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Centro Universitário Maurício de Nassau

Alunos (as): Antony, Beatriz Mikaelly, Jânio Siqueira

José Bruno, Luís Felipe, Martha Fernanda, Maynara

Lauanny, Nívea Rodrigues, Pedro Monteiro, Vera Lúcia.

Política na Idade Média

Caruaru

2023

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O QUE FOI A IDADE MÉDIA?

A Idade Média teve início na Europa com as invasões germânicas (bárbaras), no século
V (476), sobre o Império Romano do Ocidente. Essa época estende-se até o século XV,
com a retomada comercial e o renascimento urbano.

A Idade Média caracteriza-se pela economia ruralizada, enfraquecimento comercial,


supremacia da Igreja Católica, sistema de produção feudal e sociedade hierarquizada.

Por séculos, a Idade Média foi tida como uma época de insignificante desenvolvimento
científico, tecnológico e artístico. Essa visão nasceu durante o Renascimento, no século
XVI, quando o período medieval foi apelidado de Idade das Trevas.

ORIGEM E EXPANSÃO DO FEUDALISMO

O feudalismo, como sistema político, econômico e social vigente na Europa a partir do


século V, deita suas raízes, bem como seu processo de expansão e crise, no período
histórico definido pela idade média como Alta Idade Média (séc. V ao século X) e
Baixa Idade Média (séc. X ao século XV).

Podemos afirmar que o período medieval se originou com a crise do modo de produção
escravista desenvolvido pelo último grande Império da atividade, o Império Romano.

O golpe de misericórdia contra o poder de Roma seria despachado por uma conjuntura
externa definida pelas invasões dos povos bárbaros contra os limites desse Império. Os
povos bárbaros eram povos que viviam fora dos limites do Império Romano, e que,
portanto, não falava o latim, língua oficial do Império Romano. Viviam de uma
economia natural e estavam fixados na região da Germânia, conforme podemos
observar pelo mapa.

AS MONARQUIAS GERMÂNICAS

Os povos germânicos (francos, anglos, saxões...) ao invadir e ocupar novos espaços


sobre o continente europeu a partir dos séculos IV e V, inaugurarão uma nova ordem
política com a formação de seus respectivos reinos, destruindo a ordem centralizada
imposta pelo poder do Império Romano.

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O segundo componente responsável pela Constituição do sistema feudal foi
determinado pelas invasões dos povos árabes sobre o continente europeu a partir do
século VIII.

O resultado prático desta política expansionista para os povos europeus foi a retração do
comércio marítimo em razão do bloqueio do litoral do mar Mediterrâneo pelos povos
árabes.

As invasões árabes, além de promoverem um declínio do comércio marítimo,


intensificaram a estabilidade política vivida na Europa e reforçaram o desenvolvimento
das práticas agrícolas como fundamento econômico daquela sociedade.

A partir do século IV, uma terceira leva de invasões agravaria o já conturbado quadro
político europeu, Os Vikings, promoveram uma série de incursões nos reinos bárbaros,
sobretudo pela prática do saque e da pilhagem. A presença dos Vikings aprofundou
clima de pânico e de instabilidade reinante na sociedade europeia.

Em razão desse quadro, definiram-se os dois fundamentos básicos do feudalismo:

a) O processo de ruralizarão social: o clima de guerra estimulou gradativamente um


processo de êxodo urbano e consequente esvaziamento das grandes cidades.

b) A instituição das relações servis de produção: diante da instabilidade política


provocada pelas sucessivas invasões, as pessoas que não tinham como se proteger
passaram a se subordinar a uma relação social fundada na troca de produção gratuita nos
feudos pela proteção oferecida pelos senhores dessas propriedades.

A ORDEM ECONÔMICA

O que é um feudo? A palavra “feudo” traduz os gestos de concessão ou transferência de


direitos ou benefícios entre os elementos da sociedade europeia no período medieval.

A economia feudal era fundamentada na prática agrícola voltada para o próprio


consumo e estruturada em relações servis de produção. Por ter o direito de se abrigar na
propriedade feudal no conflituoso período de guerras medievais, os servos se
comprometiam a trabalhar gratuitamente, subordinando-se a diferentes tipos de tributo
que deveriam ser pagos com trabalho ou com produtos, eram eles:

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•Corveia: trabalho gratuito dos servos nas terras senhoriais. Geralmente exercida 3 dias
por semana.
•Talha: tributo correspondente a 50% da produção das glebas servis ao proprietário do
feudo.
•Banalidade: tributo cobrado pela utilização das instalações do feudo: moinhos,
celeiros, forno, lagar e etc.
•Mão morta: tributo pago para que um servo fosse reconhecido como o novo posseiro
do lote de terra, após a morte do pai.
•Capitação: imposto por cabeça, ou seja, a taxa relativa cobrada sobre cada elemento
servil da família camponesa.
•Tostão de Pedro: tributo pago à igreja e utilizado para a manutenção da Capela local.

