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A independência do BRA adotou uma opção conservadora pela

CRISE COLONIAL – DO PERÍODO JOANINO AO 1º REINADO monarquia, responsável pela manutenção da unidade territorial.
__________________________________________________________ Diferente dos vizinhos sul-americanos, que no momento das suas
independências adotaram a república, levando a uma maior
A FAMÍLIA REAL PORTUGUESA NO BRASIL (1808-1821) fragmentação territorial. Também não houve uma ruptura econômica
. Definição: contexto internacional de Era Napoleônica, FRA no auge com POR, não houve o fim da escravidão, e não houve uma
do expansionismo imperial, coloniza regiões na América e na África, e transformação radical da sociedade.
invade países europeus vizinhos. A principal rivalidade francesa era com
a ING. Para afetar radicalmente a economia inglesa, Napoleão decreta o . O reconhecimento internacional da Independência: POR exige o
Bloqueio Continental, proibindo países de manterem comércio com a pagamento de uma indenização e ING fornece empréstimo. 1º país a
ING, sob pena de invasão. reconhecer a independência do BRA: EUA (Doutrina Monroe – “América
para os americanos” – Apoio aos movimentos de independência).
. Consequências:
- América Espanhola: Napoleão invade ESP. Sem um rei espanhol PRIMEIRO REINADO (1822-1831)
legítimo no trono, as colônias espanholas na América passam por . Definição: período inicial da formação do Estado brasileiro, marcado
intensas revoltas sociais que levarão ao processo das Independências. pelas disputas políticas entre liberais e conservadores.
- América Portuguesa: POR em cima do muro. Por um lado, os
portugueses tinham muitas dívidas com a ING (Tratado de Methuen – . A elaboração da primeira Constituição do Brasil:
1703). Por outro lado, Napoleão ameaça invadir POR. - A Assembleia Constituinte de 1823: encerrada autoritariamente por D.
OBS¹: Tratado de Methuen, ou Tratado de Panos e Vinhos: POR Pedro na chamada “Noite da Agonia”. Conhecida como “Constituição
compra tecidos industrializados da ING (mais caros), e ING compra da Mandioca”, pois somente os agricultores ricos tinham acesso ao
vinhos (mais baratos) de POR. Beneficia ING e torna POR voto, a Carta Constitucional foi negada pelo Imperador pois a
dependente. considerava muito liberal (limitava seus poderes).
OBS²: ING oferece trazer a Família Real de POR p/ o BRA, fugindo de - A Constituição de 1824: outorgada e encomendada pelo
Napoleão, em troca mantém POR e BRA como mercado Imperador.
consumidor. ~> Principais características: divisão do Estado em 4 poderes
(Executivo, Legislativo, Judiciário e Moderador); catolicismo como
PERÍODO JOANINO religião oficial; voto censitário (apenas ricos, ou seja, grandes
. Transformações políticas: produtores votam); Padroado (Imperador pode preencher cargos da
- Transferência do Estado Português (1808): BRA deixa de ser Igreja); Beneplácito (Imperador pode vetar as ordens do Papa no
colônia e passa a ser Metrópole, chamando-se Reino Unido de BRA).
Portugal e Algarves. . A Confederação do Equador (1824): Contra o absolutismo de D.
- Abertura dos Portos às Nações Amigas (1808): medida que atende Pedro I e os altos impostos decretados pelo Imperador sem
interesses econômicos da ING. Implementa o fim do Pacto Colonial, consentimento popular, Frei Caneca lidera um movimento que propõe
ou seja, do monopólio do comercio no BRA por POR, abrindo para a autonomia das províncias (federalismo) ao Norte do BRA.
a ING. - O movimento foi continuação da revolução pernambucana de 1817.
