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Centro Educativo Miraflores

História-9ºAno
DO REINO FRANCO AO IMPÉRIO DE CARLOS MAGNO OU IMPÉRIO
CAROLÍNGIO E ALIANÇA COM A IGREJA CATÓLICA
OS FRANCOS

Com a desagregação do Império Romano e a organização da sociedade feudal,

inúmeros reinos se formaram. Formado na Gália (atual França), o reino Franco

foi o mais duradouro desses reinos. Os francos tiveram de enfrentar diversas

batalhas para se estabelecer na Gália.

A GÁLIA

A Gália, conquistada pelo general romano Júlio César no século I a.C., era uma região bastante povoada. Seus
habitantes, os gauleses, eram hábeis agricultores. Tornaram-se conhecidos por suas carroças com rodas
revestidas de ferro, que evitava o desgaste da madeira, material usado na época.
Ao chegarem à Gália, os romanos construíram grandes vias de comunicação ligando as principais vilas. Essas
vias favoreceram o desenvolvimento do comércio e do artesanato. Foram ainda os romanos que introduziram na
região técnicas de cultivo de videiras e de fabricação de vinho.
Por um longo período, a região, dominada pelos romanos, ficou protegida contra invasões. Entretanto, no
princípio do século V, um povo de origem germânica atravessou o rio Reno e entrou na Gália. Eram os francos.
Eles conquistaram grande parte do território, estabelecendo-se no Norte e, sobretudo, no Nordeste.
A dinastia franca que governou os francos numa região correspondente à antiga Gália, onde estão localizadas
atualmente a França, a Bélgica, uma parte da Alemanha e da Suíça. Governaram da metade do século V à metade
do VIII. Seus governantes se envolveram com frequência em guerras civis entre os ramos da família.

O REINO FRANCO
Os primeiros reis francos descendiam de Meroveu. Por isso, os reis dessa dinastia chamam-se merovíngios.
Meroveu, na metade do século V, lutou ao lado dos romanos contra os invasores hunos.
Clóvis I, neto de Meroveu, venceu os alamanos, os burgúndios e os visigodos, ampliando fronteiras do reino.
Com isso, no final do século V, os francos já dominavam grande parte da Europa central.
A importância de Clóvis aumentou quando ele se converteu ao cristianismo, em 496, depois de derrotar os
alamanos. Com a conversão, conquistou total apoio de condes cristãos e bispos da Gália.
A aliança com a Igreja Romana foi decisiva para o sucesso da unificação promovida por Clóvis, pois fortaleceu a
autoridade do rei. Ao mesmo tempo, o papa obtinha o apoio franco para seu projeto de libertação em relação aos
imperadores bizantinos. Os membros do clero contavam com o auxílio dos francos para impedir que crenças não
cristã se espalhasseme pela Europa Ocidental e ameaçassem o poder da igreja.

A MORTE DE CLÓVIS I, EM 511


Durante seu reinado, Clóvis expandiu consideravelmente as fronteiras do reino, por meio de vitoriosas campanhas
militares. Seus sucessores conseguiram, por certo tempo, manter a centralização política e a forte autoridade do
rei, mas, aos poucos, essa autoridade acabou sendo suplantada pelo poder dos major domus (prefeitos do palácio
real), que o concentraram em suas mãos e deram-lhe um caráter hereditário. Esses reis, que perderam a autoridade
para os prefeitos, ficaram conhecidos como os “reis indolentes” ("reis preguiçosos"ou"reis que nada fazem").
Muitos reis chegaram ao trono muito jovens e morreram no verdor dos anos, enfraquecendo ainda mais o poder
real. Isto fez com que a galeria de reis merovíngios também fosse ocupada por mulheres esposas ou viúvas dos
reis, que mantinham o poder juntamente com os prefeitos de Palácio enquanto seus filhos ainda não tinham idade
para governar. A sucessão tinha um caráter sagrado, para ser rei era preciso ser descendente de Meroveu, por isso
o povo até aceitava um rei que "não fizesse nada". O prefeito do Palácio agia como uma forma de primeiro-
ministro, sendo chefe da administração no território que comandava, de forma quase que independente; por isso
que os reis assumiram uma figura de ociosidade.

