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aos autores/organizadores e à EDUFCG

P745 Poesia (cabe) na escola : por uma educação poética / Eliane Debus,
Debus,
Jilvania Lima dos Santos Bazzo,
Bazzo, Nelita Bortolotto, organizadoras
organizadoras.. -
1. ed
ed.. - Campina Grande - PB : EDUFCG, 2018.
208 p.
ISBN: 978-85-8001-229-3
Inclui referências

I . Educação infantil.
infantil. 2. Poesia - História e critica.
critica. 3. Literatura -
Estudo e ensino. 4. Livros e leitura. I. Debus, Eliane Santana Dias.
II. Bazzo, Jilvania Lima dos Santos. III. Bortolotto, Nelita.

CDU: 37
Catalogação
Catalogação na publicação por: Onélia Sil
Silva
va Guimarães CR B-14/071

EDITORA DA UNIVERSIDADE FEDERA


FEDERAL GRAN DE - EDUFCG 
L DE CAMPINA GRANDE
FEDERAL DE CAMPINA GRANDE - UFCG 
UNIVERSIDADE FEDERAL
editora@ufcg.edu.br

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Prof. Dr. Camilo


Cam ilo Allyson Simõ
Simões
es de Farias
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CONSELHO EDITORIAL
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Benedito Antôn
An tônio
io Luciano (CEEI)
(CEEI)
Erivaldo M oreira Barbosa (CCJS)
(CCJS)
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(CES))
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 Naelza de Araújo
Ara újo Wanderl
Wan derley
ey (CSTR)
Railene H
Railene Hérica
érica Carlos Rocha (CCT
(CCTA)
A)
Rogério
Rogé rio Hu
Humbmb erto Zeferino
Zeferino (CH)
Valéria Andrade (CDSA)
 

Sumário

Educação poética para a infância e juventude: o que temos (ainda)


a dizer?.......................................................................................................7
E liane  D ebus

J i l v a n i a   L i m a   d o s   S  a n t o s   B  a z z o  
N elita  B o r t o l o t t o

O texto poético em diáLogo com o universo infantil........................... 17


V  a n i a   M  a r t a   E s p e i o r i n  
F l á v i a   B r o c c h e t t o   R  a m o s

Poesia e tecnologia: os desafios da escoLa dos dias atuais ................ 33


R o s i l e n e   d e   F  á t i m a   K o s c i a n s k i   d a   S i l v e i r a  

E liane  D ebus

F e r n a n d o   J osé  F r a g a   de  A z e v e d o

Cordel para crianças: asp ectos temáticos e m etodo lógicos o


ouu um
um 
sabiá na sala de a u la ....................
......................................
......................................
......................................
.................. 4 9
J osé   H élder  P i n h e i r o  A lves

O discurso feminino na biblioteca escolar: análise da obra No lugar  


do coração,  de Soni
So nia
a J u n q u e ira
ir a ......
.........
......
......
......
......
......
......
......
......
......
......
......
......
......
......
......
......
......
..... 67
E l i a n e   A p a r e c i d a   G  a l v ã o   R i b e i r o   F e r r e i r a  

L u c a s   M  a t e u s   V i e i r a   d e   G o d o y   S t r i n g u e t t  

R  a f a e l a   M  a c h a d o   L o n g o

Cordel para crianças:


aspectos temáticos e metodológicos
ou um sabiá na sala de aula

J o sé  H élder  P inheiro  A lves

O pavã
pavãoo era um galã  
Trabalhava como ator  
 Namor
 Nam orava
ava um
uma a peru
peruaa 
 Filha do pe ru doutor  
peru
Que receitava remédios 
 Pra
 Pra tosse, coceir
ira
a e dor.
(Had
(H adooc
oockk Eze
Ezequ
quiel)
iel)

Introdução

Há inúmeras formas de levar a literatura às crianças. As diferentes


realidades\e os objetivos é que determinam as opções. Ao longo de trinta
anos trabalhan
trab alhando
do com textos literários
literários em sal
salaa de aula do nível fundamental
fundam ental
à universidade, acreditamos que o caminho mais agradável para as crianças
é aquele que explora a brincadeira com a linguagem, os jogos sonoros, o

