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A Guerra Civil da Síria é, atualmente, um dos conflitos mais complexos e sangrentos do mundo,
envolvendo interesses diretos de potências regionais e globais.
A Síria ocupa uma posição estratégica no Oriente Médio. Apesar de não ter grandes reservas de
petróleo e de gás natural, o país se apresenta como uma das principais rotas para a exportação direta
destes produtos pelo Mar Mediterrâneo. O país faz divisa com a Turquia, ao norte, com o Iraque, a leste,
com a Jordânia, ao sul, com Israel, a sudoeste, e com o Líbano e o Mar Mediterrâneo, a oeste.
Desde a década de 1970, a família Assad governa o país. Primeiramente com Hafez, que governou
de 1971 até 2000, e, posteriormente, com seu filho Bashar, que é presidente até hoje. Este quadro político
criou, durante o governo de Bashar, uma insatisfação geral na população síria. O governo de Damasco era
constantemente acusado de corrupção e falta de transparência. O estopim para esta insatisfação ocorreu
quando, em diversos países árabes, como Egito, Tunísia e Líbia, uma série de manifestações ocorreram,
reivindicando renovação da classe política de seus respectivos países, além de mais democracia, liberdade
e transparência. Este movimento, conhecido como Primavera Árabe, se alastrou rapidamente, chegando
até a Síria.
Em março de 2011, um grupo de adolescentes foi duramente reprimido após pintar, no muro de
uma escola, na cidade de Daraa, frases antigoverno. Após a prisão e a suposta tortura destes jovens, um
inflamado levante iniciou-se no país, levando centenas de milhares de pessoas às ruas naquele ano. Bashar
Al-Assad, porém, usou a força para reprimir as manifestações que, até então, eram pacíficas. Esta
repressão, ao contrário do esperado, acabou dando mais força ao movimento, fortalecendo o grupo de
rebeldes.
Aos poucos, esta insurgência se transformou em um levante armado. Os rebeldes, em conjunto
com grupos de desertores do exército oficial sírio, incumbido de reprimir a população, se uniram em uma
coalizão contra Assad, formando o FSA (Exército Livre da Síria). Esta organização é sunita e laica, conhecida
pelo ocidente como Oposição Moderada.
O conflito ia tomando cada vez contornos mais sectários, se transformando em uma disputa entre o
governo xiita alauíta de Assad, contra a maioria da população sunita. A situação ficou ainda mais
complicada quando dois outros grupos, a Al-Nusra, braço da Al-Qaeda na Síria, e o Estado Islâmico,
entraram na disputa. Ambos agem contra o governo Assad, mas também rivalizam com os rebeldes e entre
si. Estes dois grupos são sunitas radicais, sendo o EI filiado à corrente wahabista, uma ala mais
conservadora e extremista do Islã sunita.
O Estado Islâmico, que surgiu a partir da Al-Qaeda, é conhecido pelas suas atrocidades durante a
guerra e também por promover ataques terroristas no mundo ocidental. No conflito sírio, fazem uma
“guerra dentro da guerra”, visto que se opõem ao governo de Assad, aos rebeldes e aos jihadistas da Al-
Nusra. Seu objetivo é a criação de um Estado próprio para os muçulmanos. Atualmente, controla áreas na
Síria e no Iraque.
A Síria atualmente se encontra dividida, cada um dos grupos controlando uma determinada porção
do território do país.
1. Independência da Síria na década de 1930 – aproximação com a URSS e a partir daí Damasco
se tornou um “importante cliente” da indústria bélica russa;
2. Fator Geopolítico – Moscou se aproximou do governo Sírio no período da Primavera Árabe o
apoiando;
3. Relevância Internacional e de poder no espaço da Síria – A Rússia vê oportunidade nessa
crise de se tornar um ator de peso nas “mesas de negociações” internacionais;
4. Bases Militares que pertecem a Rússia e estão na Síria. Base de Tartus, no Mediterrâneo,
única base em “águas quentes”.
5. Síria – PEÇA DE ACESSO AO MEDITERRÂNEO (ÁREA ESTRATÉGICA/PONTO COMERCIAL)