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“A Idade Média não era decadente, não era triste, mas sim soberba, até
exagerada” Jacques Le Goff
O REINO FRANCO
Os Francos possuem origem dos germânicos que adentravam no Império
Romano sendo aliados ao Império. Com a queda do Império Romano do
Ocidente mantiveram em estruturas de unificação.
Região de parte da França e parte da atual Alemanha.
Franco significava ser livre e ousado.
OS MEROVÍNGIOS
1ª dinastia: ainda havia a perspectiva da centralização do poder na mão de um
Rei, grande líder.
O mundo medieval resulta do encontro e fusão destes dois mundos que se
interpenetravam, da convergência das estruturas romanas e das estruturas
bárbaras em transformação. Le Goff.
• Entre os séculos IV e VI, várias tribos germânicas estabeleceram-se nos
territórios da atual Europa ocidental;
• Dinastia merovíngia – Meroveu, guerreiro.
• Migrações maciças das tribos dos francos para o norte da Gália, atual
território da França, Alemanha e Bélgica.
• Em 481, Clóvis, um chefe franco, foi coroado Rei; Organização própria,
ligação com um líder.
• Em 494, Clóvis já dominava todo o norte da Gália; Clóvis se associa com a
Igreja.
• Conversão ao Cristianismo;
RENASCIMENTO CAROLÍNGIO
• No reinado de Carlos Magno houve grande desenvolvimento das artes e do
conhecimento;
• Ao longo do chamado “renascimento carolíngio”:
– várias escolas e igrejas foram construídas;
– a obra de escritores greco-romanos traduzida;
– Ourivesaria vários manuscritos.
• Boa parte dessa movimentação do conhecimento se dava pela ação do
próprio rei, que se aproximou de vários intelectuais da época.
Os monges copistas tinham uma grande importância na difusão do
conhecimento.
Para refletir: TRÍVIO (em latim: Trivium, de três: três e vía: caminho) era o
nome dado na Idade Média ao conjunto de três matérias ensinadas nas
universidades no início do percurso educativo: gramática, dialética e retórica. O
trívio representa três das sete artes liberais, as restantes quatro formam o
QUADRÍVIO: aritmética, geometria, astronomia e música.
LUÍS, O PIEDOSO
Assumiu após a morte de Carlos Magno, em 814 e governou até 840;
• É tido como um monarca “fraco” devido ao fato der ser muito influenciado pela
Igreja;
• Terras da Igreja e domínios senhoriais conseguiam livrar-se do controle do
poder central;
• Em 843 - Tratado de Verdum;
– Carlos, o Calvo, ficou com a França Ocidental,
– Luís, o Germânico, com a França Oriental,
– Lotário, com a França Central, repartida após a sua morte, em 870, entre
Carlos e Luís
• Tratado de Verdun, que oficializou a partilha do Império Carolíngio em três
reinos menores, deu início à desintegração territorial:
– consequente enfraquecimento militar,
– invasões estrangeiras e a fragmentação do território aconteciam
– invasões provocadas pelos vikings e magiares do leste europeu,
– os nobres proprietários de terra passaram a experimentar uma maior
autonomia política. Desfragmentação do poder.
– na região ocidental, o reduzido império carolíngio foi administrado pela
enfraquecida dinastia capetíngia.
– amplificação da ruralização.
FEUDALISMO
ROMANOS:
GERMÂNICOS:
A SOCIEDADE FEUDAL
(...) Deus tinha distribuído tarefas específicas a cada homem; uns deviam orar
pela salvação de todos, outros deviam lutar para proteger o povo; cabia aos
membros do terceiro estado, de longe o mais numeroso, alimentar, com seu
trabalho, os homens de religião e da guerra. Este padrão, que rapidamente
marcou a consciência coletiva, apresentava uma forma simples e em
conformidade com o plano divino e assim sancionava a desigualdade social e
todas as formas de exploração econômica (...). DUBY, Georges. As três ordens
ou o imaginário do feudalismo. Lisboa: Estampa, 1982.
Grande dificuldade de ascensão social.
CLÉRIGOS
A Igreja centralizou. Muitos possuíam nível de intelectualidade.
• Monopólio da cultura erudita e escrita,
• Intermediavam as relações com Deus, Não havia liberdade de culto.
Clero Regular – Mosteiros,
• Clero Secular – organizadores da vida social e econômica da população,
• Em festas nos castelos, guerras ou pestes, o clero e a nobreza distribuíam
pães aos famintos,
• A importância das festividades religiosas para suavizar a vida camponesa e
controle social.
NOBRES OU ARISTOCRATAS
A própria vocação do nobre lhe proibia qualquer atividade econômica direta.
Ele pertencia de corpo e alma à sua função própria: a do guerreiro. (...) um
corpo ágil e musculoso não é o bastante para fazer o cavaleiro ideal. É preciso
ainda acrescentar a coragem. E é também porque proporciona a esta virtude a
ocasião de se manifestar que a guerra põe tanta alegria no coração dos
homens, para os quais a audácia e o desprezo da morte são, de algum modo,
valores profissionais. BLOCH, Marc. A sociedade feudal. Lisboa: Edições 70,
1987.
Detinha terras e poder político.
• Alta nobreza:
– Príncipes,
– Arquiduques,
– Duques,
– Marqueses
– Condes.
• Baixa nobreza:
– Viscondes,
– Barões,
– Cavaleiros.
CAMPONESES
• Maioria da população;
• Produziam alimentos para a família e para os senhores;
• Dispunha de um pedaço de terra para sustentar sua família e de ferramentas
agrícolas e alguns outros pertences;
• Servidão de gleba: sujeição a impostos, fixados à terra e ao julgo senhoril;
• Vilões: não estavam presos à terra, o que lhes permitia sair. Surge relações
comerciais;
• Em busca de trabalho e, às vezes, adquirir as próprias faixas de terra ou
enriquecer com a atividade comercial.
OBRIGAÇÕES FEUDAIS
Impostos:
• Corveia - Trabalho gratuito dos servos na agricultura, construções (pontes,
fortificações).
• Banalidades - Imposto pago pela utilização da infraestrutura do feudo
(moinho, forno, celeiro...).
• Talha: Porcentagem (quase sempre a metade) entregue ao senhor pela
produção no manso servil.
• Mão-morta: Imposto pago pela morte do chefe da família, se caso
continuassem utilizando as terras.
• Capitação: Imposto anual pago individualmente ao senhor feudal.
Os servos não possuíam perspectiva de ascender socialmente.
ROTAÇÃO DE CULTURAS
• Um lote de terras cultiváveis era dividido em três porções equivalentes,
• Nas duas primeiras, o servo estabelecia a plantação de duas culturas
distintas,
• O lote restante não era aproveitado para que, assim, o lote de terras não
fosse completamente desgastado,
• No ano seguinte, um terreno que foi cultivado é colocado em descanso,
• Os nutrientes utilizados por uma cultura eram reservados no ano posterior.