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o Ano
Versão 1
Grupo I
Texto A
Soaram as vozes do arroido1 pela cidade ouvindo todos braadar que matavom o Meestre; e assi
como viuva que rei nom tiinha, e como se lhe este ficara em logo de2 marido, se moverom todos com
mão armada3, correndo a pressa pera u deziam que se esto fazia, por lhe darem vida e escusar 4 morte.
Alvoro Paaez nom quedava d'ir pera alá5, braadando a todos:
5 – Acorramos ao Meestre, amigos, acorramos ao Meestre que matam sem por quê! […]
A gente começou de se juntar a ele, e era tanta que era estranha cousa de veer. Nom cabiam pelas
ruas principaes, e atrevessavom logares escusos6, desejando cada uῦ de seer o primeiro; e preguntando
uῦs aos outros quem matava o Meestre, nom minguava7 quem responder que o matava o Conde Joam
Fernandez, per mandado da Rainha.
10 E per voontade de Deos todos feitos duῦ coraçom com talente8 de o vingar, como forom aas portas
do Paaço que eram já çarradas9, ante que chegassem, com espantosas palavras começarom de dizer:
– U matom o Meestre? que é do Meestre? Quem çarrou estas portas?
Ali eram ouvidos brados de desvairadas10 maneiras. Taes i havia que certeficavom que o Meestre
era morto, pois as portas estavom çarradas, dizendo que as britassem11 para entrar dentro, e veeriam
15 que era do Meestre, ou que cousa era aquela.
Deles braadavom por lenha, e que veese lume pera poerem fogo aos Paaços, e queimar o treedor e a
aleivosa12. Outros se aficavom13 pedindo escaadas pera sobir acima, pera veerem que era do Meestre; e
em todo isto era o arrroido atam grande que se nom entendiam uῦs com os outros, nem determinavom
neῦma cousa. E nom soomente era isto aa porta dos Paaços, mas ainda arredor deles per u homeẽs e
20 molheres podiam estar. Ũas viinham com feixes de lenha, outras tragiam carqueija pera acender o fogo
cuidando queimar o muro dos Paaços com ela, dizendo muitos doestos14 contra a Rainha.
De cima nom minguava quem braadar que o Meestre era vivo, e o Conde Joam Fernandez morto;
mas isto nom queria neuῦ creer, dizendo:
– Pois se vivo é, mostrae-no-lo e vee-lo-emos.
25 Entom os do Meestre veendo tam grande alvoroço como este, e que cada vez se acendia mais,
disserom que fosse sua mercee de se mostrar aaquelas gentes, doutra guisa 15 poderiam quebrar as
portas, ou lhe poer fogo, e entrando assi dentro per força, nom lhe poderiam depois tolher16 de fazer o
que quisessem.
1. Explica como é que este excerto contribui para justificar o nascimento de uma consciência
coletiva.
2. O narrador do texto recorre tanto ao discurso direto como indireto no relato deste
acontecimento. Explicita qual a intencionalidade e importância desta estratégia para a função de
cronista de Fernão Lopes.
Texto B
Trazendo de forma pioneira a “versão dos vencedores”, o escritor nascido no Líbano em 1949,
Amin Maalouf, choca o leitor ocidental com o seu livro As Cruzadas Vistas pelos Árabes, relato épico
sobre a defesa dos muçulmanos em relação aos ataques das Cruzadas, publicado originalmente em
1983. A obra chegou ao meio académico cinco anos após a publicação e a extraordinária disseminação
5 da obra do palestino Edward W. Said Orientalismo: o oriente como invenção do ocidente […].
Partindo da prerrogativa de contar a história das cruzadas como foram vistas, vividas e relatadas pela
perspetiva árabe, o libanês recorre ao romance histórico para reunir testemunhos de historiadores e
cronistas árabes da época. […]
5. O texto que acabaste de ler é uma apreciação crítica de uma obra literária. Verifica a veracidade
desta afirmação apresentando quatro características deste género textual e respetivos exemplos.
5. Eventos marcados no Facebook com pouco tempo de antecedência são um sucesso porque
(A) são considerados uma novidade.
(B) as pessoas sentem-se congregadas para uma causa comum.
(C) as pessoas querem protagonismo jornalístico e televisivo.
(D) as pessoas querem reconhecimento nas redes sociais.
6. A frase «os conteúdos que incitavam à revolução eram muito acedidos» (l. 11) contém a seguinte
sequência de classes de palavras:
(A) «determinante – nome – conjunção – verbo – determinante – nome – verbo – advérbio –
adjetivo»
(B) «determinante – nome – pronome – verbo – preposição – nome – verbo – advérbio –
adjetivo»
(C) «determinante – nome – conjunção – verbo – preposição – nome – verbo – advérbio –
adjetivo»
(D) «determinante – nome – pronome – verbo – determinante – nome – verbo – advérbio –
adjetivo»
9. Classifica a oração sublinhada: “podemos afirmar com certeza que a Internet mudou (…)
o Mundo”(ll. 8-9).
“A união faz a força!”. Eis uma expressão de ordem que é muito recorrente nas manifestações.
Tendo como base os acontecimentos como os descritos nos textos dos dois grupos anteriores,
redige uma exposição, entre cento e vinte e cento e cinquenta palavras, na qual mostres de que
forma se pode construir e/ou alimentar a consciência coletiva de um povo.
Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços
em branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer
número conta como uma única palavra, independentemente dos algarismos que o constituam
(ex.: /2016/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – entre cento e vinte e cento e
cinquenta palavras –, há que atender ao seguinte:
um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos)
do texto produzido;
um texto com extensão inferior a oitenta é classificado com zero pontos.
FIM
COTAÇÕES
Grupo I Grupo II Grupo III
1. 2. 3. 4. 5. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. Item único
20 20 20 20 20 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 50
100 50 50