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Escola São Raimundo Nonato

Diretora: Joelita Castro


Professora: Aldalice Benício Rego
Alunos: Ana Maria Lopes Corrêa, Eloíse Siqueira Baima Pessoa, Fábio Roberto
dos Santos Rego, João Roberto Silva de Oliveira, Lorena Imbiriba de Freitas,
Rafael Augusto Ribeiro de Aguiar, Vitória Silva Pimentel
Série:/Turma: 2º C
Data: 29/08/2023
Disciplina: História

LUTA PELA INDEPENDÊNCIA NAS AMÉRICAS

Santarém – Pará
2023
Luta pela independência nas Américas

Ventos do Iluminismo
Entre o final do século XVIII e o início do século XIX, boa parte das colônias
europeias no continente americano lutaria, com sucesso, pela independência.
Além do descontentamento com a exploração econômica, tiveram grande
influência ideias iluministas formadas na Europa, como as de liberdade e
igualdade, de governo republicano e de divisão do Estado em três poderes.
Havia intensa circulação de livros, principalmente entre as colônias inglesas e a
metrópole, o que permitiu a difusão desses ideais, especialmente o liberalismo
de John Locke. A liberdade religiosa vigente nas colônias do Norte e a
relativamente ampla escolarização da população também favoreceram essa
disseminação.
Já na América espanhola, a influência iluminista se deveu principalmente ao fato
de que os filhos da elite econômica nascida nas colônias costumavam completar
seus estudos na Europa.

Outro modelo de colonização


Embora estivessem subordinadas às leis inglesas, as Treze Colônias da América
do Norte gozavam de relativa autonomia na condução de assuntos internos.
Diferentemente do sistema colonial espanhol e do português, o governo nessas
colônias ficava a cargo de pessoas designadas pelas companhias privadas
responsáveis por sua exploração, como a Companhia de Londres, ou eleitas
pelos próprios colonos. Em ambos os casos, os homens livres podiam eleger
representantes para a Assembleia Legislativa da colônia.

Insatisfação dos colonos


No século XVIII, as relações entre as colônias e a metrópole se deterioraram
paulatinamente em decorrência de certas imposições inglesas, como a proibição
de implantação de fábricas que concorressem com as britânicas.
A insatisfação intensificou-se com o término da Guerra dos Sete Anos, entre
França e Inglaterra (1756-1763), que deixou os ingleses em péssima situação
financeira. Para recuperar recursos, o Parlamento britânico aprovou a cobrança
de novos tributos e impôs às colônias taxas de importação para diversos artigos
de uso diário, como papel, metais, vidro e chá. Além disso, proibiu os colonos de
vender qualquer produto a outros países.
A população das Treze Colônias se opôs: promoveu manifestações de protesto
contra as medidas do governo britânico e boicotou as mercadorias vindas da
Inglaterra. Os conflitos se acirraram em 1773, quando barcos da Companhia
Britânica das Índias Ocidentais carregados de chá foram atacados no porto de
Boston.
Em represália, o Parlamento britânico determinou o fechamento do porto, a
ocupação militar da cidade e aprovou leis que restringiam os poderes da
assembleia da colônia de Massachusetts. Essas medidas ficaram conhecida
como Leis Intoleráveis.
Em setembro de 1774, representantes de todas as colônias reuniram-se no
Primeiro Congresso Continental.
O Congresso unificou as colônias na luta contra a Inglaterra, mas a população
encontrava-se dividida. Um grupo, representado principalmente por burgueses
das colônias do Norte e do Centro, era contrário ao domínio inglês, os patriotas.
O outro, apoiado por latifundiários do Sul, fiéis ao rei da Inglaterra, era o dos
legalistas.