hum or, enfim,


humor, enfim , a dimensão
dimen são lúdica ddaa palavra.
palavra. L\s crian
crianças
ças tende
ten dem
m a se
se aale
legra
grarr
e a se divertir com a sonoridade, com os trocãdíIKos, com a expressão que
soa nova e encantadora e até mesmo com o nonsense.
A literatura de cordel apresenta uma riqueza imensa no que se refere
ao jogo com a linguagem, sobretudo quando a temática são os animais. E a
criança tende a ssee encan
encantar
tar com essa
essa riquez
riqueza,
a, especialmente quand
qua ndoo a poesi
poesiaa
não vira pretexto para ensinar alguma coisa (por exemplo, a rimar, a contar
síla
sílaba
ba poética ou a aprender determinados
determina dos conteúdos).
Quando era criança no sertão do Ceará, ouvia os emboladores de
coco Cachimbinho e Chico Sena, transmitidos pela rádio Tabajara, de João
Pessoa. Ficava extasiado com as brincadeiras, os desafios, a presença de es
 píri
 pí rito
to nas respo
respostas.
stas. E m família
fam ília,, ouvi
ou viaa in
inúm
úmer
eros
os po
poem
emas
as qu
que,
e, anos de
depois
pois,,
descobri que eram versos de Leandro Gomes de Barros, José Pacheco e tan
tos outros grandes cordelistas. Eu não sabia o que era uma rima, um verso
de sete sílabas ou mesmo uma sextilha. Mas o encantamento era real e, cer
tamente, contagiou toda a minha vida. Daí a insistência em que o trabalho
de levar a literatura (a poesia, em particular) às crianças deva ser regido pela
experiência lúdica com a palavra, pela fantasia, pela inventividade.
cordel O ut
utra
para racrianças
questão(ou
importante:
importan te: não
pelo menos nãohá,havia
historicamente, uma
um a literatura
ainda). Os folhetosliteratura de
de cordel
são narrativas que, nem sempre, em sua integralidade, encantam as crianças.
Inúmeras vezes quando levamos poemas inteiros para a sala de aula, a certa
altura, percebemos a distração, o desinteresse. Ao mesmo tempo, observa
mos também que algumas estrofes detonam boas gargalhas ou expressões
de riso contido. Esse dado é da maior importância, uma vez que a escolha
contribui
con tribui pa
parara um a boa apreci
apreciação
ação e env
envolviment
olvimentoo com o texto.
texto.
Pensando nas peculiaridades do leitor das primeiras séries do Ensino
Fundamental, foi que nos veio a ideia de, ao invés de levar cordéis inteiros,
selecionar episódios de poemas ou mesmo apenas estrofes (no caso, mais
sextilhas) para serem lidas independentemente de seu contexto. Muitas es
trofes que circulam oralmente não fazem parte de narrativas mais longas e
mantêm
man têm uma
um a unidade que ffavavor
orece
ece a apr
apreci
eciaçã
açãoo ind
indepe
epend
nden
ente1
te1..

1 Es
Esse
se fato pode ser oobser
bservado
vado na antologia Pás
 Pássar
saros
os e bicho
bichoss na
n a voz
vo z de po
poetas populares.  Para
etas populares.
saber mais, ver: Pinheiro (2004).

50 Poesia
Poe sia (cabe
(cabe)) na Escola

A temática dos animais, de grande interesse das crianças, apresentada


li
litt forma
form a lúdica por
po r nossos
nossos poetas populares, é um a das das possibilidades de
li v.il íis nossas crianças parte da riqueza dessa literatura que sempre esteve
distante da escola. Destaque-se, nessa produção, a diversidade de detalhes
(|iir revela
revela a familiaridade
familiarid ade com
co m a natureza
naturez a e sseus
eus ci
ciclo
clos,
s, a convivência co
com
m os
animais, conferindo a muitos poemas um caráter mais natural do que outros
mm o mesmo tema, produzidos por poetas considerados eruditos.
Outro aspecto a ser ressaltado é a diversidade de recursos expressivos
(onomatopéias, aliterações, animismo, imagens de grande densidade etc.)
que povoa essa poesia. O humor comparece quase sempre, conferindo lu-
du idade à construção artística de muitos poetas, como se pode ver nesta
sextilha de Manuel Xudu:
Admiro 100 formigas
Um besouro carregando
60 escanchada em cima

40 embaixo
E aquelas queempurrando
vão em cima
Pensam que vão ajudando.

Comparadas à nossa tradição de poemas para crianças, de autores


eruditos, as estrofes de nossos poetas populares em nada ficam a dever. Mui-
las vezes, o nível de realização estética alcançado supera algumas obras de
grande circulação. Veja-se, por exemplo, o registro fantasioso de uma brin
cadeira entre
en tre animais nesta sextilha de J. Borges
Borges22:

O peru fazia roda


 Noo terreir
 N terr eiroo da m or
orad
adaa
E o gatinho seu amigo
Era m uito camarada
Montava-se
Montava- se no peru
E o peru dava risadas.

