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História

Idade Média

Teoria

O fim do Império Romano e a Alta Idade Média (476 a 1000 d.C.)


O período de desintegração do Império Romano foi marcado por crises até a queda de Roma.
Contudo, antes disso, percebendo a dificuldade administrativa de um território tão extenso, o
imperador Teodósio, em 395 d.C., restabeleceu uma divisão que já havia sido tentada no passado
por Constantino, que criara dois impérios – um com capital em Roma, no ocidente, e o outro com
capital em Constantinopla –, ficando conhecido como o Império Bizantino.

Enquanto Constantinopla vivia de riquezas, Roma, por sua vez, não


conseguia se livrar das crises econômicas que assolavam as grandes
cidades do império, trazendo fome, miséria e crimes. Com uma vida tão
complicada e sofrendo ainda com as invasões dos povos germânicos ao
norte, muitos romanos decidiram abandonar as cidades e viver no
isolamento do campo, iniciando um processo de êxodo urbano.

Esse processo de ruralização afetou diretamente as relações de trabalho na Europa, visto que a
escravidão greco-romana perdeu espaço e o colonato – segundo o qual um grupo era responsável
por cultivar um pedaço de terra, entregando parte da produção ao proprietário como forma de
imposto e conservando a outra parte para consumo próprio – se tornou um sistema de trabalho
comum na Europa ocidental. Tal relação mantinha o servo preso à terra do senhor, o que foi
gradualmente dando origem ao que chamamos de servidão.

Esse cenário causou impacto nas próprias relações comerciais, pois o isolamento no campo e a
insegurança causada pelas guerras e saques impediram a circulação segura de moedas e
mercadorias. Buscando segurança contra esses problemas, muitos senhores decidiram reforçar a
proteção de suas terras com castelos de pedra e fortalezas, ampliando ainda mais o isolamento.

Esse estado de guerra constante na Europa acontecia porque, com a queda do Império Romano do
Ocidente, muitos povos passaram a disputar os novos territórios disponíveis, sobretudo no norte da
Europa. Alguns, ainda, se anexaram ao antigo império antes da sua queda como povos federados
– exemplos deles são os francos, que se instalaram na região da Germânia; os visigodos, na Dácia;
e os burgúndios, em parte da Gália. Nessa conjuntura, muitas pessoas não se identificavam com a
cultura romana e mal sabiam quem era o imperador, e em muitos lugares as línguas “bárbaras”
eram mais faladas do que o próprio latim.
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Os reinos da Europa após a queda do Império Romano do Ocidente.


(VIDAL-NAQUET, Pierre e BETIN, Jacques. Atlas histórico: da Pré-história aos
nossos dias. Lisboa: Círculo de Leitores, s.d. p. 57.)

Apesar dessa assimilação nas fronteiras, a continuidade das invasões e das guerras marcou um
período de conflitos que derrubou o Império Romano e fez do início do período medieval uma fase
caótica e insegura. A unidade romana já não existia mais; agora imperava o multiculturalismo dos
antigos povos bárbaros. Mesmo com a queda de Roma e sem um poder centralizado para se apoiar,
a Igreja Católica continuou a crescer e começou a difundir o cristianismo também entre esses
povos, em uma luta milenar contra as diversas religiões do continente, que passaram a ser
perseguidas e taxadas como paganismo.

O apoio da Igreja foi fundamental para o crescimento do reino dos francos, visto que, em 496 d.C.,
o rei Clóvis, da dinastia Merovíngia, converteu-se ao cristianismo, aumentando, portanto, o poder do
clero dentro do reino. Esse apoio foi fundamental, inclusive, para a luta dos francos contra a
expansão árabe na Batalha de Poitiers, em 732 d.C.

Pega a visão: o islamismo surgiu no século VII e já no século seguinte havia se


expandido para várias regiões do mundo, como a Europa, o norte da África e parte
significativa do continente asiático. Foi durante esse processo de expansão que os
mulçumanos se instalaram na Península Ibérica, trazendo um avanço significativo
para a região.
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Apesar do apoio papal, os reis foram perdendo cada vez mais seus poderes, ficando conhecidos
como “reis indolentes” e deixando o poder para uma espécie de “primeiro-ministro”, responsável
pela administração do reino. Entre eles, destacou-se Carlos Martel e seu filho, Pepino, “O Breve”.
Com um golpe apoiado pelo papa, Pepino depôs a dinastia dos merovíngios e instalou uma nova
dinastia, a Carolíngia. Graças a esse apoio concedido, a Igreja Católica recebeu uma vasta doação
de terras, conhecidas como o Patrimônio de São Pedro, na região da Itália, formando o que hoje
conhecemos como o Vaticano.

A expansão do Império Carolíngio tomou proporções tão vastas que chegou a dominar com os
francos grande parte da Europa, levando o rei Carlos Magno a receber o título pelo papa Leão III, em
800 d.C., de imperador do novo Império Romano do Ocidente, ficando responsável pela defesa e
difusão do cristianismo na luta contra o paganismo e contra as invasões árabes. Carlos Magno
também foi um importante realizador do movimento conhecido como o renascimento carolíngio,
que incentivou a cultura em seu reino a partir da criação de escolas, a preservação de obras
clássicas da antiguidade e o estudo de grandes pensadores.