FUNDAMENTOS POLÍTICOS

O poder político no período medieval, apesar de formalmente residir na figura do


monarca, era, na prática, descentralizado exercido pelos proprietários de terra, que ao rei
prestavam serviços militares.

Em razão da instabilidade decorrente das sucessivas invasões, a posse de terra constituía


o principal símbolo de poder e de autoridade política.

A construção dessa autoridade se definia pelas relações de suserania e vassalagem, em


que a transferência de terras formalizava os laços de dependência recíproca entre os
doadores (suseranos) e os receptores (vassalos). Naturalmente, trata-se de uma relação
praticada exclusivamente pelos elementos da nobreza feudal. Em troca da doação do
feudo, o vassalo se comprometia, entre outras prerrogativas, a prestar serviços militares
para o seu suserano.

Apoiada em sua crescente influência religiosa, a igreja passou a exercer importante


papel político na sociedade medieval. Desempenhou, às vezes, a função de órgão
supranacional, conciliador das soluções das elites dominantes, contornando os
problemas das rivalidades internas da nobreza feudal. Conquistou também enorme
quantidade de bens materiais. Calcula-se que a igreja tenha se tornado dona de
aproximadamente 1/3 das áreas cultiváveis da Europa ocidental, em uma época em que
a terra era a principal base da Riqueza.

FUNDAMENTOS SOCIAIS

O mundo medieval apresentou como vimos um forte traço de ruralizarão.

Com isso, estruturou-se uma sociedade de caráter estamental. A posição social de um


indivíduo nesse tipo de sociedade será definida por sua origem de nascimento, ou seja, o

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filho de servo será servo para o resto da vida, independentemente de suas virtudes ou
capacidades individuais.

A sociedade feudal agrupava em 3 estamentos com funções preestabelecidas, segundo a


vontade divina: ao clero: as orações; à nobreza: a proteção e a defesa do sistema feudal;
e aos servos: a geração de bens, riquezas, serviços e produtos.

FUNDAMENTOS CULTURAIS

No plano da cultura, a influência da igreja católica foi tão ampla que configurou um
quadro intelectual em que a fé cristã se tornou pressuposto, isto é, o antecedente
necessário de toda a vida espiritual. Isso marcou o pensamento filosófico produzido
nesse período.

O fato de a igreja ter atuado na preservação da cultura greco-romana, em seus inúmeros


mosteiros e escolas, na construção e na manutenção de hospitais e, essencialmente, na
prática de um expressivo poder territorial, justificam sua influência política e social
nesse período.

No século XI, em razão do renascimento das atividades mercantis, a igreja defendeu a


prática do “justo preço”, condenando a conduta da nascente classe mercantil europeia, a
burguesia. que voltava suas atividades para obtenção do lucro excessivo e da usura.

Destaca se também no século XI, a cisma do Oriente, que em 1054 promoveu a divisão
da instituição cristã em igreja cristã católica, com sede em Roma e Igreja cristã
ortodoxa, com sede em Constantinopla.

Já o final da alta idade média, a igreja passaria a ser contestada por hereges, que além de
criticarem o poder e a autoridade do papa, passaram a defender novos fundamentos para
a conduta cristã.

Disposto a combater as heresias, a igreja católica se utilizou de recursos como os


concílios, (assembleia de bispos), como a excomunhão (expulsão do clero) e, no século
XIII, A instituição do tribunal do Santo ofício ou tribunal da inquisição responsável pela
investigação, pelo julgamento e pela condenação dos hereges.

CONCEITO IDADE DAS TREVAS

Por fim, é necessário desmistificarmos o falso conceito da idade média como idade das
trevas, o rótulo proposto por protagonistas do movimento renascentista.

Na verdade, ao longo do período medieval, diante do conturbado quadro de


instabilidade política decorrente das constantes guerras, a produção cultural tenderia a
ficar, de fato, comprometida, uma vez que a principal preocupação dos cidadãos era
assegurar a própria sobrevivência.
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Não obstante essa desfavorável realidade, foi durante esse período que a Europa
testemunhou o surgimento das universidades, a tradução dos estudos de geometria plana
do matemático grego Euclides e da álgebra Hindu, elementos importantes para a
definição da arquitetura gótica, além da preciosa produção literária.

A ARÁBIA ISLÂMICA

O nome “islamismo” dado a religião propagada por Maomé, deriva de islan, que
significa “resignação”, “submissão à vontade de Deus”. Seus seguidores são chamados
de muslim ou muçulmanos, “aqueles que fizeram a paz com Deus”.