2 Para saber
sabe r mais, ver: Pinhei
Pin heiro
ro (20
(2004
04).
).

Cordel
Cord el para crianças
crianças 51

Mas não se trata aqui de dizer que esta poesia é melhor do que aque
la. Ambas têm o seu valor e devem ser lidas e apreciadas pelas crianças.
Trata-se, isso sim, de estar atento ao brotar da poesia em diferentes contextos
e situações e, sobretudo, não desperdiçar a beleza de uma tradição poética
das mais ricas.
 No s úl
 Nos últim
timos
os 20 anos,
ano s, tem
te m surg
su rgid
idoo um n ú m er
eroo significa
signi ficativo
tivo de fo
fo 
lhetos direcionados para o leitor mirim. E o viés mais escolhido por poetas
e poetisas é a retomada de narrativas tradicionais, como contos de fadas e
algumas fábul
fábulas.
as. O u tra vertente —não
—não m uito distante da primeira
prim eira —re
—refe
fere
re-s
-see
a criações em que predominam personagens animais vivendo situações as
mais diversas.
Apresentaremos, neste artigo, um conjunto de narrativas em versos
de cordel, de poetas e poetisas contemporâneos, voltado para o leitor infan
til. A apresentação visa chamar a atenção para a riqueza e diversidade dessa
 pr oduç
 prod ução
ão que
qu e cada
cad a vez m
mais
ais ga
ganh
nhaa espaço,
espaç o, sobr
so bret
etud
udoo p o r meio
me io da publ
pu blic
ica
a
ção de grandes editoras. A seguir, nos deteremos na indicação de algumas
sugestões de abordagem de um folheto em sala de aula.

Folhetos para crianças

Tradicionalmente, sabemos que os folhetos não eram divididos em


textos voltados para adultos e para crianças, como passou a acontecer com
a criação da literatura infantil. Como as leituras de folhetos aconteciam em
feiras, praças, residências e em horários acessíveis, as crianças tinham acesso
a muitas narrativas. Algumas eram de seu interesse, outras não. E circula
vam, no meio popular, praticamente em todo o Nordeste, muitas estrofes
soltas que tematizavam aspectos da vida animal, lugares, pessoas e situações
as mais diversas.
É recente, portan
p ortanto,
to, a preocupaç
preoc upação
ão de esc
escre
reve
verr folhetos voltados
voltados para
o leitor infantil. As motivações são várias e, algumas delas, não têm nenhu
ma justificativa literária. É o caso dos folhetos que tematizam conteúdos
escolares em geral, das mais diferentes disciplinas. Nossa abordagem, entre
tanto, não contempla esse tipo de folheto, por melhor que seja a qualidade

52 Poesia (cabe) na Escola


 
tio trabalho. Apreciamos os folhetos enquanto narrativa artística, que, em
 bora
 bo ra possa
po ssam
m o sten
st enta
tarr u m a m oral,
or al, ao m o d o das fábula
fábulas,
s, têm
tê m u m enre
en redo
do ou,
no mínimo, uma abordagem poédca do do tema.

lantil éUm balanço


sempre das publicações
incompleto, uma vezdeque folhetos voltados para
as publicações o público
se espalham in-
pelas
«li
live
vers
rsas
as cidades, estados e até mes
mesmo
mo regiões do Brasil,
Brasil, dif
dificu
iculta
ltand
ndoo o acess
acessoo
a um núm ero mais abrangente de de ob
obras
ras.. N
Noo entanto
e ntanto,, pel
peloo levantamento
levantame nto que
icmos, é possível apontar algumas tendências dessas publicações.
A primeira questão a ser destacada é que elas vêm assumindo dois
modelos de suporte: 1) o modelo tradicional de folheto, tamanho 10,5 x
15,5 cm (folha A4, dividida em quatro partes), publicado atualmente em

casa com o auxílio


da literatura infantil,depublicado
uma impressora simples;
por médias 2) no suporte
e grandes editorasdedolivro
País.típico
Este
viés, por exemplo, teve já uma ampla divulgação e compra por meio do
Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE)3. Embora o projeto grá
fico desse segundo modelo seja mais atraente, os custos são bem elevados,
fazendo com que o preço final do livro fique, pelo menos, dez vezes maior
do que o do folheto.
Um segundo aspecto a ser destacado refere-se a possível classificação

que
 ju
 juve seude)
vent
ntudpode
e).. Uaportar
m prim aos
pr imei rofolhetos
eiro gr upoo -voltados
grup que nã opara
qu e não a pinfância
é p rop
ro ri en te(etem
riaa m ente tealguns
m átic o,para
át ico, u m aa
vezz que ppode
ve ode contem
con templar
plar qqualqu
ualquerer te
tema
ma - refe
refere
re-s
-see ààss adapt
adaptações
ações de ddiv iver
ersa
sass
obras literárias: romances (nacionais ou não), contos, contos de fadas, con
tos populares e fábulas. Destacamos, dentre os que tivemos acesso: O tronco 
do Ipê, recontado por Arievaldo Viana;  Romance de Iracem Iracema: a: a virge
virgem m dos 
lábios de mel, por Alfredo Pessoa de Lima;  Pinó quio,, de Manoel Monteiro;
 Pinóquio
rge e Carolina, em que Rouxinol de Rinaré
 Jorge
 Jo Rinaré reconta o romance A viuv viuvinh a, 
inha,

de José de Alencar;  As tr


trêês ve
verda
rdade Deus,,  de Janduhi Dantas (adapta
dess de Deus
ção de conto de Leon Tolstoi); Os miseráveis em cordel, por Klévison Viana;
 A me
mege
gera cordeel, por Marco Haurélio, dentre inúmeros outros.
ra domada em cord

3 Um a pes
pesqui
quisa
sa PIBIC-UF CG rea
reali
lizada
zada nos acer
acervo
voss do PNB E entre 2008 e 2011 constatou
que foram selecionados 17 narrativas de cordel, em suporte de livro, conforme Alves e Lima
(2016).

