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Grupo I
Parte A
LOPES, Fernão, 1980. Crónica de D. João I (textos escolhidos; apresentação crítica, seleção, notas
e sugestões para análise literária de Teresa Amado). Lisboa: Seara Nova / Editorial Comunicação (pp. 193-195)
1. tribulações: adversidades, aflições; 2. mingua: falta; 3. assi: tanto; 4. colherom(-se): recolheram(-se); 5. termo: limite, referência à área
do concelho de Lisboa; 6. se tremetiam: se metiam dentro; 7. escusamente: secretamente; 8. contra: para, em direção a; 9. esteiros:
braços estreitos de rio; 10. prestes: pronto; 11. galees: galés (dos castelhanos); 12. ribeira: margem; 13. Exobregas: Xabregas,
localidade de Lisboa; 14. repicavom: tocavam (os sinos); 15. acorrerem: socorrerem; 16. como: assim que; 17. se compria: se era
necessário; 18. gastou-se: consumiu-se; 19. apertadamente: desesperadamente; 20. desfalecer: faltar; 21. geeraçom: família; 22. dar:
desse; 23. pam: pão; 24. guisa: modo, maneira; 25. a perda comum: as privações comuns a todos; 26. minguadas: carentes, miseráveis,
deficientes; 27. nom perteencentes: incapazes; 28. ataa: até; 29. mancebas mundairas: prostitutas (amantes/raparigas mundanas); 30.
pois: já que; 31. pelejar: lutar. 32. covas: silos, celeiros subterrâneos; 33. mester: necessidade.
1. Explicita o «grande trabalho» (l. 8) em que se envolviam, por vezes, «Os da cidade» (l. 11),
atendendo ao conteúdo dos dois primeiros parágrafos.
3. Mostra como, no contexto das «tribulações» vividas na capital, se evidencia a consciência coletiva.
Fundamenta a tua resposta com elementos textuais.
Parte B
Lê o excerto do Capítulo 11 da Crónica de D. João I.
Ali eram ouvidos braados de desvairadas1 maneiras. Taes i2 havia que certeficavom3
que o Meestre era morto, pois as portas estavom çarradas, dizendo que as britassem 4 pera
entrar dentro, e veeriam que era do Meestre, ou que cousa era aquela.
Deles5 braadavom por lenha, e que veesse lume pera poerem fogo aos Paaços, e
5 queimar o treedor6 e a aleivosa7. Outros se aficavom8 pedindo escaadas pera sobir acima,
pera veerem que era do Meestre; e em todo isto era o arroido 9 atam grande que se nom
entendiam uũs com os outros, nem determinavom neũa cousa. E nom somente era isto aa
porta dos Paaços, mas ainda arredor deles per u 10 homeẽs e molheres podiam estar. Ũas
viinham com feixes de lenha, outras tragiam carqueija pera acender o fogo cuidando
10 queimar o muro dos Paaços com ela, dizendo muitos doestos11 contra a Rainha.
De cima nom minguava quem braadar 12 que o Meestre era vivo, e o Conde Joam
Fernandez morto; mas isto nom queria neuũ creer, dizendo:
– Pois se vivo é, mostrae-no-lo e vee-lo-emos.
LOPES, Fernão, 1980. Crónica de D. João I (textos escolhidos; apresentação crítica, seleção, notas
e sugestões para análise literária de Teresa Amado). Lisboa: Seara Nova / Editorial Comunicação (pp. 97-98)
Parte C
7. Na primeira parte da Crónica de D. João I, Fernão Lopes narra acontecimentos que precederam o
reinado deste monarca, em particular na cidade de Lisboa. Destacam-se, nesse relato,
protagonistas distintos.
Escreve uma breve exposição sobre os atores individuais e coletivos na Crónica de D. João I.
A tua exposição deve incluir:
– uma introdução ao tema;
– um desenvolvimento no qual identifiques e caracterizes as figuras que agem de forma
singular e as que atuam em grupo;
– uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.
Grupo II
Lê o texto.
Cada vez mais pessoas, em todo o mundo, recebem a sua informação pelas redes
sociais. Muitas delas escolhem o que veem de acordo com as fontes da sua preferência,
sejam jornais, rádios ou canais de televisão, sites que consideram dignos de confiança.
Muitas outras abrem apenas as notícias que lhes parecem interessantes, seja por terem
5 um título chamativo que despertou a sua curiosidade ou porque dizem algo com que
concordam.
A cada dia que passa, num tempo de mudança política rápida, a informação disponível
parece infinita, o mundo parece estar todo num telemóvel. Por contraintuitiva que possa
parecer, esta ideia torna a importante tarefa de nos informarmos cada vez mais árdua, em
10 particular por se ter tornado tão difícil distinguir a verdade da mentira.
E isso é importante? Se pensarmos nas notícias como a ferramenta que nos ajuda a
tomar decisões, sim, é. E muito. As notícias devem dizer-nos o que está a acontecer e
porquê, permitindo-nos assim formar opiniões e agir, em sociedade, de acordo com as
nossas opiniões. Se a informação que temos é falsa, as nossas opiniões serão frágeis, e
15 quando muitas opiniões se baseiam em falsidades, em preconceitos, em erros e falácias, a
nossa vida comum – a democracia – está em risco. Numa era digital, em que mais e mais
pessoas se informam a cada segundo, é fundamental sabermos distinguir uma notícia de
um boato, bem como termos a capacidade de avaliar criticamente a informação que
recebemos.