A MORTE DE CARLOS MARTEL E ASCENSÃO DE PEPINO, O BREVE


Em 732, o major domus Carlos Martel venceu a batalha de Poitiers, nos Pirineus, e bloqueou o avanço árabe
sobre a Europa, obtendo grande prestígio. Após a morte de Carlos Martel seu filho, Pepino, o Breve, afastou,
em 751, o último monarca merovíngio (depôs Childerico III), proclamou-se rei dos francos e fundou a
dinastia Carolíngia, cujo maior representante foi Carlos Magno. O rei foi coroado pelo papa, sinal do total apoio
da Igreja, que, em troca, recebeu territórios na Península Itálica, denominados Estados Pontifícios.
Entre 754 e 756, Pepino, o Breve, desenvolveu uma campanha militar na Itália, a pedido do Papa Estevão II,
contra os lombardos que ameaçavam Roma. Pepino tomou parte das terras dos lombardos e doou-as à Igreja, com
o nome de Patrimônio de São Pedro, que após o recebimento deste, passou a ter uma fonte efetiva de poder
temporal.

PEPINO, O BREVE
A MORTE DE PEPINO, O BREVE E ASCENSÃO DE CARLOS MAGNO
Pepino, o Breve, morreu em 768 e foi sucedido por seu filho Carlos Magno ou Carlos I, o Grande, que
governou os francos até 814. Homem de hábitos simples, mas muito competente, sobretudo no âmbito militar,
Carlos Magno conquistou as regiões vizinhas ao reino Franco, habitadas por tribos germânicas, comandando ele
próprio as expedições militares. Anexou a Germânia e partes da Itália ao reino com o objetivo de reconstituir as
antigas fronteiras do Império Romano do Ocidente e expandir o cristianismo. Nascia assim o Império
Carolíngio com caraterísticas diferentes do anterior Império Romano:
- Era um império que se baseava na uniáo entre o imperador e o Papa;
-A capital era em Aix -la- Chapelle (hoje a cidade de Aachen, na Alemanha Ocidental);
- Não detinha o domínio do Mediterrânio, sendo mais um império continental;
- A vida económica era muito pouca ativa e fechada, com base nos produtos da terra;
- A própria organização política e administrativa era muito diferente da romana.
Prof.S.S.
IMPÉRIO CAROLÍNGIO

O IMPÉRIO CAROLÍNGIO OU IMPÉRIO DE CARLOS MAGNO


O Império Carolíngio, também conhecido como o Império de Carlos Magno, foi o império estabelecido pela
dinastia carolíngia, sob o reinado do Imperador Carlos Magno (742 – 814). Este estado medieval ocupava a
região central da Europa. Carlos Magno expandiu o império além dos limites conquistados por seu pai Pepino,
o Breve, graças a uma política voltada para o expansionismo. O imperador dominou territórios situados na
península itálica e entrou em combate com os muçulmanos, conquistou a Saxônia, Lombardia, Baviera e
uma faixa do território da atual Espanha.

Quadro retratando o momento em que o papa Leão III


coroou Carlos Magno como imperador do Sacro
Império Romano, natal do ano 800.

