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Idade Média
• Retração da escravidão
• Invasões bárbaras =>
diminuição do comércio e da
população urbana.
A crise da • Ter escravos não era mais um
bom negócio
escravidão e • Os escravos foram substituídos
a ruralização por servos, indivíduos que se
caracterizavam por estarem
da sociedade presos à terra e pelo dever de
prestar serviços ao senhor
• A cidadania e o direito foram
substituídos pelos laços de
fidelidade entre as pessoas
Território do antigo Império Romano
Reinos bárbaros
• Em um mundo sem unidade política,
administrativa, econômica ou cultural,
como a Europa Ocidental do início da
Idade Média, o cristianismo era a única
força de união.
A ação da • A Igreja também era a única instituição
em condições de limitar a violência
Igreja endêmica que marcava a sociedade,
impondo normas e punições.
Tradições
bárbaras:
Surgimento das beneficium e
“Vilas Romanas” comitatus
Distribuição de
Ocupação árabe no Formação do terras para os nobres
Mediterrâneo e
invasões vikings
Sistema Feudal (proteção do Império
(século VIII) (Feudalismo) Carolíngio -
século VIII)
Detidos na
Batalha de
Poitiers
(732)
Descentralização
Estagnação do política
comércio entre Isolamento das Vilas e (regionalização do
Oriente e autossuficiência na poder)
Ocidente produção agrícola
Características do Feudalismo
• Já vimos como se estruturou o sistema feudal (feudalismo) na
região da Europa onde era o Império Carolíngio: ruralização após
as invasões bárbaras do Império Romano (formação das Vilas sob
o sistema de colonato); doações de terras feitas por Carlos Magno
(herança das tradições do comitatus e do beneficium);
insegurança e estagnação do comércio causada pelas invasões
vikings (ao norte) e o domínio dos árabes (ao sul).
• A sociedade, portanto, passou por um intenso processo de
transformação desde o século V (queda do Império Romano) até o
século IX (fim do Império Carolíngio), que levou à descentralização
política típica do sistema feudal.
• As características gerais do feudalismo são: poder descentralizado,
economia baseada na agricultura de subsistência, sociedade
estamental, trabalho servil e economia amonetária (sem moedas)
e sem comércio, na qual predomina a troca (escambo).
• Vejamos, a seguir, com mais cuidado as características deste
sistema.
Poder descentralizado
• Poder descentralizado, na época do feudalismo, significa dizer que
apesar da existência de reis e de reinos, as decisões políticas, judiciais,
etc, não dependiam dele, mas, sim, eram diluídas entre os diversos
proprietários de terras do reino (os senhores feudais), que detinham
poder sobre seus feudos.
• Estes senhores feudais, no entanto, eram vassalos do rei. Ou seja,
deviam a ele lealdade e auxílio militar, se fosse necessário, pois, de
maneira geral, só possuíam terras porque as receberam por doação do
rei.
• Cada senhor feudal poderia doar uma parte da sua terra para outro
nobre. Assim, quem recebia a terra tornava-se vassalo de quem doou.
E quem doou tornava-se suserano de quem recebia a sua doação.
• O rei era, portanto, o suserano dos suseranos, pois ele apenas doava
terras em troca de fidelidade e auxílio militar, conforme vimos.
Poder descentralizado
• Resumindo: no sistema feudal, o rei tinha pouco poder político, era
praticamente uma figura simbólica, pois quem mandava mesmo
era cada senhor feudal em seu próprio feudo, estabelecendo as
regras de convivência e de trabalho com os camponeses (os
servos). Ou seja, leis gerais estabelecidas pelo Estado, por um
governo central, por uma Constituição, conforme existem hoje,
tinham pouca validade, pois cada grande proprietário de terra é
que fazia as regras.
• Como analogia, podemos imaginar todo o território do Brasil
dividido em grandes fazendas nas quais as leis federais sobre
trabalho, comércio, direitos individuais, etc (previstos na
Constituição) teriam pouco ou nenhum valor. Os donos das terras é
que fariam as regras e viveriam em um sistema de autossuficiência,
apenas ajudando o governo central caso o país fosse invadido por
Paraguai ou Argentina, por exemplo. Mais ou menos assim
funcionavam os reinos da Europa Ocidental na Idade Média.
