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Independência do Brasil
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
firmado entre Brasil e Portugal. Em troca do reconhecimento como estado soberano, o Brasil se
comprometeu a pagar ao Reino de Portugal uma indenização substancial e assinar um tratado de
comércio com o Reino Unido como indenização por sua mediação.
Antecedentes
A terra agora chamada Brasil (nome cuja origem é contestada) foi reivindicada por Portugal em
abril de 1500, com a chegada da frota portuguesa comandada por Pedro Álvares Cabral.[6]
A colonização foi efetivamente iniciada em 1534, quando D. João III dividiu o território em
quatorze capitanias hereditárias,[7][8] mas esse arranjo se mostrou problemático, uma vez que
apenas as capitanias de Pernambuco e São Vicente prosperaram. Então, em 1549, o rei atribuiu um
governador-geral para administrar toda a colônia.[8][9] Os portugueses assimilaram algumas das
tribos nativas,[10] enquanto outras foram escravizadas ou exterminadas por doenças europeias
para as quais não tinham imunidade,[11][12] ou em longas guerras travadas nos dois primeiros
séculos de colonização, entre os grupos indígenas rivais e seus aliados europeus.[13][14][15]
Em meados do século XVI, quando o açúcar de cana tornou-se o mais importante produto de
exportação do Brasil,[16] os portugueses iniciaram a importação de escravos africanos, comprados
nos mercados de escravos da África ocidental.[17][18] Assim, estes começaram a ser trazidos ao
Brasil, inicialmente para lidar com a crescente demanda internacional do produto, naquele que foi
chamado ciclo da cana-de-açúcar.[19][20]
A partir do dia 15 de julho de 1799, o Príncipe do Brasil, D. João Maria de Bragança, tornou-se
príncipe-regente de Portugal, pois sua mãe, a rainha D. Maria I, foi declarada louca pelos médicos.
Os acontecimentos na Europa, onde Napoleão Bonaparte se afirmava, sucederam-se com
velocidade crescente.
Desde 1801 que se considerava a ideia da transferência da corte portuguesa para o Brasil. As
facções no governo português, entretanto, se dividiam: a facção anglófila, partidária de uma
política de preservação do Império Colonial Português e do próprio Reino, através do mar,
apoiados na antiga aliança Luso-Britânica; e a facção francófila, que considerava que a
neutralidade só poderia ser obtida através de uma política de aproximação com a França. Ambas
eram apoiadas pelas lojas maçônicas quer de origem britânica, quer de origem francesa.
Considere-se ainda que as ideias iluministas francesas circulavam clandestinamente em livros,
cada vez mais abundantes.
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Com a presença da Família Real Portuguesa no Brasil a partir de 1808, registrou-se o que alguns
historiadores brasileiros denominam de "inversão metropolitana", ou seja, o aparelho de Estado
Português passou a operar a partir do Brasil, que desse modo deixou de ser uma "colônia" e
assumiu efetivamente as funções de metrópole. Pressionado pelo triunfo da revolução
constitucionalista, o soberano retornou com a família real para Portugal, deixando como príncipe
regente no Brasil o seu primogênito, D. Pedro de Alcântara.
Elevação a reino
No entanto, isso não foi suficiente para acalmar a demanda portuguesa pelo retorno da corte para
Lisboa, como a revolução liberal do Porto exigiria em 1820, e nem o desejo de independência e
pelo estabelecimento de uma república por grupos de brasileiros, como a Revolução
Pernambucana de 1817 mostrou.[26]
Em 1821, como uma exigência de revolucionários que haviam tomado a cidade do Porto,[27] D.