20 Só o Facebook tem mais de 2,3 mil milhões de utilizadores, entre os 7,5 mil milhões de
seres humanos que vivem no planeta, o que significaria que quase um terço da população
tem uma conta nesta rede social, se tomarmos como boa a ideia (errada) de que um
utilizador é sempre uma pessoa. Seja como for, é muita gente, em particular se
considerarmos que o país mais populoso do mundo, a China, não permite a sua utilização.
25 Em Portugal, há seis milhões de contas, o suficiente para que uma eficaz campanha
[…] consiga ter efeitos sobre a maioria da população.
E isso deve preocupar-nos. Porque, na verdade, é o nosso nome que aparece quando
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sociabilizamos online. É a cada um de nós que cabe, antes de partilharmos qualquer coisa
nas redes sociais ou de difundirmos qualquer informação a quem nos está mais próximo,
fazer a pergunta certa: «Isto é verdadeiro ou falso?» A falsidade deixa rasto. Quantas
vezes pensámos: «Nunca ouvi falar deste site ou da pessoa que publica esta história.»,
«Nenhum jornal deu esta notícia.», «O endereço (URL) e o formato da notícia são
estranhos.», «Há tantos erros na escrita, parece tradução automática.», «Não há citações
de nenhuma pessoa.», «A notícia está anunciada de forma estranha: ‘Clica aqui e vais ver
uma coisa extraordinária’.», «As imagens parecem fabricadas.».
Se aprendermos a ler a informação a que somos diariamente expostos – e que
procuramos, também –, seremos mais capazes de a filtrar e escolher. Para percebermos
se uma história é parcial, devermos saber colocar-nos algumas questões no momento da
leitura: se a história só mostra as coisas de uma perspetiva; se a notícia sugere que os
leitores façam alguma coisa, ou pensem de determinada forma; se o título é enganador –
sim, é parcial.
A informação verdadeira procura chegar à verdade – não à verdade filosófica, mas
àquela aproximação que nos é útil para sabermos mais, razão pela qual as notícias se
baseiam em factos.
PENA, Paulo, 2019. Fábrica de Mentiras. Viagem ao mundo das fake news. Lisboa: Objetiva (pp. 20-21)
5. Em «lhes parecem interessantes» (l. 4), o pronome encontra-se anteposto ao verbo, porque está
(A) integrado numa oração subordinada.
(B) dependente do advérbio «apenas».
(C) dependente de uma oração coordenada.
(D) integrado numa oração subordinante.
Grupo III
«Cada vez mais pessoas, em todo o mundo, recebem a sua informação pelas redes
sociais.»
No início do texto apresentado no Grupo II, o autor faz a afirmação acima transcrita.
Escreve uma exposição de cento e oitenta a duzentas e quarenta palavras sobre o papel
das redes sociais na (des)informação da sociedade atual.
A tua exposição deve incluir:
– uma introdução ao tema;
– um desenvolvimento no qual explicites dois dos aspetos que fazem das redes sociais
simultaneamente um veículo de informação e de desinformação;
– uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.
Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo
quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra,
independentemente do número de algarismos que o constituam (ex.: /2021/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados, há que atender ao seguinte:
− um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial do texto produzido;
− um texto com extensão inferior a oitenta palavras é classificado com zero pontos.
Cotações
Item
Grupo
Cotação (em pontos)
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 104
I
16 8 16 16 16 16 16
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 56
II
8 8 8 8 8 8 8
TOTAL 200
5. 16 pontos
6. 16 pontos
6. 8 pontos
7. 8 pontos
Grupo I – Parte B
5. Os gritos e o ruído ouvidos no momento descrito
decorrem do alvoroço provocado pelo anúncio de que
matavam o Mestre de Avis, divulgado, nas ruas de
Lisboa, pelo Pajem e por Álvaro Pais. Em reação a tal
anúncio e ao apelo para que salvassem o Mestre, os
habitantes da cidade mobilizaram-se para o defender,
provocando a confusão descrita no excerto («era o
arroido atam grande que se nom entendiam uũs com os
outros, nem determinavom neũa cousa.», ll. 6-7).
6. Os membros do povo atuam em conjunto, como uma
única vontade, na tentativa de garantirem a segurança
do Mestre. Por se movimentarem e agirem enquanto
massa anónima, são referidos pelo narrador com
recurso às formas na terceira pessoa do plural, não se
individualizando nenhuma figura humana: «Taes i havia
que…» (l. 1), «Deles braadavom por lenha» (l. 4),
«Outros se aficavom» (l. 5).
Grupo I – Parte C
7. Resposta pessoal. Tópicos de resposta:
– Atores individuais: figuras históricas, em
particular o Mestre de Avis, caracterizado como
representante da vontade popular e garantia da
independência nacional.
– Ator coletivo: o povo, em particular o de Lisboa,
agindo como entidade única e congregando a
força, o empenho e a coragem de todos na
defesa da capital e do país.
Grupo II
1. (B)
2. (C)
3. (B)
4. (D)
IITotal
Grupo I
Grupo II Grupo III
Parte A Parte B Parte C
Descontos
Total I
Total III
TOTAL
1 2 3 4 5 6 7 ET C
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
. . . . . . . D L
C F T T C F T C F T C F T C F T C F T
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 10
N.º 6 8 6 6 6 6 9 7 56 24 16 40
0 6 0 6 0 6 0 6 0 6 6 4 8 8 8 8 8 8 8
1
2
3
4
5
6
7
8
9
1
0
11
1
2
1
3
1
4
1
5
1
6
1
7
1
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8
1
9
2
0
2
1
2
2
2
3
2
4
2
5