O Império Carolíngio começou a ruir com a morte de Carlos Magno, ainda que seu filho Luís, “O
Piedoso”, fizesse esforços para tentar manter o império. Buscando apoio, Luís dividiu as terras
restantes em ducados, condados e principados e as doou a homens que formaram o embrião da
nobreza medieval; entretanto, esses indivíduos cada vez mais conquistavam autonomia em suas
terras, isolando-se e descentralizando o poder.

Tal movimento acabou reduzindo a importância do rei – que, após sua morte, deixou o império para
os três filhos: Carlos, “O Calvo”, Lotário e Luís, “O Germânico”. Pelo Tratado de Verdun, assinado em
843 d.C., as terras herdadas foram divididas entre os três, e mais uma vez o poder se fragmentou,
isolando ainda mais os territórios, fortalecendo as nobrezas locais e, por fim, consolidando o
sistema conhecido como o feudalismo.

Feudalismo
O feudalismo foi um sistema de relações sociais e de produção de riquezas que se enraizou na
estrutura europeia durante o período que conhecemos como a Idade Média. Com a perda do poder
do rei e a quase inexistente circulação de moedas e de comércio na Europa ocidental, a terra se
tornou o bem mais valioso do período e passou a ser utilizada como ferramenta de troca de serviços,
favores ou fidelidade.

Assim, o feudalismo foi um modo de produção responsável por definir muito de como as pessoas
viviam, trabalhavam e se relacionavam, sendo fundamental também para a própria manutenção de
uma sociedade de estamentos – na qual, no topo, encontravam-se os membros do clero, os nobres
e os donos de terras (conhecidos como os senhores feudais); e, embaixo, a camada produtiva, que
trabalhava nos campos. Embora a maior parte da base fosse composta por servos – ou seja,
pessoas que estavam ligadas à terra por um contrato de servidão –, nessa camada também
existiam os chamados vilões, que eram trabalhadores ou pequenos proprietários livres, mas ainda
assim subordinados aos nobres e aos senhores.
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Pega a visão: servidão não é o mesmo que escravidão. Apesar de estarem presos à
terra devido às obrigações a que eram submetidos, os servos não eram uma
propriedade do senhor feudal.

Como forma de validar a sociedade que se formou no mundo feudal, a Igreja


afirmava que os estamentos na Idade Média eram divididos entre aqueles que
rezavam (clero), os que lutavam (nobres) e os que trabalhavam (camponeses).
Embora cada grupo tivesse sua função, cada um apresentava também as suas
obrigações; no entanto, apenas os servos não possuíam privilégios, sendo
condenados ao pagamento de diversos tributos e serviços para poderem
produzir ou viver no feudo. Entre os chamados impostos feudais, cobrados aos
servos, podemos citar:
• Talha: pagamento com parte da produção no manso servil (terras
arrendadas aos servos para a produção pessoal);
• Corveia: de dois a quatro dias na semana, os servos eram obrigados a trabalharem no manso
senhorial, com manutenção de equipamentos, na agricultura ou em obras;
• Banalidade: os equipamentos do senhor feudal utilizados na produção eram chamados de
banais; logo, para utilizar essas ferramentas (moinho, forno...), os servos deviam pagar taxas
conhecidas como banalidades;
• Tostão de Pedro: destinava parte da produção à Igreja;
• Mão-morta: tributo pago pela família ao senhor para continuar na terra caso o patriarca
morresse.
• Formariage: tributo pago quando um servo ou parente de algum nobre se casava.

Existiam três tipos de terras: as servis (destinadas à subsistência dos camponeses), as de uso
comum (para uso tanto do servo quanto do senhor, onde se encontravam as ferramentas, era local
de caça e pesca etc.) e as senhoriais (locais de plantio e moradia do senhor feudal).

Por parte da nobreza e dos chamados senhores feudais (nobres que detinham o poder sobre a terra
e dominavam as relações feudais), a principal obrigação era a de manter a segurança no feudo e
garantir a estabilidade nas terras. Para isso, realizavam alianças com outros feudos e contratos de
suserania e vassalagem para ampliar suas conexões, influências e poderes. Segundo esse acordo,
de origem germânica, um nobre com maior influência concedia um pedaço de terra a outro nobre
de menor influência – normalmente o segundo filho de algum senhor –, que não teria direito à
grande herança (direito de primogenitura).