João VI foi incapaz de resistir por mais tempo e partiu para Lisboa, onde foi obrigado a fazer um
juramento à nova constituição, deixando seu filho, o príncipe Pedro de Alcântara, como Regente do
Reino do Brasil.[28]
Independência
Cortes portuguesas
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Um choque que ocorreu entre os deputados brasileiros e portugueses foi em relação a forma como
o Império Colonial Português deveria ser administrado. Os deputados portugueses defendiam a
centralidade política do império colonial em Portugal, já os representantes brasileiros defendiam o
funcionamento de dois centros de poder, um na Europa e outro na América, cada um com
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Executivo e Legislativo próprios, além de uma assembleia geral que legislasse sobre assuntos de
interesse de todo o império. Esta proposição baseava-se na ideia de uma federação luso-brasileira,
disposta no programa político trazido pelos deputados paulistas e defendida por Antônio Carlos de
Andrada e Silva.[42]
As tentativas dos deputados brasileiros em garantir a igualdade política e econômica entre os dois
reinos, com o Rio de Janeiro como centro do poder na América, fracassou, e se viram obrigados a
retornar ao Brasil.
A insatisfação quanto às resoluções das Cortes foi generalizada entre a maioria dos residentes do
Brasil (tanto os de origem brasileira quanto os de origem portuguesa), ao ponto em que ela logo se
tornou conhecida publicamente.[38] Dois grupos que se opunham as ações das Cortes para minar
gradualmente a soberania brasileira apareceram: os Liberais, liderados por Joaquim Gonçalves
Ledo (que teve o apoio dos maçons), e os Bonifacianos, liderada por José Bonifácio de Andrada.
Ambas as facções não tinham nada em comum em suas metas para o Brasil, com a única exceção
de seu desejo de manter o país unido com Portugal como uma monarquia soberana.[44]
Convenção de Beberibe
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Príncipe Pedro ordena o Após a decisão de Pedro em desafio às Cortes, cerca de dois mil
oficial português Jorge homens sob o comando de Jorge Avilez declararam sua fidelidade às
Avilez retornar a Portugal Cortes Gerais em Lisboa e se amotinaram, vindo a concentrar-se no
após sua rebelião Morro do Castelo, que logo foi cercado por 10 mil brasileiros armados,
malsucedida. José liderados pela Guarda Real da Polícia.[54] Dom Pedro, em seguida,
Bonifácio pode ser visto ao "demitiu" o comandante geral português e ordenou-lhe que retirasse
lado do príncipe. com os seus soldados para o outro lado da baía, para Niterói, onde
aguardaram o transporte para Portugal.[55]
José Bonifácio foi nomeado ministro do Reino e dos Negócios Estrangeiros em 18 de janeiro de
1822.[56] Bonifácio logo estabeleceu um relacionamento paternal com Pedro, que começou a
considerar o experiente estadista seu maior aliado.[57] Gonçalves Ledo e os Liberais tentaram
minimizar a estreita relação entre Bonifácio e Pedro oferecendo ao príncipe o título de Defensor
Perpétuo do Brasil.[58][59] Para os liberais, era necessária a convocação de uma Assembleia
Constituinte para o Brasil, enquanto os Bonifacianos preferiam que Pedro concedesse por si
mesmo a Constituição para evitar a possibilidade de uma anarquia semelhante ao que ocorrera
durante os primeiros anos da Revolução Francesa.[58] O príncipe concordou com os desejos dos
liberais e assinou um decreto em 3 de junho de 1822 convocando para a eleição os deputados que
se reuniriam na Constituinte e Assembleia Geral Legislativa do Brasil.[59][60]
Pedro partiu para a província de São Paulo para assegurar a lealdade dos locais à causa brasileira.
Ele alcançou sua capital em 25 de agosto e lá permaneceu até 5 de setembro.