- Tratados de Comércio, Navegação, Aliança e Amizade (1810): outra - Desfecho: D. Pedro a reprimiu intensamente.
medida que atende interesses econômicos da ING, facilitando a entrada
de produtos ingleses no BRA. Produtos ingleses pagam menos impostos . A abdicação do Imperador:
(15%) que produtos portugueses (16%). - Impopularidade de D. Pedro: fechamento da Constituinte;
OBS: Neste tratado a ING exigia o fim do comércio de imposição da Constituição; repressão da Confederação do
escravizados feito por POR, para atender seus interesses Equador; perda da Cisplatina; crescente dívida externa brasileira;
econômicos de expansão do mercado consumidor. Seria mais assassinato do jornalista de oposição Líbero Badaró leva à “Noite das
vantajoso para a ING que as pessoas possuíssem um trabalho Garrafadas” (elite portuguesa X elite brasileira evidencia desgaste de D.
assalariado, assim elas poderiam comprar os produtos ingleses. Esta Pedro I).
cláusula foi desrespeitada por POR, pois a mão de obra - D. Pedro I é chamado para a sucessão do trono português, mas
escravizada garantia lucros para os portugueses. deixa seu filho Pedro de Alcântara, de 5 anos, como príncipe
- Invasão da Guiana Francesa (1809) e da Província Cisplatina (1825): regente.
para revidar a invasão francesa em POR, e demonstrar poder na
América. PERÍODO REGENCIAL (1831-1840)

. Transformações socioculturais: criação do Banco do Brasil, da . Definição: período de transição até Pedro completar a maioridade.
Biblioteca Real (hoje Biblioteca Nacional), do Jardim Botânico, da Marcado por grave crise econômica (com o aumento da dívida
Imprensa Régia, e da Missão Artística Francesa (para estudar e externa, aumenta-se a carga de impostos); além da instabilidade
retratar o BRA, e dar prestígio para POR), além de todo aparato militar política (diversas agitações internas ameaçam a unidade territorial
e jurídico (exército, marinha, tribunais e setores administrativos). do Império).
OBS¹: D. Pedro I, que possuía uma idade avançada, era pintado
. Principais consequências: sempre mais jovem para passar uma imagem de jovialidade, energia,
- A vinda da Família Real contribui para o processo de força e autor da Independência. Já D. Pedro II, que era muito jovem,
independência. era pintado sempre mais velho, com barbas e sentado, para passar
- Aumenta-se a carga de impostos sobre a população p/ bancar a uma imagem de experiência, maturidade e seriedade.
Família Real e as transformações do RJ, gerando insatisfação na OBS²: A Guarda Nacional foi criada em 1831 para reprimir as revoltas
elite brasileira. regenciais espalhadas pelo país.
. Insurreição Pernambucana (1817): revolta contra a presença da . Revoltas:
Família Real no BRA, contra o aumento da carga de impostos - Revolta dos Malês (BA 1835): revolta de negros islâmicos
(liberal). Prometia a alforria para escravos que lutassem no conflito. escravizados contra a escravidão, a concentração de terras e a
Depuseram o governador e ficaram no poder 74 dias, depois foram imposição do catolicismo. No mínimo 100 negros massacrados.
derrotados. - Cabanagem (PA/MA 1835-1840): ampla participação popular (índios,
negros, mestiços, escravos ou livres). Luta contra desigualdades sem
. Revolução Liberal do Porto (1820): depois de expulsar os franceses, programa político definido. Por ser a mais popular das revoltas, foi a
contexto de crise em POR. Exigiam o retorno imediato da Família mais severamente reprimida.
Real, a criação de nova Constituição transformando POR em uma - Sabinada (BA-1837-1838): protestos contra a crise econômica e o
monarquia constitucional, e a recolonização do BRA. alistamento obrigatório no exército para lutar na Farroupilha.
- D. João VI retorna para POR, mas deixa seu filho D. Pedro. - Revolução Farroupilha (RS 1835-1845): A mais elitista e longa de
- Portugueses exigem o retorno de D. Pedro. todas. Principais lideranças (estancieiros): Bento Gonçalves (maior líder)
- Dia do Fico: D. Pedro permanece no BRA, dificultando a recolonização, e Guiuseppe Garibaldi.
e acatando os interesses das elites brasileiras pela independência. - Causas: Altos impostos sobre o charque gaúcho e baixos impostos
. Independência do Brasil (1822): processo conservador liderado de importação sobre o charque da ARG e URU; nomeação do
por D. Pedro I e pelas elites brasileiras. Em regiões no interior do Presidente de Província pelo RJ, contrário aos interesses gaúchos.
país aconteceram conflitos entre brasileiros e portugueses com - Desfecho: Acordo encerra conflito em 1845, Paz de Ponche Verde.
participação popular. a) Anistia dos gaúchos envolvidos / Incorporação dos farrapos no
exército nacional / Permissão para escolher o Presidente de Província.
b) Proteção do charque gaúcho contra a concorrência externa.