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3. PRELIMINARMENTE
3.1 DA CONEXÃO
Muito embora este juízo seja, em tese, competente para processar e julgar
a presente ação indenizatória em razão do disposto no art. 53, V, do Novo Código
de Processo Civil (NCPC), há que se ter em conta a conexão do presente feito com
o processo nº 023.16.2004567-9, proposto pelo ora requerido perante o juízo da 1ª
Vara Cível da Comarca da Capital no início do mês de março de 2016, em desfavor
de João Dias (doc. 06), proprietário e condutor do veículo identificado como V3 no
boletim de ocorrência e verdadeiro responsável pelos danos causados tanto no
automóvel da autora quanto do ora requerido, como será amplamente demonstrado
na instrução processual.
1 [1] Wambier (coord.). Curso Avançado de Processo Civil, Volume 1. 8 ed. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2006, p. 131.
resolução de mérito, por carência de ação, a teor do disposto no art. 485, inc. VI,
do NCPC.
4. DO MÉRITO
Portanto, com base no disposto no art. art. 125, inc. II, do NCPC, impõe-se
a denunciação à lide de João Dias, brasileiro, casado, comerciante, inscrito no
C.P.F. sob o nº 010.000.000-29, e portador do documento de identidade (RG) nº
1/R 00.222-6, o qual pode ser citado no seu endereço residencial, na Avenida
Jornalista Rubens de Arruda Ramos, nº 00, bairro Centro, Florianópolis, Santa
Catarina.
Cumpre ressaltar que, ainda que o réu tivesse colidido com o automóvel da
autora nestas circunstancias, não deveria ser responsabilizado pelo acidente, posto
que, em casos assim, a jurisprudência entende que, apesar de normalmente
presumir-se culpado o motorista que colide na traseira do carro que o antecede, há
casos em que pode ser responsabilizado o motorista do carro da frente, se este
efetuar manobra imprevisível – como uma frenagem repentina. Veja-se:
APELAÇÃO CÍVEL. ACIDENTE DE TRÂNSITO. COLISÃO
NA PARTE TRASEIRA. PRESUNÇÃO DE CULPA DO
VEÍCULO QUE TRAFEGA ATRÁS. PARADA BRUSCA,
TODAVIA, EFETUADA EM DECORRÊNCIA DE FALHA
MECÂNICA DO AUTOMOTOR ANTECEDENTE.
CONCORRÊNCIA DE CULPAS CARACTERIZADA.
RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. "Normalmente,
em colisões de veículos, culpado é o motorista que
caminha atrás, pois a ele compete extrema atenção
com a corrente de tráfego que lhe segue à frente. Mas
a regra comporta exceção como a frenagem repentina,
inesperada e imprevisível do veículo da frente" (RT
363/196) (TJSC, Apelaçao Cível, n. 2000.011082-5, de
Sombrio, Rel. Des. Maria do Rocio Luz Santa Ritta)
Ora Excelência, percebe-se de forma clara que o réu não teve culpa
alguma no acidente ocorrido, vez que não agiu de maneira imprudente, muito pelo
contrário, dirigia de maneira compatível com a lei nacional de trânsito, servindo
apenas como meio para consumação do acidente.
Deste modo, resta incontestável que o réu não agiu com culpa em momento
nenhum, motivo pelo qual deve ser julgado improcedente o pedido da autora, não
sendo responsabilizado o réu pelo acontecimento do sinistro.
O art. 159, caput, do Código Civil Brasileiro estatui que todo "aquele que,
por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito, ou
causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano".
Deste modo, requer-se que sejam feitos novos orçamentos a fim de que se
possa determinar um valor idôneo.
Em vista disso, o NCPC enumerou como deveres das partes, bem como de
todos os envolvidos em processo judicial, “expor os fatos em juízo conforme a
verdade” (art. 77, inc. I, NCPC), “não formular pretensão ou de apresentar defesa
quando cientes de que são destituídas de fundamento” (art. 77, inc. II,
NCPC), entre outros.
Entretanto, por todo o exposto até então percebe-se claramente que a parte
autora faltou com o cumprimento dos referidos deveres, vez que distorceu a
verdade dos fatos ao alegar que dirigia segundo a velocidade permitida quando do
acidente, como ficou comprovado pela notificação de infração de trânsito por
excesso de velocidade, captada no mesmo dia e hora dos fatos, por radar localizado
a aproximadamente 100 (cem) metros do local (doc. 03).
5. DOS REQUERIMENTOS
e) que seja a autora condenada a pagar multa de 1% (um por cento) sobre o
valor dado à causa, além dos honorários devidos aos patronos do requeridos e das
despesas processuais, a teor do contido no art. 81 do NCPC, em função da litigância
de má-fé;
f) caso Vossa Excelência entenda ser procedente o pedido da autora, que seja
minorada a quantia relativa aos danos pessoais e patrimoniais, pelo anteriormente
exposto;
g) que seja retificado o valor da causa para R$ 12.000,00 (doze mil reais).
Nestes termos,
Pede deferimento.