Dessa forma, o que concedia a terra se tornava o suserano e prometia proteger aquele que recebeu;
este, por sua vez, tornava-se um vassalo, um cavaleiro do senhor, jurando lealdade, apoiando em
guerras, protegendo o feudo, cobrando impostos e realizando serviços ao seu suserano. Observa-
se que essa era uma relação exclusivamente entre nobres.
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Esse contrato era estabelecido a partir de uma cerimônia, conhecida como homenagem, que era
dividida em dois atos: o juramento e a investidura. Pelo ato de juramento, o vassalo anunciava sua
lealdade e seus serviços, enquanto pela investidura, o senhor doava uma parte de suas terras ao
vassalo, tudo realizado frente a testemunhas e normalmente selado com um beijo. Essas alianças
entre diversos vassalos e suseranos construía uma rede de proteção entre os feudos na Idade
Média que envolvia até mesmo os reis – que, com o tempo, passaram a acumular cada vez mais
vassalos ao seu redor.

A Igreja medieval
As relações sociais e o modo de produção feudal foram características fundamentais da sociedade
medieval, mas não podemos compreender o período sem nos aprofundarmos na influência da Igreja
Católica nesse mundo. A questão espiritual, desde a Antiguidade, manifestou-se
como característica essencial de diversas culturas. No caso europeu, desde o fim
do Império Romano, o cristianismo se tornava cada vez mais a grande influência
religiosa da região.

No período carolíngio, como visto, a Igreja Católica passou a exercer mais do que
um poder espiritual, pois adentrou definitivamente nas questões políticas dos reinos
germânicos, passou a influenciar decisões e controlar a vida das pessoas e se tornou, enfim, uma
grande proprietária de terras, fortemente vinculada à estrutura feudal. Assim, a Igreja Católica
detinha um vasto poder sobre os calendários, as datas, as decisões políticas, as horas de trabalho
e até mesmo os dias em que poderia haver batalhas e os dias santos.

Dominando grande parte da Europa e se relacionando com as principais monarquias e nobrezas, a


Igreja conseguiu se tornar a principal instituição do mundo e realizar obras faraônicas para
constantemente reforçar o seu poder. Visto isso, durante o período medieval, diversas igrejas de
arquitetura gótica, mosteiros e abadias foram construídos pela Europa – sendo os últimos
importantes centros de cultura letrada.

Nos mosteiros e nas abadias, os monges preservavam textos antigos, traduziam livros estrangeiros,
organizavam bibliotecas e escolas e guardavam artefatos considerados sagrados. Muitos monges
chegaram a abandonar a chamada “vida secular” (em contato com a terra e as riquezas) para se
dedicarem integralmente às regras do cristianismo, isolando-se em mosteiros e abdicando de todos
os bens materiais, ficando conhecidos como o clero regular.

Por outro lado, o chamado clero secular manteve-se ligado às riquezas possuídas pela Igreja
Católica, à administração de terras e ao mundo material. Muitos monges acumularam vastas
riquezas a partir das doações que recebiam de fiéis que buscavam perdão por seus pecados. Por
volta do ano 1000 d.C., essa onda de doações se tornou ainda maior, visto que a crença na
proximidade do fim do mundo desesperava muitos fiéis, que tentavam de tudo para conseguir o
perdão.
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De fato, o apego de uma parcela desse clero aos bens materiais acabou gerando muitas críticas e
denúncias por parte de fiéis que não concordavam com essa ostentação e, antes mesmo das
grandes reformas protestantes, já iniciavam na Idade Média uma leve ruptura com o catolicismo a
partir da criação de seitas, facções e orientações que divergiam da doutrina católica – como os
valdenses e os hussitas. Esses movimentos acabaram condenados como heresias.

O ponto mais alto dessas divergências e da criação de novas correntes religiosas durante o período
ocorreu em 1054, com o chamado Cisma do Oriente. A Igreja Católica do Império Bizantino e a de
Roma estavam distantes há séculos, inclusive defendendo doutrinas que divergiam em certos
pontos. A iconoclastia, movimento religioso contra adoração de imagens que ocorreu no século VIII
no Império Bizantino, e a discussão sobre a natureza divina e humana de Jesus Cristo foram
questões de discordâncias entre as duas igrejas.

No entanto, o momento mais sensível da relação entre as duas partes ocorreu quando o papa
decidiu excomungar o patriarca bizantino Miguel Cerulário. Insatisfeito, Cerulário proclamou a
separação definitiva das duas igrejas, criando a Igreja Católica do Oriente, ou a Igreja Ortodoxa, em
Constantinopla.

Baixa Idade Média (séculos XI a XV)


Apesar das invasões húngaras, árabes e vikings se manterem ao longo dos séculos IX e X, a
Europa vivia nesse momento uma fase muito mais segura, se compararmos com as disputas
territoriais do início da Alta Idade Média. Neste contexto, além da redução dos ataques, algumas
mudanças e práticas, como as inovações técnicas na agricultura, a manutenção de alianças entre
os feudos e a proteção dos cavaleiros garantiu uma maior estabilidade para os senhores e servos.

Visto isso, é importante destacar que toda essa condição de melhoria na qualidade de vida
garantiu também um crescimento demográfico neste período, ou seja, cada vez mais os feudos
estavam lotados, sobretudo de servos camponeses. Toda essa situação nos leva a acreditar que
o aumento demográfico poderia também ampliar a produção nos campos, mas, tome cuidado,
pois a lógica foi inversa!

