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Aula 15 - Alta Idade Média

Permanências e rupturas: Império Bizantino e


Reinos Bárbaro-Cristãos

O IMPÉRIO BIZANTINO:

Império Romano do Oriente ou Império Grego.

Origem: seu surgimento esteve ligado às mudanças ocorridas


no centro do poder administrativo do Império Romano, a partir
de meados do século III.

395: O imperador Teodósio dividiu o território em:

Império Romano do Ocidente e Império Romano do Oriente


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Império Romano do Ocidente

• Crise econômica

• Ruralização da sociedade

• Fortalecimento do poder dos proprietários de terras

• 476 – a queda de Rômulo Augusto fragmentou o Império


dando origem a diversos reinos.
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Império Romano do Oriente – Império Bizantino

• Consolidação da civilização bizantina

• Grécia
• Egito
• Ásia Menor (atual Turquia)
• O grego foi adotado como língua oficial
• Tradições da cultura greco-romana e o cristianismo tiveram forte
presença na região
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Império Romano do Oriente – Império Bizantino


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Império Romano do Oriente – Império Bizantino

• Governo Teocrático
• CESAROPAPISMO: Imperador = chefe do exército + Igreja
• Basileu: Imperador – se autodenominava com representante de
Deus na Terra

• Cultura
• A variedade de povos e culturas reunidos no império dificultava uma
caracterização geral da cultura dos bizantinos
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Cultura

“É essencial lembrar que o ‘bizantino’ não tem conotação étnica, mas civilizacional,
correspondendo aos indivíduos de fala grega (ainda que seu idioma materno fosse
outro) e religião cristã ortodoxa. Assim, tal grupo de indivíduos (gregos, egípcios,
asiáticos, semitas, eslavos) variou ao longo da história bizantina conforme as
alterações territoriais e/ou religiosas ocorridas no império. [...] E realmente, como
Roma, Bizâncio uniu, através de uma língua e uma determinada maneira de sentir
e de pensar, povos que nada tinham em comum entre si. Como os antigos gregos
e romanos, os bizantinos consideravam-se os únicos habitantes do mundo
civilizado, rotulando de bárbaros todos os que não partilhavam de sua cultura [...]
Por isso mesmo suas relações com o ocidente medieval sempre fora difíceis.”
FRANCO JÚNIOR, Hilário; ANDRADE FILHO, Ruy de Oliveira. O Império Bizantino. São Paulo: Brasiliense, 1994. p. 7-8.
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Constantinopla

• Nome original: Bizâncio

• Capital do Império Romano do Oriente

• Em 330 o nome passou a ser Constantinopla, quando o


imperador romano Constantino transferiu a capital do Império
Romano para a cidade.

• Constantinopla = Cidade de Constantino


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Constantinopla

• A mudança ocorreu por conta de sua localização

• Controlaria o Estreito de Bósforo


• A passagem marítima entre o Mar Negro e o Mar Mediterrâneo

• Era a mais curta passagem das rotas comerciais que ligavam a


Europa ao Oriente Médio e à Ásia.

• No início do XI, a capital bizantina era a cidade mais próspera e


populosa da Europa
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Constantinopla

• Superou Roma em importância e desenvolvimento,


transformando-se no principal centro comercial e urbano da
Europa, sendo responsável pela venda de:

• Artigos de luxo
• Especiarias
• Joias
• Objetos de Arte
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Constantinopla

• Sua vida urbana concentrava-se praticamente em torno de 3


grandes construções:

Basílica de Santa Sofia Hipódromo e Palácio Imperial


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Economia

• O desenvolvimento do Império Bizantino propiciou estabilidade


econômica para a população

• As camadas mais humildes tinham acesso à água canalizada e o esgoto


era desviado para o mar por meio de um sofisticado sistema de
drenagem subterrânea

• A Igreja e o governo proporcionavam cuidados médicos e hospitalares


para aqueles que não podiam pagar

• A igreja desempenhou um importante papel na educação das crianças


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Educação

• Todas as famílias podiam mandar seus filhos para escola, mas só


a aristocracia tinha acesso aos estudos avançados, equivalentes
ao Ensino Superior:

• Matemática
• Geometria
• Filosofia
• Música
• Astronomia
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JUSTINIANO (527 – 565) – auge do Império

• Conquistas territoriais.
Península Itálica + Península Ibérica + Norte da África.

