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Conflito israelo-palestino.

NACIONALIDADE ETNIA RELIGIÃO GRUPO POLÍTICO


Que é membro de Grupo com a mesma crença na existência Grupo com objetivo
um Estado história, com a de um poder ou de reivindicar algum
mesma cultura princípio superior, direito e/ou
sobrenatural conquistar o poder.
Brasileiro, argentino, Palestino, árabe, Muçulmano, judeu, Hamas, Hezbollah,
portugês, francês, israelita, persa, tupi, cristão, budista, Jihad Islâmica, Fatah,
saudita (Arábia tupinambá, Iorubá, candomblecista,
Saudita), israelense , nagô, espírita, hindu,
sírio, egípcio,
iraniano...

NACIONALIDADE: no Direito, é o vínculo jurídico-político de direito público interno entre uma pessoa e um
Estado. A nacionalidade pressupõe que a pessoa tenha determinados direitos frente ao Estado de que é nacional,
como o direito de residir e trabalhar no território do Estado, os direitos de votar e de ser votado (estes, conhecidos
como de cidadania), o direito de não ser expulso ou extraditado e o direito à proteção do Estado (inclusive a
proteção diplomática e a assistência consular, quando o nacional se encontra no exterior), dentre outros. O Brasil já
trouxe (repatriou) centenas de brasileiros que estão nas áreas conflagradas (em guerra).
ETNIA é uma categoria de pessoas que se identificam mutuamente, geralmente com base em uma genealogia ou
ancestralidade comum presumida ou em semelhanças de língua, história, sociedade, cultura ou nação em comum.
RELIGIÃO é geralmente definida como um sistema sociocultural de comportamentos, práticas, moralidades,
crenças, visões de mundo, textos considerados sagrados, lugares santificados, profecias, ética ou organizações, que
geralmente relacionam a humanidade com elementos sobrenaturais, transcendentais e espirituais;[1] no entanto, não
há consenso acadêmico sobre o que precisamente constitui uma religião.
PARTIDO POLÍTICO é um grupo organizado, legalmente formado, com base em formas voluntárias de
participação numa associação orientada para ocupar o poder político. Quando não é legalmente organizado, é
melhor se chamar de grupo político.
Entenda o conflito entre Israel e Palestina
Guerra iniciada há pouco mais de uma semana já matou mais de 4 mil pessoas, mas animosidade entre as duas
nações dura décadas; entenda.
Os recentes acontecimentos na região da Faixa de Gaza e Israel chamaram a atenção do mundo para um
conflito que há décadas perdura na região. Em uma semana, mais de 4 mil pessoas morreram, após o Hamas, grupo
terrorista da Faixa de Gaza, atacar Israel e desencadear uma guerra.

ISRAEL. Apesar da história milenar de seu povo, Israel como país é novo. Criado em 1948, após os horrores contra
os judeus na Segunda Guerra Mundial, hoje conta com uma população de pouco mais de 9 milhões de pessoas.
De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), Israel ocupou a 14ª posição no ranking de países pelo
PIB per capita de 2022, à frente de países como Alemanha, Reino Unido, França e Itália.
No início de sua existência, o país se mantinha com as doações vindas de judeus do mundo todo,
principalmente dos Estados Unidos e com a produção agrícola. Atualmente a economia é pautada em tecnologia,
com uma indústria baseada principalmente em inovações tecnológicas para as áreas médica, agrícola,
telecomunicações, hardware e software, energia solar, processamento de alimentos e química fina (fabricação de
remédios).
Em uma região marcada pela escassez de água, há muito incentivo e estímulo em pesquisa e inovação de
novas técnicas de agricultura e abastecimento de água. O país tem um dos maiores poderes bélicos do planeta, além
de uma inteligência militar respeitada no mundo todo.

FAIXA DE GAZA. A Faixa de Gaza é um pequeno território de 41 km de comprimento por seis a 12 km de


largura, dependendo do trecho, na qual se concentra uma das maiores densidades demográficas do planeta Terra,
com cerca de dois milhões de habitantes, sobretudo de ascendência árabe e fé islâmica.
Juntamente com a Cisjordânia, a Faixa de Gaza forma a Palestina, que busca reconhecimento internacional
como um Estado. Contrastando com Israel, a Faixa de Gaza é dos territórios mais pobres do globo.
Economicamente, predominam atividades informais no comércio e nos serviços.
A Faixa de Gaza é representada internacionalmente pela Organização para a Libertação da Palestina (OLP),
porém, localmente, é dominada pelo grupo extremista Hamas.