Apesar de inovações técnicas terem facilitado a produção agrícola ao longo da Idade Média, com
os moinhos hidráulicos, os arados de ferro e as práticas de rotação de cultura, essas novidades
foram insuficientes para garantir uma produção que atendesse às necessidades da população
desses séculos. Além disso, o aumento populacional e a ampliação da produção demandavam
também uma maior carga tributária, o que muitas vezes não animava os servos a ampliarem as
produções.

Portanto, este cenário de altos tributos, exploração, violência e desigualdades provocou um


deslocamento de massas de camponeses e cavaleiros que, expulsos de suas terras, passaram a
vagar entre feudos ou a vadiar em busca de trabalhos temporários e pequenos saques. Esse
processo de crescimento demográfico e de êxodo marcou o início da chamada Baixa Idade Média
e deu origem ao que conhecemos como a crise do feudalismo.
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Pega a visão: alô, Geografia, pode entrar! A rotação de culturas é uma técnica agrícola tradicional
de cultivo associada ao continente europeu e foi aprimorada ao longo do período
medieval, especialmente durante a Alta Idade Média. Nessa técnica, a terra é dividida
em unidades, e em cada uma delas é produzida uma determinada cultura. A
alternância de cultivo pode ocorrer em uma escala anual. A cada safra, as unidades
rodam, permitindo que os nutrientes do solo tenham tempo para se recuperar e não se esgotem.
Além disso, uma unidade de terra pode ser deixada sem cultivo, condição denominada “pousio”; seu
objetivo é recuperar os nutrientes do solo.

Tendo em vista esse cenário, além do crescimento da população e da miséria na Europa, a nobreza
e a Igreja Católica ainda observavam atentamente a expansão islâmica no Oriente Médio. Como
vimos lá em cima, durante o século VII, o profeta Maomé passou a pregar suas visões e mensagens
do Anjo Gabriel nas cidades da península arábica e ganhou milhares de seguidores. Já no século
XVIII, os árabes alcançaram a cidade de Jerusalém, considerada sagrada para os cristãos.

Assim, no ano 1095, diante de tais crises, o Papa Urbano II convocou o Concílio de Clermont, que
defendia a paz entre os povos cristãos da Europa e a concessão de indulgência a todos que
morressem enfrentando os muçulmanos no Oriente. O discurso do Papa conseguiu reunir exércitos
de católicos de todos os estamentos prontos para lutarem pelo cristianismo. Logo, expedições
militares de caráter religioso, conhecidas como Cruzadas, foram organizadas para marchar em
direção ao Oriente.

Visto isso, o objetivo principal das Cruzadas era reconquistar a cidade sagrada de Jerusalém
(dominada pelos muçulmanos desde o século VII), expandir a fé cristã e penetrar novamente o
catolicismo romano no Império Bizantino. Entretanto, além desses objetivos, muitos nobres,
camponeses e trabalhadores livres partiram nas Cruzadas por interesses próprios, como
enriquecimento, conquista de terras, glórias e o próprio perdão.

Dessa forma, as marchas cruzadistas, além de reconquistar os territórios, também foram


fundamentais para a abertura de antigas rotas comerciais, dominadas pelos árabes, pelo
estabelecimento de postos comerciais ao longo do Mediterrâneo, que garantiram o ressurgimento
das cidades e, enfim expandiram a fé cristã. Visto isso, podemos perceber que as Cruzadas foram
fundamentais para desenvolver um processo que já se iniciava há anos na Europa, mas que agora
se acelerava com o encontro do Ocidente e do Oriente, que foi o renascimento comercial e urbano.

Apesar de as cidades e o comércio nunca terem, de fato, desaparecido da Europa ao longo da Idade
Média, é verdade que a ocupação urbana e as relações de troca perderam espaço
com a ascensão do feudalismo no final da Alta Idade Média. Entretanto, com o
inchaço demográfico do campo, as duras obrigações feudais, o êxodo, as
Cruzadas, a aproximação dos árabes e a maior circulação de pessoas por essas
rotas comerciais, muitos decidiram retomar a vida nas cidades e buscar no
comércio uma forma de enriquecer, mesmo não sendo nobre.

Foi nesse contexto que as feiras europeias cresceram e algumas cidades comerciais, conhecidas
como burgos, passaram a ganhar grande importância. Nos burgos, portanto, surgiu um grupo
voltado para as relações comerciais e para as atividades financeiras que passou a ser conhecido
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como a burguesia, que inicialmente não contava com qualquer privilégio político, mas que aos
poucos crescia e lutava pelos seus interesses.

A cidade medieval
Com o fortalecimento das trocas comerciais e a crescente reocupação das cidades, o meio urbano
foi ganhando cada vez mais relevância dentro da sociedade feudal. Nesse sentido, a cidade
medieval surgiu da ocupação das ruínas das antigas cidades do Império Romano e da criação de
espaços funcionais a partir da abertura de novas rotas comerciais.

