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Período Joanino (1808-1821)

O Brasil se torna sede


do reino português.
Portugal entre duas potências
Lavrado em 1806, o documento que criava
o Bloqueio Continental estabelecia que
todos os portos da Europa deveriam fechar
suas portas para as embarcações inglesas;
Portugal se encontrava numa situação
bastante difícil, sofrendo pressões tanto dos
ingleses quanto dos franceses;
Os tratados entre Portugal e
Inglaterra
Em 1807, França e Espanha assinavam o
Tratado de Fontainebleau, decidindo invadir
Portugal e dividir entre si suas colônias;
Preferindo aliar-se aos ingleses, o reino de
Portugal assinou uma convenção secreta, na
qual ficava decidida a transferência do
governo português para o Brasil;
Dependência da Inglaterra
Enquanto os ingleses se comprometiam a defender
o território lusitano contra a França, a Coroa
Portuguesa entregava sua esquadra e garantia a
abertura dos portos brasileiros para os ingleses.
Relação de dependência Portugal- Inglaterra. Logo
após o final da União Ibérica (1580-1640), o país
caíra sob a dominação da Inglaterra. Assinatura do
Tratado de Methuen (ou dos Panos e Vinhos).
D. João, príncipe regente.
Decisão de D. João
O governo francês enviou um ultimato a Portugal: ou
aderia ao Bloqueio Continental, ou teria seu território
invadido.
Nessa situação crítica o governo britânico oferecia
proteção naval para que não só a Família Real, mas
toda a Corte Portuguesa e os funcionários do governo
se transferissem para o Brasil.
Portugal se comprometia – mediante um acordo
firmado secretamente – a ceder temporariamente a
estratégica Ilha da Madeira aos britânicos e a permitir o
comércio direto entre a Grã-Bretanha e o Brasil.
A vinda da família real para o
Brasil
A aproximação dos franceses desencadeou confusão e desespero.
Ao todo, mais de 10 000 pessoas apertaram-se a bordo de 16 navios
de guerra e 20 de transporte – todos portugueses. A frota britânica
do almirante Sidney Smith dava-lhes cobertura.
Foram embarcados os arquivos dos ministérios, móveis e pratarias,
bem como uma enorme soma de dinheiro, equivalente à metade das
moedas que circulavam em Portugal. Parte da guarnição militar de
Lisboa também foi para bordo com seu armamento.
O ESTADO METROPOLITANO PORTUGUÊS TRANSFERIU-
SE PARA SUA COLÔNIA BRASILEIRA! Essa completa
subversão das regras do pacto colonial traria enormes benefícios
para o Brasil.
Abertura dos portos
A transferência do Estado Português para o Brasil foi
fundamental para que nosso país pudesse encaminhar seu
processo de emancipação política.
O primeiro passo nesse sentido foi abertura dos portos
brasileiros “a todas as nações amigas” – que na ocasião
se resumiam à Inglaterra, já que até os Estados Unidos
mantinham relações preferenciais com a França
Napoleônica.
Tratado de Comércio e Navegação, concedia tarifas
privilegiadas às exportações inglesas no Brasil.
Necessidade de abastecer a corte.
Mudanças
D. João, tomou numerosas iniciativas importantes. No
plano econômico:
foi revogado o alvará de D. Maria I que proibia a
instalação de indústrias no Brasil;
criaram-se a Casa da Moeda e o Banco do Brasil; no
militar, fundaram-se as Academias Militar e Naval e foi
implantada uma fábrica de munições;
A maior de todas essas realizações deu-se em 1815, quando
foi instituído o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.
O Brasil deixava de ser uma colônia, equiparava-se a
Portugal e, mais que isso, tornava-se a sede do reino.
Mudanças
No plano cultural:
surgiram a Imprensa Régia, e a Gazeta do Rio de Janeiro,
primeiro jornal impresso no Brasil,
a Biblioteca Real,
o Real Teatro de S. João, o Jardim Botânico
as Escolas de Medicina da Bahia e do Rio de Janeiro, após a
queda de Napoleão,
contratou a vinda de uma importante Missão Artística
Francesa.(Artistas: Taunay e Debret),
Tentou transformar a cidade do Rio de Janeiro no cartão
postal do reino.
Imagens de Debret
Taunay
Debret: regresso da família real
Regresso de D. João
Em Portugal, o governo de D. João VI ele gerou fortes
ressentimentos entre a burguesia, que perdera o lucrativo
monopólio do comércio com o Brasil.
Além da crise econômica, Portugal sofrera com as invasões
francesas (foram três) e com as lutas travadas principalmente por
tropas britânicas para repeli-las.
Adicionalmente, havia um sentimento de humilhação diante da
Inversão Brasileira, que colocara o Brasil no topo do Reino
Unido, tanto em termos administrativos como econômicos.
Napoleão caíra definitivamente em 1815; mas D. João recusava-
se a voltar para Portugal, o que abria a perspectiva de o Rio de
Janeiro se tornar a capital permanente da Monarquia Lusa.
Revolução Liberal do Porto.
Causas
As ideias liberais (isto é, antiabsolutistas) vinham
penetrando em Portugal.
Essa ideologia ganhou espaço durante a ausência da
Família Real, já que tanto ingleses como franceses – cujas
tropas disputavam o território português – representavam
tendências contrárias ao Antigo Regime ainda vigente em
Portugal.
Após a expulsão dos invasores franceses, Portugal passou
a ser administrado por um general inglês, Beresford. Na
prática, porém, ele atuava como administrador absoluto,
subordinado apenas formalmente à ao rei.
Revolução Liberal do Porto
Em 1820, irrompeu na cidade do Porto uma revolução
liberal, conduzida pela burguesia mas com forte participação
popular. O movimento ganhou rapidamente o país e uma
Junta Provisória de governo convocou eleições para uma
Assembleia Constituinte que poria fim ao absolutismo.
Assembleia Constituinte foi instalada em Lisboa, com o
nome de Cortes. Deputados brasileiros foram enviados para
participar dos debates.
Mas as Cortes de Lisboa tinham o projeto de recolonizar o
Brasil, acabando com o Reino Unido. Para executar esse
projeto, era necessário primeiro que o governo português se
reinstalasse em Portugal.

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