O CONFLITO ATUAL. A região vive sob tensão desde a criação de Israel em 1948. A situação mudou com o
ataque, coordenado pelo Hamas, a vários pontos de Israel em 7 de outubro, um dia depois da última guerra entre
judeus e árabes - a guerra do Yom Kippur ter completado 50 anos. “Israel tem um escudo antimísseis, então se um
míssil é lançado no território deles eles conseguem abater essencial no ar automaticamente e o Hamas conseguiu
atacar, lançando uma grande quantidade - aproximadamente mil mísseis -, o que sobrecarregou o escudo levando
muitos desses mísseis atingirem alvos no sul de Israel”, completou. Os ataques atingiram alvos civis, causando
centenas de mortos e milhares de feridos. O grupo terrorista também atacou pelo mar e por terra, causando mortes
em vilarejo e em um festival musical. De acordo com o professor, desde 1948 não havia um ataque tão violento em
solo israelense.
A guerra foi declarada no dia seguinte pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que convocou
milhares de reservistas. “Isso também é algo sem precedentes porque nas últimas décadas você tem ataques da
Palestina e reações por parte de Israel, às vezes um bombardeiro, uma operação, mas nada desse porte. Isso é um
sinal de que é vai haver uma operação de grande porte, com certeza com consequências de conotação histórica de
grande proporção”, comentou Bertolino.

AS RAÍZES DO PROBLEMA
A animosidade entre israelenses e palestinos se deve à ocupação do território. Sempre que se fala sobre Israel
e Palestina se acende um debate de quem estava lá antes, como se essa questão da historicidade desse legitimidade
para esse ou aquele povo”, analisa o professor.
Bertolino explica que, em termos técnicos, o povo mais antigo a habitar essa região são os judeus, a civilização
deles na antiguidade conhecida como a civilização dos hebreus, que já habitavam a região do Vale do Rio Jordão
desde 1,5 mil anos antes de Cristo.
Isso começou a mudar no século I A.C. quando os romanos dominam a região, expandindo seu império,
causando a diáspora (dispersão, expulsão de uma população ou povo de seu território) hebraica. Para manter seus
costumes e fé, os hebreus fogem da região, se espalhando por regiões variadas como norte da África e da Europa.
Os que ficaram foram aculturados por Roma. “Curiosamente são os hebreus que partem para a vida no exílio que
mantém os valores, as traduções. Eles tinham o hábito da endogamia (união entre indivíduos aparentados),
realizando casamento entre pessoas do mesmo grupo, garantindo a manutenção dos aspectos étnicos e culturais,
mesmo vivendo longe da terra natal”, explicou o professor.
Após a queda do império romano na região, há a chegada dos árabes a partir do século VII. “O império árabe
se forma com o Profeta Maomé, que unifica a Arábia em 630 D.C. usando o Islamismo como ferramenta e os
árabes se espalham até 750 D.C., se estabeleceram ali, contribuindo para a proliferação da cultura árabe e do Islã
nessa região.”
Em contrapartida, os judeus permaneceram dispersos pela Europa e outras localidades, muitas vezes sofrendo
preconceito e racismo. Em um destes acontecimentos, o rei Fernando expulsou a todas da Espanha, no século XV.