Apesar de nem todas terem desaparecido completamente com o processo de ruralização – que é
uma marca do feudalismo –, com o aumento da migração e do comércio, algumas cidades
começaram a ganhar centralidade dentro do mundo feudal a partir da Baixa Idade Média. Mesmo
com a diminuição das guerras e das invasões, esses locais mantiveram, em grande medida,
elementos arquitetônicos ligados à proteção daqueles espaços, como as muralhas.

Em uma sociedade marcada pela ruralização e uma estrutura social rígida, o renascimento urbano
proporcionou uma dinamização dentro daqueles espaços e, segundo o historiador Jacques Le Goff,
deve ser visto como resultado da soma de interesses dos diversos grupos sociais que coabitavam
o mundo feudal.

Logo, a Baixa Idade Média foi marcada por um processo de transformações sociais, religiosas,
políticas e econômicas especialmente a partir da ocupação e do surgimento das cidades medievais.
Contudo, é preciso pontuar que existia uma relação estreita entre o campo e a cidade, já que ainda
era um mundo predominantemente rural. Logo, o clero – com o surgimento de ordens ligadas ao
meio urbano, como os franciscanos – e a nobreza continuaram desempenhando um papel
determinante nesses espaços.

Assim, a cidade medieval foi se tornando uma parte importante do mundo feudal e apontando uma
nova forma de viver o mundo e a religiosidade. Além disso, o meio urbano também impulsionou o
surgimento de novos espaços produtivos, como as corporações de ofício, novas profissões e no
estímulo a atividades intelectuais para além do domínio da Igreja Católica.

O “outono” da Idade Média


Se a crença na chegada iminente do fim do mundo assolava os cristãos durante o ano 1000, a crise
do século XIV representou para a Europa quase um apocalipse atrasado. Durante esse século, a
população europeia enfrentou não só as guerras com as quais já estava acostumada, mas também
sofreu com a fome causada pelas más colheitas e pelo fechamento de rotas comerciais por
batalhas e, enfim, conheceu a chamada peste bubônica.

Entre 1314 e 1317, intensas chuvas no noroeste da Europa dificultaram a produção agrícola da
região, causando uma crise de abastecimento no continente. A fome voltou a ser uma questão
corriqueira no mundo feudal – que, até então, estava vivendo um período de relativa estabilidade e
crescimento. Tal processo ficou conhecido como “Grande Fome” e tinha entre as suas principais
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causas: distúrbios climáticos, queda na produção agrícola, bloqueio de algumas rotas comerciais e
aumento no valor dos produtos.

Para piorar, alguns anos depois, os alimentos e produtos que atravessavam as novas rotas
comerciais começaram a sofrer com o bloqueio dos caminhos ocasionado por
batalhas, como a Guerra dos Cem Anos (1337–1453). O conflito foi marcado
pela disputa entre as “nobrezas” francesa e inglesa pela sucessão do trono
francês, após a morte do rei Carlos IV, que não havia deixado herdeiros. As
aspas foram utilizadas anteriormente para lembrar a você de que efetivamente
ainda não existiam os países como conhecemos atualmente, como França e
Inglaterra. Aliás, esse conflito foi essencial para o processo de formação das
duas monarquias nacionais.

A disputa ocorreu porque as realezas eram ligadas por laços de parentesco e até mesmo por
relações de vassalagem. Além disso, o conflito também se deu por conta das disputas territoriais,
como no caso de Flandres, importante cidade comercial.

Com a fome e as guerras assolando a maior parte da Europa, um novo problema também surgiu e
ampliou drasticamente o número de mortos: a peste bubônica. A doença tinha um grande potencial
contagioso e um índice de fatalidade muito alto devido a diversos fatores, como o desconhecimento
relacionado às formas de contaminação e combate.

Na época, com uma medicina incipiente e com poucos estudos sobre a questão, não havia
medicamentos ou tratamentos eficazes contra a doença, nem mesmo uma informação exata sobre
os motivos reais da peste, sendo genericamente associada à grande população de ratos que
circulavam pelas cidades. No entanto, a verdadeira causa da peste, descoberta graças aos estudos
da microbiologia no século XIX, estaria nas pulgas contaminadas que transmitiam a doença.

Um dos fatores que propiciou a vasta expansão da doença e um alto


número de mortos foi a situação de calamidade que a Europa
ocidental vivia naquele momento, com a fome e os conflitos bélicos e
sem condições de higiene necessárias. Uma das formas de tentar
conter a doença foi o isolamento social e a fuga de muitas pessoas
para o campo, que tentavam se proteger da peste (isso te lembra
alguma situação recente? Se liga, hein!).

Em muitos casos, a peste bubônica foi considerada um castigo divino para um mundo que estava
cada vez mais próximo de uma vida urbana e ligado às atividades consideradas mais “mundanas”,
distante da típica ordem do mundo feudal. Afinal de contas, o mundo urbano, ainda que não fosse
predominante nesse período, também acabou modificando a relação dos homens com a religião e
a própria Igreja.

