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O processo independência dessa região americana foi iniciada pelo padre criollo Miguel Hidalgo y
Costilla que, por lutar contra o poder da elite chapetonas e criollas, se converteu em um poderoso líder dos
rebeldes. Inspirado por seus ideais iluministas e igualitário tomou várias cidades importantes da região junto
ao seu exército. Porém, logo em seguida Hidalgo foi preso e fuzilado.
Hidalgo foi substituído pelo também padre, José Maria Morelos y Pavón que, durante a liderança de
Hidalgo, foi designado para estar a frente das tropas na região sul da Nova Espanha. Em 1815, Pavón
também foi preso e executado, sendo substituído por Vicente Guerrero na liderança do movimento de
independência. Sob a liderança de Guerrero foi realizado uma assembleia constituinte na cidade de
Chilpancingo.
Apesar do esforço de todos os líderes acima citados e suas tropas a independência só foi
conquistada sobre a liderança de Agustín de Iturbide, que lutava ao lado da Espanha contra as forças
libertárias e se converteu a causa emancipatória. Iturbide estabeleceu em 1821 o Plano de Iguala que
determinava a libertação da Nova Espanha e uma monarquia independente no México.
Em 1822, Augustín de Iturbide se declara imperador do México, contudo, o mesmo foi deposto pelo
movimento republicano um ano depois. Em 1823, o Império Mexicano de Itubirde se separou, formando a
Federação das Províncias Unidas da América Central. Contudo, em 1838 essa federação se fragmentou
em vários Estados Republicanos. Dos países que hoje conhecemos na América Central que fizeram parte
do Império Espanhol, somente Cuba, República Dominicana e Porto Rico não conseguiu sua independência
até 1838.
Na América do Sul, os lideres da luta pela independência foram Simón Bolívar e José de San Martín.
O primeiro país a se fazer independente na América do Sul foi o Paraguai. O líder da independência
paraguaia, ocorrida em 1811, foi Gaspar Rodrigues da Francia e representava dos pequenos e médios
proprietário.
A Argentina foi a segunda nação a se independizar em 1816 no Congresso de Tucumã, após
sucessivas vitórias militares dos generais José de San Martín e Manuel Belgrano.
Em 1818, o exército liderado por San Martín e de Bernardo O'Higgins libertaram o Chile. Saindo do
Chile, seguiram para o Vice-Reinado do Peru onde enfrentaram uma forte resistência das elites locais.
Ao mesmo tempo, Simón Bolívar apoiado pela Inglaterra e pelos Estados Unidos da América
comandava a libertação da Venezuela (1817), da Colômbia (1819) e do Equador (em 1821), Após
libertarem o Equador, o exército de Bolívar foi ao Peru apoiar a libertação do território do domínio espanhol.
Após esse período de união entre Bolívia e San Martín, por terem visões distintas sobre o futuro da
parte sul da América, os generais se separam.
San Martín apoiava a formação de monarquias nos territórios libertados do domínio espanhol. Já
Bolívar acreditava em uma união entre todos os territórios sul-americanos , desejando uma América
espanhola independente, unida e republicana. Essa visão política defendida por Bolívar ficou conhecida
como bolivarismo.
Em 1824, Peru se torna independente sobre a liderança de Simón Bolívar com o apoio de José
Sucre, que, no ano seguinte, proclamou a independência da Bolívia em relação ao Peru.
Apesar de Simón Bolívar tentar colocar seu sonho bolivarianista em prática no Congresso do
Panamá em 1826, esses ideais de uma América Espanhola unida nunca aconteceu. Isso se deu por várias
razões, sendo elas: a união entre criollos e caudilhos para a manutenção do poder, as diferenças
econômicas e os interesses das elites locais em cada uma das regiões, as alianças entre as nações
industrializadas e as nações hispânicas que levou a perda da autonomia dessas nações.
DICAS DE VÍDEO
Independência da América Espanhola:https://www.youtube.com/watch?v=bU_RdmtPYUM
ATIVIDADES
1) Como era a divisão da sociedade hispano americana antes dos processos de independência?
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2) Marque (V) nas afirmativas verdadeiras e (F) nas falsas. Depois, corrija as afirmativas falsas de modo que
se tornem verdadeiras.
a) O processo de independência dos países da América espanhola possuiu apenas causas internas, não
tendo relação com o que ocorria na Europa. ( )
b) O processo de independência da América espanhola contou com lideranças criollas, e esses líderes foram
chamados de “libertadores da América”. ( )
c) Os altos cargos da administração espanhola na América, assim como altos cargos eclesiásticos e militares,
poderiam ser ocupados por qualquer cidadão das colônias espanholas. ( )
3) A independência das colônias espanholas da América deveu-se a diversos fatores. Assinale a opção na
qual todos os fatores relacionados contribuíram para essa independência.
a) Política mercantilista da Espanha; influência da independência brasileira; interesse dos Estados Unidos no
comércio das colônias espanholas.
b) Monopólio comercial em benefício da metrópole; desigualdade de direitos entre os criollos, nascidos nas
colônias, e os chapetones, nascidos na Espanha; enfraquecimento da Espanha pelas guerras napoleônicas. c)
influência das ideias políticas de Maquiavel; auxilio militar brasileiro à independência dos territórios
vizinhos; exemplo da independência dos Estados Unidos.
d) Liberalismo político e econômico, adotado pelas cortes espanholas; enfraquecimento do governo
espanhol por causa da intervenção militar francesa; política do Congresso de Viena favorável à
independência das colônias.
e) Interesse econômico da Inglaterra na independência das colônias; política de suspensão das restrições de
importações, seguida pelo governo de José Bonaparte; aliança entre chapetones, colonos nascidos na
Espanha, e criollos, nascidos nas colônias para promover a independência
4) Quem foram os líderes das revoltas de independência na América do Sul e na América Central?
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FONTES UTILIZADAS
GOUVÊA, Maria de Fátima Silva. “Revolução e independências: notas sobre o conceito e os processos
revolucionários na América espanhola” In: Estudos Históricos, vol. 10, n.20, 1997, pp. 275-293.
XAVIER-GUERRA, François: 'La modernidad absolutista' (pp.55-84) e 'La modernidad alternativa' (pp.85-
114) in Modernidad y Independencias. Ensayos sobre las revoluciones hispânicas.
XAVIER GUERRA, François. “Dois anos cruciales” In: Modernidad e Independencias. Ensayos sobre las
Revoluciones Hispánicas. México: Fondo de Cutlura Económica, 1993, pp. 115-175.
FILHO, Rubem Barboza. Tradição e artifício. Iberismo e barroco na formação brasileira. Belo Horizonte/Rio
de Janeiro: Editora UFMG/IUPERJ, 2000. Cap. VIII. Rupturas e independências (p.357-438).
MADER, Maria Elisa & PAMPLONA, Marco A. Revoluções de independências e nacionalismos nas
Américas. o caso da Nova Espanha. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2008. (capítulos selecionados).
PRADO, Maria Lígia. “Sonhos e desilusões nas independências hispano-americanas” In: PRADO, Maria
Lígia. América Latina no Século XIX: Tramas, Telas e Textos . São Paulo: Edusp, 1999, p.53-73.