Quando os judeus retornaram? A retomada da região pelo povo judeu no século XIX, quando surge o chamado
movimento sionista, que se manifestou por meio da comunidade judaica europeia, que defendia a restauração de
um Estado judeu independente e incentivava judeus do mundo a irem para o Vale do Rio Jordão, que na época era
dominado pelo império turco-otomano, de origem mulçumano, formassem comunidades e até lutassem com os
povos que lá tinham se estabelecido para garantir a posse do território.
Começou a formação dos kibutz, espécie de mini comunidades de judeus que viviam da agricultura e habitava
a região e também resistiam com armas a qualquer pressão. Neste momento começaram as primeiras tensões entre
árabes e judeus na região.
O Estado de Israel foi formado décadas depois, após a Segunda Guerra Mundial. “Após os nazistas
exterminarem em ritmo industrial aproximadamente 6 milhões de judeus - além de outras minorias como ciganos, e
grupos que eles tinham como divergentes como homossexuais e comunistas – e a criação da Organização das
Nações Unidas (ONU), há uma certa sensibilização com essa comunidade e com esse povo que foi vítima dessa
atrocidade. E aí começou um esforço tanto da ONU como de países como Estados Unidos para apoiar o movimento
sionista”, explicou o professor. Isso foi possível por meio de uma mediação da ONU e da Inglaterra – que
controlava a região desde o final da Primeira Guerra Mundial – e “cedeu” o território para que judeus pudessem é
voltar é para sua terra de origem e, em 1948 é fundado Israel.
O plano da ONU era de criar dois estados – Estado de Israel e o estado da Palestina (nunca criado), um judeu e
um árabe –, deixando Jerusalém – sagrada para os dois povos – como uma cidade que seria administrada pela
comunidade internacional, que não pertenceria a nenhum deles. Israel não respeita até hoje os limites criados e vai
expulsando e expandindo seu território, toamdo do que seria território do Estado da Palestina.

AS GUERRAS DE ISRAEL
Após sua criação, Israel sofreu tentativas de invasão, que geraram conflitos armados:
Guerra de Independência – durou de 1948 a 1949. Contra a criação de uma nação judaico próximo aos seus
territórios, países vizinhos liderados pelo Egito, Síria e Jordânia atacaram o país recém-fundado. Com a ajuda de
armas dos Estados Unidos e da Inglaterra Israel revidou e tomam algumas terras que seriam originalmente de
direito dos palestinos, como retaliação pelo ataque, fazendo sua primeira expansão.
Guerra dos Seis Dias - Junho de 1967 - O serviço secreto de Israel, o Mossad, diz ter evidências de estar se
formando uma colisão contra o país, composta novamente por Egito, Síria e Jordânia, com apoio do Iraque. Sob
este pretexto, Israel toma iniciativa e começa a Guerra dos Seis Dias. “É considerada uma operação militar das
mais bem sucedidas do século XX, porque em seis dias. Ao invés de esperar, os israelenses atacam, de forma
preventiva e com força total o Egito e Síria principalmente. Para se ter uma ideia, mais de metade da força aérea
egípcia, é abatida em terra”, diz o professor.
Após este ataque, Israel anexa o deserto do Sinai, que pertencia ao Egito e as Colinas de Golan que pertence a
Síria e quase dobra de tamanho. Também neste confronto, a Palestina reduz de tamanho e é separada em duas
regiões sem ligação territorial: a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, que tem Israel no meio.
Guerra do Yom Kippur – 6 de outubro a 26 de outubro de 1973 - No feriado do Dia do Perdão (Yom Kippur )
Israel sofre um ataque, em mais uma demonstração do repúdio dos árabes à presença judaica na região, bem como
o incômodo com a criação do Estado de Israel. Mais uma vez a Síria e Egito atacam com força total com o objetivo
de recuperar os territórios perdidos na Guerra dos Seis Dias e mais uma vez fracassaram.

Grupos de resistência
Depois de 1973 não há mais nenhum conflito entre Israel e os países vizinhos. Mas começaram a surgir na
Palestina grupos de resistência contra o governo de Israel. Esta resistência vai desde a revolta espontânea da
população como a primeira intifada, em 1987, quando um grande número de palestinos enfrentaram os militares de
Israel com paus e pedras, após um caminhão militar atropelar e matar quatro jovens palestinos, até a formação de
grupos organizados extremistas como um Hamas – responsabilizado pela atual guerra – e que promoveram ataques
terroristas ao ao longo dos anos 80 dos anos 90 e mesmo nos anos 2000.
“Quase sempre são ataques covardes, que miram alvos civis. Só que também Israel reage com uma força
desproporcional, muitas vezes bombardeando bairros na Faixa de Gaza ou é lançando operações terrestres muito
violentas que também resultam na morte de civis e acaba contribuindo para o aumento dessa animosidade”,
afirmou o professor.

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