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Matriz do teste de avaliação escrita 2

Poesia trovadoresca
Domínios – Educação Literária │ Leitura │ Gramática │ Escrita

Descritores (AE) Conteúdos Estrutura Itens – cotação


Educação Literária /
Leitura A – Texto de leitura Parte A A
Interpretar obras literárias literária: cantiga de 2 itens de resposta 1. 16 pontos
portuguesas. amor de Nuno restrita 2. 16 pontos
Reconhecer valores Fernandes Torneol 1 item de seleção 3. 12 pontos
culturais, éticos e estéticos
manifestados nos textos.
Analisar o valor de
recursos expressivos para a B – Texto de leitura Parte B B
construção do sentido literária: cantiga 2 itens de resposta 4. 16 pontos
do texto. de maldizer de restrita 5. 16 pontos
Grupo I
Martim Soares 1 item de seleção 6. 12 pontos
Leitura
Interpretar o texto, com
especificação do sentido
global e da C – Exposição
intencionalidade Parte C
sobre um tema da
comunicativa. 1 item de resposta C
lírica trovadoresca:
restrita: produção 7. 16 pontos
cantigas de amigo
Escrita de uma exposição
e cantigas de amor
Escrever uma exposição
sobre um tema.
Total – 104 pontos
Leitura 1. 8 pontos
Ler textos de diferentes Texto de leitura 4 itens de escolha 2. 8 pontos
géneros e graus de não literária múltipla 3. 8 pontos
complexidade. 4. 8 pontos
Gramática
Identificar classes de
palavras. Grupo II 1 item de escolha
Classes de palavras
Identificar a função múltipla 5. 8 pontos
Funções sintáticas
sintática de constituintes 1 item de resposta 6. 8 pontos
Processos
da frase. curta 7. 8 pontos
fonológicos
Reconhecer processos 1 item de seleção
fonológicos que ocorreram
na evolução do português.
Total – 56 pontos
Escrita
Escrever textos
expositivos, respeitando as
marcas de género.
1 item de resposta
Redigir o texto com
Texto expositivo Grupo III extensa (200 a 350 Item único
domínio seguro da
palavras)
organização em parágrafos
e dos mecanismos de
coerência e de coesão
textual.
Total – 40 pontos
Total – 200 pontos

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Nome N.o 10.o Data / /

Avaliação E. Educação Professor

Ficha de Educação Literária 1


218 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 10.o ano
Nome N.o 10.o Data / /

Teste de avaliação
Avaliação
escrita 2
E. Educação Professor

Poesia trovadoresca

Grupo I
PARTE A

Lê a cantiga de Nuno Fernandes Torneol. Se necessário, consulta as notas.

Ai eu! e de mim que será?

Ai eu! e de mim que será?


Que fui tal dona querer bem
a que nom ouso dizer rem1
de quanto mal me faz haver!
5 E feze-a Deus parecer
melhor de quantas no mund'há!

Mais em grave2 dia naci,


se Deus conselho3 nom mi der;
ca4 destas coitas qual xe quer5
10 m'é-mi mui grave d'endurar6:
como nom lh'ousar a falar
e ela parecer assi.

Ela, que Deus fez por meu mal!


Ca já lh'eu sempre bem querrei7
15 e nunca end'atenderei8
com que folg'o meu coraçom,
que foi trist', há i gram sazom9,
polo seu bem, ca nom por al10.
Nuno Fernandes Torneol
https://cantigas.fcsh.unl.pt (consultado em 08.12.2020).

1
rem: nada; 6
m'é-mi mui grave d'endurar: me é muito difícil de suportar;
2
grave: infeliz; 7
querrei: quererei;
3
conselho: remédio, solução; 8
e nunca end'atenderei: e nunca dela esperarei;
4
ca: porque; 9
há i gram sazom: há muito tempo;
5
qual xe quer: qualquer delas; 10
ca nom por al: e não por mais nada.

1. Identifica o recurso expressivo presente nos versos 5 e 6 e interpreta o seu sentido.

2. Explicita os motivos que justificam o sentimento do sujeito poético expresso no verso 9.

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3. Completa as afirmações abaixo apresentadas, selecionando a opção adequada a cada espaço.
Na folha de respostas, regista apenas as letras – a), b) e c) – e, para cada uma delas, o
número que corresponde à opção selecionada em cada um dos casos.

Na terceira estrofe, destaca-se a) __________ do sujeito poético, visível em «e nunca


end'atenderei / com que folg'o meu coraçom, / que foi trist'» (versos 15-17), que acredita que
b) __________ alegria no seu coração. De facto, logo no início do poema, evidencia-se este
estado de espírito do trovador através do recurso c) __________.

a) b) c)

1. a esperança e o ânimo 1. nunca virá a ter 1. à interjeição e à interrogação retórica

2. o desalento e o sofrimento 2. poderá vir a ter 2. à metáfora e à exclamação

3. o otimismo e a expectativa 3. será uma sorte se tiver 3. à comparação e à interjeição

PARTE B

Lê a cantiga de Martin Soares. Se necessário, consulta as notas.

