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Rafael Bitencourt
Embora muitos estejam familiarizados com os motivos espirituais e religiosos por trás de grupos terroristas que se manifestam
globalmente, este eBook é dedicado a conduzi-lo para além dessa superfície. Pretendemos oferecer um mergulho aprofundado,
desvelando as raízes teóricas, ideológicas e acadêmicas dos movimentos extremistas, incluindo, é claro, entidades como o Hamas.
Neste material, comprometemo-nos a apresentar informações com integridade e sem preconceitos. Por meio de uma narrativa
cronológica, você será guiado através de eventos históricos essenciais, adquirindo uma compreensão mais aguçada sobre os
grupos islâmicos extremistas que têm presença desde a África e Ásia até o Oriente Médio e América do Sul. Prepare-se para uma
jornada de descoberta, livre de distorções e com análises ponderadas, que iluminará as complexidades e nuances dos movimentos
que moldaram o cenário atual do fundamentalismo islâmico.
Introdução
A região do Oriente Médio, rica em cultura e história, tem sido palco de intrigantes transformações geopolíticas. Desde os
impérios antigos até as nações modernas, a região tem experimentado interações constantes com o Ocidente. No início do século
XX, com o declínio do Império Otomano - final da primeira grande guerra mundial - e a subsequente divisão de seus territórios
pela França e Grã- Bretanha após a guerra, novas nações emergiram com promessas e desafios únicos. O Império Otomano, uma
vez um poder dominante que se estendia do sudeste da Europa ao norte da África e ao Oriente Médio, experimentou um declínio
lento e constante, culminando em sua dissolução após a Primeira Guerra Mundial. Antes da guerra, o império era uma mistura
complexa de vilayets (províncias) e sanjaks (distritos) que abrangiam modernos territórios como Palestina, Jordânia, Líbano, Síria,
parte da Arábia Saudita, Iraque e mais. Muitas destas regiões não eram identificadas como nações modernas e eram governadas de
forma centralizada por autoridades otomanas em Constantinopla (atual Istambul). Após a derrota otomana na Primeira Guerra
Mundial, o Tratado de Sèvres, em 1920, delineou a partição do Império Otomano entre as potências vencedoras. No entanto, o
tratado não seria totalmente implementado devido à Guerra de Independência Turca e seria substituído pelo Tratado de Lausanne
em 1923. Contudo, após Sèvres, os Mandatos da Liga das Nações foram estabelecidos. Sob o Mandato Britânico, a Palestina (que
mais tarde se dividiria em Israel e Palestina) e o Iraque foram formados, enquanto que o Mandato Francês viu a criação do
moderno Líbano e Síria. É importante notar que o Iraque, como o conhecemos, foi formado a partir de três Vilayets otomanos
distintos: Mosul, Bagdá e Basra. Muitos dos nomes dos países eram novos ou eram adaptações de antigos nomes geográficos e
regionais. Estas novas fronteiras, muitas vezes desenhadas sem consideração pelas complexas demografias e histórias tribais da
região, levaram a conflitos e tensões que perduram até hoje. O sistema de mandatos, embora eventualmente levasse à
independência de várias nações, também semeou a desconfiança das potências coloniais ocidentais. Os líderes da região, como o
Rei Faisal da Síria (e mais tarde do Iraque) e o Rei Abdullah da Jordânia, desempenharam papéis cruciais na formação de seus
respectivos estados, mas também enfrentaram as realidades do poder e influência colonial nas suas nascentes nações.
— Hamas:
— Ennahda:
— Al-Nour Party:
A influência da Irmandade Muçulmana estendeu-se além das fronteiras do Oriente Médio, com grupos em outras regiões do
mundo adotando princípios similares ou sendo influenciados de alguma forma pelo seu ideário.
— Tablighi Jamaat:
— Boko Haram:
— Isis
Ano de criação: O ISIS, como é conhecido agora, teve suas raízes no início dos anos 2000, com o estabelecimento do
“Tawhid Wa al-Jihad” em 2004. Foi depois rebatizado para “Al-Qaeda no Iraque” (AQI). Posteriormente, evoluiu para o
“Estado Islâmico do Iraque” (ISI) em 2006 e, finalmente, adotou o nome “Estado Islâmico do Iraque e Da Síria” (ISIS)
por volta de 2013.
País: Embora seja chamado de “Estado Islâmico do Iraque e da Síria”.
Lema e estatuto: Estabelecer um califado global sob a lei da Sharia.
Fundadores: Abu Musab Al-Zarqawi. Após sua morte em 2006, Abu Bakr al-Baghdadi se tornou um dos líderes mais
proeminentes e declarou-se califa do ISIS em 2014.
Grupos na América do Sul
Embora não existam grupos notáveis na América do Sul que sigam diretamente a ideologia da Irmandade Muçulmana, há
indícios de atividades e células ligadas ao Hezbollah, principalmente na região da Tríplice Fronteira entre Argentina, Brasil e
Paraguai. Estas células estão mais relacionadas ao financiamento e logística do que ao planejamento de ataques.
Conclusão
A Irmandade Muçulmana, fundada em 1928 no Egito, representa uma das mais influentes organizações islâmicas radicais da
história moderna. Com sua visão de estabelecer a sharia como a base dos estados e sociedades e seu desejo de unificar os
países de população muçulmana, a Irmandade desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento do fundamentalismo
islâmico contemporâneo. Sua influência se estende por cerca de 70 países, e a organização é considerada a precursora de
grupos mais violentos, como o Hamas e a Al-Qaeda. Inspirada pelo pensamento de líderes como Hassan al-Banna e Sayed
Qutb, a Irmandade Muçulmana adota o lema “Alá é o nosso objetivo, Maomé é o nosso líder, o Corão é a nossa lei, a jihad é
o nosso caminho”, refletindo seus princípios e objetivos radicais. Com seu símbolo heráldico das duas espadas de ouro sob o
Alcorão e o slogan “Prepare-se”, a Irmandade Muçulmana mantém um compromisso inabalável com sua ideologia islâmica.
A organização busca desafiar influências ocidentais, promover o Islamismo como a base do governo e resistir a tendências
seculares em várias nações islâmicas. Seu impacto na política e na sociedade do Oriente Médio e além continua a ser uma
força significativa, moldando a dinâmica geopolítica e o curso do islamismo político no mundo contemporâneo.
Mapa Mental
1. 1928 — Origem da Irmandade Muçulmana no Egito
2. Objetivo: Estabelecer a sharia como base dos estados e sociedades
3. Influência presente em cerca de 70 países
4. Predecessora de grupos mais violentos, como o Hamas e a Al-Qaeda
5. Lema “Alláh é o nosso objetivo, Maomé é o nosso líder, o Corão é a nossa lei, a jihad é o nosso Caminho”
6. Influência e Ideologia: Desafio às influências ocidentais, promoção do Islamismo como base do governo,
resistência a tendências seculares em nações islâmicas.
7. Impacto e Legado: Força significativa na política e sociedade do Oriente Médio e além, moldando a dinâmica
geopolítica e o curso do Islamismo político.