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A Idade Média foi entre 476 e 1453.

Começou com a Queda do Império Romano do


Ocidente e terminou com a Queda do Império Bizantino (Império Romano do Oriente).
Neste capítulo vamos estudar o panorama mundial da Idade Média.

1 - Oriente Médio

Não havia mais os reinos ou impérios da região da Mesopotâmia que existiram


durante a Idade Antiga. A novidade e também, principal destaque da região do Oriente
Médio na Idade Média foi a civilização na região da Arábia. Durante a Idade Média, os
árabes desenvolveram importantes conhecimentos e também expandiram sua região de
influência para o norte da África.

2 - Extremo Oriente

As civilizações que foram novidade na Idade Média foram Mongólia, Coreia e Japão.
Na Mongólia houve destaque para Genghis Khan, um dos maiores estrategistas de guerra
da História. As novidades na China foram a Imprensa ( muito tempo antes da Imprensa
Europeia ), a organização administrativa inspirada nas ideias de Confúcio e a pólvora,
usada em fogos de artifício e em guerras.

3 - África

Além das civilizações que já existiam na Idade Antiga, também surgiu o Reino de
Gana, porém este não se localizava na atual região do país Gana, mas sim em uma região
próxima. Com a expansão da influência árabe no norte africano, o Egito passou a não ter
mais a cultura ali desenvolvida na antiguidade, mas sim a cultura árabe, que possui até
hoje.
4 - América

As civilizações no continente americano já haviam surgido na Idade Antiga e


continuaram se desenvolvendo na Idade Média. Serão estudadas mais a fundo apenas no
capítulo sobre Idade Moderna, quando houve o encontro entre os europeus e as civilizações
pré-colombianas.

5 - Europa

Os reinos e impérios já existiam no Mundo na Idade Antiga, inclusive na Europa. Na


Idade Média da Europa não foi diferente, pois existiam os Reinos Bárbaros e o Reino dos
Francos. Porém, isso não foi muito determinante na Europa da Idade Média, ao contrário do
que aconteceu em outros continentes na mesma época. A Idade Média na Europa pode ser
dividida em dois períodos: primeiro a Alta Idade Média, depois a Baixa Idade Média. Na Alta
Idade Média, houve uma ruralização da sociedade nos chamados feudos e na Baixa Idade
Média as cidades voltaram a ser importantes como na Idade Antiga. Então seria uma
Europa de feudos na Alta Idade Média, uma Europa de cidades na Baixa Idade Média e
apenas na Idade Moderna teríamos uma Europa de países. Os capítulos seguintes são
sobre Alta Idade Média e Baixa Idade Média na Europa.
Após a Queda do Império Romano do Ocidente com a invasão dos bárbaros, os
costumes romanos se misturaram com os costumes bárbaros. Ao mesmo tempo, as
viagens de uma cidade para outra passaram a ficar muito perigosas com toda a situação
conturbada da época. Então, a mistura de costumes juntamente com a baixa mobilidade e
redução do comércio fez com que as cidades perdessem importância e a sociedade se
realizasse. Ou seja, tais costumes estavam misturados adaptados ao ambiente rural em
unidades políticas chamadas feudos. Como o cristianismo já era o que predominava em
relação à religião na Europa desde o final da Idade Antiga, então a Igreja Católica era a
religião que ditava o direcionamento do modo de vida das pessoas na Europa Medieval. Já
quem governava o feudo era o Senhor Feudal. A sociedade da Alta Idade Média era
dividida em três classes: clero, nobreza e servos.

-Clero: era a mais alta classe social não só da Alta Idade Média, como também da Baixa
Idade Média e da Idade Moderna, obviamente, falando de Europa. Os representantes do
clero eram os membros da igreja, os que tinham cargos oficiais da religião católica. Eram
detentores de muitos privilégios e muito influentes.

-Nobreza: também detentores de muitos privilégios, os nobres eram as pessoas nascidas


nas famílias da elite, que tinham vínculo com o governo local. Cabia aos nobres a função
militar no feudo.