Foi um dia Lopo jograr

Foi um dia Lopo jograr1


a cas2 d'um infançom3 cantar;
e mandou-lh'ele por dom4 dar
três couces na garganta;
5 e fui-lh'escass'5, a meu cuidar,
segundo com'el canta.

Escasso foi o infançom


em seus couces partir6 em dom,
ca nom deu a Lop[o], entom,
10 mais de três na garganta;
e mais merece o jograrom7,
segundo com'el canta.

Martim Soares
https://cantigas.fcsh.unl.pt (consultado em 08.12.2020).

1
jograr: jogral; 5
e fui -lh'escass': e foi forreta, na minha opinião;
2
cas: casa; 6
partir: repartir;
3
infançom: infanção, cavaleiro nobre; 7
jograrom: jogralão (aumentativo depreciativo de jogral).
4
por dom: como pagamento;

4. Explicita o motivo pelo qual Lopo é alvo da sátira de Martim Soares.

5. Relaciona o sentido dos versos 5 e 7 com a atitude do sujeito poético em relação ao jogral.

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6. Completa as afirmações abaixo apresentadas, selecionando a opção adequada a cada espaço.
Na folha de respostas, regista apenas as letras – a), b) e c) – e, para cada uma delas, o
número que corresponde à opção selecionada em cada um dos casos.

Esta composição é uma cantiga de a) __________, uma vez que é feita b) __________.
A comicidade desta cantiga é construída através de diferentes processos, nomeadamente o
uso de recursos expressivos, como a ironia, presente ao longo de toda a composição,
nomeadamente em vocábulos como c) __________.

a) b) c)

1. amor 1. uma crítica ostensiva e direta a um jogral 1. «infançom» (verso 7)

2. escárnio e maldizer 2. um elogio à atitude de um infanção 2. «entom» (verso 9)

3. amigo 3. uma sátira subtil e encoberta a um trovador 3. «jograrom» (verso 11)

PARTE C

7. Tendo em conta a tua experiência de leitura da lírica galego-portuguesa, escreve uma


exposição sobre representação dos afetos e das emoções nas cantigas de amigo e nas cantigas
de amor.
A tua exposição deve respeitar as orientações seguintes:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento no qual explicites um aspeto que permita distinguir a representação
dos afetos e das emoções nas cantigas de amor e nas cantigas de amigo, fundamentando as
ideias apresentadas em, pelo menos, um exemplo significativo de cada um dos aspetos ;
• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

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Grupo II
Lê o texto.

Investigadores portugueses resolvem o mistério do corante azul medieval


Os corantes naturais são provenientes de plantas, de invertebrados ou de minerais. A maioria
deles provém de partes de plantas como raízes, cascas de árvores, folhas ou madeira, outros têm
origem biológica como fungos.
Uma equipa de investigadores portugueses recriou a tinta azul-púrpura, utilizada na Idade Média
5 em manuscritos, que permanecia perdida no tempo. O estudo foi desenvolvido por um grupo
interdisciplinar composto por investigadores do Laboratório Associado para a Química Verde
(LAQV-REQUIMTE), juntamente com uma bióloga da Universidade de Lisboa.
Fonte natural medieval para tingir ou produzir tintas
O azul milenar é extraído dos frutos da pequena planta que nasce na Granja-Amareleja,
10 Chrozophora tinctoria. No processo de investigação decorreu uma análise de documentos medievais
e, com base nas descrições detalhadas selecionadas de três tratados medievais, foi possível determinar
a melhor época para a recolha da espécie e a melhor forma de extração.
Planta selvagem, nativa em Portugal
A Chrozophora tinctoria foi encontrada na região alentejana, mais concretamente em Granja, e
15 os frutos foram colhidos durante os meses de julho, agosto e setembro de 2017 e 2018, tal como
indicavam os estudos medievais. Os extratos dos frutos da Chrozophora tinctoria são usados para
obter uma aguarela medieval, o folium, seguindo as instruções de tratados escritos nos séculos XII a
XV.
Após a extração do pigmento dos frutos do tamanho de uma pequena noz, a molécula foi
20 isolada, purificada e caracterizada, através de uma metodologia multianalítica e estudos
computacionais. Tratou-se de um processo moroso até ao resultado pretendido, a começar pelo
livro que se encontrava escrito em judaico-português. A equipa de investigadores também
simulou a interação da luz com a molécula, para verificar se assim obteriam o azul desejado.
A descoberta foi de grande impacto, pois a chrozophoridina, a molécula por trás do folium, foi
25 utilizada desde a Antiguidade. Para o património cultural, o conhecimento destas moléculas
históricas é importante não só pela recuperação de um saber fazer que se perdeu, mas para criar
estratégias de conservação das obras de arte.
Recuperou-se uma tonalidade do azul medieval perdida no tempo
Durante a Idade Média, o folium era uma aquarela azul, popular na ilustração de textos como de
30 obras do século XV, que eram decoradas com ouro, prata ou cores brilhantes, consideradas obras-
primas do mundo medieval.
O pigmento que acabou por cair em desuso durante mil anos acaba resolvido, desbloqueando a
estrutura molecular para o azul medieval, de origem botânica.
O resultado apresentado por este estudo revela-se indispensável para a caracterização do corante
35 medieval em obras de arte, como a iluminação de manuscritos medievais, para testar a sua
estabilidade e contribuir para a preservação do património cultural.
https://www.natgeo.pt/ciencia/2020/06/investigadores-portugueses-resolvem-o-misterio-do-corante-azul-medieval
(texto com supressões, consultado em 10.12.2020).