Poder descentralizado
Devemos lembrar, no entanto, dois pontos importantes:
• Acabava ocorrendo uma padronização das regras estabelecidas pelos
senhores feudais em seus feudos, de forma que todos possuíam
praticamente as mesmas no que diz respeito a obrigações dos servos, por
exemplo. Ou seja, as leis, as normas de trabalho, de convivência, de
herança etc, não eram instituídas pelo rei, pelo Estado, e sim pelos
senhores feudais, mas acabavam se tornando as mesmas ou muito
parecidas devido aos “costumes” e à influência da Igreja Católica;
• A Igreja Católica, como vimos, foi a única instituição que se manteve
coesa e forte após a queda do Império Romano. Durante o feudalismo,
portanto, apesar de não haver uma centralização política, havia uma
espécie de centralização religiosa, de forma que as regras espirituais, as
normas do cristianismo, valiam para todos em qualquer feudo. Dito de
outra forma, não havia, praticamente, leis do Estado, mas havia as leis da
Religião, sempre fortemente seguidas.
As relações de vassalagem
• Fim do Império Carolíngio: o
poder real enfraquece e abre
espaço para criação de laços
de fidelidade mútua entre os
nobres.
• O poder agora é
descentralizado.
• Os laços de fidelidade que
uniam a aristocracia são
conhecidos como relações de
vassalagem.
• Um nobre doava um bem ou
feudo para outro nobre: o
nobre que doava era
chamado de suserano, o
nobre que recebia era o
Sociedade feudal
• A sociedade feudal dividia-se em três ordens: os clérigos, os cavaleiros e os
camponeses.
Os clérigos eram os monges e os sacerdotes. Dedicavam-se a rezar para obter a
salvação espiritual das pessoas, exercendo grande influência na cultura e na vida de
todos.
Os cavaleiros eram os nobres, os guerreiros. Sua missão consistia em administrar os
feudos e em defender a população em caso de ataque.
Os camponeses e demais trabalhadores produziam os alimentos e objetos
necessários à sobrevivência da população.
• Formados por uma minoria, os dois primeiros estamentos gozavam de vários
privilégios, como ocupar os cargos mais elevados, não pagar impostos e não
trabalhar. Já o restante da população – isto é, a maioria – não desfrutava de
quaisquer benefícios.
• As pessoas, com exceção dos clérigos, eram “enquadradas” em um estamento por
nascimento, ou seja, por sua origem, e era quase impossível passar de um grupo
social a outro.
Sociedade feudal: os clérigos
• Nesta sociedade, existiam aqueles que deveriam rezar pela salvação da humanidade:
eram os integrantes da Igreja. A função religiosa envolvia meditação e pregação cristã,
entre outras atividades. Os homens associados a esta função (os clérigos) se
encontravam no Primeiro Estado dada a relevância da fé cristã e a crença no Juízo Final.
• Papel importante no estudo da Sociedade Feudal é o da Igreja que na Antiguidade
estava sempre ligada ao Estado Imperial, e a ela subordinada, agora se tornava uma
instituição eminentemente autônoma dentro desta sociedade. Seu domínio sobre as
crenças e valores era imenso, mas sua organização eclesiástica era diferente do de
qualquer nobreza ou monarquia secular.
• Dois grupos se distinguiam no clero: o clero secular, formado por sacerdotes que
dependiam diretamente dos bispos, e o clero regular, ou monacato, composto por
monges e monjas, que viviam em mosteiros e abadias dirigidos por um abade ou uma
abadessa. Os abades obedeciam ao diretor da ordem monástica, submetido ao papa.
• No feudalismo a Igreja podia defender seus próprios interesses particulares, se
necessário, a partir de um reduto territorial e pela força armada. Bispos e Abades eram
eles próprios grandes senhores feudais.
Sociedade feudal: os cavaleiros (nobres)