Você está na página 1de 1

19/02/2024, 09:35 Idade Média – Wikipédia, a enciclopédia livre

A corte de Carlos Magno em Aquisgrano foi o centro de um movimento de revitalização cultural


denominado Renascimento Carolíngio. Durante este período assiste-se a um aumento expressivo
da literacia, ao florescimento da arte e da arquitectura, a um elevado número de iniciativas
legislativas e a uma maior expressão da produção escrita. Alcuíno de Iorque foi convidado para a
corte, trazendo consigo a educação clássica em latim dos mosteiros da Nortúmbria. Foi
implementada a minúscula carolíngia,[nt 6] uma nova forma caligráfica unificada que melhorou
substancialmente a comunicação escrita em grande parte do território europeu. Carlos Magno
impôs também às igrejas a liturgia romana e o canto gregoriano como forma unificada de
celebração. A comunidade académica foi autora de muitos trabalhos de cópia, correção e
divulgação de obras de referência de temas religiosos e seculares, com o intuito de encorajar a
aprendizagem. São também produzidas imensas obras originais, sobretudo livros de ensino e sobre
temas religiosas.[81] Os linguistas do período adaptam a língua latina, transformando o latim
clássico do Império Romano numa forma mais flexível. Durante o reino de Carlos Magno, a língua
era já tão divergente da forma clássica que mais tarde se convencionaria denominar por latim
medieval.[82]

Desagregação do Império Carolíngio

Divisão territorial do Império Carolíngio em 843 (Tratado de Verdun), 855 e 870 (Tratado de Meersen)

Apesar de Carlos Magno ter previsto manter a tradição franca da partilha do reino por todos os
herdeiros, apenas um dos seus filhos, Luís I, o Piedoso, se encontrava vivo em 813. No mesmo ano,
Carlos Magno coroa Luís como seu sucessor, tendo morrido no ano seguinte. O seu longo reinado
de 26 anos seria marcado por várias divisões internas do império entre os seus filhos e, após 829,
por várias guerras civis entre grupos de alianças de pais e filhos contra outros herdeiros, em
disputa sobre o domínio de várias partes do império. A determinada altura, Luís reconheceu como
imperador o seu filho mais velho Lotário I e cedeu-lhe o território de Itália. Luís distribuiu o
restante império entre Lotário e Carlos II, o seu filho mais novo. Lotário assumiu o domínio da
Frância Oriental, a leste do Reno, deixando a Carlos a Frância Ocidental, o território a oeste da
área do Reno e dos Alpes. Ao filho do meio, Luís o Germânico, que havia iniciado disputas
constantes, foi-lhe permitida a regência da Baviera, ainda que sob tutela do seu irmão mais velho.
Esta divisão viria mais tarde a ser contestada. Pepino II da Aquitânia, neto do imperador, rebelou-
se na tentativa de conquistar a Aquitânia, enquanto que Luís o Germânico tentou anexar a Frância
Oriental. Luís I morreria em 840, com o império em convulsão.[83]

À sua morte seguiu-se uma guerra civil de três anos, que culminaria com a assinatura do Tratado
de Verdun em 843. O tratado determinou a criação de um reino entre os rios Reno e o Ródano
administrado por Lotário em conjunto com as suas posses de Itália, e o reconhecimento do seu
título imperial. Luís o Germânico assumiu o controlo da Baviera e das terras orientais da atual
Alemanha. Carlos recebeu o território ocidental franco, no que é hoje grande parte da França.[83]
Os netos e bisnetos de Carlos Magno dividiriam por sua vez os seus reinos pelos seus descendentes,
o que viria a desagregar toda a coesão interna alcançada neste período.[84]

A desagregação do Império Carolíngio foi acompanhada por invasões, migrações e incursões de


forças externas. As costas atlântica e norte foram cobiçadas pelos Víquingues, que já se haviam
instalado no norte das Ilhas Britânicas e na ilha da Islândia. Em 911, o líder víquingue Rolão

https://pt.wikipedia.org/wiki/Idade_Média 10/38

Você também pode gostar