Conflitos e tensões no mundo

Acreditou-se que após a queda do Muro de Berlim, em 1989, com o fim da bipolaridade, haveria um período de
valorização dos preceitos democráticos e início de uma era de paz, mas isso não ocorreu.
Houve um aumento de conflitos internos. Segundo o relatório Barômetro dos conflitos 409 conflitos aconteceram
em 2015 (mapa p. 214)
Houve um forte aumento no início da década de 1990, quando chegaram a ocorrer 51 conflitos logo após a
dissolução da União Soviética e da Iugoslávia.
Principais causas pós-1945: desacordo entre grupos que defendiam sistemas políticos ou ideológicos diferentes
(capitalismo x socialismo) promover a democracia em um Estado autoritário (Ex. América Latina); impor um
estado religioso em um estado laico ou opor-se a um Estado secular.
Outros motivos: guerra ao terror; controle sobre jazidas de petróleo e outros recursos minerais.
Motivação: diferenças étnicas, religiosas e até a imposição do domínio territorial de Estados
Geopolítica: estratégias dos Estados nacionais, empresas, organizações ou grupos para promover a conquista de
poder sobre o seu e/ou demais territórios.
 Conflitos na África
Grande parte dos conflitos se deu por conta da colonização europeia, especialmente, por parte da Inglaterra, França,
Bélgica, Itália, Alemanha, Portugal e Espanha (ver mapa p. 216)
A partir do Congresso de Berlim (1884-1885) ocorreu a partilha da África sem respeitar os reinos e os espaços
étnicos culturais (Imposição de novos limites, usos e costumes europeus).
O processo de emancipação ocorreu entre 1950 e se completou em 1975 – conflito sangrento, especialmente, nas
colônias portuguesas - Angola, Moçambique....
Os estados continuaram multiétnicos e as fronteiras não foram refeitas – bases políticas, jurídicas e econômicas
frágeis – guerras civis e conflitos internos constantes - grande dependência das antigas metrópoles, novo
colonialismo = multinacionais
 Independência do Sudão do Sul
Desde a independência do Sudão em 1956 da Inglaterra vários conflitos afetaram a porção sul do país
Norte (majoritariamente muçulmana e de origem árabe, controlava o governo) x Sul (majoritariamente negra, cristã
ou animista) que levou a independência 2011.
Disputa por terras, água potável, petróleo e outros recursos naturais acirraram a disputa.
Apesar de ser rico em petróleo, o Sudão do Sul é um dos países mais pobres do mundo, com altas taxas de
mortalidade infantil, e um sistema de saúde muito precário, considerado um dos piores do mundo. Em termos de
educação somente 27% da população acima dos 15 anos sabe ler e escrever, chegando a 84% o índice de
analfabetismo entre as mulheres e boa parte das crianças não frequentam unidades escolares.
 Expansão de grupos extremistas
Tem se intensificado na última década a atuação desses grupos. Rivalidades políticas, sociais e religiosas
radicalizadas pela violência e o medo: ações criminosas – sequestros, mortes, estupro, decapitações, roubos...
Tráfico de drogas e armas, contrabando de matérias-primas são as principais fontes de financiamento
Boko Haram, Al-Shabab, Al-Qaeda e Exercito de Resistência do Senhor tentam impor rígidos códigos morais –
casos críticos que desestruturam o Estado: Somália, Nigéria, Mali, Rep. Centro-Africana.
 Conflitos no Oriente Médio
Área de confluência dos continentes europeu, africano e asiático – posição estrategicamente importante – 15
estados
Grandes disparidades econômicas- grandes reservas de petróleo (Golfo Pérsico): alta renda per capita – Arábia
Saudita, Catar, Kuait, Barein e Emirados Árabes Unidos; Baixa renda per capita – Iraque e Irã. Israel e
Turquia: produção diversificada; Israel é o país mais desenvolvido; Afeganistão e Iêmen um dos menos
desenvolvidos do mundo.