AS PRINCIPAIS REGIÕES CONQUISTADAS PELO IMPERADOR CARLOS MAGNO


SÃO: - Germânia em 772; Pavia em 774; Anexação do Ducado de Friuli (Itália); Ilhas Baleares em 779;
Ducado de Spoleto (Itália) em 780; Tomada da cidade de Barcelona em 801.
A ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E O SISTEMA ADMINISTRATIVO IMPLANTADO POR CARLOS
MAGNO
O Império de Carlos Magno assentava numa aliança com a Igreja Católica, de onde o imperador recebia toda a
proteção divina.
Governando de forma absoluta as cercas de 200 circunscrições em que foi dividido o império, o imperador tinha
a sua corte em Aix-la-Chapelle (hoje a cidade de Aachen, na Alemanha Ocidental), quase no meio do império.
A grandeza do Império Carolíngio foi obtida e sustentada graças a um eficiente sistema administrativo
implantado por Carlos Magno. O imperador dividiu o território em unidades administrativas controladas
pelo poder central. Essas unidades eram os condados – governados por condes nomeados pelo imperador e que
possuíam amplos poderes em seus domínios, recolhiam impostos e eram juízes locais – e as marcas, governadas
por marqueses e situadas em áreas de fronteira, sendo, portanto, mais militarizadas e menos autônomas que os
condados.
Tais unidades administrativas estavam sujeitas à constante fiscalização imperial, realizada pelos missi
dominici (mensageiros reais). Esses indivíduos percorriam as diversas regiões do império, vigiando a atuação
dos administradores, a fim de conter os abusos, e zelando pela aplicação das decisões emanadas do poder central
e consubstanciadas nas capitulares (leis escritas aplicáveis em todo o império).
Carlos Magno, desejando submeter todas as regiões do Império ao seu controle, reinstituiu o sistema de
recomendação, muito difundido no período merovíngio em função da insegurança reinante, e que consistia no
seguinte: proprietários mais fracos colocavam-se sob a proteção dos que tinham mais homens e armas; quem
oferecia proteção chamava-se senhor e quem recebia, vassalo. Este tinha uma série de obrigações em relação ao
senhor: trabalhar em suas terras, incorporar seus homens ao exército do senhor, pagar tributos, etc. Os senhores –
aristocracia proprietária de terras e militar – controlavam a população, mas a autoridade suprema estava nas mãos
do imperador.
CLASSES SOCIAIS DO IMPÉRIO CAROLÍNGIO
Além da realeza, do clero e da nobreza, a organização social do Império Carolíngio contava com os
camponeses. Estes últimos eram a grande maioria da população. Os camponeses viviam em propriedades
arrendadas dos senhores de terras (nobres), recebendo como pagamento uma parte daquilo que plantavam e
estando sujeitos a várias regras.
RENASCIMENTO CAROLÍNGIO
Carlos Magno, além de grande militar e administrador, estimulou as Artes e a Cultura em seu império. Foi ele o
responsável pelo Renascimento Carolíngio, período de relativo florescimento das Artes e das Letras, bem como
da fundação de várias escolas.
Um dos aspectos básicos desse renascimento cultural foi a política da fundação de escolas determinadas pelo
Imperador. Praticamente ao lado de cada mosteiro, foi estabelecida uma escola (escolas monacais), que tinha por
modelo a Escola Palatina (às cortes), que funcionava agregada ao palácio imperial e na qual se ensinava as sete
artes liberais gramática, astronomia, retórica, dialética, aritmética, geometria e música, assim como as dos
bispados (escolas catedrais). Todos os filhos de nobres eram obrigados a frequentar as escolas, assim como os
filhos das famílias pobres.
A grande importância do Renascimento Carolíngio está no fato de que foi um dos principais responsáveis pela
transmissão da cultura greco-romana para os tempos futuros e, nesta medida, exerceu grande influência no
desenvolvimento do Renascimento Cultural dos séculos XV e XVI.
Carlos Magno também estimulou bastante as artes, notadamente a arquitetura (foram construídas inúmeras
igrejas em estilo bizantino), cuja principal realização foi a Igreja de São Vital em Ravena. A ourivesaria e a
ilustração de manuscritos e breviários também conheceram uma significativa produção.
A arte carolíngia foi muito influenciada pelas culturas grega, romana e bizantina, destacando-se a construção de
palácios e igrejas, além das iluminuras (pequenos livros com muitas ilustrações, com detalhes em dourado) e os
relicários (recipientes decorados para guardar relíquias sagradas).

A MORTE DE CARLOS MAGNO E ASCENSÃO DE LUÍS, O PIEDOSO


A grandeza do Império Carolíngio não sobreviveu, porém, à morte de seu mais importante imperador. Em 814,
após a morte de Carlos Magno, o poder central começou a se enfraquecer em detrimento do fortalecimento dos
poderes locais, exercidos por condes e marqueses.
O sucessor de Carlos Magno foi Luís, o Piedoso, que, como o próprio nome indica, era um homem muito
apegado à Igreja. Durante seu governo (814-841), verificou-se um avanço extraordinário do poder do clero, o que
desagradou seus filhos que o encarceraram em um convento. Após sua morte, ocorreram violentas disputas entre
seus filhos pela sucessão do trono de Carlos Magno. Tais disputas se resolveram apenas em 843, com a divisão
do território carolíngio.
A DIVISÃO DO IMPÉRIO
O Tratado de Verdun em 843 pôs fim às disputas entre os netos de Carlos Magno ao estabelecer a divisão do
império. Carlos, o Calvo, recebeu as terras que correspondem à França Ocidental, Luís, o Germânico, o
território que atualmente corresponde à Alemanha, enquanto Lotário (o primogênito), a faixa de terra situada
entre os domínios dos irmãos, do sul da Itália ao mar do Norte.
MAPA DA DIVISÃO DO IMPÉRIO TRATADO DE VERDUN