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1. Relativamente ao género, o texto da National Geographic é

A. uma reportagem, dado que apresenta uma informação objetiva sobre uma
multiplicidade de aspetos relativos ao estudo desenvolvido por um grupo de
investigadores.
B. uma apreciação crítica, pois consiste na descrição sucinta de aspetos relativos à
cor púrpura utilizada na Idade Média, acompanhada de comentários críticos.
C. um texto de opinião, dado que nele se expressa um ponto de vista sobre o
trabalho de recriação da cor azul-púrpura, fundamentado em argumentos e em
exemplos.
D. uma exposição sobre um tema, pois possui concisão e carácter demonstrativo,
visando elucidar o processo de recriação da tinta azul-púrpura.

2. O processo de recriação da tinta azul-púrpura, utilizada na Idade Média, resultou da

A. combinação de estudos antigos com técnicas modernas.


B. mera análise de metodologias e de técnicas antigas.
C. utilização exclusiva de técnicas descritas em tratados medievais.
D. combinação da metodologia moderna com estudos computacionais.

3. O adjetivo «moroso» presente na linha 21 permite caracterizar todo o processo de recriação


do azul milenar como
A. detalhado.
B. demorado.
C. cansativo.
D. monótono.

4. Segundo o autor, o conhecimento destas moléculas históricas é importante, porque permite

recuperar saberes antigos e melhorar as técnicas de conservação das obras de


A.
arte.
B. restaurar uma cor que caiu em desuso e compreender os tratados e as obras
medievais.
C. tingir e produzir tintas a partir de uma fonte natural utilizada na época medieval.
D. desenvolver técnicas de recolha do fruto e perceber a melhor forma de extração
da cor.

5. No segmento «a começar pelo livro que se encontrava escrito em judaico-português. A equipa


de investigadores também simulou a interação da luz com a molécula, para verificar se assim
obteriam o azul desejado» (linhas 21-23), as palavras sublinhadas são
A. conjunções, em ambos os casos.
B. pronomes, em ambos os casos.
C. pronome e conjunção, respetivamente.
D. conjunção e pronome, respetivamente.

6. Identifica a função sintática desempenhada pelas expressões:


a) «por um grupo interdisciplinar» (linhas 5-6);
b) «indispensável» (linha 34).

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224 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 10.o ano
7. Completa as afirmações abaixo apresentadas, selecionando a opção adequada a cada espaço.
Na folha de respostas, regista apenas as letras – a), b) e c) – e, para cada uma delas, o
número que corresponde à opção selecionada em cada um dos casos.

Do étimo latino MATERIAM derivaram as palavras portuguesas matéria e madeira (linha 2). Do
mesmo étimo derivaram também as palavras a) __________. Na evolução de MATERIAM para
madeira, ocorreu, entre outros processos fonológicos, a b) __________, Por seu lado, na
evolução de MATERIAM para matéria ocorreu a c) __________.

a) b) c)

1. material e madeirame 1. sonorização 1. metátese

2. mate e madefação 2. palatalização 2. apócope

3. matriarcal e madeireiro 3. síncope 3. prótese

Grupo III
Celebrado todos os anos no dia 10 de novembro, o Dia Mundial da Ciência para a Paz e o
Desenvolvimento, criado pela UNESCO, destaca o importante papel da ciência no
desenvolvimento e na pacificação das sociedades.

Num texto expositivo, com um mínimo de 200 e um máximo de 350 palavras, explicita o
contributo da ciência para sociedade atual.

Observações:

1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta
integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente do
número de algarismos que o constituam (ex.: /2021/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – entre 200 e 350 palavras –, há que atender ao seguinte:
− um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido;
− um texto com extensão inferior a 80 palavras é classificado com 0 pontos.

FIM

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens • 10.o ano 225

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