Estado Islâmico estimula jihadistas a postarem imagens "fofas" com
gatinhos
"Cibercalifado" ataca conta no Twitter da Newsweek e ameaça família
Obama
Um vez estabilizada, a reda poderia, teoricamente, servir como um
substituto para os adeptos do EI que estão na lista negra do Facebook e
Twitter, sendo que ambos fecharam milhares de contas relacionadas ao grupo
nos últimos meses.
De acordo com a página de Khelafabook, esta rede social estará
disponível em inglês, alemão, espanhol, indonésio, javanês, turco e português,
mas, curiosamente, não há nenhuma menção ao árabe.
O site é hospedado pelo provedor americano GoDaddy e o responsável
pela rede é o líder Abu Musab, que vive em Mosul, uma cidade iraquiana
dominada pelo EI.

http://noticias.r7.com/internacional/estado-islamico-abre-sua-propria-
rede-social-em-alternativa-ao-facebook-e-twitter-10032015

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