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A CULTURA DO MOSTEIRO

Módulo 3

Da crise do Império romano à formação dos reinos Bárbaros


A partir do Séc. III d.C., o Império Romano deu início a um período de declínio e decadência, o
que resultou na queda do Império Romano do Ocidente e na fragmentação da Europa em
vários reinos dominados pelos povos Bárbaros.

Durante este período, o Império passava por uma profunda crise interna com o assassinato do
Imperador Severo Alexandre, que se traduziu também numa crise externa acompanhada de
instabilidade política e militar. A sucessão de imperadores era frequente, uma vez que estes
governavam pouco tempo, pois grande parte deles eram assassinados, e a ameaça dos povos
Germânicos (Bárbaros), eram fatores que também contribuiam para esta crise. No entanto,
estes tempos difíceis foram ultrapassados com a vitória sobre os povos Bárbaros e com a
rescuperão da estabilidade política.

Em 293, o imperador Diocleciano


reconheceu a dificuldadem em
defender as fronterias de um
território tão vasto e dividiu o poder
entre 4 Co-Imperadores, que
governavam e admnistravam as suas
próprias províncias. A este sistema
político deu-se o nome de Tetrarquia
Imperial, que vigorou menos de 20
anos. A instituição da tetrarquia Embora alguns imperadores tenham governado
marca a resolução da crise do século sozinhos após a crise do séc.III d.C., ao longo do tempo
III e a recuperação do Império tornou-se claro que o império romano era um
Romano. território muito vasto para se manter unido. Assim em
395, o imperador Teódosio dividiu o império entre os
seus 2 filhos.

O Império Romano do Oriente (Bizantino), tinha a sua


capital em Constatinopla (Bizâncio), fortaleceu e
manteve-se como entidade política por mais de 1000
anos com a sua queda em 1453, quando foi
conquistado pelos turcos otomanos.

O Império Romano do Ocidente tinha as suas


capitais em Roma e Ravena, e incapaz de vencer os
Bárbaros que estavam constantemente a ameaçar o
território, o império desmoronou-se lentamente com
a chegada dos Hunos, Vândalos, Francos, Saxões,
Godos, Visígodos e outros povos. Em 476 d.C. deu-se
a queda do Império Romano do Ocidente dando
lugar a diversos reinos dominados pelos povos
Bárbaros.

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Foi o fim da Antiguidade Clássica, o primeiro período da história e o início da Idade Média, que
terminou em 1453.

CONSEQUÊNCIAS DAS INVASÕES BÁRBARAS:


Queda do Império Romano do Ocidente;
Decadência dos centros urbanos e deslocação das populações para zonas rurais;
Degradação da economia mercantil, que deu lugar a uma económia de subsistência;
Desorganização da administração pública/poder central e formação de novos estados;
Depressão demográfica, como resultado das consequências anteriores e da permanência
da guerra.

Estes fatores agravaram-se devido às invasões muçulmanas, à precaridade da


subsistência (centrada na agricultura), e devido à permanente instabilidade e insegurança
aliadas aos costumes bárbaros (belicistas) – foram séculos de crise (VII a X). Estes fatores
levaram à formação do Feudalismo (sociedade organizada em pequenos reinos, de cariz rural,
guerreira e cavaleiresca.)

Foi nesta Europa enfraquecida, divida em reinos, que o Cristianismo cresceu e se tornou
aglutinador pelos seus objetivos de universalidade, pacifismo e centralização. Foi também
nesta altura que surgiu a Monarquia Franca, e que os Mulçumanos se expandiram pelo Norte
de África e pela Península Ibérica, onde permaneceram até ao séc.XV. Após o ano mil, o fim
das invasões, aliadas a maior estabilidade e segurança, e a melhoria climática e
desenvolvimento de novas técnicas e utensílios, que contruibuiram para uma agricultura
excedentária, permitiram o crescimento da Europa, desenvolvimento das cidades ou burgos, a
revitalização demográfica e comercial.

À medida que o império Romano decaía, o cristianismo tornou-se o sustentáculo do Ocidente,


tido como religião oficial e única em 381. Os bispos cristãos aproveitam as estruturas
administrativas romanas e tornam-se as únicas autoridades perante a sociedade. A Igreja
alargou o seu raio de ação, não se limitando ao seu papel espiritual e de envagelização junto
aos povos invasores e aos reinos em formação.

