Resoluções das atividades
Agora é com você! – página 15
Capítulo
6 Independência da
América espanhola
Agora é com você! – página 7
1 A América espanhola era uma sociedade estamen-
tal, dividida em quatro grupos principais: chapetones,
criollos, mestizos e um grande número de indígenas e
africanos escravizados. Isso criava uma sociedade desi-
gual, na qual os chapetones tinham o controle político
dos territórios coloniais e os criollos eram a elite econô-
mica; ao mesmo tempo, grande parte da sociedade era
explorada para produzir as riquezas coloniais.
2 A primeira revolta importante foi liderada pelo chefe
inca Atahualpa entre 1742 e 1756, na região do atual
Peru. Os rebeldes lutavam contra a prática da mita,
contra a dominação espanhola e em favor da restaura-
ção do Império Inca. Essa rebelião foi controlada pelas
autoridades espanholas em 1756. Em 1780, também no
Peru, Túpac Amaru II iniciou outro movimento de luta
contra a presença espanhola na região. Teve o apoio de
indígenas, mestizos, escravos e colonos empobrecidos,
ampliando o movimento de contestação à estrutura de
poder colonial da Espanha. As autoridades espanholas
sufocaram o movimento, derrotando os rebeldes em
1781, e executaram Túpac Amaru II com brutalidade.
3 Os criollos que se revoltaram eram contrários às medi-
das reformistas propostas pela Coroa espanhola. Essas
medidas aumentavam impostos e procuravam impor
maior controle sobre o comércio colonial.
Agora é com você! – página 13
1 A Independência dos Estados Unidos mostrou que era
possível lutar contra a dominação da metrópole e se
emancipar. E a Revolução Haitiana demonstrou as possí-
veis transformações da sociedade em movimentos que
contassem com forte participação popular.
2 A Revolução Haitiana foi um movimento de indepen-
dência colonial liderado pelos africanos e seus des-
cendentes escravizados (mestiços ou não). O resultado
desse movimento foi a emancipação da colônia de São
Domingos e o fim da escravidão na região.
3 A Guerra Peninsular provocou o enfraquecimento do
controle metropolitano sobre as colônias americanas,
visto que o rei espanhol foi afastado do trono após a
invasão da Península Ibérica pelas tropas napoleônicas.
Isso possibilitou o fortalecimento dos movimentos de
contestação da ordem colonial na América e deu início
ao processo de independência.
8o ano – Ensino Fundamental – Livro 2
1 O projeto unitarista defendia a formação de uma con-
federação de repúblicas que criaria um vínculo entre as
diversas regiões hispano-americanas. Já o projeto sepa-
ratista, que prevaleceu, defendia a instituição de repú-
blicas autônomas e independentes entre si.
2 Foi um fenômeno de surgimento de líderes políticos ou
militares que se tornaram chefes de exércitos particula-
res, exercendo o poder nas comunidades em que viviam
e sobrepondo-se, muitas vezes, ao próprio Estado. Por
controlar as leis e as relações sociais em suas comuni-
dades, os caudilhos dificultaram o estabelecimento de
organizações democráticas nos Estados hispano-ameri-
canos ao longo do século XIX.
3 As principais rupturas foram o fim da escravidão e do
poder dos chapetones nas antigas colônias, abrindo
espaço para a liderança dos criollos. Como exemplo
de permanências, é possível mencionar as desigualda-
des sociais – que afetavam, principalmente, indígenas,
negros e mestizos – e o fato de os países recém-forma-
dos continuarem como exportadores de matéria-prima
e importadores de produtos industrializados.
Explore seus conhecimentos
1 C
O processo de independência da América espanhola foi
profundamente influenciado pelo ideário iluminista e pela
experiência independentista norte-americana. O pro-
cesso de rompimento com o domínio colonial espanhol
nas Américas foi marcado pela luta anticolonial e pelo
protagonismo dos povos nativos, mestizos e negros. O
legado independentista surgido entre os colonos espa-
nhóis inspirou diferentes grupos no Brasil. As revoltas nati-
vistas, apesar de terem cumprido um importante papel
na antecipação do projeto de independência do Brasil,
não conseguiram conter as ações promovidas pelas elites
políticas e intelectuais. Como resultado, em 1822, o Brasil
legitimaria sua independência à custa de um acordo polí-
tico-econômico com Portugal, com o apoio da Inglaterra.
2 E
As experiências independentistas, na América espa-
nhola, foram marcadas por lutas que culminaram na rup-
tura da relação colonial, mantida desde fins do século
XV. Como desdobramento do processo de descoloniza-
ção, os domínios espanhóis foram fragmentados, dando
margem para a criação de vários Estados nacionais.
1
3 E
O pioneirismo norte-americano e haitiano nos projetos
independentistas contribuíram para a constituição de
uma cultura política anticolonial nas Américas. Apesar
de diferenciados em essência, sobretudo no que se
refere aos estratos sociais que tomaram a dianteira dos
processos, os legados deixados por tais grupos contri-
buíram para a superação dos domínios coloniais nas
Américas e, por conseguinte, para a definição de novas
relações políticas e de poder.
4 A
Influenciado pelos ideais iluministas, Simón Bolívar, nas-
cido na capitania-geral da Venezuela, projetou a liberta-
ção da América Latina e a sua união para a construção
de um bloco livre e republicano. Sua atuação lhe rendeu
o reconhecimento popular como “o Libertador”, sendo
descrito por muitos, ainda, como um mito hispano-ame-