Berço de três grandes religiões monoteístas (islamismo, judaísmo e o cristianismo). Grande parte dos países
fazem parte do mundo árabe. Maioria absoluta de islâmicos – sunitas: mais liberais em comparação a outros
grupos (maioria); Xiitas só aceitam o governo de Ali, descendente direto de Maomé. Pregam o cumprimento de
radical da Alcorão (Mapa. 222).
Intervenção dos Estado Unidos
Durante a primeira década de XXI os EUA invadiu o Iraque e o Afeganistão na conhecida Guerra do Terror,
contribuiu para o processo de dissolução de estruturas governamentais locais e fomentou o surgimento de
novos grupos extremistas (Ex. Estado Islâmico). Com isso acabou controlando as reservas de petróleo desses
países.
Qualquer país, a partir dos atentados de 11 de setembro de 2001, que representasse uma ameaça á segurança
nacional dos EUA poderia ser atacado (Doutrina Bush).
 Primavera árabe
Ondas de levantes populares que se iniciou em 2012 na Tunísia e se estendeu para vários países do norte da
África e Oriente Médio. Motivo: condições de vida e governos fechados: desemprego, desigualdades, eleições
livres...
Não se relacionaram diretamente a partidos políticos ou grupos ideológicos = organização pela internet
Mudanças rápidas aconteceram na Tunísia e no Egito – renuncia de Bem Ali e Hosni Mubarak
Líbia – sangrenta guerra civil para deposição de Muamar Khadafi – hoje se encontra dividida em dois grupos;
Iêmen também – deposição de Abdullah Saleh em 2011; divisão entre sunitas e xiitas.
Cudos – maior nação sem território (Curdistão) – ocupa áreas entre Síria, Iraque, Irã e Turquia. Vem ganhando
força combatendo o Estado Islâmico nesses territórios.
 Estado Islâmico
Grupo dissidente da Al-Qaeda – emergiu como fora militar e política que defende o ressurgimento do
califado – Unificação do polo mulçumano orientado por preceitos religiosos. Atua, principalmente, na
Síria, Iraque e Líbano. Chegou a dominar um área de 8 milhões de hab., passando a controlar diversos
poços de petróleo. Praticam o terror e cobram taxas, saqueiam museus e sítios históricos, destroem tudo
aquilo que não representa o islamismo.
Chama atenção pelos seus métodos cruéis, pelo radicalimo de seus discursos contrário a vida ocidental e
pelo uso sistemáticos da internet para divulgar e recrutar novos seguidores. Alta capacidade em mobilizar
pessoas em países ocidentais (Ex: EUA e França).
 Síria
A Síria apresenta um ponto estratégico para o controle do Oriente Médio e também de alta intensidade para a
região.
Tem em seu território parte dos curdos.
Governo sírio é o último aliado da Rússia no oriente Médio – passagem do transporte de gás e petróleo da
região, passagem de rotas de armamentos e material militar para libaneses e palestinos.
Intensidade do conflito gerou uma grande fluxo de refugiados – um dos maiores desde a Segunda Guerra –
mais de 8 milhões> Líbano, Jordânia e Turquia >>> Europa
a Rússia e os Estados Unidos querem o fim do Estado Islâmico. Porém, os Estados Unidos querem a queda do
governo de Bashar Al-Assad – por considerarem que seu regime não democrático é prejudicial à Síria – e, por
isso apoia os rebeldes; por outro lado, a Rússia acredita na força de Assad e está apoiando seu regime. A Síria,
então, é o território do fogo cruzado dessa guerra fria.
Israel e Questão Palestina
Desde o fim da Segunda Guerra Mundial o conflito que mais chama a atenção no oriente médio é Israel x
palestina
A palestina é uma região histórico-geográfica – tamanho próximo ao estado de Alagoas.