O Monaquismo cristão tem origem no Oriente e está ligado ao desejo de isolamento, de


evasão do mundo profano, e conexão direta a Deus através de ascetismo (meditação e
contemplação). Um dos primeiros legisladores da vida religiosa comunitária foi São Benton de
Núrsia. Este escreveu “A Regra” (modelo para a organização da vida religiosa comunitária).

A Igreja tornou-se um importante vetor civilizacional e contribui para:


desenvolvimento da agricultura e produção artesanal;
conservação das artes e letras;
suavização dos costumes (movimentos da Trégua e Paz de Deus);
incentivo às peregrinações a lugares santos;
organização das cruzadas.

Estas ações deram origem ao conceito de Cristandade ou Christianitas (comunidade de povos


e reinos unidos pelos mesmos laços religiosos e culturais).

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são bernardo de claraval (1090-1153)
Monge da Ordem de Cister que fundou o Mosteiro de
Claraval (contemporênea do início da edificação da
Abadia de São Dinis), em França, onde aplicou os
princípios da Arquitetura Gótica, que baniu a
decoração faustosa das igrejas, propondo uma maior
simplicidade.

Defendia a religião de autenticidade e ascese mística,


vivida no mais rígido voto de pobreza, desprendimento Suger de Saint-Denis, Paris, França

dos bens materiais e de si mesmo, e na valorização do


trabalho manual (oposição ao monaquismo de Cluny).

o mosteiro
Considerado sagrado, foi a materialização do Paraíso na Terra, um mundo autosuficiente e
regulado, que Inicialmente servia como lugar para viver sozinho (isolados do exterior), mas
passaram a designar uma comunidade religiosa instalada num edifício e terras envolventes.

Com a necessidade de regulara vida monástica, o Mosteiro tornou-se na escola ao serviço do


Senhor, onde o abade era o pai e mestre dos irmãos (monges) e todos tinham com princípios
básicos a obediência, humildade e silêncio. A 1ª obrigação dos monges era o ofício divino (nos
scriptoria, oficinas e campos) segundo horários rígidos.

Os Mosteiros foram também centros dinamizadores da economia (difusores de técnicas


agrícolas inovadoras, artesanais e do comércio) e da cultura (produção de escritos e divulgação
nas escolas monacais). localizados em zonas rurais isoladas, tiveram um importante papel
civilizacional para a cristandade.

Carlos Magno (742-814)


Foi herdeiro dos reis francos e deu origem á dinastia carolíngia. Criou um Império que
abrangia quase toda a Europa ocidental e central, proporcionando-lhe estabilidade e unidade,
e foi o primeiro imperador reconhecido a governar a Europa Ocidental desde a queda do
Império Romano, coroado pelo Papa Leão III na Basílica de São Pedro, Roma (25 dez 800). A
Igreja encarava-o como defensor do Cristianismo, e ao dar-lhe o título de Imperador, e aliado
na luta contra o Império Bizantino e contra à invasão do Islão.

Ao restaurar a unidade imperial no Ocidente,


lançou o Renascimento Carolíngio ou Arte
Carolíngia, com a construção da sua capital em
Aix-la-Chapelle (Alemanha), e de numerosas
igrejas, mosteiros e palácios. Protegeu eruditos e
sábios, que copiaram e divulgaram obras
clássicas, apoiou o ensino, feito pela igreja nos
mosteiros e abadias, e desenvolveu a arquitetura
e a pintura (ex: iluminuras).
Aix-la-Chapelle, Alemanha

Carlos Magno tornou-se o modelo do Imperador crsitão e a sua época foi caracterizada pela
confluência do purismo anglo-saxão, da tradição romana e das técnicas bizantinas.

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Os guardiães do saber
O mundo romano tinha sido alfabetizado, com escolas, bibliotecas, teatros e instituições
culturais em todas as cidades. Com as invasões bárbaras e a queda do Império romano do
Ocidente, muitas cidades foram pilhadas, devastadas e incendiadas, perdendo-se, entre outras
coisas, várias destas intituições.

A decadência da vida nas cidades fez com que a população europeia se deslocasse em massa
para os campos, ruralizando os modos de vida. Agarradas ao duro trabalho da terra, as pessoas
isolaram-se em pequenas comunidades agrícolas e perderam o contacto umas com as outras.

Os hábitos de estudo e de leitura que haviam engrandecido a cultura da época clássica foram
esquecidos e as populações do mundo ocidental caíram numa profunda depressão cultural
marcada pelo analfabetismo e uma cultura popular , não escolarizada e não escrita.

