Você está na página 1de 5

Haiti e A Independência da América Espanhola

Em 1492, os espanhóis chegam na Ilha de Hispaniola, ocupada, em sua parte ocidental,


pelos franceses na segunda metade do século XVII, rebatizada de São Domingos, onde
mais tarde seria o Haiti

Foram montadas na parte francesa grandes fazendas, cultivadas por africanos


escravizados, que produziam coisas como açúcar, rum, algodão e fumo. A colônia se
tornou rica com a exportação desses produtos.

Até então, os colonos brancos eram 10% da população, enquanto os negros eram 90%
Os trabalhadores viviam em péssimas condições, enquanto a elite vivia de maneira
luxuosa

Os escravos promoviam fugas e quilombos


Liderados por Toussaint L’Ouverture, os trabalhadores fizeram um grande levante
escravo, buscando melhores condições de trabalho e mais tempo para cultivar a própria
roça

Com a abolição da escravidão na França pelo regime jacobino, os escravos foram


libertos.
Touissant L’Ouverture tentou reorganizar a economia mas sofreu com a posição dos
brancos e o fato dos negros não quererem voltar a trabalhar nas fazendas

Com a ascensão de Napoleão Bonaparte e a volta da escravidão, o líder negro foi preso
e enviado à França, onde morreu.
As lutas pela indepêndencia continuaram, lideradas por Jean-Jacques Dessalines
Usando o lema: “Liberdade ou Morte!”, o exército conseguiu vencer os franceses e
proclamar a independência, optando pelo nome de Haiti

Haitianismo: Medo de levantes escravos bem-sucedidos

Antecendentes da independência – A revolta de Túpac Amaru

Em fins do século XVIII, as populações indígenas do Vice-Reino do Peru eram lideradas


por curacas (administradores locais).
Um desses curacas, chamado José Gabriel Condorcanqui, liderava vários povoados
(pueblos).
Esses povos tinham a obrigação de pagar um tributo e cumprir a mita(mandar um certo
número de indígenas para trabalhar para os espanhóis por certo tempo).

No reinado de Carlos III, a Espanha aumentou esses impostos, contrariando os


indígenas
João Gabriel expôs às autoridades a longa distância que os indígenas tinham de
percorrer a pé, as doenças que os acometiam, a ausência prolongada (meses) desses
agricultores em seus pueblos. As autoridades espanholas, no entanto, negaram todos
os seus pedidos. O curaca, então, optou pela revolta.
José Gabriel mudou seu nome para Túpac Amaru II, em homenagem a Túpac Amaru,
último imperador inca e líder da resistência aos espanhóis.
Essa revolta contou coma participação de milhares de indígenas, mestiços e negros
traficados do Vice-reino do Peru

Apesar de terem vencido diversas lutas contra as forças da coroa real(realistas), os


reforços espanhóis decidiram a luta, Túpac Amaru II foi executado na praça central de
Cuzco

Motivações para o processo de Independência da América Espanhola

Os criollos (filhos de espanhóis mas nascidos na América) desejavam romper com a


metrópole, que dificultava as transações mercantis, principalmente com a Inglaterra
Revolução Americana
Revolução Francesa
Guerras Napoleônicas
Doutrina Monroe (buscava a não interferencia europeia nas Américas)

Império Espanhol em crise

Internamente: Descontentamentos provocados pela reforma de Carlos III e Carlos IV,


com o objetivo de extrrair mais riquezas da América
Maior cobrança de impostos
Extinção do sistema de portos únicos
Ao mesmo tempo que o controle sobre as colônias aumentava, ficava mais difícil a
ascensão social dos criollos. Os principais cargos eram reservados aos chapetones.

Invasão Napoleônica na Espanha

As tropas francesas invadiram a Espanha e substituíram o rei por José Bonaparte, irmão
de Napoelão
A resistência espanhola se deslocou para Cádiz, onde foram tomadas decisões
importantes para todos os suditos:
• Aboliu o tributo pago pelas comunidades indígenas da América e o trabalho
forçado,por exemplo mita;
• Limitou a autoridade do rei determinando que, a partir de então, toda ordem
real só seria cumprida se fosse aprovada pelas Cortes;
• Conferiu o direito de voto a todos os homens, ricos ou pobres, alfabetizados ou
não;
• Com relação às colônias americanas, porém, a nova Constituição manteve o
exclusivo comercial e a desigualdade de direitos na representação de política.

Esses avanços não foram suficientes para evitar a movimentação das elites criollas,
que, ao serem informados de que a Espanha estava sem seu legítimo rei, formou
governos locais autônomos, denominados Juntas Governamentais

A partir de 1810, essas juntas passaram a liderar a luta armada pela independência
obtendo nos anos seguinte várias vitórias contra as forças realistas, isto é, leais à Coroa
espanhola.

Em 1814, os exércitos de Bonaparte foram derrotados e o rei espanhol Fernando VII


voltou ao trono, aboliu a Constituição e restaurou o absolutismo.
Na América do Sul, dois generais tiveram destaque nas lutas pela independência, o
venezuelano Símon Bolívar e o argentino José de San Martín
• Um exército de 5 mil soldados sob o comando de José de San Martín libertou
inicialmente a Argentina (1816); depois, consolidou a independência do Chile
(1818) e colaborou para a independência do Peru (1821).

Enquanto isso, outro exército de libertação, este sob o comando e Simón Bolívar,
tratava uma guerra dura contra as forças leais à Espanha. O projeto de Bolívar era ver
formar-se na América uma confederação republicana, isto é, uma associação de
Estados independentes unidos por objetivos de cooperação e defesa- BOLIVARISMO.

Independência do México

No México, os camponeses clamavam por terra. Em 1810, um exército de camponeses


liderados pelos padres Miguel Hidalgo e José María Morelos revoltou-se.
Eles carregavam estandartes de Nossa Senhora de Guadalupe, eles exigiam a
independência com divisão de terra entre os pobres. O exército chegou a 80 mil
pessoas, conquistando algumas cidades e Hidalgo proclamou o fim da escravidão negra
e dos tributos indígenas.
Criollos e chapetones reprimiram duramente a revolta , que ia contra suas riquezas e
privilégios, e fuzilaram o padre Hidalgo.
As autoridades espanholas confiaram o comando das tropas ao general Agustín de
Iturbide. Ele tomou o poder e proclamou a independência do México. No ano seguinte,
deu um golpe e se tornou o imperador Agustín I, porém a elite criolla, juntamente com
o exército, o derrubou e proclamou a República
O projeto de independência que venceu foi o das elites criollas, que mantiveram a
concentração de terras e diferenças sociais.

Congresso do panamá
Quando a América Latina já estava independente, Bolívar tentou defender a criação de
alianças entre os estados hispano-americanos, a criação de uma força militar comum e
abolição da escravidão, entre outros.
Seus esforços encontraram a oposição dos ingleses e norte-americanos, contrários a
países unidos e fortes, e dos interesses dos próprios estados e seus dirigentes.

Caudilihsmo
O Caudilhismo conhecido também como caudilhamento, é uma estrutura de governo
estabelecido e comandado por um indivíduo caudilho. Na maioria dos casos, esses líderes
estão diretamente relacionados aos interesses tradicionais oligárquicos ligados à agricultura.

• O caudilhismo só entrou em decadência nas primeiras décadas do século XX,


quando os fenômenos como a industrialização e a migração de populações
europeias para a América Latina tornaram-se evidentes, o que exigiu uma
reformulação do modelo político adotado até então que procurasse
enfraquecer os poderes regionais e instituir uma estrutura estatal centralizada.

Você também pode gostar