A ocupação recente dos judeus associado ao movimento sionista – movimento de retorno e fundação do Estado
Judeu nessa área – milhares de judeus realizaram o movimento migratório para essa região.
Os palestinos foram pressionados a deixarem suas terras- pobres e agricultores
Em 1947, a ONU aprovou a criação de um Estado judeu e outro Palestino, e de uma região sob controle
internacional, onde estariam as cidade de Belém e Jerusalém.
Israel foi fundado em 1948 e o Estado Palestino nunca se concretizou. No dia seguinte a essa consolidação
Egito, Síria, Iraque, Transjordânia e Líbano (Islâmicos) invadiram o país. Israel saiu vencedor e ocupou áreas
da Palestina e de outros territórios. (ver. Mapa 231)
Grande dificuldade em chegar a uma resolução pacífica devido ao posicionamento extremistas de ambas as
partes.
Israel: Partido Trabalhista (favorável a um acordo de paz) x Likud (forças de direita; fundamentalistas; a favor
do controle de terras dos palestinos; colônias agrícolas; muro)
3 milhões de refugiados palestinos; intensa segregação socioespacial; autossegregação dos judeus
Palestina: Autoridade Palestina (menos refratária ao Ocidente a favor de um acordo de Paz; Controla a
Cisjordãnia) e Hamas (prega que Israel devolva todas as terras ocupadas e habitadas; ocupa a faixa de Gaza);
Amargar graves problemas sociais: infraestrutura, abastecimento; elevada densidade populacional; dificuldade
ao acesso marítimo (Cisjordânia); defasagem tecnológica;
2012 reconhecido como Estado observador “não membro” da ONU; Estados Unidos e outros 38 países votam
contra o reconhecimento desse país; A ONU condena a construção de assentamentos judeus em áreas dos
palestinos; 2018 Estados Unidos reconheceram Jerusalém como capital de Israel (gerador de uma nova tensão)
Além dessas questões Israel e Palestinas disputam água: escassez; poucos recursos; crescimento populacional;
agricultura irrigada
 Terrorismo
Foram intensificados a partir de 2001 (EUA) > Espanha; Rússia; França; Inglaterra; Bélgica; Paquistão;
Iraque; Indonésia; Arábia Saudita; Marrocos...
Grupos que tem como objetivo lutar contra os valores morais, políticos, sociais, econômicos e culturais do
mundo ocidental.
 Redes ilegais
Globalização= novas tecnológicas de circulação e comunicação passaram a influenciar a atuação das redes
criminosas nas mais diversas escalas: tráficos de drogas. Objetos de arte, seres vivos, seres humanos
(imigração ilegal, trabalho forçados, prostituição e comércio ilegal de órgãos e crianças); dinheiro público
(corrupção); pirataria; cibercrime...= enormes redes ilícitas internacionais (máfias) (ver mapa p. 236)
 Crime organizado na América Latina
Principalmente, tráfico de drogas (Cocaína e maconha) e lavagem de dinheiro (paraísos fiscais) (ver mapa
238)
 - Cocaína> Colômbia. Distribuição> Colômbia, Brasil e Peru. Destino Final: EUA e Europa
Outras: Estasy – Balas, papel..., Heroína (Mex)
- Fortes centros de distribuição = cartéis mexicanos e colombianos; traficantes brasileiros

 Guerrilhas e narcotráfico na Colômbia

O narcotráfico é um dos principais problemas da Colômbia. O poder dos traficantes competem em muitos
casos com o poder estatal; O Estado fica sujeito a corrupção e convivência com o narcotráfico.
Grandes cidades = violência
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) dominam significativa áreas do país, surgiu no
contexto de Guerra Fria. Atuam em sequestros, cobrança irregular de taxas, contrabando de armas e tráfico
de drogas para se manterem. Atualmente, houve avanço nos acordos entre governo e Farcs que tendem a
assinar um acordo de paz.