Os guardiães do saber foram os clérigos, que eram os únicos a manter a leitura de obras
sagradas, a escrita em latim e a cópia de obras clássicas nos seus scriptoria, onde cultivavam a
arte da leitura e escrita e ao mesmo tempo, harmonizavam o pensamento clássico (greco-
romano) com o pensamento cristão.

O Renascimento Carolíngio contribuiu para essa revitalização do saber. Nas escolas monacais
do Império Carolíngio, a tradição clássica foi estudada e completada pela cultura cristã e pela
muçulmana na Filosofia, Matemática, Astronomia e Medicina.

O poder da escrita
O Clero tinha o poder da escrita com monges especializados – os
escribas ou copistas, que trabalhavam nos scriptoria dos
mosteiros, produzindo à mão, livros e documentos. Cada oficina
possuia um tipo de caligrafia e de iluminatura/miniatura, o que
permite indentificar ainda hoje, onde estas foram feitas.

À medida que a sociedade evoluiu, os detentores destes saberes


Exemplo de uma Iluminura
tornaram-se mais importantes e começaram a ocuparcargos nas
chancelarias régias.

Canto GREGORIANO
O canto, voz humana, foi um elemento importante de ritual nos serviços litúrgicos, quando o
cristianismo tornou-se a religião oficial. Recebeu influências das músicas grega, romana e
judaica, e só foi denominado gregoriano quando o Papa Gregório I ou Gregório Magno
reformou a liturgia, tornando o canto uma parte obrigatória dos vários ofícios religiosos.

Trata-se de uma música monódica (uma só melodia), de ritmo livre, destinada a acompanhar
os salmos (textos latinos retirados da Bíblia), inicialmente sem notações musicais, mas depois
com neumas. Todos deviam cantar os cânticos gregorianos no momento certo, como se
fossem uma só voz e com o mesmo sentimento místico.

Foi a base de toda a música clássica ocidental.

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ARQUITETURA MEDIEVAL
Após a queda do Império Romano do Ocidente, a arte europeia refletiu uma regressão
material, técnica e cultural. Devido aos fatores externos (invasões bárbaras, analfabetismo,
ruralização do modo de vida das classes dirigentes) as características romano-helenísticas da
arte foram-se adulterando com a introdução de novas características estéticas e estilístas
provenientes dos povos invasores, levando a grande diversidade regional.

ARQUITETURA paleocristã
Nome dado às expressões artísticas dos primeiros Cristãos, entre 200 e VI, período de expansão
do Cristianismo. Inicialmente limitava-se à pintura e relevo realizados nas catacumbas e usava
como fonte a arte pagã, tardo-romana, à qual atribuía significado, espírito e tema cristãos.

Na arquitetura, utilizou soluções estilísticas herdadas da arte romana clássica com algumas
formas e técnicas das províncias do Oriente em 3 tipos de construções: Igrejas, Bastitérios e
Mausoléus. A grande preocupação foi procurar uma tipologia adequada para o templo cristão.

Assim, para a Igreja (morada de Deus, local de culto


e reunião dos fiéis) haviam 2 modelos:
O de planta centrada (de influência helenística
e oriental) – formas circulares, octogonais e em
cruz grega com cúpula;
O de planta basilical (cópia da basílica romana)
– foi o mais usado.
Nos Bastitérios e Mausoléus foi preferida a planta
cemtrada, com cúpula sobre a sala central. Os
exteriores são pobres, contrastando com os
Exemplo: Basílica de São Pedro do Vaticano, Roma 324
interiores decorados com pinturas a fresco e
mosaicos.

ARQUITETURA bizantina
O nome vem da capital do antigo Império Romano
do Oriente, Bizâncio (anteriormente Constatinopla e
atual Istambul). É uma arquitetura de influências
helenística, judaica, cristã ortodoxa, egípcia, síria e
persa. A planta combina o modelo basilical com o
centrado e está coberta por uma cúpula central,
sustendada por pendentes (exemplos: Igreja de
Santa Sofia, Constatinopla; Igrejas de São Vital e
Ex: Igreja de Santa Sofia de Constatinopla Santo Apolinário, Ravena, Itália).

ARQUITETURA carolíngia
A arquitetura carolíngia baseou-se na monumentalidade
dos Romanos, mas também foi influenciada pela arte
bizantina, no udo de plantas centradas e de cúpulas.