Prof.S.S.
Ao longo da Alta Idade Média, cada parcela do território carolíngio teve destinos diferentes. Os domínios de
Lotário apôs a morte, foram incorporados pela Germânia, originando o Sacro Império Romano-
Germânico.
Já a parte ocidental do antigo império ficou isolada do restante da Europa devido à nova onda de invasões
ocorridas no século IX: os normandos, ou vikings, ocuparam as ilhas britânicas e o norte da França
(Normandia), e os magiares (eslavos) se fixaram na Europa Oriental.
O isolamento geográfico da Europa centro-ocidental (árabes, ao sul, normandos, ao norte, e magiares, a leste) e
os ataques e saques promovidos frequentemente pelos invasores, determinaram os processos de ruralismo da vida
europeia e a fragmentação do poder político, originando um novo sistema socioeconômico e político conhecido
como feudalismo.

O SACRO IMPÉRIO ROMANO-GERMÂNICO


Em 843, o Tratado de Verdun oficializou a divisão do Império de Carlos Magnos entre seus netos – Carlos,
Lotário e Luís. Na parte oriental do antigo império, nasceu uma monarquia de caráter eletivo, na qual os duques
possuíam consideráveis poderes.
Em 936, Oto I tornou-se rei da Germânia e iniciou um processo de expansão territorial, ocupando áreas
dominadas pelos magiares – a Bélgica e o norte da Itália. Ao mesmo tempo, instituiu o direito
à investidura (nomeação) de bispos, a fim de tentar reduzir a autoridade local dos duques germânicos.
Em 962, Oto I, fortalecido em seus poderes, foi coroado imperador do Ocidente pelo papa João XII, nascendo
assim o Sacro Império Romano-Germânico. O objetivo do imperador e do papa era unificar a Europa sob um
império universal e cristão.
Além do direito à investidura de bispos, Oto I concedeu-se o direito de nomear e destituir pontífices
(Cesaropapismo). Isso posteriormente gerou violentos conflitos entre o Estado e a Igreja.
Após a morte de Oto I, em 973, a centralização política enfraqueceu-se e também na Germânia, como vinha
ocorrendo na França, o feudalismo se concretizou.

FIM DA DINASTIA CAROLÍNGIA


Com a extinção da descendência de Lotário, em 870, a França Central foi dividida entre Carlos e Luiz,
com exceção dos domínios italianos, que ficaram para os duques italianos.
Com Carlos, o Calvo, em 843, começa a história da França propriamente dita. Em 877, pela Capitular de Quirzy-
sur-Oise, Carlos, o Calvo, estabeleceu a hereditariedade dos condados franceses, fato que contribuiu
decisivamente para a descentralização do poder político na França e, consequentemente, corroborou o processo
de formação do Feudalismo no território francês.
Na França Oriental, os herdeiros de Luís, o Germânico, tiveram de se defrontar com as invasões normandas
que devastaram o país, enfraquecendo o poder central e contribuindo, dessa forma, para a localização do poder
político nas grandes propriedades agrárias. Esse processo também serviu para a formação do Feudalismo nos
territórios a oeste do Reno. A pressão representada pela invasão dos normandos atingiu tal proporção que, em
911, Carlos, o Simples, rei carolíngio da França, cedeu aos normandos a região que viria a se constituir no
Ducado da Normandia. Além dos normandos, as razzias muçulmanas e as invasões dos húngaros (também
chamados de magiares) e dos eslavos comprometiam a segurança e a estabilidade dos reinos remanescentes do
Império Carolíngio.
Com a extinção da Dinastia Carolíngia na França, após a morte de Luís V, em 987, Roberto, o Forte, e
alguns outros nobres franceses elegeram Hugo Capeto, conde de Paris, para Rei da França. Era o início da
Dinastia dos Capetíngios.
Com a extinção da Dinastia Carolíngia na França Oriental, após a morte de Luís, o Infante, que não deixou
herdeiros, em 911, a nobreza (cujos principais representantes eram os duques da Saxônia, da Francônia, da
Baviera e da Suábia) fundou uma monarquia eletiva chamada Reino Germânico, sendo que nessa monarquia os
quatro duques acima mencionados eram os Grandes Eleitores, ou seja, eram os responsáveis pela eleição dos
reis.

Obs: Devem completar mais conhecimento com pesquisas nos livros de História do 7º Ano de escolaridade e na
internet. Prof.S.S.

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