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Na Idade Média houve o predomínio do pensamento teocêntrico.

“A Idade Média não era decadente, não era triste, mas sim soberba, até
exagerada” Jacques Le Goff

A Idade Média possui uma cronologia de divisão: Europa, território romano.

A SOCIEDADE FEUDAL (SÉCULO V AO XV).


• Alta Idade Média (do século V ao século X). No final do século IX há o auge
do feudalismo.
• Baixa Idade Média (do século XI ao século XV). Surgem as cidades e a
burguesia.
No ano 476, data tradicionalmente escolhida para marcar o início da Idade
Média. Data do fim do Império Romano do Ocidente, capital Roma.
– Deposição de Rômulo Augusto.
• Como final do período, assinala-se 1453;
– A cidade de Constantinopla foi conquistada pelos turcos. Fim do Império
Romano do Oriente.

Estudos da Idade Média:


• Os merovíngios
• Os carolíngios
• Feudalismo
• Islamismo
• Bizantinos
• As Cruzadas
• Renascimento Comercial: ruralização da Europa
• Renascimento Urbano.

O REINO FRANCO
Os Francos possuem origem dos germânicos que adentravam no Império
Romano sendo aliados ao Império. Com a queda do Império Romano do
Ocidente mantiveram em estruturas de unificação.
Região de parte da França e parte da atual Alemanha.
Franco significava ser livre e ousado.

OS MEROVÍNGIOS
1ª dinastia: ainda havia a perspectiva da centralização do poder na mão de um
Rei, grande líder.
O mundo medieval resulta do encontro e fusão destes dois mundos que se
interpenetravam, da convergência das estruturas romanas e das estruturas
bárbaras em transformação. Le Goff.
• Entre os séculos IV e VI, várias tribos germânicas estabeleceram-se nos
territórios da atual Europa ocidental;
• Dinastia merovíngia – Meroveu, guerreiro.
• Migrações maciças das tribos dos francos para o norte da Gália, atual
território da França, Alemanha e Bélgica.
• Em 481, Clóvis, um chefe franco, foi coroado Rei; Organização própria,
ligação com um líder.
• Em 494, Clóvis já dominava todo o norte da Gália; Clóvis se associa com a
Igreja.
• Conversão ao Cristianismo;

Simbologia de que o Rei se curva a um mundo espiritual dando apoio a Igreja e


ao mesmo tempo um poder para Clóvis dentro da própria sociedade.
• Aliança com a Igreja Católica;
• Consolidação da autoridade com doações de terras para o Clero e para os
Guerreiros.
Os guerreiros no futuro serão os senhores feudais.
• Depois da morte de Clovis, seus quatro filhos dividiram o reino franco.
• No final do século VII, a dinastia merovíngia estava enfraquecida pelas
divisões;
• Entregou o poder efetivo a um grupo de altos funcionários conhecidos como
“prefeitos do palácio” (major domus). Desleixo com a administração.
• Carlos Martel:
– Em 732, venceu a Batalha de Poitiers (ou batalha de Tours)
– salvou a Europa do expansionismo muçulmano. Conseguiu segurar o
avanço dos muçulmanos sobre a cristandade
• Em 751, seu filho Pepino, o Breve, afastou o último soberano merovíngio e foi
coroado rei pelo papa. Igreja fortificada.
• Carlos Magno:
– Filho de Pepino, o Breve, Carlos sucedeu ao pai em 768;

– Em 774, derrotou os lombardos, tornando-se rei desse povo;


– Promoveu o domínio de territórios situados na península itálica e entrou em
luta contra os muçulmanos;
– Conquistou a cidade de Barcelona, as ilhas Baleares e impôs sua
dominação sob os povos saxões da Germânia;
• Carlos Magno teve grande preocupação em organizar administrativamente as
regiões conquistadas:
– Realizou a doação de terras a todos os nobres que o auxiliavam durante as
batalhas;
fortalecimento da nobreza.
– Dividiu todos os domínios imperiais em duzentos condados que seriam
geridos por um nobre e um bispo;
– Fiscalizava e controlava o poder exercido por esses líderes locais com um
funcionário público chamado missi dominici (“enviados do senhor”). Os nobres
não aceitavam as fiscalizações desses funcionários.
• A formação do Império Carolíngio marcou profundamente o processo de
expansão do cristianismo dentro da Europa:
– 25 de dezembro de 800, Carlos Magno foi coroado como imperador do novo
Império Romano do Ocidente pelo papa Leão III;
– Conjunto de leis escritas conhecidas como capitulares - somente válida nas
regiões originais do território imperial - costumes e tradições dos povos
conquistados fossem preservadas;
– Margens do território surgem os marqueses (título da nobreza conforme
dominação da região.
• o império também contou com um comércio bastante movimentado pelas
várias feiras e mercados distribuídos nos centros urbanos europeus;
• Apesar do intenso comércio, a agricultura era o grande suporte de suas
atividades econômicas.

