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Colégio Estadual Camilo de Jesus Lima

História – 2º ano

REVOLTAS COLONIAIS
Quais as principais revoltas coloniais?
Antes de vermos as principais revoltas coloniais no Brasil, é necessário saber que as
revoltas desse período dividem-se em Revoltas Nativistas e Revoltas Separatistas,
confira abaixo a definição dessas classificações.
Revoltas Nativistas: definidas como uma
série de conflitos entre colonos,
geralmente pela defesa de privilégios por
parte dos membros da elite colonial. Aqui,
não há o sentimento de separação nem o
nacionalismo.
Revoltas Separatistas ou
Emancipacionistas: caracterizadas por
um forte apelo de separação da Metrópole
(Portugal). Nessas revoltas, há a presença
do nacionalismo, ainda que diferente do
conceito presente nos dias atuais.
Quais as causas das Revoltas Coloniais?
Para entender o motivo das Revoltas Coloniais no Brasil, é preciso saber como era o
regime político-econômico vigente na época, a saber: o Pacto Colonial.
O Pacto Colonial é o elemento que define a política colonial dos Estados Mercantilistas.
O funcionamento dessa prática é baseado em um sistema de “troca desarmônica” entre a
Metrópole e a Colônia, por isso, mercantilismo. Resumidamente, a Colônia serve apenas
como um meio que abastece as necessidades da Metrópole.
AS REVOLTAS COLONIAIS NATIVISTAS:
Entre as revoltas nativistas mais importantes estão: Revolta de Beckman, Guerra dos
Emboabas, Guerra dos Mascates e a Revolta de Filipe dos Santos.

 A Revolta dos Beckman ocorreu no ano de 1684 sob liderança dos


irmãos Manuel e Tomas Beckman. O evento que se passou
no Maranhão reivindicava melhorias na administração colonial, o que foi visto
com maus olhos pelos portugueses que reprimiram os revoltosos violentamente.
Foi a única revolta do século XVII.
 A Guerra dos Emboabas foi um conflito que ocorreu entre 1708 e 1709. O
confronto em Minas Gerais aconteceu porque os bandeirantes paulistas queriam
ter exclusividade na exploração do ouro recém descoberto no Brasil, mas levas e
mais levas de portugueses chegavam à colônia para investir na exploração. A
tensão culminou em conflito entre as partes.
 A Guerra dos Mascates aconteceu logo em seguida, entre 1710 e 1711. O
confronto em Pernambuco envolveu senhores de engenho de Olinda e
comerciantes portugueses de Recife. A elevação de Recife à categoria de vila
desagradou a aristocracia rural de Olinda, gerando um conflito. O embate chegou
ao fim com a intervenção de Portugal e equiparação entre Recife e Olinda.
 A Revolta de Filipe dos Santos aconteceu em 1720. O líder Filipe dos Santos
Freire representou a insatisfação dos donos de minas de ouro em Vila Rica com
a cobrança do quinto e a instalação das Casas de Fundição. A Coroa Portuguesa
condenou Filipe dos Santos à morte e encerrou o movimento violentamente.
AS REVOLTAS COLONIAIS SEPARATISTAS E EMANCIPACIONISTA

A Conjuração Baiana
O que foi
Também conhecida como Revolta dos Alfaiates, a Conjuração Baiana foi uma revolta social
de caráter popular, que ocorreu na Bahia em 1798. Recebeu uma importante influência dos
ideais iluministas da Revolução Francesa. Além de ser emancipacionista, defendeu
importantes mudanças sociais e políticas na sociedade.
As causas principais foram:
- Insatisfação popular com o elevado preço cobrado pelos produtos essenciais, entre eles os
alimentos. Além disso, muitas pessoas reclamavam da carência de determinados alimentos.
- Forte insatisfação com o domínio de Portugal sobre o Brasil. O ideal de independência
estava presente em vários setores da sociedade baiana.
Principais objetivos:
- Defendiam a emancipação política do Brasil, ou seja, o fim do pacto colonial com Portugal.
- Defendiam a implantação da República.
- Queriam liberdade comercial no mercado interno e também no comércio exterior.
- Desejavam liberdade e igualdade entre as pessoas. Portanto, eram amplamente favoráveis
à abolição dos privilégios sociais e da escravidão.
- Reivindicavam aumento de salários para os soldados.
Os líderes da revolta
- Um dos principais líderes foi o médico, político e filósofo baiano Cipriano Barata.
- Outra importante liderança, que atuou muito na divulgação das ideias do movimento, foi o
soldado Luís Gonzaga das Virgens.
- Também tiveram grande participação no movimento: os alfaiates Manuel Faustino dos
Santos Lira e João de Deus do Nascimento.
Quem participou
- O movimento contou com a participação de pessoas pobres, letrados, padres, pequenos
comerciantes, alguns soldados, escravos e ex-escravos.
Como foi a revolta
A revolta estava marcada, porém um dos integrantes do movimento, o ferreiro José da Veiga,
delatou o movimento para o governador, relatando o dia e a hora em que aconteceria.
O governo baiano organizou as forças militares para acabar com o movimento, antes que a
revolta ocorresse. Vários revoltosos foram presos. Muitos foram expulsos do Brasil, porém
quatro foram executados na Praça da Piedade em Salvador.
Conjuração Mineira
O que foi
A Conjuração Mineira, também conhecida como Inconfidência Mineira, foi um movimento
de caráter separatista, ocorrido em Minas Gerais no ano de 1789, cujo principal objetivo era
libertar o Brasil do domínio português. O lema da Conjuração Mineira era “Liberdade, ainda
que tardia”.
Principais integrantes da Conjuração Mineira (inconfidentes):
 Tiradentes (Joaquim José da Silva Xavier) – alferes, minerador e tropeiro.
 Claudio Manuel da Costa – poeta
 Inácio José de Alvarenga Peixoto – advogado
 Tomás Antônio Gonzaga – poeta
 Francisco de Paula Freire de Andrade – coronel
 Carlos Correia – padre
 Oliveira Rolim – padre
 Francisco Antônio de Oliveira Lopes - coronel

