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Adriano foi adotado por seu tio e imperador Trajano e indicado como seu sucessor.
Com a morte de Trajano em 117, Adriano foi nomeado Imperador Romano. Logo que
assumiu, abandonou a política de conquistas do seu antecessor e optou pelas alianças
o que contribuiu para amenizar os riscos de revoltas. O fim da política expansionista
estabelecida por Adriano provocou o descontentamento de alguns generais que
chegaram a organizar uma conspiração logo reprimida com a morte de seus principais
líderes. As execuções sem julgamento logo despertaram a reação do Senado, já
indisposto pela aproximação do imperador com as camadas populares, nas quais
buscava apoio através de medidas como: a proteção dos pequenos proprietários e
arrendatários, o cancelamento de dívidas fiscais e a concessão de generosos donativos
para as massas. Adriano causou indignação quando tirou do Senado o poder de decidir
sobre os negócios internos que passaram a ser administrados, como nas províncias,
por quatro cônsules. As relações entre o Imperador e o Senado tornaram-se mais
tensas com a nomeação de numerosos senadores de origem provincial, e a
transferência para o Estado, do “Consilium Principis”, órgão consultivo composto por
políticos e juristas. O Senado também se revoltou com a entrega dos altos comandos
do exército a membros da classe dos cavaleiros, antes reservados a homens do
Senado.
Canal de Suez
Gamal Abdel Nasser foi o líder mais notório da História do Egito moderno, e uma das
figuras mais relevantes na política nacional do país. Carismático, estratégico e
absurdamente polêmico, Nasser divide opiniões. Militar e político nacionalista, Nasser
passou um tempo fora do Egito após a guerra contra Israel, fazendo parte importante
de sua formação, iniciada na Real Academia Militar. Porem, após seu retorno ao Egito,
começou a ter destaque político. De volta ao país, deu início a um movimento
conhecido como Organização de Oficiais Livres, grupo criado junto a Anwar el-Sadat
com o objetivo de se opor ao Rei Faruk e retomar a honra do Exército. A Organização
seria responsável pela derrubada do rei e representaria o fim do ciclo colonial
realizado pelo Reino Unido no país. A Revolução Egípcia, em 1952, tornou Nasser o
centro da política da nação, mesmo que oficialmente o poder estivesse nas mãos de
Muhammed Naguib. A derrubada de Faruk deu espaço ao surgimento de um governo
popular, que envolveu uma série de disputas. O novo governo tentava balancear os
compromissos de cada um de seus líderes. Naguib, de cunho liberal, defendia um
estado fundamentado numa Assembleia Legislativa defensora das liberdades
individuais. Já Nasser, um socialista, propunha um regime unitário e planificado, com o
compromisso da igualdade. O conflito foi encerrado em 1954, quando Nasser
derrubou Naguib e capitalizou a revolução. Com o poder, ele deu origem a uma série
de reformas radicais pensando na nacionalização das riquezas egípcias e disseminação
do pan-arabismo. O capitão tornou o petróleo um bem nacional, expulsou empresas
estrangeiras e aumentou o atrito com Israel. Na diplomacia, passou a defender o não-
alinhamento, ou seja, a neutralidade na polarização da Guerra Fria, ao mesmo tempo
em que apelou para um apoio forte da URSS. O governo também foi marcado por dois
momentos de grande tensão, que colocaram Nasser no centro dos debates mundiais:
em primeiro lugar, ele deu de cara com a crise do Canal de Suez, resultando no conflito
com as potências imperialistas em nome da nacionalização do trajeto; depois, ele
comandou o Egito na Guerra dos Seis Dias, em retaliação a Israel e que acabou em
derrota. O projeto socioeconômico nasserista envolvia, não só uma noção
modernizadora e socialista de industrialização, mas pretendia a total integração
política e produtiva do mundo árabe, o pan-arabismo. Uma das medidas mais radicais
e polêmicas desse período, por exemplo, foi a unificação do Egito com a Síria num
único país: a República Árabe Unida, que durou até 1961. O programa independentista
existia, necessariamente, em decorrência de uma profunda oposição ao imperialismo,
o que aumentava o caráter polêmico do presidente. Cooperativas agrícolas e unidades
decisórias de trabalhadores foram estratégias do governo para favorecer os egípcios
em relação aos interesses internacionais, o que fortaleceu os socialistas no país. Uma
reforma agrária expulsou as multinacionais que exploravam o país africano. Os
monopólios estrangeiros passaram para a mão do Estado, e os produtos britânicos e
franceses passaram a serem feitos para egípcios, e escritos em árabe.