Leopoldina, sua esposa, assumiu a regência durante a viagem. Diante das exigências de Portugal
para que ambos retornassem a Lisboa, ela convocou uma sessão extraordinária do Conselho de
Estado no dia 2 de setembro de 1822 e, juntamente com os ministros, decidiu pela separação
definitiva entre Brasil e Portugal, assinando então a declaração de independência. Em seguida,
enviou o mensageiro Paulo Bregaro para entregar a Pedro uma carta informando sobre o
ocorrido.[61]
Em 7 de setembro, quando retornava à província do Rio de Janeiro, Pedro recebeu a carta de José
Bonifácio e de Leopoldina. O príncipe foi informado de que as Cortes tinham anulado todos os atos
do gabinete de Bonifácio e removido o restante de poder que ele ainda tinha. Pedro voltou-se para
seus companheiros, que incluía sua Guarda de Honra e falou: "Amigos, as Cortes Portuguesas
querem escravizar-nos e perseguir-nos. A partir de hoje as nossas relações estão quebradas.
Nenhum vínculo unir-nos mais [sic]" e continuou depois de arrancar a braçadeira azul e branca
que simbolizava Portugal: "Tirem suas braçadeiras, soldados. Viva à independência, à liberdade e à
separação do Brasil [sic]." Ele desembainhou sua espada, afirmando que "Pelo meu sangue, minha
honra, meu Deus, eu juro dar ao Brasil a liberdade" e gritou: "Independência ou morte". Este
evento é lembrado como Grito do Ipiranga.[62]
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A razão para o título imperial foi a de que o título de rei iria simbolicamente significar uma
continuação da tradição dinástica portuguesa e talvez do temido absolutismo, enquanto o título de
imperador derivava da aclamação popular, como na Roma Antiga.[72] Em 1º de dezembro de 1822
(aniversário da aclamação de D. João IV, o primeiro rei da Casa de Bragança) Pedro I foi coroado e
consagrado.[73]
Guerra
Reconhecimento diplomático
Interessada em privilégios comerciais e políticos na América, mas sem perder a aliança com
Portugal, a Grã-Bretanha mediou as negociações de Pedro I com a ex-metrópole Portugal.[80] Em
1825, a negociação mediada resultou no reconhecimento português e britânico, pagamento pelo
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Brasil de uma soma a Portugal como "indenização" e benefícios comerciais do Brasil para a Grã-
Bretanha (a partir da renovação dos termos dos Tratados de 1810 em novo tratado em
1827).[79][80]
Desdobramentos
À semelhança do processo de independência de
outros países latino-americanos, o de
independência do Brasil preservou o status quo
das elites agroexportadoras, que conservaram e
ampliaram os seus privilégios políticos,
[carece de fontes?]
econômicos e sociais.
Quando D. João VI retornou a Lisboa, por ordem das Cortes, levou todo o dinheiro que podia —
calcula-se que 50 milhões de cruzados, apesar de ter deixado no Brasil a sua prataria e a enorme
biblioteca, com obras raras que compõem hoje o acervo da Biblioteca Nacional. Em consequência
da leva deste dinheiro para Portugal, o Banco do Brasil, fundado por D. João ainda 1808, veio a
falir em 1829.[85][86]
Crise econômica
Representações culturais
Símbolos comemorativos
O processo da Independência ganhou representações comemorativas com uma data cívica (motivo
de feriado nacional) e um hino, como também um sino e um monumento localizados em São
Paulo.
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Lateral esquerda:
grupo escultórico
representando Os
Inconfidentes Mineiros
de 1789
Pintura
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Cinema
Independência ou Morte, filme de 1972 dirigido por Carlos Coimbra, comemorativo dos 150
anos da Independência do Brasil. Apresenta uma visão mítica da Independência, alimentando
um ideal nacionalista heroico.
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Carlota Joaquina, Princesa do Brasil, filme de 1995, dirigido por Carla Camurati. Apresenta
uma visão burlesca sobre a vinda e a presença da Família Real e da Corte Portuguesa no
Brasil.
Ver também
Independência da América Espanhola
História da descolonização da América
Símbolos do Brasil
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Ligações externas
Independência do Brasil em Histórianet (http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?c
odigo=3)
« "A Country Study: Brazil" na "Library of Congress" » (http://lcweb2.loc.gov/frd/cs/brtoc.html)
(em inglês)
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