A conjuntura de fome, doenças, guerras e mortes somada à vida precária e submissa de servos no
campo acabou sendo o estopim para diversas revoltas na Europa e, naturalmente, para o desgaste
do próprio feudalismo. Não bastasse todo o infortúnio, os senhores feudais começaram a explorar
ainda mais os servos e a aumentar o valor dos impostos sobre os camponeses, a fim de suprir a
diminuição de seus ganhos em decorrência da baixa produtividade.
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Um grande exemplo dessas revoltas que apavorou senhores feudais na Europa foram as chamadas
jacqueries, que estouraram no norte da França em 1358. Cerca de 20 mil camponeses foram mortos
pelo exército francês após se rebelarem contra as opressões sofridas e contra os problemas que
abatiam a população local. Todo esse contexto gerou um clima de insegurança nos senhores
feudais, que começaram a se assustar com as constantes revoltas camponesas.
História

Exercícios de vestibulares

1. (Mackenzie, 2014) Aquilo que dominava a mentalidade e a sensibilidade dos homens da Idade
Média era o seu sentimento de insegurança (...) que era, no fim das contas, a insegurança
quanto à vida futura, que a ninguém estava assegurada (...). Os riscos da danação, com o
concurso do Diabo, eram tão grandes, e as probabilidades de salvação, tão fracas que,
forçosamente, o medo vencia a esperança.
(Jacques Le Goff. A civilização do Ocidente medieval.)

O mundo medieval configurou-se a partir do medo da insegurança, como retratado no texto


acima.
Encontre a alternativa que melhor condiz com o assunto.
(A) A crise econômica decorrente do final do Império Romano, a guerra constante, as
invasões bárbaras, a baixa demográfica, as pestes, tudo isso aliado a um forte conteúdo
religioso de punição divina aos pecados contribuiu para o clima de insegurança medieval.
(B) A peste bubônica provocou redução drástica na demografia medieval, levando a crenças
milenaristas e apocalípticas, sufocadas, por sua vez, pela rápida ação da Igreja,
disponibilizando recursos médicos e financeiros para a erradicação das várias doenças
que afetam seus fiéis.
(C) O clima de insegurança que predominou em toda a Idade Média decorreu das guerras
constantes entre nobres – suseranos – e servos – vassalos, contribuindo para a
emergência de teorias milenaristas no continente.
(D) As enfermidades que afetavam a população em geral contribuíram para a demonização
de algumas práticas sociais, como o hábito de usar talheres nas refeições, adquirido, por
sua vez, no contato com povos bizantinos.
(E) A certeza da punição divina a pecados cometidos pelos humanos predominava na
mentalidade medieval; por isso, nos vários séculos do período, eram constantes os autos
de fé da Inquisição, incentivando a confissão em massa, sempre com tolerância e diálogo.

2. (UEG, 2022) Leia o texto a seguir.


O hussitismo era um movimento de espiritualidade leiga que enfatizava muito a comunhão
(sacramento). Reivindicava para o povo o direito de recebê-la nos dois elementos (pão e
vinho). Desse desejo de envolvimento dos leigos nasceu a substituição do latim pelo tcheco
na liturgia e a publicação das escrituras e de livros devocionais em língua vernácula.
FERNANDEZ; ARMESTO; WILSON. Reforma: o cristianismo e o mundo – 1500 – 2000. Rio de Janeiro: Record, 1998. p. 315.

Jan Hus (1369 – 1415), fundador do Movimento Hussita, foi convidado a expor suas ideias
em um Concílio formado na Suíça para discutir o Cisma do Ocidente.
Chegando lá foi
(A) convertido ao luteranismo, filiando-se à Reforma Protestante.
(B) impedido de falar publicamente, preso e queimado na fogueira.
(C) nomeado bispo da Boêmia, renegando publicamente suas ideias.
(D) assassinado por defensores do Cisma durante seu primeiro discurso.
(E) convidado a traduzir oficialmente a Bíblia, criando a chamada Vulgata.
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3. (Unicamp, 2022) A grande recusa do corpo não se dá apenas no campo da sexualidade. A
luxúria passa a ser cada vez mais associada à gula. Por isso, as recomendações da Igreja
passam a se dirigir tanto à carne quanto à boca. Os pecados da carne e os pecados da boca
passam a caminhar de mãos dadas. Assim, a embriaguez é reprimida também como forma
de controlar os “camponeses e os bárbaros", muito apreciadores de bebedeiras. A indigestão
é igualmente associada ao pecado. A abstinência e o jejum dão o ritmo, portanto, do "homem
medieval". Gordo oposto ao magro, Carnaval que se empanturra contra Quaresma que jejua.
A tensão atravessa o corpo medieval.
(Adaptado de Jacques Le Goff e Nicolas Truong, Uma história do corpo na Idade Média. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2006, p. 58 e 59.)

A partir da leitura do texto e de seus conhecimentos sobre Idade Média, responda às questões.
(A) Cite e explique as tensões, que o texto menciona, relacionadas, no período medieval, ao
corpo.
(B) Cite e explique duas diferenças, entre a sociedade medieval e a sociedade
contemporânea, no que diz respeito à percepção sobre o corpo ideal.