No primeiro século de existência da nova religião, os árabes definiram um processo de


expansão responsável pela formação de um vasto Império territorial que se estendia da
península ibérica até o norte da África e Oriente médio, chegando, inclusive, às
Fronteiras da China e da Índia.

A expansão islâmica, vale lembrar, em boa parte foi protagonizada pelos interesses
mercantis que impulsionavam os grupos de comerciantes árabes, além da possibilidade
de pilhagens e conquistas de terras férteis, favorecendo os objetivos do povos beduínos
(Árabes do deserto).

No processo de organização do Império árabe, destacou-se a atuação dos califas


herdeiros do profeta, responsáveis pela Conquista da Palestina, da pérsia, da Síria da
Armênia, da mesopotâmia e do Egito.

No século XI, iniciou-se na península ibérica um movimento cristão de expulsão dos


árabes, conhecido como guerra de reconquista. Desse processo surgirão, futuramente, os
estados de Portugal e da Espanha.

A DISSOLUCAÇÃO POLÍTICA DA ORDEM FEUDAL

A sociedade europeia entre os séculos XI e XIII alcançou um expressivo nível de


expansão de suas forças produtivas. Nesse cenário, emergiam os burgueses
representantes de uma nova classe social, A postura desta se definia pela obtenção do
lucro proporcionado pelas inúmeras atividades associadas ao comércio, restabelecido
em escala continental com o cessar das invasões bárbaras e em escala Internacional a
partir da reabertura dos portos do mar Mediterrâneo no século XI.

Porém, no século XIV, o feudalismo europeu vivenciou um conturbado quadro


caracterizado por inúmeras crises que comprometeram a manutenção de sua ordem
política.

Inicialmente, podemos analisar a crise do feudalismo europeu com foco no


comprometimento do setor primário quando a oferta de terras para produção agrícola

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passou a ser menor que a demanda exigida. Não obstante o fato de o produtor europeu
ao longo dos séculos XI A XIII, definir estratégias agrícolas importantes, esse mesmo
produtor praticou o desequilíbrio do ecossistema europeu, como o desmatamento de
milhares de hectares de florestas e as queimadas. Com essas técnicas estimularam uma
crise definida por distúrbios climáticos que, por meio de chuvas torrenciais ou
prolongados períodos de seca favoreceram a destruição não só do manto Florestal
europeu, como também de importantes áreas produtivas do continente.

Com isso, o aumento dos preços dos alimentos, o desabastecimento do mercado, a fome
e a inflação dariam os primeiros contornos de estrangulamento das forças produtivas
europeias.

Simultaneamente, a partir de 1348 a população europeia vivenciaria ação de uma


pandemia definida pela propagação da peste negra ou peste bubônica. Proveniente das
regiões asiáticas como a China, a bactéria responsável pela peste negra chegou ao
continente com os navios italianos responsáveis pelo comércio de especiarias. A
inexistência de saneamento básico no continente estimulou a rápida proliferação da
bactéria, que com a sociedade já debilitada pela fome, reduziu em 1/3 a população
europeia em menos de 20 anos.

Exploração excessivas dos senhores feudais sobre a camada social dos servos
(camponeses). Esta exploração ocorria através da cobrança de diversos impostos e
taxas.

A crise na produção de metais preciosos, que colocava em risco naquele momento, a


circulação monetária. Já que desde o século XI, o ouro e a prata da Europa eram
utilizados para pagamentos dos carregamentos de especiarias do Oriente.

Por fim, a instabilidade política do sistema feudal foi também abalada em razões de
inúmeros conflitos locais que envolviam a disputa de terras. Destaca-se como um
exemplo de conflito inter-feudal, a eclosão da guerra dos 100 anos travada entre as
monarquias francesa e inglesa no período de 1337 a 1453.

SOLUCÕES POLÍTICAS E ECONÔMICAS PARA A CRISE FEUDAL

O sistema feudal não conseguiu acompanhar as mudanças em relação ao crescimento


das cidades e da população, e nem ao surgimento da burguesia e o florescimento do
espírito capitalista. Assim, a crise do feudalismo deu origem às práticas capitalistas que
introduziram novas relações econômicas, gerando mais mudanças e mais
transformações a partir do século XII, que impulsionou a passagem da Idade Média para
a Idade moderna.

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Bibliografia:

HISTÓRIA, RCE educação e valores

https://www.historiadomundo.com.br/idade-media

https://wp.ufpel.edu.br/nepfil/files/2019/02/3-a-filosofia-politica-na-idade-media.pdf

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