RENASCIMENTO CAROLÍNGIO
• No reinado de Carlos Magno houve grande desenvolvimento das artes e do
conhecimento;
• Ao longo do chamado “renascimento carolíngio”:
– várias escolas e igrejas foram construídas;
– a obra de escritores greco-romanos traduzida;
– Ourivesaria vários manuscritos.
• Boa parte dessa movimentação do conhecimento se dava pela ação do
próprio rei, que se aproximou de vários intelectuais da época.
Os monges copistas tinham uma grande importância na difusão do
conhecimento.

Para refletir: TRÍVIO (em latim: Trivium, de três: três e vía: caminho) era o
nome dado na Idade Média ao conjunto de três matérias ensinadas nas
universidades no início do percurso educativo: gramática, dialética e retórica. O
trívio representa três das sete artes liberais, as restantes quatro formam o
QUADRÍVIO: aritmética, geometria, astronomia e música.

LUÍS, O PIEDOSO
Assumiu após a morte de Carlos Magno, em 814 e governou até 840;
• É tido como um monarca “fraco” devido ao fato der ser muito influenciado pela
Igreja;
• Terras da Igreja e domínios senhoriais conseguiam livrar-se do controle do
poder central;
• Em 843 - Tratado de Verdum;
– Carlos, o Calvo, ficou com a França Ocidental,
– Luís, o Germânico, com a França Oriental,
– Lotário, com a França Central, repartida após a sua morte, em 870, entre
Carlos e Luís
• Tratado de Verdun, que oficializou a partilha do Império Carolíngio em três
reinos menores, deu início à desintegração territorial:
– consequente enfraquecimento militar,
– invasões estrangeiras e a fragmentação do território aconteciam
– invasões provocadas pelos vikings e magiares do leste europeu,
– os nobres proprietários de terra passaram a experimentar uma maior
autonomia política. Desfragmentação do poder.
– na região ocidental, o reduzido império carolíngio foi administrado pela
enfraquecida dinastia capetíngia.
– amplificação da ruralização.

Em 987, morre o último soberano carolíngio da França Ocidental, Luís V, e os


aristocratas escolheram Hugo Capeto, Conde de Paris, como rei. É o fim da
dinastia carolíngia sobre a França, dando origem à dinastia capetíngia, que
governou o país até o século XIV (sem centralização política).

FEUDALISMO
ROMANOS:

 Clientela (dependência entre servos e senhores).


 Colonato (fixação na terra – origem da servidão).
 Vilas (grandes propriedades rurais – origem dos feudos).
 Igreja.

GERMÂNICOS:

 Comitatus (dependência entre nobres – base da suserania e


vassalagem).
 Subsistência (ausência de comércio e moeda).
 Economia agropastoril
 Direito consuetudinário (tradição oral).
Comitatus: um líder com terras e posses precisava de pessoas, e dava a estas
pessoas partes das terras para o outro que fica refém do líder em razão do
pacto (dependência mútua). Possível ser vassalo do rei, mas suserano de uma
outra pessoa.
Base econômica era a agricultura.
A expansão do trabalho servil, o fortalecimento do poder da aristocracia e a
consagração das relações de dependência e fidelidade são algumas
características do FEUDALISMO, sistema que se estruturou na Europa a partir
do século IX(801-900).
• Combinação de instituições romanas e tradições germânicas, principalmente
do colonato e do comitatus:
– Colonato: trabalhadores livres fixaram-se nas grandes propriedades
agrícolas, na condição de colonos;
– Comitatus: obrigações mútuas de prestação de serviços e de lealdade;
– Beneficium: concessão do direito de uso da terra em troca da prestação de
serviços e de obrigações pessoais.
VASSALAGEM
Pacto existente entre nobre(s) e rei(s) – um pacto de honra e de fidelidade. Os
nobres guerreiros eram vassalos do rei, sendo este, o suserano deles.
Os nobres não trabalhavam na terra, mas sim os servos.
Os nobres se especializavam na luta, espada, etc.
A Igreja era o símbolo de unidade no Feudalismo.
Durante a cerimônia que era realizada para firmar o compromisso, o vassalo se
ajoelhava para assim declarar sua fidelidade diante de todos em caso de
guerra.
Vassalo poderia tornar uma outra pessoa seu vassalo.