4. (PUCRS, 2010) O sistema feudal, que se constitui na Europa Ocidental entre os séculos V e X,
é fruto da progressiva integração entre estruturas sociais ___________ e ___________ sendo o
modelo clássico desse sistema estabelecido no reino dos ___________, sobretudo a partir da
fragmentação do império
(A) gregas — germânicas — visigodos — carolíngio.
(B) romanas — normandas - visigodos — bizantino.
(C) romanas — germânicas — francos — carolíngio.
(D) gregas - normandas — francos — bizantino.
(E) romanas - germânicas — visigodos — carolíngio.

5. (FUVEST, 2015) A cidade é [desde o ano 1000] o principal lugar das trocas econômicas que
recorrem sempre mais a um meio de troca essencial: a moeda. [...] Centro econômico, a cidade
é também um centro de poder. Ao lado do e, às vezes, contra o poder tradicional do bispo e
do senhor, frequentemente confundidos numa única pessoa, um grupo de homens novos, os
cidadãos ou burgueses, conquista “liberdades”, privilégios cada vez mais amplos.
(Jacques Le Goff. São Francisco de Assis. Rio de Janeiro: Record, 2010. Adaptado.)

O texto trata de um período em que:


(A) Os fundamentos do sistema feudal coexistiam com novas formas de organização política
e econômica, que produziam alterações na hierarquia social e nas relações de poder.
(B) O excesso de metais nobres na Europa provocava abundância de moedas, que circulavam
apenas pelas mãos dos grandes banqueiros e dos comerciantes internacionais.
(C) O anseio popular por liberdade e igualdade social mobilizava e unificava os trabalhadores
urbanos e rurais e envolvia ativa participação de membros do baixo clero.
(D) A Igreja romana, que se opunha ao acúmulo de bens materiais, enfrentava forte oposição
da burguesia ascendente e dos grandes proprietários de terras.
(E) As principais características do feudalismo, sobretudo a valorização da terra, haviam sido
completamente superadas e substituídas pela busca incessante do lucro e pela
valorização do livre comércio.
História
6. (Unicamp, 2022)

Giacomo Borlone de Buschis, O triunfo da morte a reunião dos três vivos e dos três
mortos. Parte superior de afresco na cidade de Clusone (Itália), século XV.

Na Europa medieval cristã, prevalecia a ideia de que a morte era a transição para uma vida
espiritual plena. Os ritos fúnebres buscavam assegurar uma passagem organizada para esse
outro plano e evita-se mostrar o processo de decomposição dos corpos. A chegada da peste
negra rompeu com essa concepção. De acordo com a historiadora Juliana Schmitt, a doença
deixava marcas no corpo, as pessoas morriam de repente, algumas em locais públicos. A ideia
apaziguadora da morte, na concepção cristã, foi substituída pela ideia de morte caótica,
causada pela peste. As imagens cotidianas relacionadas ao surto da doença passaram a ser
reapresentadas no campo das imagens e na literatura, no que hoje se conhece como “estética
macabra”. O que caracteriza as obras macabras é a ênfase dada aos processos de
decomposição do corpo. A estética é anterior ao período medieval, mas foi impulsionada pela
peste negra.
(Adaptado de Christina Queiroz, Pandemia como alegoria. Revista Pesquisa Fapesp. Edição 294. ago. 2020.)

Com base na imagem e no excerto, assinale a alternativa correta:


(A) A peste negra, enfrentada pela Europa do século XIV, afetou as representações da morte
nas artes visuais, propondo reflexões sobre o potencial das ciências modernas para a
resolução da peste à época.
(B) A estética do macabro, criada na Idade Média, é acionada pelas artes visuais como
elemento valorizador da vida, gerando a negação dos contextos sanitários marcados pela
peste e pela morte.
(C) A estética do macabro declinou no período medieval, ficando restrita a um ambiente
religioso, católico e temente ao juízo final, como apresenta a obra através das figuras dos
reis e das autoridades religiosas.
(D) A peste negra tornou-se uma referência presente na estética do macabro, que faz alusão
a caveiras e cadáveres entre os vivos, compondo um ambiente festivo e aterrador.
História

7. (FUVEST, 2008) A cidade antiga (grega, entre os séculos VIII e IV a.C.) e a cidade medieval
(européia, entre os séculos XII e XIV), quando comparadas, apresentam tanto aspectos
comuns quanto contrastantes. Indique aspectos que são
(A) comuns às cidades antiga e medieval.
(B) específicos de cada uma delas.

8. (Unesp, 2018) Empunhando Durendal, a cortante,


O rei tirou-a da bainha, enxugou-lhe a lâmina
Depois cingiu-a em seu sobrinho Rolando
E então o papa a benzeu.
O rei disse-lhe docemente, rindo:
“Cinjo-te com ela, desejando
Que Deus te dê coragem e ousadia,
Força, vigor e grande bravura
E grande vitória sobre os infiéis.”
E Rolando diz, o coração em júbilo:
“Deus mo conceda, pelo seu digno comando.”
(La Chanson d'Aspremont, século XII. Apud Georges Duby. A
Europa na Idade Média, 1988.)

