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Resumo: Conflito Israel x Hamas

Isadora Kamille de Morais Gonçalves


Direito Civil – Jeferson Fernandes Pereira
Anhanguera Taguatinga Shopping

ENTENDENDO O CONFLITO
No sábado dia 7/10/2023, o grupo militante palestino Hamas lançou
um ataque sem precedentes contra Israel, com centenas de combatentes
infiltrados nas comunidades próximas à Faixa de Gaza. Pelo menos 1,3 mil
israelenses foram mortos e dezenas de soldados e civis, incluindo mulheres e
crianças, são mantidas em Gaza como reféns. Milhares de palestinos também
foram mortos em inúmeros ataques aéreos do exército israelense à Faixa de
Gaza, em represália às ações do Hamas.

Israel impôs um bloqueio total ao território, impedindo a entrada de


alimentos, combustíveis e outros bens essenciais. Israel também está reunindo
suas forças ao longo da fronteira com a Faixa de Gaza e os palestinos estão se
preparando para uma operação em terra que poderá aumentar ainda mais o
número de mortos.

ISRAEL ANTES DE 1948 E A DECLARAÇÃO DE BALFOUR

O Reino Unido assumiu o controle da região conhecida como Palestina


após a Primeira Guerra Mundial. Até então, ela era governada pelo Império
Otomano, que foi vencido no conflito.

A região era habitada por uma minoria judaica e uma maioria árabe,
além de outros grupos étnicos menores. A tensão entre judeus e muçulmanos
aumentou quando a comunidade internacional concedeu aos britânicos a tarefa
de formar um "lar nacional" para o povo judeu na Palestina.

A decisão foi uma consequência da Declaração Balfour de 1917 uma


promessa do então secretário britânico do Exterior Arthur Balfour (1848-1930) à
comunidade judaica do Reino Unido. A declaração resultou no Mandato
Britânico da Palestina, endossado pela recém-criada Liga das Nações (a
organização precursora das Nações Unidas) em 1922.

Para os judeus, a Palestina era o seu lar ancestral. Mas os árabes


palestinos também reivindicavam a região e se opuseram à mudança. Entre as
décadas de 1920 e 1940, aumentou o número de judeus que chegavam à
região. Muitos deles fugiam das perseguições na Europa, especialmente do
Holocausto nazista na Segunda Guerra Mundial.

E também aumentou a violência entre judeus e muçulmanos, e contra o


mandato britânico. Em 1947, as Nações Unidas decidiram dividir a Palestina
em dois Estados separados, um judeu e o outro, árabe. Jerusalém se tornava
então uma cidade internacional. O plano foi aceito pelos líderes judeus. Mas os
árabes o rejeitaram e a ideia nunca foi implementada.

COMO FOI CRIADO O ESTADO DE ISRAEL

Incapazes de resolver o problema, os britânicos se retiraram em 1948 e


os líderes judeus declararam à criação do Estado de Israel. A intenção era que
o novo país servisse de destino seguro para os judeus perseguidos, além de
oferecer um território nacional para o povo judeu. As lutas entre as milícias
árabes e judaicas se intensificaram por meses e, um dia depois de Israel
declarar a criação do seu Estado, cinco países árabes atacaram o território.

Centenas de milhares de palestinos fugiram ou foram forçados a sair de


casa, no episódio conhecido como Al-Nakba (a "Catástrofe"). Um cessar-fogo
pôs fim aos combates no ano seguinte, quando Israel controlava a maior parte
do território.

A Jordânia ocupou a região a oeste do rio Jordão (a Cisjordânia) e o


Egito ocuparam a Faixa de Gaza. Jerusalém foi dividida entre as forças
israelenses, no lado ocidental, e as forças da Jordânia, a leste. Mas, como
nunca foi assinado um tratado de paz, as guerras e os combates prosseguiram
ao longo das décadas seguintes.
Durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel ocupou Jerusalém
Oriental e a Cisjordânia, além da maior parte das Colinas de Golã, na Síria, a
Faixa de Gaza e a península do Sinai, no Egito.

A maioria dos refugiados palestinos e seus descendentes vivem na


Faixa de Gaza, na Cisjordânia e nos países vizinhos, Jordânia, Síria e Líbano.
Israel não permitiu que nem eles, nem seus descendentes, retornassem às
suas casas. O país afirma que o seu retorno sobrecarregaria o país e
ameaçaria sua existência como Estado judeu.

