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BRASIL: EMANCIPAÇÃO POLÍTICA

PROF. ALEXANDRE RANGEL


Contexto internacional
• Na Europa, Napoleão
Bonaparte havia decretado,
em 1806, o Bloqueio
Continental, proibindo que os
países comercializassem com
a sua inimiga histórica – a
Inglaterra.

• Portugal tem a Inglaterra


como principal parceiro
comercial, político e militar

• Como Portugal não aderiu ao


Bloqueio, Napoleão envia
tropas para invadir a região.
• Com o apoio inglês, a
Corte portuguesa foge
para o Brasil.

• Pela primeira vez uma


corte europeia se
transferia para um
território colonial.

• A fuga foi organizada


às pressas, tendo em
vista a marcha das
tropas napoleônicas
A Viagem
A água era escassa, de má
qualidade. E a comida não passava
de carne salgada e biscoitos. Em
pouco tempo, o mantimento já
estava contaminado por vermes.
Animais vivos também foram
embarcados, para garantir um
pouco de leite, ovos. Uma
infestação de piolhos obrigaria todas
as mulheres – incluindo a princesa
– a raspar o cabelo. Ratos eram
abundantes nas embarcações, o que
só aumentava o risco de uma
epidemia. Por causa da alimentação
precária, distúrbios intestinais
tornaram-se comuns.
•No dia 22 de janeiro de 1808, chegava a Salvador a família real portuguesa;
•Foram apenas 34 dias em Salvador. O breve tempo, porém, não impediu D. João de
tomar decisões fundamentais para destravar a economia brasileira e promover o crescimento da
cidade;
•O príncipe regente provocou uma verdadeira revolução na economia brasileira, ao decretar a
abertura dos portos às nações amigas de Portugal;
•Era o fim do monopólio comercial português com o Brasil;
•A medida permitiu que navios mercantes estrangeiros atracassem livremente nos portos
brasileiros.
•Alvará de Permissão Industrial - Concedia liberdade para o estabelecimento de indústrias e
manufaturas na colônia. Tal medida não se efetivou em virtude da concorrência dos produtos
ingleses - principalmente após 1810 - e pela concentração de recursos na lavoura exportador a
• Mas o destino da Coroa portuguesa, era
a capital da colônia, o Rio de Janeiro,
onde D. João e sua comitiva
desembarcaram em 8 de março de 1808
e onde foi instalada a sede do governo.
Muitos moradores, sob ordem de D.
João, foram despejados para que os
imóveis fossem usados pelos
funcionários do governo. Este fato
gerou, num primeiro momento, muita
insatisfação e transtorno na população
da capital brasileira. "P.R.", que
significava "Príncipe Regente", mas que
o povo logo traduziu como "Ponha-se
na Rua".
• Na chegada ao Rio de Janeiro, a Corte
portuguesa foi recebida com uma
grande festa: o povo aglomerou-se no
porto e nas principais ruas para
acompanhar a Família Real em
procissão até a Catedral, onde, após
uma missa em ação de graças, o rei
concedeu o primeiro "beija-mão".
Tratado de Navegação e Comércio
• Produtos ingleses, 15%;
• Produtos portugueses, 16%;
• Demais nações, 24%.

Tratado de Aliança e Amizade


Promessa de redução e abolição do
tráfico de escravos, liberdade
religiosa aos ingleses, direito aos
ingleses de extrair madeiras das matas
brasileiras para a construção de seus
navios.
1815 – ELEVAÇÃO DO BRASIL A REINO UNIDO A PORTUGAL E
ALGARVES
• Politicamente, o Brasil passou
por mudanças significativas,
como a elevação a Reino
Unido de Portugal, Brasil e
Algarves, em 16 de dezembro de
1815. Por esse ato, a Colônia
adquiria igualdade jurídica ao
Reino Português, o que
legitimava a permanência do
Príncipe Regente no Rio de
Janeiro. Aos olhos dos
portugueses, tal elevação do
Brasil reforçava a posição de
abandono do monarca em relação
a Portugal.
Insurreição Pernambucana (1817)
Data e local: Pernambuco, 1817
Causas: Crise econômica que atingia a região; Altos impostos; Insatisfação com o
alto custo da Corte e da máquina administrativa montadas por D. João VI.
Influências: Independência dos Estados Unidos (1776) e Revolução Francesa (1789-
1799).
Grupos sociais: Comerciantes, militares, membros do clero, grandes proprietários,
juízes, artesãos e homens livres.
Início: Os insurgentes tomaram Recife, fundaram uma república e formaram um
governo provisório por 75 dias, fizeram uma Constituição.
Desfecho: As divergências entre os líderes, a falta de apoio de outras regiões e o
avanço das tropas portuguesas marcaram o fim do movimento. Muitos líderes
foram presos e executados
A REVOLUÇÃO LIBERAL DO PORTO (1820)
Movimento liberal, antiabsolutista, feito pela burguesia portuguesa. Acelerou o
processo de independência brasileira. Representou uma busca dos portugueses
para resolver questões fundamentais para a reestruturação política e econômica
de Portugal.
• Pressão pela volta de D. João.
• Elaboração de uma Constituição.
• Restabelecimento do exclusivo comercial brasileiro.