Cordel
Cord el para crianças
crianças 53
 

A quantidade de contos populares adaptados já é bastante signi-


P^tiva. Destacamos o trabalho de organização de uma seleta de contos
a(Japtados denominada 12 cont contos
os de Ca
Cascu
scudo
do em folh
folheto
etoss de cord el  (VIANA,
cordel   (VIANA,
2007)- Os contos de fadas têm sido bastante revisitados por cordelistas
cC)0temporâneos. A lista é imensa, portanto, apontamos aqui o trabalho
Manoel Monteiro, que adaptou contos como O ga gato botas, Cha-  
to de botas,
 pçUZinho verme vermelho,
lho, A gat
gataa borralheira,
borralheira, O co coel
elho
ho e o le
leãão, Os trê
trêss ca
cabe loss do 
belo
djab°
dja b°,, Históri
Históriaa de lindo p é  e A dan
dança princesas, todos publicados pela
ça das 1 2 princesas
c0i'd i'del
elar
aria
ia Man
Manoel
oel Monteiro.
Mon teiro.
Trata-se de uma prática já bastante antiga, sem, no entanto, a for-
^ c|ue c|ue assume na conte contemp
mporan
oraneidad
eidade.e. Leand
Leandro ro Gomes
Gom es de BarrBarrosos es
escr
crev
eveueu
^  frela adormecida no bosque e Branca de neve e o sold
^  frela soldado
ado guerre iro, recontan-
guerreiro,
cj0 dois contos de fadas; João Martins de Athayde adaptou a peça  Romeu e 
 j j i e t a ,  de Willian
 jj Willia n Shakespe
Shakespeare;
are; o rom
romance
ance A esesccrava Isaura foi adaptado por
rava
^p()lônio Alves dos Santos (e mais recentemente por Varneci Nascimento,
ficarmos apenas com três exemplos).
O segundo grupo é o dos folhetos que tratam das aventuras e vi-
vgncias de animais. Trata-se da retomada da tópica conhecida como “No
te  po  em que os bichos falavam”, também bastante frequente na literatura
0

cordel. Dentre os mais conhecidos, Casamento e divórcio da lagartixa,  de


 j j^^eandro
eandr o G omesom es de Barros;
Barros;  N
 Noo tempo em q que
ue ooss bic
bicho
hossfa
fala
lava
vamm , de José Fran-
cjsCo Borges;  A gre greve
ve dos
dos bic
bicho s, de Zé Vicente;  A intri
hos, intriga
ga do cacaccho
horr o com o 
rro
0  , de José Pacheco; O for forró
ró da bicha rada,, de Apolônio Alves dos Santos,
bicharada
 jgfltre outro ou tros.
s. Essas
Essas narra
narrativa
tivass ap
apre
rese
sent
ntam
am um caráte
car áterr fabular,
fabu lar, mas difediferem
rem
 j 0gênero fábula propriamente dito uma vez que nem sempre trazem uma
^Qj-al muito clara.
Recentemente esse viés ganhou também fôlego novo, como se pode
okS£rva
£rvarr neste breve levanta
leva ntamm en
ento
to de folhe
folhetos
tos publica
pub licadodoss nos úúltim
ltimosos anos:
^ p t a no cé
céu
uoou
u a hist
históri
óriaa do
do sa
sapo
po que enga
enganou
nou o urub
urubuu  e O pu
pulo
lo do gato ou o 
gato
^Jjano esperto e a onça invejosa, de Klévisson Viana; O coelho que arrebatou 
corda do rei Leão,  de Bule Bule; Sete dias de fo forr
rróó no reino da bicharada 
\Z(rde Gaio,  de Marcelo Soares; O sucesso do cachorro e a inveja do gato, 
 paiva
 pai va Neves;  P
 Proe
roeza
zass dos
dos anim ais , de Daudeth Bandeira e José de Sousa
a nimais
 p aIitas,
itas, O galo e a raposa,  de Chico Pedrosa;  Ele
 Eleiç
ição
ão no rei
reino
no da bic
bichar
harada
ada,,

Poesio (cabe) na Escola

de Hadoock Ezequiel;  Ideia de bicho,, de Chico de Assis; O cordel d


bicho dos
os passari
passa ri

nhos, de Sebastião Chicute; e A on


onça
ça e o bode,  de José Costa
bode, Cospode
ta Leite.
Uma pequena amostra da riqueza desse material ser observada
nalgumas sext
sextil
ilhas
has que retoma
reto mam
m uum
m mesmo
mesm o páss
pássar
aro:
o: o papagai
papagaio.
o.