•Compilação do Direito Romano a partir do séc. II.


• CORPUS JURIS CÍVILIS
• Poderes ilimitados ao imperador.
• Privilégios para a Igreja e para a nobreza.
• Marginalização de colonos e escravos.

• Burocracia centralizada + gastos militares + impostos.


• Revoltas populares (Sedição de Nike)
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Queda do Império

• Contribuiu para a queda do Império:

• Perda do Egito, da Síria e da Palestina que foram conquistadas


pelos árabes no século VII e VIII - invasões de bárbaros e árabes
• séc. XI – XIII – alvo das Cruzadas

• Sucessão de conflitos entre a Igreja de Roma e a Igreja de


Constantinopla

• A competição comercial com o Ocidente e, principalmente, a


invasão do território pelos turcos-otomanos, que conquistaram
Constantinopla, em 1453 (marco histórico que delimita
oficialmente o fim da Idade Média e início da Idade Moderna.
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Igreja Ortodoxa

• Após a divisão do Império Romano ocorreu um distanciamento


entre a Igreja de Roma e a Igreja Oriental

• O papa resistia à ideia de ficar sob o domínio de um basileu

• Os bizantinos se recusavam a aceitar o “bispo de Roma”

• Em Roma cada vez menos os indivíduos conheciam o grego e


poucos orientais sabiam falar o latim
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Igreja Ortodoxa
• Divergências religiosas

Surgimento de heresias:

• MONOFISISTAS – negavam a existência da dupla natureza de


Cristo – humana e divina -, que a Igreja Católica defendia.
Negavam a santíssima trindade (Cristo apenas com natureza
divina);

• ICONOCLASTAS – destruição de imagens (ícones). Os monges do


Império bizantino ganhavam dinheiro e prestígio com a venda de
imagens religiosas, às quais atribuíam o poder de operar milagres.
Em 724, o imperador bizantino proibiu o uso de imagem por
caracterizá-la como idolatria.
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Igreja Ortodoxa

1054: CISMA DO ORIENTE:


Igreja Cristã Ortodoxa (Patriarca de Constantinopla);
Igreja Católica Apostólica Romana (Papa).

Igreja Ortodoxa hoje:


• Adota os mesmos sacramentos da Igreja Católica Apostólica Romana
• Seus rituais são cantados sem o acompanhamento de instrumentos musicais
• Imagens de santos são proibidas, com exceção do crucifixo e dos ícones
sagrados
• Não admitem os dogmas da infalibilidade do papa e do purgatório
• Os bispos são os continuadores do trabalho dos apóstolos de Cristo e
somente eles devem ser celibatários
• Os padres podem ser casados desde que o casamento seja anterior à
ordenação.
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Reinos Bárbaros Cristãos

• Os romanos consideravam não civilizados os germânicos e outros


povos provenientes de terras externas aos domínios do Império e
que não falavam grego ou latim, e os denominavam de Bárbaros
• Povos que não falavam esses idiomas, não eram cristãos,
portanto não compartilhavam dos costumes, da mentalidade e do
comportamento estabelecidos pelos romanos aos demais povos
conquistados.
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Reinos Bárbaros - Germânicos


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Reinos Bárbaros - Germânicos


•Povos fora das fronteiras (sem cultura greco-romana)

•Germânicos – principal grupo (suevos, lombardos, teutônicos, francos,


godos, visigodos, ostrogodos, vândalos, burgúndios, anglos, saxões...)

•Economia agropastoril

•Habitavam terras comunitárias

•Ausência de comércio e moeda

•Ausência de escrita
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Reinos Bárbaros - Germânicos


•Família: Base da organização social – modelo patriarcal

•Mulher: Papel importante na economia, pois cuida da agricultura

•Inicialmente sem propriedade privada

•Poder político = casta de guerreiros

•Direito Consuetudinário (tradição)

•COMITATUS (laços de dependência entre guerreiros – muitos


guerreiros juravam fidelidade ao rei com a condição de adquirirem parte
do que foi saqueado dos adversários, em caso de vitória)
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Reinos Bárbaros - Germânicos


•Politeístas.
•Acreditavam na vida após a morte e no paraíso
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Reinos Bárbaros - Germânicos