• Ameaça de deposição de D. João VI


• Retorno a Lisboa (1821)
• D. Pedro assume como Príncipe regente
PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA
O grupo favorável à permanência de D. Pedro no Brasil enviou a ele, em 9 de
Janeiro de 1822, uma petição apoiando o Príncipe Regente. D. Pedro, então,
declarou que aqui permaneceria. Esse episódio tornou a data conhecida como o
“Dia do Fico”. Dessa forma, D. Pedro colocava-se ao lado da elite brasileira e de
seus interesses, em clara oposição às Cortes portuguesas.
Após a declaração de sua permanência no Brasil, D. Pedro convocou a
formação de uma Assembleia Constituinte, responsável por elaborar uma
constituição para o Brasil. No dia 7 de setembro de 1822, em viagem de São
Paulo ao Rio de Janeiro, D. Pedro recebeu diversas cartas de Lisboa, que
lhe tiravam o poder e exigiam seu retorno imediato a Portugal. Ele se negou a
retornar, reafirmando o rompimento com Portugal e a Independência do Brasil.
No dia 1º. de dezembro, foi finalmente coroado imperador, com o título de
D. Pedro I, cargo no qual permaneceu até 1831, quando retornou a Portugal.
Principais mudanças do período Joanino
• Criação de cursos de medicina no Brasil.
• Criação da Impressão Régia.
• Fundação do Banco do Brasil.
• Criação dos Correios.
• Desenvolvimento e reconstrução do Rio de Janeiro.
• Criação do Real Horto (atual Jardim Botânico) Biblioteca Real (atual Biblioteca
Nacional do Brasil) Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios (atual Escola de Belas-
Artes)
• Contratou um grupo de artistas franceses para coordenar os trabalhos.
Casa França Brasil Jardim Botânico

Palácio Imperial Quinta da Boa Vista


• Costumes importados da Europa
• Alto custo de vida
• Crescimento populacional (urbanização)
• Criação de cargos públicos para ocupar nobres
• Distribuição de títulos nobiliárquicos
• Aumento de impostos (financiar despesas da Corte)
Elementos que não correspondem
ao momento retratado
Cavalos: D. Pedro e seus acompanhantes não
estavam montando cavalos; na época, em viagens
longas, se utilizavam jumentos e mulas, mais
resistentes.
Número de acompanhantes: a comitiva de D.
Pedro era formada por poucos integrantes e não
quarenta pessoas.
Trajes: D. Pedro I e sua comitiva não viajaram com
uniformes de gala que, aliás, sequer existiam na
época; eles foram criados depois da
independência, assim como os “Dragões”.
Postura de D. Pedro: é improvável que o príncipe
regente estivesse com uma aparência tão sadia e
posição ereta uma vez que, naquele momento,
estava sentindo fortes cólicas causadas pelo
cansaço da longa viagem ou pelo jantar na noite
anterior.
Casa do Grito: não existia na época; o casebre
retratado no quadro foi construído por volta de
1884, portanto muito tempo depois da
proclamação da independência.
Pedro Américo: sequer tinha nascido quando Friedland, de Jean-Louis Ernest Meissonier (1815-1891).
aconteceu a independência, portanto, não foi A cena do pintor autodidata francês mostra Napoleão
testemunha do fato que só foi pintado décadas Bonaparte e seu estado-maior saudando o regimento
depois de ocorrido.

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