As construções possuíam exteriores maciços, pesados e


severos e interiores ricamente decorados com pinturas
murais, mosaicos e baixos-relevos.
Ex: Capela Palatina de Aix-la-Chapelle, Alemanha

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ARQUITETURA otoniana
O fracionamento do reino Carolíngio com a morte do
rei Carlos Magno, permitiu o aparecimento do reino
Otoniano, e tal como Carlos Magno, Otão I também
promoveu as letras e artes no seu reinado, dando
origem ao renascimento otoniano.

A arquitetura das igrejas segue 2 modelos: o da plana


centrada e o de planta basilical. Nesta última introduz-
se elementos originais, uma cabeceira, dois transeptos
contrapostos, tribuna, torres de cruzeiro e entradas
Ex: Igreja de São Miguel de Hildesheim
laterais.

ARQUITETURA Românica
Foi o estilo que unificou a arte europeia. Nasceu de influências das artes romana, bizantina,
germânica e muçulmana. A estabilidade política por volta do ano Mil, o crescimento
económico e demográfico, e a atuação da igreja e das cortes reais e senhoriais contribuíram
para a grandeza que a arte românica atingiu. Foram os monges os grandes construtores de
conventos e catedrais.

Para esta grandeza também foi benéfico o maior fervor religioso que se espalhou por volta do
ano Mil, altura que muitos sábios e profetas previam o Juízo Final. Foi neste período que o
sentimento de fé aumentou, juntamente com a prática das peregrinações aos locais santos e
cruzadas, proporcionando trocas comerciais, culturais e artísticas.

ARQUITETURA Românica
Mosteiros
Constituídos por quatro corpos que se distribuem à volta do
claustro (espaço quadrangular, descoberto e ajardinado,
destinados a oração individual, meditação e passeio),
adossado ao lado sul da igreja.

As alas organizavam-se pela sua função:


Ala Norte - sacristia, sala capitular, casa do abade, dormitório
e o scriptorium;
Ala Sul - cozinha, refeitório e oficinas (despensas e adegas);
Ala Oeste - enfermaria, hospedaria e parlatorium;

Este modelo arquitetónico foi definido por São Bento na sua


Regra. Mais tarde adotou-se o modelo bernardino, em que a
construção era simples, com fachadas sem decoração e
portais pouco relevados. As naves eram altas, cobertas pelas
abóbodas de arco, sem trinfório ou alçado interno, mas com
transepto grande e cabeceira pouco profunda. Não haviam
pinturas nem esculturas e os vidros eram incolores.

Ex: Abadia de Fontefroide, Frnça, séc.XI a XIII

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Igrejas
O conceito de Igreja vai desde a pequena capela rural à catedral (igreja que possui a cátedra
do cadeira do bispo), situada nas cidades até ao grande centro de peregrinação. Todas as
igrejas românicas tem um conjunto de caracyerísticas próprio, definido desde o século XI.

Planta:
Planta centrada (em cruz grega, hexagonal, octogonal ou circular). De influência oriental e
pouco usada.
Modelo basilical (com 3, 5 ou 7 naves). A nave principal é orientada no sentido este-oeste e é
mais larga e mais alta do que as laterais. O comprimento da igreja é um múltiplo da largura
da nave central, e a largura das laterais um submúltiplo da mesma.

Ex: igreja Saint-Front de Périgueux, França Ex: Igreja de Peregrinação de Santiago de Compostela,
Espanha, sé.XII

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Alçado interior da nave principal: Alçado interno à parede que segue
na vertical da nave central, permite distinguir 3/4 níveis:
Arcada principal (separa as naves laterais da principal);
Tribuna ou galeria aberta (corredor semiabobadado sobre as naves
laterais que abre pra a nave centras através de arcadas);
Trifório (corredor estreito, por cima ou em substituição da tribuna,
que abre para a nave central através de 3 arcos por cada arcada
principal);
Clerestório (parte superior onde se abrem janelas ou frestas de
iluminação)

Sistemas de Cobertura:
Abóbadas de berço (sobre a nave central) e de arestas (laterais);
Cúpulas (sobre os cruzeiros) e semicúpulas (absides e absidíolos).

Sistemas de suporte:
Arcos;
Pilares de sustentação (cruciformes e compostos por um colunelo adossado por cada um
dos arcos que determinam o tramo);
Paredes grossas laterais;
Contrafortes adossados

Iluminação Natural:
Através das janelas do clerestório (iluminam
a nave central);
Frestas das paredes exteriores (iluminam as
naves laterais);
Torre lanterna/ zimbório (ilumina o cruzeiro
e capela-mor);
Janelões e rosáceas da fachada.