• A desagregação do Império Romano do Oriente no


século V possibilitou a formação de diversos reinos
germânicos na Europa. Entre esses reinos, o mais
significativo foi o dos francos.
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Reinos Bárbaros - Francos


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Reinos Bárbaros - Francos

• No século VIII, com problemas políticos internos, a


dinastia merovíngia enfraqueceu-se e o poder e o poder
efetivo passou a ser exercido pelos majordomus
(mordomos do palácio), os principais funcionários da
corte do Reino Franco.
• Entre os majordomus destacaram-se Carlos Martel e o
seu filho Pepino, o Breve, que em 751 tomou a coroa
dos Merovíngios e deu início à dinastia Carolíngia
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Reinos Bárbaros - Francos

• Pepino contava com o apoio decisivo da autoridade religiosa de


Roma, o Papa Estêvão II.

• Desse apoio resultou na Doação de Pepino – que foi a cessão


dos territórios conquistados na Península Itálica ao Papa, que criou
os Estados Pontifícios em 756 (Patrimônio de São Pedro).

• Carlos Magno, filho de Pepino, subiu ao poder em 768.


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Reinos Bárbaros - Francos – Carlos Magno (768-814)

• Carlos Magno deu continuidade ao processo expansionista franco, conquistando


territórios.

• Ele conseguiu fortalecer a unidade política do Reino Franco, cristianizando os povos


recém-conquistados e colocando-se como defensor do papado.

• Em 800 foi coroado pelo Papa Leão III como “imperador dos romanos” – título que
não era utilizado desde a queda de Rômulo Augusto em 476.

• A coroação de Carlos Magno deu origem ao Sacro Império romano-Germânico,


que existiu formalmente até o ano de 1806.
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Reinos Bárbaros - Francos – Carlos Magno (768-814)

• Renascimento Carolíngio

• Incentivo e o desenvolvimento de atividades educacionais e culturais para os filhos


de nobres, conhecidas como escolas palatinas e o crescimento da atividade
intelectual dos mosteiros (ou monastérios).

• Surgimento da Ordem Beneditina, as regras dos mosteiros beneditinos, Regra de


São Bento, serviram de modelo para as ordens fundadas posteriormente.

• Na Regra, os monges deveriam permanecer ocupados, dividindo seu tempo entre


trabalhos manuais e leituras da Bíblia, Por isso, faziam cópias dos livros sagrados,
além de obras de filosofia, medicina, arquitetura e astronomia. Ficaram conhecidos
como copistas
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Reinos Bárbaros - Francos – Carlos Magno (768-814)


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Reinos Bárbaros - Francos – Carlos Magno (768-814)

• Apoio da Igreja (expansão do cristianismo).

• Tentativa de reconstruir o Império Romano do Ocidente.

• Divisão imperial em 300 partes (condados, ducados e marcas) – doação para os nobres.

• Missi Dominici – funcionários imperiais (burocracia).

• Capitulares – leis imperiais.

• Com a morte de Carlos Magno, em 814, seu filho Luís, o Piedoso, que governou de 814 a
841, procurou consolidar o império.

• A multiplicidade de povos sob o domínio carolíngio dificultava a centralização do governo.


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Reinos Bárbaros - Francos

• Após a sua morte, o território foi dividido


entre os seus 3 filhos pelo Tratado de
Verdun, assinado em 843.

OCIDENTE – Carlos, o Calvo (atual França);


CENTRO – Lotário (atuais Itália e Suíça);
ORIENTE – Luís, o Germânico (atual Alemanha).

• A divisão do reino acentuou um panorama de


descentralização política no Ocidente
europeu, processo que ocorria desde o fim do
Império Romano.
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Reinos Bárbaros - Francos – Início do Feudalismo

• Para agravar a situação a Europa enfrentou uma série de invasões entre os


séculos IX e X.
• Os ataques provocaram o colapso da autoridade política dos reis, que já era
muito frágil.
• Configurou-se assim, o processo de instalação de um sistema
caracterizado, entre outros fatores:

• Trabalho Servil
• Fragmentação do poder real FEUDALISMO
• Consagração do poder da Igreja
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Atividades

• Bienal – p. 304 e 305


• Tarefa Mínima – n° 1, 2, 9, 10 do cap. 7
• Tarefa Complementar – 4 e 12 do cap. 7
• Leitura dos pontos 1, 2 e 3 do cap. 7

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