Principais causas:
- Exploração política e econômica exercida por Portugal sobre sua principal colônia, o Brasil;
- Derrama: caso uma região não conseguisse pagar 1500 quilos de ouro para Portugal,
soldados entravam nas casas das pessoas para pegar bens até completar o valor devido;
- A proibição da instalação de manufaturas no Brasil.
Objetivos principais:
- Obter a independência do Brasil em relação a Portugal;
- Implantar uma República no Brasil;
- Liberar e favorecer a implantação de manufaturas no Brasil;
- Criação de uma universidade pública na cidade de Vila Rica.
A Questão da Escravidão
Não havia consenso com relação à libertação dos escravos. Alguns inconfidentes, entre eles
Tiradentes, eram favoráveis à abolição da escravidão, enquanto outros eram contrários e
queriam a independência sem transformações sociais de grande impacto.
O fim da Conjuração Mineira
O movimento foi delatado por Joaquim Silvério dos Reis ao governador da província, em
troca do perdão de suas dívidas com o governo. Os inconfidentes foram presos e condenados.
Enquanto Tiradentes foi enforcado e teve seu corpo esquartejado, os outros foram exilados
na África.
Revolução Pernambucana
O que foi
A Revolução Pernambucana foi um movimento social (revolta) de caráter emancipacionista
ocorrido em Pernambuco no ano de 1817. É considerado um dos mais importantes
movimentos de caráter revolucionário do período colonial brasileiro.
Objetivo

O movimento social pernambucano tinha como objetivo principal a conquista da


independência do Brasil em relação a Portugal. Queriam implantar um regime republicano
no Brasil e elaborar uma Constituição.
Principais causas
- Insatisfação popular com a chegada e funcionamento da corte portuguesa no Brasil, desde o ano
de 1808. O questionamento maior era com relação a grande quantidade de portugueses nos cargos
públicos;
- Insatisfação com impostos e tributos criados no Brasil por D. João VI a partir da chegada da corte
portuguesa ao Brasil;
- Influência dos ideais iluministas, principalmente os que criticavam duramente as estruturas
políticas da monarquia absolutista. Os ideais da Revolução Francesa, “liberdade, igualdade e
fraternidade”, ecoavam em solo pernambucano, principalmente entre os maçons;
- Significativa crise econômica que abatia a região, atingindo, principalmente, as camadas mais
pobres da população pernambucana. A crise era provocada, principalmente, pela queda nas
exportações de açúcar, principal produto da região;
- Fome e miséria, que foram intensificadas com a seca que atingiu a região em 1816.

Como foi a revolta


Ao saber da organização da revolta, o governador de Pernambuco ordenou a prisão dos
envolvidos. Porém, os revoltosos resistiram e prenderam o governador.
Após dominar a cidade de Recife, os revoltosos implantaram um governo provisório. Para
conquistar o apoio popular, o governo provisório abaixou impostos, libertou presos
políticos e aumentou o salário de militares.
Os rebeldes enviaram emissários para outras províncias do norte e nordeste para derrubar
os governos e ampliar a revolução. Porém, sem apoio popular significativo, estes
movimento não avançaram.
Repressão do governo e fim da revolta
Preocupado com a possibilidade de ampliação da revolta para outras províncias, D.João VI
organizou uma forte repressão militar contra os rebeldes de Pernambuco. As tropas oficiais
cercaram Recife. Os embates duraram 75 dias, resultando na derrota dos revoltosos. Os
líderes foram presos e condenados à morte.
Mapa Mental

Sugestão de Vídeo
História do Brasil - Aula 08 - Revoltas coloniais / Humanas em foco
Link de acesso: https://www.youtube.com/watch?v=WSX7WnQBrJU&ab_channel=HumanasemFoco

Fontes:
https://www.infoescola.com/historia/revoltas-do-periodo-colonial-
brasileiro/#:~:text=Entre%20as%20revoltas%20nativistas%20mais,irm%C3%A3os%20
Manuel%20e%20Tomas%20Beckman.
https://blogdoenem.com.br/simulado-enem-revoltas-coloniais/
https://www.historiadobrasil.net/conjuracao_baiana.htm
https://www.historiadobrasil.net/resumos/conjuracao_mineira.htm
https://www.historiadobrasil.net/resumos/revolucao_pernambucana.htm

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