Luz entra de cima para baixo (modo focal),


conferindo fortes contrastes de luz-sombra á
igreja.

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Configuração e decoração exterior:
Semicilíndrico (cabeceira e abside);
Paralelepípedo (corpo da igreja e transepto);
Poliedro e pirâmide (torres sineiras e lanterna);
Aparência de massa compacta (aparelho justaposto sem
argamassa, ritmicamente marcada pelos contrafortes);
Decoração exterior nas cornijas (arcos cegos e cachorrada),
rosáceas (relevos de motivos geométricos e florais) e portais
(entrada em chanfro, ladeada de ombreiras decoradas po
colunelis; porta simples ou dupla, encinada por um lintel ou
dintel).

Unidade e diversidade:

Românico francês: decoração exagerada,


coberturas de madeira e cúpulas sobre
pendentes;
Ex: Notre Dame-La-Grande, França

Românico italiano: revestimentos


exteriores a mármore e uso da
rosácea na fachada ocidental;
Ex: San Miniato al Monte, Florença

Românico espanhol: decorações


visigóticas e árabes junto de
características de influências
europeias.
Ex: Colegiada de SantoIsidoro de
Sevilha, Leão

Românico inglês: sobriedade das


volumetrias, quase sem decoração
esculpida.
Ex: Catedral de Durham

Românico alemão: desvalorizou a decoração,


mas marcou-se pelo uso de múltiplas torres e
duplos transeptos.
Ex: Igreja abacial de Santa Maria Laach

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ARQUITETURA Militar e civil
O castelo
Os castelos de pedra surgiram no Ocidente no final
do século X. Começam por ser uma única torre
rodeada de um fosso e de uma cinta de muralhas,
mas depois no século XII passaram a ser grandes
fortificações em lugares estratégicos, com altos Ex: Castelo de Harlech, País de Gales, séc.XII

murais encimados por vigias; a porta de entrada era


protegida por mata- cães.

No interior havia um pátio com poço, a torre central, a


igreja, cabanas para os aldeões, estábulos, hortas e
jardins. A torre central (de menagem) servia como
quartel e morada do castelão e família. Ex: Castelo de Tomar, Portugal

Românico em Portugal (séc.XI-XIII):


Coincide com o período de luta pela afirmação da independência em relação à Castela e com o
tempo de Reconquista Cristã aos Árabes.
Características das Igrejas:
ligado a ordens religiosas, mosteiros e/ou
comunidades agrícolas;
constituído por pequenas igrejas de aspecto
robustos, de nave única, com cabeceira em abside
quadrangular, e teto plano em madeira ou
abóboda de berço em pedra;
decoração interior e exterior simples.
Estas situam-se maioritariamente nas rotas de
Ex: Igreja de São Pedro de Rates,
Póvoa de Varzim, Portugal peregrinação de Snatiago de Compostela.

Sés ou catedrais:
maior monumentalidade;
mais riqueza decorativa;
formas mais variadas,
atualmente encimadas
por ameias e merlões.
Sé de Lsiboa Sé Catedral de Évora Sé de Braga

Arquitetura militar:
castelos de residência ou alcáçovas;
torres de atalaia;
castelos-refúgio.

Na arquitetura civil salienta-se a Domus


Municipalis de Bragança.

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ESCULTURA Românica
Características:
Dependência em relação à arquitetura;
Sncretismo de técnicas e valores plásticos;
Aandono do reaslimo clássico;
Valorização do relevo em detrimento da estatuária.

Relevo:
Sempre pintado;
Representação da mensagem do cristianismo;
Temas religiosos;
Figura humana com pouca modelação e sem preocupações anatómicas (cabeça e olhos
grandes e vestes pregueadas e longas);
Figuras sagradas (ex: Cristo) com cabelos compridos e barba, valorizando-se o gesto;
Composição das figuras em simetria ou alinhas pela isocefalia;
Espaço esquematizado, sem indicações de paisagens e com pouca perspectiva;
Concentrados nas cornijas, mísulas, cachorradas, arquivoltas, pias batismais, frontais de
altar, capiteis e portais.

Capitel:
Forma troncocónica;
Relevos geométricos, vegetalistas, animalistas
(macacos, grifos, demónios, cenas do
imaginário popular), nas obreiras dos portais;
Relevos historiados (relatando em cada uma
das faces uma cena sequencial ou uma só
cena), colocados nos claustros e nas igrejas.
.