-Servos: eram os trabalhadores do campo no feudo. Estavam presos à terra e deveriam


trabalhar por obrigação para sustentar todas as classes sociais. A maior parte do que
produziam no trabalho ficava com a nobreza e com o clero e pouco ficava para os próprios
servos, mas em compensação recebiam proteção dos nobres.
Após muito tempo com a Europa sendo Feudal (cerca de 500 anos), a situação já
não era mais a mesma que na época da Queda do Império Romano do Ocidente e os
europeus tiveram condições de voltar a fazer mais viagens entre as partes do continente e
poder comercializar mais. Com a melhora de técnicas de agricultura, a maior produção de
alimentos e o aumento da população, os feudos deixam de ser autossuficientes e passam a
também produzir excedentes. Com mais produtos para serem comercializados e mais
pessoas precisando trabalhar, as cidades voltam a ser importantes na Europa, pois são
locais de comércio em que precisam também de trabalhadores. Dessa forma, a classe
social dos servos ia desaparecendo e daria lugar ao Terceiro Estado, ou seja, pessoas
livres, mas que não pertenciam nem ao clero, nem à nobreza. Com o Renascimento
Comercial e Urbano na época, surgia uma nova classe social que estava incluída na classe
do Terceiro Estado, que era a burguesia. Burgo significa cidade e os burgueses eram
comerciantes. Com todas essas mudanças, terminava a Alta Idade Média e começava a
Baixa Idade Média.
A sociedade da Baixa Idade Média na Europa era dividida em clero, nobreza e
terceiro estado, sendo que haviam burgueses no terceiro estado, mas nem todos dessa
classe social eram burgueses. Até então, só havia a educação básica, porém, com as
cidades voltando a ser importantes, possibilitou-se uma inovação no sistema de educação:
surgiram as universidades, ou seja, instituições de curso superior em que as pessoas que já
haviam se formado na educação básica poderiam cursar. Como a Filosofia e o Direito
tinham sido criados ainda na Idade Antiga e a sociedade medieval na Europa era cristã,
então Filosofia, Direito e áreas relacionadas à religião eram dos poucos cursos superiores
que existiam na época.
Na Baixa Idade Média aconteceram as Cruzadas. Eram expedições militares rumo
ao Oriente. Apesar de que o cristinismo surgiu no oriente, lá não se tornou uma religião
oficial, ao contrário da Europa. Por isso, os europeus tinham o pretexto de exercer influência
religiosa para converter o povo oriental ao cristianismo, daí o nome Cruzadas, por causa da
cruz, símbolo do cristianismo. Mas na verdade o que os europeus queriam era o contato
com os povos do Oriente Médio para poderem comercializar e obter especiarias. Como a
região da atual Itália ficava mais próxima ao oriente, então era a parte da europa que mais
comercializava com os povos do Oriente Médio. Nas viagens passavam pela região da
Grécia, onde encontravam registros históricos da Idade Antiga, que seriam tomados como
base para o Renascimento Cultural e Científico depois.
Com as viagens de ida e volta ao Oriente, os europeus tiveram contato com animais
e micro-organismos de lá. Nisso, a peste bubônica foi levada à Europa, que na época era
chamada de “Peste Negra”. Na época as cidades medievais eram cercadas por muros,
eram mal elaboradas e tinham péssimas condições de higiene e saneamento básico.
Nessas condições a peste bubônica se disseminou e se tornou uma epidemia na Europa.
Como os europeus não sabiam a maneira em que a doença era transmitida, tinham
dificuldade em tratá-la, e assim, ela matou grande parte da população europeia na época.
Apenas muito tempo depois a doença foi passando a ser menos comum no continente, mas
isso aconteceu ainda numa época em que não se sabia como a doença era transmitida.

