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A guerra civil na Síria

A Guerra Civil Síria, conflito que acontece desde 2011, foi iniciada pelos


protestos da Primavera Árabe. A Síria é governada de maneira ditatorial por
Bashar al-Assad desde 2000 e pela família al-Assad desde a década de 1970e
da mesma forma que na Líbia, o governo se negou a negociar e começou a
reprimir violentamente a população, iniciando uma guerra civil pelo controle do
Estado.
A repressão do regime de Bashar al-Assad contra grupos considerados
rebeldes foi responsável pela destruição material e econômica daquele país,
causando a evasão de parte da população. Ao todo, os refugiados sírios
somam mais de 6 milhões em todo o mundo. No Brasil, essa população é de
cerca de quase 4 mil pessoas, informam dados da Agência das Nações Unidas
para Refugiados. Outro grupo de monitoramento, o Centro de Documentação
de Violações, que conta com informações de ativistas de todo o país, registrou
o que considera violações do Direito Internacional Humanitário e da Declaração
Internacional dos Direitos Humanos, incluindo ataques a civis.
A entidade registrou 226.374 mortes na Síria, incluindo 135.634 civis, até
dezembro de 2020.
Quase 12 mil crianças foram mortas ou feridas, de acordo com a Unicef, a
agência da ONU para a infância.

Quais são os lados envolvidos na guerra?

Os principais apoiadores do governo têm sido a Rússia e o Irã. A Turquia, as


potências ocidentais e vários países do Golfo apoiaram a oposição em vários
graus na última década.
A Rússia - que já tinha bases militares na Síria antes da guerra - lançou uma
campanha aérea em apoio a Assad em 2015, o que foi crucial para virar a
guerra a favor do governo. Os militares russos dizem que seus ataques visam
apenas "terroristas", mas ativistas dizem que matam rebeldes e civis
regularmente.
Acredita-se que o Irã mobilizou centenas de soldados e gastou bilhões de
dólares para ajudar Assad. Milhares de milicianos xiitas armados, treinados e
financiados pelo Irã — principalmente do movimento Hezbollah do Líbano, mas
também do Iraque, Afeganistão e Iêmen — também lutaram ao lado do exército
sírio.

Como o país foi afetado?

Em janeiro de 2021, 13,4 milhões de pessoas dentro da Síria precisavam de


alguma forma de assistência humanitária, incluindo 6 milhões em extrema
necessidade, de acordo com a ONU. Mais de 12 milhões tinham dificuldade em
se alimentar todos os dias. E meio milhão de crianças sofriam de desnutrição
crônica.
No ano passado, a crise humanitária foi agravada por uma desaceleração
econômica sem precedentes, que viu o valor da moeda síria cair drasticamente
e os preços dos alimentos atingirem recordes históricos. O país também sofreu
com a pandemia de covid-19, mas a verdadeira extensão do estrago causado
não é conhecida, já que o sistema de saúde do país está devastado.
Quem está no controle do país agora?

O governo de Assad recuperou o controle das maiores cidades da Síria, mas


grande parte do país ainda está sob controle de rebeldes, jihadistas e das
Forças Democráticas da Síria, sob a liderança dos curdos.

Quando a guerra vai acabar?

Não há como prever o fim da guerra tão cedo, mas os negociadores concordam que é
preciso encontrar uma solução política e não bélica.
O Conselho de Segurança da ONU que que haja um órgão de governo de transição
"formado com base no consentimento mútuo". Mas as nove rodadas de negociações
de paz mediadas pela ONU não avançaram, com o presidente Assad aparentemente
sem vontade de negociar com grupos de oposição que insistem que ele deve
renunciar como parte de qualquer acordo.
A Rússia, o Irã e a Turquia estabeleceram diálogos paralelos em 2017. Um acordo foi
alcançado no ano seguinte para formar um comitê de 150 membros para a criação de
uma nova constituição, levando a eleições livres e justas supervisionadas pela ONU.
Mas em janeiro de 2021, o enviado especial da ONU Geir Pedersen lamentou que eles
nem mesmo haviam começado a redigir qualquer documento.
Pedersen também observou que, com cinco exércitos estrangeiros ativos na Síria, a
comunidade internacional não pode fingir que as soluções para o conflito estão apenas
nas mãos dos sírios

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