(A) Qual é a cerimônia medieval descrita no texto? Identifique dois versos do texto que
contenham elementos religiosos.
(B) Qual é a relação entre o rei e Rolando, personagens do poema? O que essa relação
representa no contexto do feudalismo?
História

Gabarito

1. A
A espiritualidade medieval, controlada pelo cristianismo, difundia entre os fiéis que o “fim dos
tempos” estava próximo e condenava diversas práticas com punições violentas e até a morte.
Se não bastasse a construção dessa mentalidade escatológica entre os indivíduos da Idade
Média, os perigos reais também assolavam essa população com pestes, guerras e grandes
invasões, alimentando esse sentimento eterno de medo e insegurança.

2. B
Dominando grande parte da Europa ocidental, a Igreja conseguiu se tornar a principal instituição
do mundo e angariar muito poder político e econômico. Contudo, parte dos fiéis não
concordavam com essa ostentação e, antes mesmo das grandes reformas protestantes, já
iniciava na Idade Média uma leve ruptura com o catolicismo por meio da criação de seitas,
facções e orientações que divergiam da doutrina católica, como os valdenses e os hussitas.
Esses movimentos acabaram condenados como heresias, e seus líderes foram queimados na
fogueira.

3. Respostas às alternativas:
(A) No contexto citado pelo texto, os problemas do corpo não estão apenas relacionados com
à sexualidade, mas com questões que surgem das mudanças sociais e culturais que foram
ocorrendo durante a Idade Média. Portanto, a luxúria e a gula se tornam pontos que passam
a ser condenados pela igreja, devido à falta de controle e ao excesso de consumo.
(B) De acordo com o texto, durante o período medieval, o corpo é visto como algo pecaminoso
que deve ser submetido ao controle e a contenção de vícios, já que ele é uma espécie de
“depósito/guardião” da alma. No cenário contemporâneo, o corpo sofre um processo
oposto, já que está submetido a uma pressão estética em busca de corpos vistos como
ideal, especialmente na era das redes sociais. Para além disso, valoriza-se a sexualidade e
a exibição do corpo físico como uma forma de culto ao corpo. No quesito da alimentação,
o jejum, durante o medievo, é visto como uma forma de penitência considerada louvável;
enquanto no mundo contemporâneo, em muitos casos, o jejum está ligado a uma ideia de
atingir o corpo perfeito/ideal.

4. C
O mundo medieval foi formado a partir de uma perspectiva multicultural, pois abarcou a junção
de vários aspectos culturais dos antigos povos “bárbaros”, como os francos e os germânicos,
com questões culturais próprias dos romanos. Essas mudanças se tornaram ainda mais
visíveis após o fim do império carolíngio, que fragmentou novamente o poder e isolou ainda
mais os territórios, fortalecendo as nobrezas locais e, por fim, consolidando o sistema
conhecido como o feudalismo.

5. A
O período da Baixa Idade Média marca o início de um processo de crise do feudalismo, paralelo
ao renascimento urbano e comercial. Nesse cenário, o surgimento de uma classe econômica
forte ligada ao comércio enfraqueceu ainda mais as arcaicas relações feudais, que agora
coexistiam com novas formas de organização política e econômica e de relações sociais nas
cidades.
História
6. D
Os impactos causados pela peste bubônica durante o século XIV impulsionou a expansão de
um imaginário de medo e morte no período posterior. O grande potencial contagioso e o alto
índice de fatalidade modificaram também a relação desses homens com a morte, que passou
a ser vista como algo caótico.

7. Respostas às alternativas:
(A) Dos aspectos comuns entre as cidades antigas e medievais, podemos destacar a ligação
delas com o campo, a importância dos meios urbanos para o comércio, a autonomia
política e a importante produção cultural e intelectual.
(B) Apesar das semelhanças entre as cidades medievais e antigas, alguns aspectos podem
ser destacados como contrapontos entre os dois modelos. Entre eles, a própria questão
do domínio social, visto que, na Antiguidade, as aristocracias rurais detinham grande
domínio sobre a cidade; enquanto na Idade Média, o meio urbano era dominado
principalmente pelos grandes comerciantes. Também podemos destacar como diferença
os estilos arquitetônicos, pois na Idade Média havia um predomínio de muralhas e estilos
góticos. Enfim, a cidade medieval também era notada por seu “ar de liberdade”, em
contraponto ao regime de servidão do campo, o que a diferencia da cidade antiga.

8. Respostas às alternativas:
(A) O texto apresenta uma cerimônia de homenagem em que um nobre consagra um cavaleiro
como seu vassalo. Os versos religiosos são: “E então o papa a benzeu”, “Que Deus te dê
coragem e ousadia” e “Deus mo conceda, pelo seu digno comando”.
(B) Os dois personagens possuem uma relação de suserania e vassalagem. No contexto do
feudalismo, essa aliança representa a união política de nobres, a fidelidade militar e a
manutenção dos privilégios estamentais.

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