O papagaio faz fuxico


Mas também tem o seu trono
Almoça
Almo ça e janta num
nu m torno
Ali mesmo dorme um sono
Mas é o único que sabe
Dar bom-dia pra seu dono.
(Chicoo D ’Assi
(Chic Assis,
s, 201
2017,
7, p. 9)

O papagaio dizia,
Dum oco de catingueira
“Eu falo todas as línguas,
Mas digo cada besteira!
Mais antes cantasse igual
Ao sabiá
sabiá da palm
palmeira.”
eira.”
(Antônio Lucena, 2017, p. 5)

Papagaio era estimado


E professor numa escola
O nd
ndee uma
um a vez
vez fez
fez exa
exame
me
A turma
turm a do tatu-bola
Q ue foi toda reprovada
reprovada
E levou pau na cachola.
(Zé Vicente, 2004, p. 8)

Co m o se pode observar
Com observar ne nessse rápido apanh
apanhado,
ado, a produção
produçã o contem 
 porâ
 po râne
neaa é p o r demais
dem ais pro
profíc
fícua
ua,, embo
em borara o nível estético
estét ico de m ui
uito
toss folhetos
folh etos
seja desigual. Observaremos agora, mais detidamente, um folheto que, por
um lado, pode oferecer algumas dificuldades ao leitor pela diversidade de
animais apresentada; mas, por outro, pode ser um estímulo à descoberta
da diversidade do reino animal. Trata-se do folheto O sabiá da palmeira palm eira , de

Cordel para crianças 55

Antônio Lucena (1931-2005), uma obra riquíssima em fantasia poética e


que não foi escrita pensando no leitor infantil, mas que pode ser trabalhada
como se verá a seguir.

Um sabiá na sala de aula

O folheto O sabiá da palmeira,  de Antônio Lucena4 narra a expe

riência
animais.deDuas
encantamento que aovoz
ações formam eixodesse pássaro primeiro,
do folheto: provoca nos mais do
o canto diversos
sabiá
 pode
 po de ser lido
li do com
co m o uma
um a met
m etáf
áfor
oraa de uma
um a das fun
funçõe
çõess da arte,
art e, a de susp
su spen
en
der os ouvintes de seu cotidia
cotidiano
no e mobilizá-
mobilizá-los
los para a con
contemplação
templação daquel
daquelee
canto. A segunda ação, ao final da narrativa, é a da cobra que mata o sabiá
da palmeira, privando todos daquela importante experiência estética.
As duas estrofes iniciais enunciam o que motiva o sabiá e, reciproca
mente, o que a vozvoz prov
provoca
oca na própria
pró pria natureza que o mobiliza:
mobiliza:
Um sabiá
sabiá mavi
mavioso
oso
Morava numa palmeira
De lá ouvia os sussurros
Das águas da cachoeira,
Pelo que se deleitava...
E cantava a tarde inteira.

Enquanto a brisa da tarde


Passava, terna e fagueira,
Ele cantava, cantava...

4 Antôn
An tônio
io Lucena, dentre
den tre os
os poetas populares
populare s paraibanos, destacou-se por acumu acumular
lar a função
de escritor e de xilogravuri
xilogravurista.
sta. Tratava-se
Tratava-se do que
qu e se poderia cha
chama
marr de um legítimo poeta popupo pu 
lar pelos temas, pelo modo de abordagem, pela visão de mundo que veicula em seus folhetos.
Sobressai em sua obra o tom bem-humorado, o modo fantasioso e brincalhão de tratar seus
temas. Alguns de seus folhetos:  As proezas
proeza s de
d e João Gri
Grilo N eto, O  ião que dançou lambada no
lo Neto,
m aior São João do m und
undo,
o, O Jec
Jeca
aqque
ue cas
casou
ou com u um
m ajega!, O pa stor que
qu e virou bo de,, Revolta de 
bode
 Lampião
 Lam pião pa ra governar o céu,
céu, Zefm ha & Sebasti ão e Vaque
Sebastião Vaqueir
iro
o velho
velho && pa trão,, dentre outros.
 patrão

56 Poesia (cabe) na Escola

Até mesmo a cachoeira


Parava
Parava para escutar
O sabiá da palmeira
palmeira..

A segunda e a terceira estrof


estrofee apo
a ponta
ntamm a exalt
exaltaçã
açãoo da mata
m ata como
co mo um
Indo, das aves do campo e até da roseira ante o canto do sabiá:

A mata
m ata toda
tod a exultava
exultava
- da sequoi
sequoiaa ao manacá — 
Enquanto o vento parava
 Naa copa
 N co pa do jato
ja tobá
bá,,
Para ouvir a sinfonia
Do canto do sabiá.

Todas as aves do campo,


D a pe
perdiz
rdiz à lavade
lavadeira,
ira,
Ficavam maravilhadas,
Até a própria roseira
Se balançava, aos acordes,
Do sabiá da palmeira...

