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A Formação dos

Estados Modernos
Europeus

Sofia Soares Discacciati(nº 33)

7º B – Professor Edson

O Fortalecimento do Poder dos Reis


Durante o século IX até o século XI o poder político europeu era controlado principalmente
pelos senhores feudais, que tinham autoridade dentro de seus territórios. Disputas territoriais
e o crescimento do poder local dos nobres causaram isso.

Já a partir do século XII, transformações sociais e econômicas, nos campos e nas cidades,
permitiram que os reis submetessem os nobres ao poder monárquico e impusessem sua
autoridade sobre a população. Esse processo ocorreu em razão de inúmeros fatores, como o
reaquecimento do comercio na Baixa Idade Média, o crescimento das cidades e o
enriquecimento da burguesia. Esse conjunto de mudanças contribuiu para a formação de
vários Estados nacionais europeus.

O Rei e os Nobres

O fortalecimento da autoridade dos reis interessava em parte à nobreza. Muitos nobres


ficaram enfraquecidos com as Cruzadas, pois investiram muitos recursos para equipar e armar
exércitos na luta contra os muçulmanos. Além disso, quando voltavam dos conflitos,esses
nobres encontravam suas terras improdutivas ou abandonadas. Para essa parcela da
sociedade era vantajoso apoiar os reis em troca de alguns benefícios, como a isenção de
impostos e a proteção em caso de revoltas populares.

O Rei e os Comerciantes (Burguesia)

Já para a burguesia, a centralização do poder real significa o uso de uma mesma moeda e de
um padrão de pesos e medidas único, o que facilitaria bastante as atividades comerciais. Ao
mesmo tempo, a cobrança de impostos passaria a ser feita apenas pelo Estado, e não mais por
cada feudo, tornando mais barato o comércio entre diferentes regiões.

O Rei e a Igreja

A Igreja Católica, representada pelo alto clero, temia o fortalecimento dos reis. Em muitas
regiões, a Igreja detinha grande poder político e econômico e a centralização monárquica
poderia representar o fim de muitos privilégios do clero católico.

As Guerras pela Reconquista


Desde o século VIII, muçulmanos do norte da África ocupavam parte da Península Ibérica. A
convivência entre eles e os cristãos alternavam períodos de paz e de conflitos. Porém, a partir
do século XI, com as cruzadas, os cristãos intensificaram as lutas contra os muçulmanos,
iniciando as chamadas guerras de Reconquista.

Os cristãos foram retomando as áreas ocupadas pelos muçulmanos, onde criaram novos
reinos, como Leão, Castela, Aragão e Navarra. Os soberanos desses reinos não lutavam apenas
contra os muçulmanos, mas também lutavam entre si, disputando territórios e influência
política.

A Formação de Portugal

Afonso VI, rei de Castela, e seu primo francês Henrique de Borgonha foram personagens
importantes nas batalhas pela reconquista ibérica. Por seu empenho nas lutas contra os
mouros,Henrique recebeu do rei de Castela um território reconquistado que recebeu o nome
de Condado Portucalense.

Em 1139, o condado conquistou a independência em relação a Castela e se tornou o Reino de


Portugal, governado pela dinastia de Borgonha.Os reis de Borgonha estimularam o comercio
na região, libertaram os servos, possibilitaram que as cidades ficassem livres do domínio dos
senhores feudais e regulamentaram as feiras de comércio.

Essas medidas garantiram o apoio de boa parte da burguesia e da população em geral,


reforçando a autoridade dos reis de Borgonha. Com a cobrança de impostos,os reis
portugueses financiaram o exército nacional e organizaram a administração do reino. Com
tudo isso, o poder monárquico de Portugal se fortaleceu.

A Formação da Espanha

No final do século XV, Fernando, herdeiro do trono de Aragão, e Isabel, irmã do soberano de
Castela, casaram-se, unindo os dois reinos. Juntos, em 1492, eles conseguiram reconquistar
Granada, o último lugar ainda sob domínio muçulmano na Península Ibérica.

Esses reis ficaram conhecidos como os reis católicos, pois seu reinado esteve a serviço da
expansão da Igreja, dentro e fora da Espanha. Poucos anos depois, o reino de Navarra foi
incorporado aos domínios de Fernando e Isabel, completando a unificação territorial da
Espanha.