A ORGANIZAÇÃO DO FEUDO (Território)


• Economia: agrícola, autossuficiente (subsistência), sem comércio e sem
moeda.
• Unidade econômica básica: FEUDO (benefício).
– Manso Senhorial – castelo + melhores terras.
– Manso Servil – terras arrendadas (lotes = glebas ou tenências).
– Manso Comunal – bosques e pastos (uso comum)

A SOCIEDADE FEUDAL
(...) Deus tinha distribuído tarefas específicas a cada homem; uns deviam orar
pela salvação de todos, outros deviam lutar para proteger o povo; cabia aos
membros do terceiro estado, de longe o mais numeroso, alimentar, com seu
trabalho, os homens de religião e da guerra. Este padrão, que rapidamente
marcou a consciência coletiva, apresentava uma forma simples e em
conformidade com o plano divino e assim sancionava a desigualdade social e
todas as formas de exploração econômica (...). DUBY, Georges. As três ordens
ou o imaginário do feudalismo. Lisboa: Estampa, 1982.
Grande dificuldade de ascensão social.
CLÉRIGOS
A Igreja centralizou. Muitos possuíam nível de intelectualidade.
• Monopólio da cultura erudita e escrita,
• Intermediavam as relações com Deus, Não havia liberdade de culto.
Clero Regular – Mosteiros,
• Clero Secular – organizadores da vida social e econômica da população,
• Em festas nos castelos, guerras ou pestes, o clero e a nobreza distribuíam
pães aos famintos,
• A importância das festividades religiosas para suavizar a vida camponesa e
controle social.

NOBRES OU ARISTOCRATAS
A própria vocação do nobre lhe proibia qualquer atividade econômica direta.
Ele pertencia de corpo e alma à sua função própria: a do guerreiro. (...) um
corpo ágil e musculoso não é o bastante para fazer o cavaleiro ideal. É preciso
ainda acrescentar a coragem. E é também porque proporciona a esta virtude a
ocasião de se manifestar que a guerra põe tanta alegria no coração dos
homens, para os quais a audácia e o desprezo da morte são, de algum modo,
valores profissionais. BLOCH, Marc. A sociedade feudal. Lisboa: Edições 70,
1987.
Detinha terras e poder político.
• Alta nobreza:
– Príncipes,
– Arquiduques,
– Duques,
– Marqueses
– Condes.
• Baixa nobreza:
– Viscondes,
– Barões,
– Cavaleiros.

CAMPONESES
• Maioria da população;
• Produziam alimentos para a família e para os senhores;
• Dispunha de um pedaço de terra para sustentar sua família e de ferramentas
agrícolas e alguns outros pertences;
• Servidão de gleba: sujeição a impostos, fixados à terra e ao julgo senhoril;
• Vilões: não estavam presos à terra, o que lhes permitia sair. Surge relações
comerciais;
• Em busca de trabalho e, às vezes, adquirir as próprias faixas de terra ou
enriquecer com a atividade comercial.
OBRIGAÇÕES FEUDAIS
Impostos:
• Corveia - Trabalho gratuito dos servos na agricultura, construções (pontes,
fortificações).
• Banalidades - Imposto pago pela utilização da infraestrutura do feudo
(moinho, forno, celeiro...).
• Talha: Porcentagem (quase sempre a metade) entregue ao senhor pela
produção no manso servil.
• Mão-morta: Imposto pago pela morte do chefe da família, se caso
continuassem utilizando as terras.
• Capitação: Imposto anual pago individualmente ao senhor feudal.
Os servos não possuíam perspectiva de ascender socialmente.

ROTAÇÃO DE CULTURAS
• Um lote de terras cultiváveis era dividido em três porções equivalentes,
• Nas duas primeiras, o servo estabelecia a plantação de duas culturas
distintas,
• O lote restante não era aproveitado para que, assim, o lote de terras não
fosse completamente desgastado,
• No ano seguinte, um terreno que foi cultivado é colocado em descanso,
• Os nutrientes utilizados por uma cultura eram reservados no ano posterior.

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