A partir da sexta estrofe, temos como que um desfile de animais, dos


Hiais diversos lugares e condições, que se posicionam ou se preparam para
ouvir o canto do sabiá, e alguns deles também para levar sua colaboração ao
|uiss;iro-cantor-artista, contribuindo assim para seu sustento:

Gu riatã em seu bic


Guriatã bico,
o,
Ia levar o maná
Que recebia das flores,
E quando chegava lá,
Botava, com todo jeito
 Noo bico
 N bic o do sabiá...
sabi á...

O curió, mais dois dias,


Convidava a companheira
Para escolherem na mata,

i onlí'1 para crianças 57

 
Da mais seleta fruteira
Um cacho bem madurinho
Pra o sabiá da palmeira.

Há uma espécie de narração dos mais diversos animais em direção à


 palmeira
 palm eira,, uma
um a espécie de rom
ro m ar
aria
ia alegre e envolvente:
env olvente:

Cotia espalhou convites


Entre mocó e preá,
Paca, timbu e tacaca,
Raposa
Rapo sa e tam
tamanduá
anduá
Pra ir uma caravana
Conhecer o sabiá.

 N ão falta
 Não falt a ao poem
po emaa a explicit
exp licitação
ação do jogo
jog o inte
in terte
rtext
xtua
ual,l, como
com o se ob
o b
serva nas estrofes que seguem, em que aciona o poema de Gonçalves Dias e
a canção de Dorival Caymmi:

 N e m o Doriv
 Ne Do rival
al Caym
Ca ymee
Das terras do vatapá,
Chegou à fama que teve
M eu saudoso sabiá..
sabiá....
O ut
utro
ro sabiá
sabiá daquele
daquele
O mundo não criará.

Gonçalves Dias cantou


 N a sua lira fagueira,
fague ira,
As grandezas fabulosas
Desta
De sta pátria brasi
brasileira,
leira,

Mas
 N
 No não deixou
o sabiá palmde falar
da palmeira!
eira!

Feita essa rápida apresentação do folheto, passemos, então, à pro


 posta
 po sta de abord
ab ordag
agem
em em sala de aula. Lem
Le m bran
br ando
do sem
se m pre
pr e que
qu e a preparaçã
prep araçãoo
da leitura oral, pelo professor-mediador, é da maior importância uma vez
58 Poesia (cabe) na Escola
 

(|ue funciona como um estímulo ao ouvinte. Os folhetos, tradicionalmente,


eram lidos ou cantados em feiras, casas, praças e nos mais diversos lugares.
Temos em mente que o trabalho com o referido folheto poderia ser
realizado a partir do 5o ano do Ensino Fundamental. No entanto, essa é
umaa decis
um decisão
ão do(a
do(a)) professor
professor(a)
(a) qu
quee é quem
que m conhece a turm tu rmaa e sua experiên
cia de leitura.
Pode-se iniciar o trabalho com uma conversa sobre o canto das aves
em geral. Saber da experiência dos alunos —se já ouviram um pássaro can-
lando
lan do (e em que
qu e espaço - árvores
árvores,, gaio
gaiolas
las,, sítios et
etc.).
c.). Crianças
Crian ças que vivem
em cidades não costumam ter uma convivência significativa nesse âmbito.
Talvez aqui fosse interessante trazer sons de pássaros cantando, sobretudo,
o do sabiá.
A seguir, apresentar algumas canções para serem ouvidas e cantadas no
espaço escolar. Por exemplo, “Sabiá”, interpretada por Luiz Gonzaga e Elba
Ramalho.
Ramalh o. Depois
Dep ois faze
fazerr al
algumas
gumas realiza
realizaçõ
ções
es ora
orais
is de poemas que ttenenha
hamm como
temática o referido pássaro. Na tradição popular, várias sextilhas tematizam o
sabiá, pássaro conhecido por sua bela voz. Vejamos alguns exemplos5:

O sabiá do sertão
Faz coisas que me comove
Passa três meses cantando
E sem cantar
c antar passa
passa nov
novee
Como que se preparando
Pra só cantar quando chove...
(Biu Gomes)

O
Se sabiá, tododedia,
alimenta mosquito
De gafanhoto, pimenta,
 N u n ca d im
 Nu imin
inuu i o grito.
grit o.
Eu tomo tanto remédio,
 Não
 N ão posso c a nt
ntaa r bbon
onitito.
o.
(Manoel Xudu)

'' Para saber mais, ver:


ver: Pinh
Pinheiro
eiro (2004).
(20 04).