A Formação da França
No período medieval, a região que hoje corresponde à França estava dividida entre muitos
nobres. No século XII, o rei Filipe Augusto deu início ao processo de fortalecimento do seu
poder. Por meio de seu casamento com uma nobre, da compra de terras e de guerras de
conquista, conseguiu formar um grande território.

Filipe Augusto estabeleceu alianças com a burguesia, unificou a moeda em todo o território,
organizou a cobrança de impostos e criou muitos cargos administrativos, medidas que
ajudaram a enfraquecer os nobres que ainda resistiam à centralização do poder nas mãos do
rei.

Já o rei Filipe, o Belo, expandiu as fronteiras do reino, fortaleceu ainda mais a burocracia do
Estado ao criar novos cargos administrativos, impôs tributos a todos os grupos sociais,
incluindo a igreja, e aumentou o número de soldados do exército. Essas medidas ajudaram a
tornar a monarquia francesa uma das mais poderosas da Europa.

A Formação da Inglaterra

As ilhas britânicas, antes da unificação, eram compostas dos reinos da Inglaterra, Escócia, País
de Gales e Irlanda. Além disso, uma grande parte do território que hoje pertence à França
estava sob o domínio inglês.

A centralização do poder real iniciou-se no século XII com a invasão da Inglaterra por
Guilherme, o Conquistador, que era duque da Normandia e vassalo do rei francês. Como rei,
Guilherme I exigiu fidelidade dos senhores feudais e o fim das guerras entre a nobreza.
Também dividiu a Inglaterra em condados administrados por funcionários reais.

Seu sucessor, Henrique II, estabeleceu os tribunais reais, tirando o poder da nobreza. Porém o
filho dele, o rei Ricardo Coração de Leão, passou grande parte do seu reinado lutando nas
Cruzadas e nas guerras contra os franceses. Com a longa ausência do rei, a realeza
enfraqueceu, e a nobreza, mais uma vez, retomou o poder que havia perdido.

O rei João Sem Terra, irmão e sucessor de Ricardo Coração de Leão, ganhou esse apelido
porque perdeu nas guerras parte dos territórios ingleses na França. Sem as terras e com o seu
poder enfraquecido, o rei João foi obrigado pela nobreza a assinar a Magna Carta.
O documento obrigava o rei a respeitar o direito tradicional dos seus vassalos e,
automaticamente, limitava o poder real.

A Magna Carta é considerada a origem do sistema de monarquia constitucional, tipo de


monarquia em que o rei deve respeitar as leis de uma constituição e que vigora na Inglaterra
até hoje.

Absolutismo
No regime absolutista, o rei ou a rainha tinha o poder de fazer as leis, de praticar a justiça, de
cobrar os impostos, de organizar o exercito e de administrar o Estado. Isso significa que o
soberano exercia os poderes Legislativo, Judiciário e executivo quase sem limites.

As principais monarquias absolutistas europeias da Idade Moderna foram as da França, da


Espanha, da Áustria e de Portugal.

Ao longo dos séculos XVI e XVII diversos pensadores, como Nicolau Maquiavel e Thomas
Hobbes, ligados ao Estado absolutista europeu produziram e difundiram obras que
procuravam justificar a concentração do poder nas mãos dos reis

Mercantilismo

O conjunto de praticas econômicas adotadas pelos Estados absolutistas ficou conhecido como
Mercantilismo. As principais características da economia mercantilista foram:

 Matalismo: Princípio que definia a riqueza de um Estado pela quantidade de ouro e


prata acumulada nos cofres do governo.
 Balança Comercial Favorável: Prática em que os governos procuravam aumentar as
exportações e diminuir as importações, evitando, assim, a saída de metais do reino.
 Colonialismo: Exploração de territórios coloniais fora da Europa,onde a Coroa poderia
obter produtos de alto valor no mercado europeu,como metais preciosos,gêneros
tropicais e especiarias.
 Protecionismo Alfandegário: Cobrança de pesadas taxas sobre os produtos
importados. Dessa forma, os artigos estrangeiros se tornavam mais caros do que os
similares produzidos no reino ou trazidos das colônias.

Referências Bibliográficas

 Braick, Patrícia Ramos


Estudar história: das origens do homem à era digital
São Paulo: Moderna, 2011

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