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INDEPENDÊNCIAS NA AMÉRICA LATINA

JOSÉ RAFAEL LOPES 2B

Crise Colonial: A Crise do Sistema Colonial é o período histórico em que o modelo


tradicional de exploração da colônia pela metrópole chega ao fim. Esse modelo existiu
por muitos anos e foi experimentado por diferentes continentes. Além disso, essa
forma de administração regia todas as esferas da sociedade e das atividades
humanas. Entre essas crises, podemos citar os conflitos:

Estados Unidos x Inglaterra

Nas Colônias do Norte, a Inglaterra estabelecia uma política colonial restritiva,


impondo medidas de controle comercial às Treze Colônias impulsionando a luta pela
independência. Apesar da vitória na Guerra dos Sete Anos (1756-1763) ter expandido
os domínios ingleses, o custo da guerra teria sido alto demais para seus cofres, o que
levou à criação de leis tributárias que aumentaram de modo significativo os impostos
sobre as Treze Colônias. Reações posteriores levaram a Inglaterra a suspender
algumas destas leis e diminuir taxas sobre a exportação do açúcar. O ato que ficou
conhecido como Festa do Chá de Boston (1773), onde carregamentos de chá trazidos
pela Companhia das Índias Orientais foram jogados ao mar pelos colonos, evidenciava
o desgaste entre a Inglaterra e suas colônias. Respondendo ao evento ocorrido em
Boston, o Parlamento Inglês aprovou, em 1774, as Leis Intoleráveis que impunham
novas sanções às Treze Colônias. Os colonos reagiram mais uma vez promovendo os
Congressos Continentais da Filadélfia, dos quais resultaram a Declaração da
Independência de 1776. Em 1783, a Inglaterra reconheceu a Independência dos
Estados Unidos. Em 1787, foi aprovada a Constituição dos Estados Unidos, na qual a
liberdade e direitos dos cidadãos foi garantida, mas a escravidão ainda mantida.

América Espanhola x Espanha


Na América espanhola, com exceção do México, onde o movimento teve caráter
fortemente popular, os processos de independência foram liderados pela elite criolla.
O objetivo era consolidar o poder político e econômico da elite local. Os criollos não
desejavam o rompimento com a ordem social vigente em seus territórios. Entendiam
que a exploração compulsória do trabalho indígena e negro deveria ser mantida, já
que constituíam a base da economia. No âmbito intelectual, os criollos defendiam
princípios liberais, baseados na Independência dos Estados Unidos e na Revolução
Francesa. A Coroa espanhola tentava a todo custo evitar que os ideais revolucionários
chegassem às suas colônias, mas os princípios liberais circulavam pelas
universidades na América. Em 1808, com a derrubada da Coroa espanhola
por Napoleão Bonaparte, os movimentos de independência na América cresceram. As
elites criollas aumentavam seus poderes à medida que não reconheciam a autoridade
do Império Napoleônico sobre seus territórios. As colônias espanholas passaram a se
rebelar quase que simultaneamente. Os movimentos começaram nas cidades e se
espalharam pelos campos proclamando as independências na Argentina (1816), Chile
(1818), Grã-Colômbia (atuais Colômbia, Venezuela, Equador e Panamá), Peru (1821),
México (1823, após a criação de uma monarquia católica, em 1821) e Bolívia (1825).
Todas foram antecedidas pela Revolução Haitiana, onde escravos negros
influenciados pelas ideias de liberdade e igualdade da Revolução Francesa criaram,
em 1804, a República do Haiti.

Brasil x Portugal
Na América portuguesa, as medidas adotadas no Período Pombalino aumentaram
ainda mais a crise econômica e política. O fracasso do Marquês de Pombal em
articular o Absolutismo Ilustrado com as bases mercantilistas acirrou ainda mais os
ânimos coloniais na medida que crescia a arrecadação de impostos. Movimentos de
caráter emancipacionista indicavam um caminho sem volta para a independência.
Apesar dos mártires deixados pelas trilhas sangrentas das ciladas armadas pelo
Estado Português, as resistências se tornaram uma constante, passando a fortalecer
os ideais de um Estado Independente. Juntaram-se a essas instabilidades, o
Terremoto de Lisboa (1755), a crise do comércio açucareiro e a queda na produção
aurífera, além de crises sociais decorrentes de políticas administrativas
implementadas no Estado do Grão-Pará e Maranhão, as quais resultaram na expulsão
dos jesuítas e na tentativa de criação de uma economia agrícola em larga escala com
a utilização da mão de obra indígena regulamentada pelo Diretório dos Índios. Apesar
da disseminação das ideias francesas e norte-americanas, as reformas sociais foram
controladas pelas elites. Após a queda de Pombal, conjurações de caráter
emancipacionistas, mesmo em perspectivas locais, passaram a ocorrer em diferentes
regiões.

Guerras pela Independência na América do Sul e Central: As guerras de


independência na América espanhola foram as numerosas guerras contra o Império
Espanhol na América espanhola, que ocorreram durante o início do século XIX, a partir
de 1808 até 1829. O conflito começou em 1808, com juntas estabelecidas no México e
em Montevidéu, em reação aos acontecimentos da Guerra Peninsular. Os conflitos podem
ser caracterizados tanto como uma guerra civil e uma guerra de libertação nacional como
guerras internacionais (entre países), uma vez que a maioria dos combatentes de ambos
os lados eram espanhóis e americanos, o objetivo do conflito por um lado foi a
independência das colônias espanholas nas Américas. As guerras, em última instância,
resultaram na formação de uma série de novos países independentes que se prolongam
da Argentina e Chile, no sul, ao México, no norte. Apenas Cuba e Porto
Rico permaneceram sob domínio espanhol, até a Guerra Hispano-Americana em 1898.
Os conflitos são geralmente relacionados com as guerras de independência da América
Latina, que incluem os conflitos no Haiti e o Brasil. A independência do Brasil compartilha
uma origem comum com a da América espanhola, uma vez que ambas foram acionadas
pela invasão da Península Ibérica por Napoleão em 1808. Além disso, o processo da
independência dos países da América Latina ocorreu geralmente em um clima político e
intelectual que emergiu da Idade do Iluminismo e que influenciou todas as
chamadas Revoluções do Atlântico, incluindo as revoluções anteriores nos Estados
Unidos e França. No entanto, as guerras, e a independência da América espanhola foram
resultado da evolução da situação única da monarquia espanhola.
Havia uma certa liberdade nas colônias espanholas que permitiu a fundação de
universidades e favoreceu o desenvolvimento científico em algumas regiões da América
Espanhola. As universidades do México e do Peru são exemplos de que foi desenvolvida
uma intensa atividade intelectual nas colônias.
As ideias iluministas eram mais conhecidas e difundidas por quem tinha acesso tanto a
publicações e jornais, que divulgavam frequentemente essa ideia. Já havia duas nações
independentes na América: os Estados Unidos (1776) e o Haiti (1804). Contudo, o ideal
de liberdade também inspirou e influenciou as classes populares na luta
pela independência. Movidos e unidos pela liberdade, diferentes grupos sociais
questionaram o domínio espanhol. O processo de independência das colônias espanholas
na América incluía as mulheres, principalmente as que compunham a população mais
pobre.

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