ricano, dados os seus sacrifícios em prol da liberdade do
seu povo.
5 D
O processo de independência nas Américas foi impulsio-
nado por grupos sociais distintos, os quais pretendiam
consolidar projetos políticos diferenciados. No Haiti,
esse processo foi marcado pela atuação de descenden-
tes de escravos africanos, influenciando outros territó-
rios a se emancipar. Nesse contexto, Simón Bolívar e
San Martín ambicionaram a afirmação de uma América
Latina independente e unida, capaz de ir contra os lega-
dos coloniais espanhol e português. A consolidação da
independência argentina, por sua vez, ocorreu em 1816
e assumiu um modelo político republicano. O Paraguai
se tornou independente do domínio espanhol em 1811
e, na segunda metade do século XIX, entrou em con-
flito com a Argentina, o Brasil e o Uruguai, a fim de con-
quistar uma saída para o mar. Mesmo com diferentes
processos de independência nas Américas espanhola e
portuguesa, não houve a inversão da lógica colonialista,
pois muitas das novas nações permaneceram ligadas à
produção agrícola, encontrando limitações para custear
a modernização e a industrialização de suas estruturas
produtivas.
6 E
Embora os processos de dominação portuguesa e
espanhola nas Américas tenham ocorrido em contexto
histórico comum, as relações coloniais que se consti-
tuíram foram muito particulares às regiões nas quais se
estabeleceram. Também por isso, Simón Bolívar ponde-
rou que as especificidades do longo período de domi-
nação colonial não seriam possíveis de ser superadas
facilmente. Para o estabelecimento da unidade entre
as diferentes nações latino-americanas, era necessária
a formação de relações identitárias que permitissem
agrupar as diferenças e equalizar as expectativas políti-
cas distintas.
8o ano – Ensino Fundamental – Livro 2
7 C
O Congresso do Panamá ocorreu em 1826 e simbolizou
um dos esforços de Simón Bolívar de unir politicamente
as diferentes nações independentes das Américas. Bolí-
var defendia alianças entre os Estados hispano-america-
nos, a criação de uma força militar comum e a abolição
do regime escravista. Seus propósitos de conformar
uma América coesa e forte encontraram oposição entre
os ingleses e os norte-americanos, bem como nas pró-
prias oligarquias locais, comprometidas com as elites
escravocratas.
8 B
Os processos de independência nas Américas espa-
nhola e portuguesa não conseguiram superar o pas-
sado colonial, caracterizado por uma estrutura de poder
oligárquico exercido por elites latifundiárias e voltadas
para a monocultura exportadora. Esse legado colonial
persistiu e marcou o processo de desenvolvimento de
diferentes nações, sendo responsável pela conformação
de uma economia dependente e uma estrutura capita-
lista arcaica.
9 D
Simón Bolívar é referenciado por alguns grupos políticos
latino-americanos como um importante líder indepen-
dentista que pretendeu, de fato, consumar o processo
de emancipação das Américas espanhola e portuguesa.
Apesar do protagonismo de tal personagem na tentativa
de formar o pan-americanismo, foram legitimadas identi-
dades políticas que marcaram a ausência de unidade de
projeto entre os diferentes países latino-americanos.
10 E
Apesar de as camadas populares constituídas por
nativos e mestizos terem desempenhado um impor-
tante papel nas lutas independentistas nas Américas
espanhola e portuguesa, os projetos que se sagraram
vitoriosos foram conduzidos pelas elites econômicas e
políticas. Na América espanhola, os criollos (brancos
nascidos na colônia), a exemplo de Francisco Miranda,
na Venezuela, desempenharam importante papel na
consolidação da agenda política independentista e pós-
-colonialista.
11 A
Durante a independência da América Latina, houve
diversos conflitos nas colônias para romper com as
metrópoles, resultando na formação de Estados inde-
pendentes. O pan-americanismo se refere ao sonho de
uma cooperação continental entre as diferentes nações
latino-americanas. O objetivo era garantir a força polí-
tica das colônias por meio de sua unidade territorial
e governamental. Porém, havia lideranças criollas que
defendiam a divisão do território latino-americano em
várias nações. Isso permitiria que esses líderes obti-
vessem o poder máximo em suas nações (ao se torna-
rem independentes), em vez de se submeterem a um
governo único sobre toda a América Latina.
2
12 a) Resposta pessoal. Pode-se dizer que o líder indígena
foi escolhido como um dos símbolos nacionais por
representar a luta pela autonomia e independência
do Peru no passado; ou então que ele simboliza a
cultura indígena e foi escolhido como forma de exal-
tar as tradições ou de valorizar as lutas históricas do
povo peruano.
b) Resposta pessoal.

13 a) De acordo com o manifesto os homens escravizados

que se apresentassem para lutar contra as forças
espanholas, juntamente com seus parentes, con-
quistariam a liberdade. Porém, aqueles que se recu-
sassem a lutar não seriam libertos, estendendo-se a
escravidão para toda a sua família, descendentes e
ascendentes.
b) Pode-se dizer que as guerras de independência
contribuíram para libertar grupos de pessoas escra-
vizadas, já que a exigência de indivíduos para lutar
em favor da independência possibilitou a conquista
da liberdade para muitas pessoas escravizadas. Os
próprios ideais iluministas que inspiraram os levantes
defendiam a liberdade das pessoas.

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