Portal:
Representa o acesso à casa de Deus ( o Paraíso);
Temas específicos, como o Juízo Final.
O tímpano recebe a cena principal;
Nos tímpanos dos portais laterais aparecem episódios
da vida dos santos;
No lintel surgem figuras da igreja.

Estatuária de culto:
Salientam-se as virgens romanas (objetos de veneração)
em material precioso, madeira ou pedra, sempre
policromadas;
Composições simples, trabalhdas na frente e nos lados,
com características semelhantes ao relevo.

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as Artes da Cor
Apintura mural
Carcterísticas técnico-formais e temáticas:
O desenho sobrepõe-se à cor;
A figura é deformada para acentuar os traços
expressivos e se adaptar ao espaço;
A figura apresenta posições formais e rigidez;
As cenas são enquadradas em cenários
simbólicos e exíguos;
A composição segue esquemas geométricos;
A cor, aplicada a cheio, acentua o sentido
bidimensional da pintura;
Os temas bíblicos são organizados em ciclos
narrativos.

Iluminuras
Desenhos pintados e muito decorados com pessoas,
animais, elementos vegetalistas estilizados e formas
geométricas e abstratas. Ocupavam a página inteira,
ou reduzia-se à letra inicial do capítulo ou parágrafo -
iniciais ornadas ou capitulares.

Seguiam nos temas, aspectos técnico-formais e


compositivos, e na cor e na expressividade, os
princípios da pintura mural

Arte muçulmana
A religião muçulmana (árabe, islâmica e moura) foi teorizado por Maomé no séc.VII, no livro
sagrado do Corão. Serviu de elemento de união às tribos da Árabia e do Norte de África, e
inspirou a Guerra Santa (expansão territorial).

A arte mulçulmana apresenta 2 características:


1. Diversidade, resultante da assimilação das diferentes influências culturais e artísticas,
quanto a materiais, técnicas e formas;
2. Unidade, atribuída pela religião e pelo poder político.

Elementos estruturantes utilizados na


arquitetura:
Arcos de várias formas (como aperaltados e
em ferradura);
Colunas (elementos de sustentação) com
fuste liso e capitéis em decoração floral;
Abóboda simples e de pendentes, e cúpula
bulbosa (como formas de cobertura),
decoradas com muqarnas.

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Arquitetura civil
A construção mais importante é a do palácio
(arquitetura áulica), este é considerado centro
político e administrativo, e morada de reis e da sua
corte. Apresenta uma planta quadrada e no centro
um pátio interior, ou organizam-se em pequenos
pavilhões separados por jardins e fontes.
Exterior - aparência de uma fortaleza fechada
pela muralha alta com torres de vigia;
Interior - pequenos paraísos de luxo e requinte.

Arquitetura religiosa
Contempla os seguintes edifícios:
Mesquita (casa da oração) - formada por uma sala hipostila (haram), um extenso pátio
descoberto (o sahn) e os minaretes ou torres;
Madrasah (escolas de teologia, para o estudo do Corão) - semelhantes ao claustro cristão.
Mausoléus (túmulos para homenagear guerreiros e príncipes).

Decoração arquitetónica e artes ornamentais


A decoração arquitetónica cobria todas as superfícies interiores e era feita em mármore,
mosaicos, ladrilhos, pedra, madeiras, gessos e estuques pintados, e usa motivos geométricos,
vegetalistas e epígrafos – os arabescos.

Artes ornamentais, decorativas ou aplicadas:


Cerâmica (decorada com desenhos geométricos e elementos figurativos, cores brilhantes
de reflexos metálicos - técnica do vidrado com lustro ou esmaltagem);
Azulejaria (decorada com elementos florais e geométricos);
Miniatura (pintura de pequenas dimensões para a ilustração de livros de conto);
Tapecarias.

arte moçárabe
Arte produzida pelos cristãos da Península Ibérica sob a alçada dos muçulmanos. entre os
séculos IX e XI.

Na arquitetura: Igrejas em pedra, com plantas de cabeceira reta, 3 naves, coberturas planas ou
em abóboda em madeira, e uso do arco em ferradura (ex: Igreja de São Pedro de Lourosa da
Serra).
Na escultura: Sobressai o relevo nos capitéis, nas aras dos altares e nos modilhoes dos beirias
dos telhados (com motivos geométricos e naturalistas, com alguns elementos figurativos
como pássaros e outros animais).
Na pintura não ha vestígios, excetuando as miniaturas.
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