Cordel para crianças 59


 

É bonito um Sabiá
 Nuu m a galha
 N galh a de aroeir
aro eiraa
Entoando
Entoan do uma cançã
cançãoo
Com a sua voz brejeira
 N u m a doce
do ce sinfo
si nfonia
nia
Bordada de poesia
Encantadora e fagueira.
(Daudeth Bandeira; José de Sousa Dantas)

Podemos encerrar as atividades com a leitura de “Canção do exílio”,


J e Go
Got1
t1Ç
Çalv
alves
es Dias, sem entra
entrarr em detalhes analíticos, um a vez que o poem
poemaa
cham
cha m a a atenção,
atenção, sobretudo,
sob retudo, pela musical
musicalidad
idade.
e.
Depois essa aproximação poética do sabiá, entraríamos propriamente
na leitora do folheto O sabi á da palmeira, de Antônio Lucena. Começaría
sabiá
mos lendo
le ndo algumas estr
estrof
ofes
es esp
espar
arsa
sass que retom
retomem
em animais
an imais do conhecimento
conhe cimento
dos leítores para, a seguir, ler todo o folheto. Por exemplo, as borboletas:

Asasborboletas
 N
 Nas flores das azuis
tre
trepa
pade
deira
iras,
s,
Uma, batendo as asinhas,
Comentava
Com entava à companheir
companheira: a:
“como é  bon
bo n it
itoo o gorjei
gor jeioo
D o sabiá
sabiá da palmeir
palmeira!” a!”
À medida que for lendo, já pode ir discutindo/conversando: por
e x e m p l ° >

que realizam se conhecem


etc. Se nãoosconhecem,
animais queprocfalam, sobre o que
urar partilhar dizem, os gestos
conhecimentos ou, a 
 post
 po ster
eriori,,  pesquisar e trazer informações
iori informações  pa
 para
ra a tur
t urm
m a.
A seguir dessdessaa lleitura
eitura inicial - que poderá
pode rá seserr repetid
repetidaa a partir da lei
lei
tura
tu ra das
das estrofes
estrofes que mais gosta gostaram
ram - sugerimos a realrealizaçã
izaçãoo de atividades de
vivência e recriação do folheto. Destacamos, de modo mais pontual, alguns
 passos de u m jogo jog o dram
dr amáti
ático
co,, que
qu e pode
po derá
rá ser realizado
realiz ado a p a rt rtir
ir do poem
po emaa
como Lim todo ou de algumas estrofes. O jogo dramático, segundo SIade
(1978, P- 17, grifo do autor), “ [.
[.....]] é uma forma de arte po
porr direito
direito próprio;
não é uma atividade inventada por alguém, mas sim o comportamento real

60 Poesia (cabe) na Escola


 

dos seres humanos”. Ainda, segundo Slade (1978, p. 18, grifo do autor), no
 jogo dramá
dra mátic
tico:
o:

Pode haver
haver momentos
mom entos intensos do que poderíamos nos dignar a cha
mar de teatro, mas no geral trata-se de drama, e a aventura, onde o
fazer, o buscar e o lutar são tentados por todos. Tod
odos
os são fa
fazed
zedore s, 
ores,
tanto como ator como público, indo para onde querem e encarando
qualquer direção que lhe apraz durante o jogo.

Slade (1978)
Slade (19 78) lembra
lem bra ain
ainda
da que
q ue a “[.
“ [.....]] tarefa do professor é a de aliado
amoroso”, diríamos, também, que de estimulador, de incentivador, jamais
a do que julga e compara, criando hierarquias entre os participantes. Nesse
sentido, na criação e recriação de um jogo, é da maior importância refazer as
ações, as cenas, mudando os participantes/personagens.
Vejamos, a seguir, uma sugestão de atividade com o folheto que po
derá desencadear um jogo dramático. Os passos sugeridos não devem servir
de camisa de força, antes de roteiro que pode e deve ser alterado a depender
da situação e do envolvimento da turma6.
a) Imagin
Im aginarar e realizar
realizar um
umaa espéci
espéciee de sinfon
sinfonia
ia de vozes
vozes de diferent
diferentes
es
 pássaros. Pode-se, prim
pr imeir
eiro,
o, elencar
elen car os pássaros
pá ssaros cujos cacanto
ntoss a turm
tu rmaa
conhece; a seguir, os alunos começam a imitá-los. A seguir, pode ser
ampliada a participação a partir de levantamentos realizados pelos
alunos em casa, em pesquisas, bem como com o uso de apitos de
madeira que contribuem para a imitação.
 b) Em u m segund
seg undoo m omen
om entoto,, seria acop
acoplada
lada a si
sinf
nfon
onia
ia com o canto
can to do
sabiá. O som da sinfonia poderia ir abaixando, ficar como fundo e,
então, surgir a voz do sabiá. A partir daí, teríamos a entrada das estro
fes do folheto, adaptadas ou não, na voz dos participantes. A ordem
 pode
 po de ser alterada, algumas estro
estrofes
fes ppod
odem
em ser deixadas e até acrescidas
acrescidas
outras, em verso ou não. Seria interessante que os alunos escolhessem
as estro
estrofes
fes a serem lidas.
lidas. Pode-se faze
fazerr um intervalo entre
ent re uma
um a leitura e
outra, com destaque para a voz do sabiá e as vozes da sinfonia.

*' Hm Poes
 Poesia
ia n
naa sala de aula, Pinheiro (2007) sugere algumas atividades de jogos dramáticos
.i partir de poemas infantis de Cecília Meireles e outros autores.