Ao final da Idade Média (após a época da Peste Negra) começava o Renascimento


Cultural e Científico na Europa, também chamado apenas de Renascimento. Com a volta
do comércio e da importância das cidades, a Europa pôde consequentemente após um
tempo também retomar a cultura da Antiguidade, tanto em relação ao desenvolvimento do
conhecimento, quanto às formas de arte. Como a Queda do Império Bizantino aconteceu no
ano de 1453, época em que estava acontecendo o Renascimento, então estavam
acontecendo profundas mudanças na época. Assim, no ano de 1453 terminava a Idade
Média e começava a Idade Moderna.
A Península Arábica é uma região desértica, onde as sociedades que a ocuparam
só lá evoluíram para o patamar de civilização na Idade Média. Porém, ela se localiza
geograficamente próxima ao território da Mesopotâmia, que já era uma civilização desde a
Antiguidade, e sofreu muita influência dos povos mesopotâmicos, tanto em conhecimentos,
como os relacionados à Matemática, quanto no código penal. Ao contrário da Europa na
Alta Idade Média, onde a sociedade se ruralizou e a religião limitava ideias inovadoras, na
Arábia tanto as cidades eram muito importantes, quanto os conhecimentos eram
estimulados a serem aprimorados. Na época, os árabes desenvolveram muito a
Matemática, muito devido ao comércio, e eles acabaram inventando os números negativos,
para determinar débito em transações comerciais. Também desenvolveram muito a
astronomia, pois a navegação também era um destaque na sociedade árabe.

Inicialmente, os árabes eram povos politeísta, mas a cidade sagrada para eles já era
Meca, onde era o principal lugar de culto e adoração aos Deuses. Era assim até que
Maomé, inspirado pelo Judaísmo e pelo Cristianismo, que são monoteístas, exerceu
influência sobre a cidade, de forma que os árabes passaram a ser monoteístas, e assim,
teve início o Islamismo. Da mesma forma que existe a Bíblia para os cristãos, existe o
Corão para os islâmicos.

Ainda na Idade Média na Arábia surgiram termos como califas, chefes religiosos e
políticos, aiatolás, líderes espirituais, sunitas e xiitas, povos que seguiam subdivisões
religiosas.

Na época, os árabes disseminaram sua cultura para outros lugares, mas que eram
próximos e também desérticos. Eram exatamente lugares no Norte da África e, por isso, o
Egito teve sua cultura modificada, não sendo mais uma continuidade do Antigo Egito, mas
sim, a cultura árabe. Também são árabes hoje em dia, outros países do norte africano,
como Argélia, Líbia, Tunísia, Saara Ocidental e Marrocos. Como os árabes chegaram até
mesmo em lugares do norte da África próximos à Península Ibérica na Europa, chegaram
também a invadí-la, ou seja, invadiram territórios dos atuais Portugal e Espanha, e lá
exerceram influência.
O Império Bizantino foi a parte do Império Romano que continuou durante toda a
Idade Média, e aliás, a própria existência desse império determinava que a Humanidade
estava na Idade Média, pois, foi exatamente a queda dele que determinou o fim da Idade
Média e início da Idade Moderna. O que possibilitou esse fato ser considerado um marco
pelos historiadores europeus, foi que era uma região do oriente exatamente com influência
europeia e também, na época estavam acontecendo importantes mudanças na Europa,
como o Renascimento e a Formação dos Estados Nacionais.

O império tinha esse nome porque tinha capital em Bizâncio, hoje Istambul, na atual
Turquia. Nele, o imperador também era, ao mesmo tempo, chefe da Igreja. Foi um império
que praticou tanto um comércio dinâmico, quanto uma agricultura rentável. Como se
originaram do Império Romano, aprimoraram o Direito, o que foi muito determinante para o
que se tem noção sobre legislação atualmente no Mundo.

No ano de 1453, os turco-otomanos invadiram o território e o império chegou ao fim.


Assim, encerrava-se a Idade Média e começava a Idade Moderna.
Catedral de Santa Sofia:

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