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Independência da

América Portuguesa
Prof. Zé Luis
Contexto Internacional no séc. XVIII
Apesar da descoberta de ouro e diamantes no Brasil, Portugal
enfrentava uma série de complicações econômicas:
• Dívida com a Grã-Bretanha;
• Elevados custos da Corte;
• Perda do monopólio de comércio com as Índias e das suas
colônias no Oriente;
• Queda do preço do açúcar.
As reformas Pombalinas
• Sebastião José de Carvalho e Melo foi o
ministro do rei D. João entre os anos de 1750
e 1777, ano da morte do monarca.
• O Marquês de Pombal dirigiu as atividades na
metrópole e colônias, a ponto de ter nomeado
o período da sua gestão como “Período
Pombalino”.
Reformas Pombalinas
Em Portugal Na América
Controle dos gastos públicos Novos impostos sobre o ouro

Criação e novas companhias de Transferência da sede do governo


comércio, para dinamizar e ampliar de Salvador para o Rio de Janeiro
o comércio entre a colônia e a
metrópole.
Reforma educacional, fim do Expulsão dos jesuítas
controle da Igreja sobre o ensino.
Conjuração Mineira - 1789
• Insatisfação dos colonos com o aumento dos impostos;
• Influência de ideais iluministas e da Independência dos EUA (1776)
• Movimento promovido por membros da elite, muitos dos quais
egressos de universidades europeias
• Buscavam a proclamação de uma República nas Minas Gerais,
extinguir o monopólio lusitano sobre a exploração de minérios,
anistiar as dívidas e separar a Igreja do Estado.
Conjuração Mineira - 1789
• Após a delação de Joaquim Silvério dos Reis, os
inconfidentes foram capturados e responderam
por crime de lesa-majestade;
• Tiradentes foi executado e esquartejado. Os
demais condenados foram degredados, presos
temporariamente ou tiveram seus bens
confiscados.
Conjuração Baiana - 1798
• Disseminação de ideias iluministas em Salvador, que repercutiram nas
camadas mais pobres da população;
• O movimento contou com a participação de membros da elite e das
camadas populares, que convocaram o povo para uma revolução
através de cartazes e pasquins;
• A revolução tinha como objetivos implementar uma República
igualitária na Bahia, mudar o sistema tributário, acabar com a escravidão
e diferenças baseadas na cor da pele, promover a liberdade de comércio
e a representação popular.
Conjuração Baiana - 1798
• O movimento foi delatado
e as autoridades régias
prenderam os líderes do
movimento, que foram
condenados à morte, por
meio da forca, seguida de
esquartejamento.
A chegada da Família Real
• Pressão do exército francês, na expansão de Napoleão Bonaparte.
• Bloqueio Continental – 1806
• Transferência da sede do governo português para o Brasil.
• Vinda da Corte portuguesa, com cerca de 15 mil pessoas, que
desembarcaram no Brasil em 1808.
• A Inglaterra se responsabilizou pelo transporte e assumiu a então
abandonada Portugal.
A chegada da Família Real
• Fundação da primeira instituição
de ensino superior: a Faculdade
de Medicina da Bahia.
• Faculdade de Direito de Recife;
Biblioteca Real; Gazeta do Rio de
Janeiro; vinda de Missão Francesa;
Museu Nacional; Escola Real
de Ciências; Artes e Ofícios;
Academia da Marinha; Real
Teatro de São João; Jardim
Botânico etc.
A chegada da Família Real
• Mudança nos costumes da população.
• Alteração dos padrões de consumo
• Revogação da lei que impedia a instalação de manufaturas no Brasil
• Abertura dos Portos às Nações Amigas rompeu com o Pacto
Colonial, ao permitir que o Brasil mantivesse relações comerciais
com nações consideradas amigas.
1. Produtos vindos da Inglaterra: 15% de alíquota alfandegária
2. Produtos vindos de Portugal: 16% de alíquota alfandegária
3. Produtos vindos de outros países: 24% de alíquota alfandegária
A Insurreição Pernambucana - 1817
• Domínio dos portugueses nas relações comerciais, após a chegada
da Família Real.
• Crise no mercado: baixa dos preços do açúcar e algodão no
mercado internacional e a grande seca no Nordeste, em 1816.
• Aumento dos impostos de importação e exportação, visando
cobrir os prejuízos.
• Insatisfação dos produtores com a situação vigente.
A Insurreição Pernambucana - 1817
• Explosão do movimento, que tinha ideais separatistas.
• Foi organizado um governo provisório e uma Lei Orgânica foi
elaborada (liberdade de consciência, de imprensa e culto)
• Repressão organizada na Bahia e Rio de Janeiro.
• O movimento foi reprimido com extrema violência.
A Revolta do Porto – 1820
• Após a derrota de Napoleão Bonaparte, a corte portuguesa
permaneceu no Brasil, gerando a revolta da elite lusitana.
• Esta mesma elite estava descontente com a elevação do Brasil ao
posto de Reino Unido e planejava dar fim ao Absolutismo.
• Foram convocadas as Cortes, que exigiram o imediato retorno da
Família Real e o rebaixamento do Brasil à condição de colônia.
• Convocação de Assembleia Constituinte
A Revolta do Porto – 1820
• Visando a manutenção do seu posto, o rei D. João VI partiu para
Portugal e deixou no Brasil o seu filho D. Pedro I, no posto de
Príncipe Regente.
• As elites brasileiras acreditaram que a ida da Família Real traria a tão