Até hoje, Israel ocupa a Cisjordânia e reivindica toda a


cidade de Jerusalém como sua capital. Já os palestinos
reivindicam Jerusalém Oriental como a capital de um futuro
Estado palestino. Os Estados Unidos são um dos poucos países
do mundo que reconhecem a cidade como capital de Israel.

Nos últimos 50 anos, Israel estabeleceu assentamentos na


Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, onde vivem hoje mais de
700 mil judeus. O Conselho de Segurança da ONU e os governos
de vários países, incluindo o Reino Unido, consideram que esses
assentamentos infringem as leis internacionais. Israel rejeita a
acusação.

A FAIXA DE GAZA

Gaza é uma estreita faixa de terra que se estende entre Israel e o mar
Mediterrâneo, com uma pequena fronteira com o Egito, ao sul. O território tem
apenas 41 km de comprimento por 10 km de largura e abriga mais de dois
milhões de habitantes. É um dos lugares mais densamente povoados do
planeta. Após a guerra de 1948 a 1949, a Faixa de Gaza foi ocupada pelo Egito
por 19 anos.

Israel ocupou a Faixa de Gaza na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e ali
permaneceu até 2005. Foram construídos assentamentos judeus nesse
período.Israel retirou suas tropas e os assentamentos em 2005, mas manteve
o controle do espaço aéreo da região, da fronteira comum e da linha costeira. A
ONU ainda considera o território ocupado por Israel.

ISRAEL VS HAMAS

A Faixa de Gaza é governada pelo grupo militante islâmico Hamas, cujo


objetivo é destruir o Estado de Israel. O grupo é considerado terrorista pelo
Reino Unido e por diversas outras potências mundiais. O Hamas venceu as
últimas eleições palestinas em 2006 e assumiu o controle da Faixa de Gaza no
ano seguinte, depondo o movimento rival Fatah, do presidente da Autoridade
Nacional Palestina, Mahmoud Abbas.

Desde então, os militantes da Faixa de Gaza travaram diversas guerras


contra Israel. Junto com o Egito, Israel manteve o bloqueio parcial sobre o
território para isolar o Hamas e tentar impedir os ataques, particularmente os
disparos indiscriminados de foguetes sobre cidades israelenses. Os palestinos
da Faixa de Gaza afirmam que as restrições impostas por Israel e seus
ataques aéreos sobre áreas densamente povoadas são uma forma de punição
coletiva.

Este ano é o mais mortal já registrado para os palestinos na Cisjordânia


ocupada e em Jerusalém Oriental. Eles também reclamam das restrições e
ações militares sendo conduzidas naquelas regiões, em resposta aos ataques
mortais a israelense. Estas tensões podem ter sido parte das razões do recente
ataque do Hamas. Mas os militantes também podem estar buscando aumentar
sua popularidade entre os palestinos comuns. Suas ações incluem a
manutenção de reféns para pressionar Israel a libertar alguns dos cerca de 4,5
mil palestinos mantidos nas prisões israelenses.

A União Europeia, os Estados Unidos e outras nações


ocidentais condenaram os ataques do Hamas a Israel.
Os Estados Unidos são o principal aliado de Israel. Ao longo
dos anos, os norte-americanos forneceram ao Estado judeu
mais de US$ 260 bilhões (cerca de R$ 1,3 bilhão) em ajuda
militar e econômica e prometeram enviar mais equipamentos e
munições.

Os Estados Unidos também anunciaram o envio de um


porta-aviões, jatos e outros navios para o leste do Mediterrâneo.
A Rússia e a China se recusaram a condenar o Hamas e afirmam
que estão mantendo contato com os dois lados do conflito. O
presidente russo, Vladimir Putin, culpou a política norte-
americana pela falta de paz no Oriente Médico.

Já o Irã, uma potência da região, é um dos principais


apoiadores do Hamas e de outro inimigo regional de Israel, o
movimento libanês Hezbollah. O papel iraniano nos recentes
ataques já foi questionado, depois dos relatos de que o país
teria dado sinal verde para as ações do Hamas dias antes da
sua execução. Mas Teerã negou qualquer envolvimento com o
episódio.

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