Cordell para crianças


Corde crianças 61
 

c) Com
Co m o o folheto final
finaliza
iza com a morte do sabiá
sabiá,, pode-se debater com
os leito
leitores
res que outras possibilidades
possibilidades de conclusão a nnarrativa
arrativa poderia
ter. Discutir as possibilidades e depois encená-las, por exemplo: al
gum pássaro ou animal convencer a cobra de não matar o sabiá, ten
do em vista
vista o bem que traz para toda a comunidade.
com unidade. Q ue animaanimal( l(ai
ais)
s)
 pode
 po deria
ria(m
(m)) parti
pa rtici
cipa
parr desse diálogo? C o m o seria ess
essee diál
diálogo
ogo,, quais
os argumentos usados? Podemos fazer várias tentativas de improvi
sação, fundir algumas soluções encontradas etc. Outra possibilidade
seria uma ação dos animais para impedir a cobra, caso não houvesse
acordo. Por fim,
fim, terminaria
term inaria o jogo num
n umaa festa
festa em que o sabi
sabiáá agrade
cesse a todos e todos cantassem e dançassem.

Atividades com
comoo essa
essa po
pode
dem
m ser
ser fei
feita
tass e refei
refeitas
tas ao lon
longo
go de várias
várias au
au 
las e, ao final, podem ser apresentadas em outras salas de aula. O mais ade
quado é a apresentação para turmas menores, que, inclusive, podem entrar
no jogo. Como se trata de um jogo dramático, não há propriamente perso
nagens principais e secundários. Todos jogam, se divertem, criam, evitando,
assim, certo caráter de exibicionismo que pode acontecer no âmbito escolar.

Considerações finais

Essa aproximação da literatura de cordel na sala de aula tem como


objetivo apontar caminhos para a leitura de folhetos de modo mais livre,
como arte e não como mero transmissor de conteúdo.
O enfoque escolh
escolhido
ido m ostra que o folheto
folheto tem uma
um a ri
riqueza
queza est
estéé
que em nada se diferencia de obras literárias consideradas de valor estético.
A leitura de folhetos pode, portanto, ser levada à sala de aula com mais
frequência, o que depende também do repertório de leitura do mediador.
0 presente arti
artigo
go dá continuidade
continuida de a um projeto antigo
antigo de apontar
apon tar cami
nhos de vivência com o folheto nos mais diversos níveis de ensino.7

7Vários artigos nossos apontam esta perspectiva. Afora o livro Cordel no cotidiano escolar ,
escri
scrito
to em parceria com Ana
A na Cristina M ar
arinh
inhoo Lúcio (2012), veja também
tam bém os seguinte
seguintess arti
artigos
gos::

 
62 Poesia (cabe) na Escola

A despeito de todo o esforço de muitos professores no sentido de


i labalhar
aba lhar a litera
literatura
tura de cordel de mod
m odoo menos
me nos prag
pragmá
mático,
tico, a prática escolar
escolar
 parecee cada
 parec cad a vez mais atr
atrela
elada
da ao prag
pr agm
m atism
ati smo,
o, como
co mo cons
co nsta
tatam
tamos
os em uma
um a
rápida observação dos livros indicados para as crianças.

Referências

ALVES, J. H. P. A festa das letrinhas. Revista Diadorim, Rio de Janeiro,


v. 1188, n. l , p . 135-14
135 -146,
6, 2016.

 _______  . O que ler? Por quê? A literatura e seu ensino.  In\  DALVI, M. A.;
 _
REZENDE, N. L. de; JOVER-FALEIROS, Rita (Org.). Leitura literária 
na escola. São Paulo: Parábola, 2013.

 _______  . Tesouros da poesia popular para crianças e jovens.


 _ Revista
Boitatá, Londrina, n. 5, p. 34-45, 2008.

ALVES, J. H. P.; RODRIGUES, E. M. De São Saruê à Casa da madrinha:


literatura de cordel e literatura infantil no espaço escolar. Revista Cerrado, 
Brasília,
Brasíl ia, D
DEE v.
v. 25, n.
n . 42 p. 164—180, 20
2016
16..

ALVES, J. H. P.; LIMA, E N. O. A presença do reconto em literatura


de cordel nos acervos do PNBE: 200
20099 a 2013.
201 3. Relatório de pesq
pesquis
uisa:
a:
PIBIC-UFCG, 2015-2016. [201-]. Não publicado.

ALVES, J. H. P.; SOUZA, R. J.; GARCIA, Y. M. R. Lendo e brincando


com sextilhas e outros versos.  In\ SOUZA, R. J.; FEBA, B. L. T. (Org.).
Leitura literária na escola: reflexões e propostas na perspectiva do
letramento. São Paulo: Mercado de Letras, 2011.

Alves (2008, 2013, 2016), em que tratamos de diferentes de modo de trabalhar a literatura
de cordel como literatura no espaço
espaço esc
escola
olar,
r, em diálogo ou nnão
ão com
co m outros
outro s gêneros lite
literári
rários.
os.

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