sonhada independência, no entanto as Cortes exigiram o fechamento
dos tribunais e o retorno de D. Pedro I.
• Crescimento do movimento de Independência nas mais diversas
regiões do Brasil, onde se cogitava até a instauração de uma República
nos moldes norte americanos.
A Revolta do Porto – 1820
• Partido Português: composto por comerciantes lusitanos,
burocratas e membros alto escalão do exército, interessados na
manutenção dos privilégios conseguidos a partir da estrutura
colonial. Lutavam pelo retorno de D. Pedro I a Portugal e a
recolonização proposta pelas Cortes.
A Revolta do Porto – 1820
• Partido Brasileiro: contava com burocratas, advogados,
comerciantes, latifundiários e investidores urbanos, nascidos no
Brasil ou em Portugal, que se beneficiaram com as mudanças
ocorridas com a chegada da Família Real, em 1808. O grupo
pretendia que fosse respeitada a igualdade política e jurídica
concedida com a elevação do Brasil a Reino Unido, em 1815.
A Revolta do Porto – 1820
• Disputa dos ideais liberais contra as tendências de manutenção do
despotismo português, bem como pretensões radicais de
democracia.
• A partir da perspectiva de retrocesso político-econômico, dos
interesses coloniais e da manutenção dos limites do liberalismo,
foram tomadas medidas para permanência do príncipe no Brasil.
Independência – 1822
• Tendo recebido um documento com milhares de assinaturas, D.
Pedro I resolveu permanecer no Brasil - o “Dia do Fico”.
• Um decreto foi publicado onde prevenia os portugueses de que
toda e qualquer tropa lusitana a desembarcar no Brasil seria
tratada com hostilidade.
• No dia 7 de setembro de 1822 foi oficializada a Independência do
Brasil, reconhecida por Portugal somente em 1825, mediante
pagamento de 2 milhões de libras, financiadas pela Inglaterra.
Independência da Bahia
• Após o “Grito do Ipiranga”, a Bahia manteve-se fiel à
Constituição, logo não reconheceu D. Pedro I como seu
libertador.
• A Bahia abrigava um enorme contingente do exército português e
ainda contava com uma tropa nacional sucateada e subordinada
aos estrangeiros. O mesmo ocorria com as milícias, compostas
por brancos, pardos e negros.
Independência da Bahia
• O conflito se iniciou com a nomeação do General Madeira de
Melo ao posto de Governador das Armas. Uma vez empossado,
submeteu os poderes políticos e militares ao seu comando e
passou a reprimir atos de insubordinação.
• A resistência tomou conta da cidade de Salvador, mas as tropas
portuguesas conseguiram vencer as tropas nativas, que se
abrigaram no Recôncavo.
Independência da Bahia
• Os que permaneceram na capital se abrigaram no seu entorno –
Pirajá e Itapuã – e iniciaram uma guerrilha contra os portugueses,
em milícias formadas por escravizados fugidos, índios, soldados
desertores e a população em geral.
• A Vila de Cachoeira serviu de base de organização para a
retomada da capital. No dia 25 de Junho de 1822, os revoltosos
aceitaram D. Pedro como regente único do Brasil.
Independência da Bahia
• Durante a missa a cidade foi bombardeada por navio de guerra,
que foi derrotado ao final de três dias de batalha. Assim teve
início a Guerra de Independência da Bahia.
• Após várias tentativas, Salvador foi retomada com a chegada de
reforços vindos da Corte. Após várias batalhas, os portugueses
finalmente foram derrotados e as tropas libertadoras adentraram a
cidade no dia 2 de Julho de 1823.
Primeiro Reinado
• Manutenção da unidade política e territorial do Brasil e instituição
de uma monarquia constitucional.
• Tentativa de implementação de uma Constituição de inspiração
iluminista, por parte dos deputados liberais.
• D. Pedro I, com o apoio do grupo conservador, promoveu um
liberalismo moderado
• A escravidão e a economia de exportação foram mantidas,
garantindo os interesses dos grandes proprietários.
Constituição de 1824
• Monarquia hereditária e constitucional
• Escolha dos deputados por voto censitário;
• Criação de 4 poderes: Executivo, Legislativo, Judiciário e Moderador
• Catolicismo como religião oficial do Império, sob o comando do
imperador (padroado) e tolerância às demais crenças.
Crise e Abdicação
• Desgaste do governo:
1. Ligação com o Partido Português
2. Autoritarismo e repressão aos opositores do seu regime
3. Derrota na Guerra da Cisplatina (1825 – 1828)
4. Crise econômica e aumento do custo de vida
5. Assassinato do jornalista Líbero Badaró
Crise e Abdicação
• Diante do cenário de fragilidade
política, D. Pedro I viajou a Minas
Gerais, onde foi recebido com
hostilidade.
• No seu retorno ao Rio de Janeiro
ocorreu a Noite das Garrafadas,
onde opositores e apoiadores se
enfrentaram em sangrenta
batalha.
Crise e Abdicação
• Com seu espaço político cada vez mais reduzido, D. Pedro I abriu
mão do trono do Brasil no ano de 1831, em nome do seu filho,
Pedro de Alcântara, à época com 5 anos de Idade.
• Conforme estabelecia a Constituição de 1824, o governo seria
assumido por regentes até a maioridade do príncipe herdeiro.
• Uma Regência provisória foi eleita pela Assembleia Geral e
assumiu o poder.

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