As Treze Colônias conquistam a independência


Antes do Segundo Congresso Continental, marcado para maio de 1775, tropas
britânicas apoiadas pelos legalistas confrontaram-se com grupos armados de
patriotas. O Congresso rompeu com a metrópole e passou a funcionar como
governo informal das Treze Colônias.
Em julho de 1776, uma comissão elaborou a Declaração de Independência das
Treze Colônias, agora transformadas em Estados Unidos da América (EUA).
Com a declaração, teve início a Guerra de Independência.
Interessadas no enfraquecimento político-econômico da Inglaterra, França,
Holanda e Espanha apoiaram os revoltosos. As lutas estenderam-se até 1781,
quando os ingleses foram definitivamente derrotados na batalha de Yorktown.
Dois anos mais tarde, foi assinado em Paris um acordo de paz, pelo qual a
Inglaterra reconheceu a independência dos Estados Unidos.
Em 1788, os Estados Unidos promulgaram sua Constituição, que, com algumas
emendas, vigora até hoje. Influenciada pelos ideais iluministas, a Carta
estadunidense definia o novo país como uma república, na qual o poder do
Estado estaria dividido entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Ao
mesmo tempo, estabelecia a soberania popular como fonte de legitimação do
poder, reconhecia os direitos civis e políticos dos cidadãos e assegurava a
liberdade religiosa e de opinião.
Em 1789, George Washington, comandante das forças rebeldes durante a
Guerra de Independência, foi eleito o primeiro presidente dos Estados Unidos.
Organização social na América espanhola
No começo do século XIX, a América espanhola encontrava-se dividida em vice-
reinos e capitanias-gerais. Havia quatro vice-reinos: o do Rio da Prata (formado
pelas regiões hoje pertencentes à Argentina, ao Paraguai e ao Uruguai), o de
Nova Granada (atuais Colômbia, Equador e Panamá), o de Nova Espanha (hoje
América Central, México e parte do sudoeste dos Estados Unidos) e o do Peru
(atuais Peru, Bolívia e parte do território chileno). Entre as capitanias-gerais,
estavam as do Chile, Venezuela e Cuba.
Nessa época, a população hispano-americana variava de 13 milhões a 18
milhões de habitantes. No topo da pirâmide social estavam em torno de 40 mil
peninsulares ou chapetones. Originários da Espanha, eles dominavam toda a
alta administração pública, religiosa e militar da América espanhola.
Abaixo dos peninsulares vinham os criollos, cerca de 3 milhões de brancos
nascidos na colônia, que integravam uma aristocracia composta de proprietários
de terras, de minas e de escravos. Apesar de deter parte do poder econômico,
os criollos não tinham influência política.
Numa posição inferior, encontravam-se os mestizos e mulatos, descendentes da
união de espanhóis com indígenas e negras, respectivamente. Eles compunham
a grande massa da população. De modo geral, eram trabalhadores livres. Os
indígenas, embora considerados livres, eram obrigados a prestar serviços para
os chapetones e criollos. Isso desestruturou as sociedades indígenas
preexistentes à colonização.
Na base da sociedade encontravam-se os africanos escravizados, concentrados
na região do Caribe. Vítimas dos mais variados tipos de violência, não tinham
nenhum direito.

Um continente em guerra
As desigualdades sociais e a espoliação imposta pela Espanha fizeram com que
a América espanhola fosse palco de revoltas em diversos momentos. No vice-
reino do Peru, em 1742, o líder indígena Juan Santos Atahualpa
(aproximadamente 1710-1756) mobilizou indígenas e mestiços por catorze anos
com o objetivo de restaurar o Império Inca.
Em 1780, José Gabriel Condorcanqui (1738-1781) adotou o nome do último
chefe inca, Tupac Amaru e comandou uma das maiores rebeliões indígenas da
América Latina. O levante foi sufocado em 1781.
Em 1806, eclodiu na capitania-geral da Venezuela uma nova rebelião contra o
domínio espanhol. Liderada pelo criollo Francisco Miranda (1750-1816), foi
rapidamente reprimida.
Com a deposição, na Espanha, do rei Fernando VII pelas tropas de Napoleão
em 1807, os criollos aproveitaram para destituir as autoridades nomeadas pelo
governo da metrópole em diversas regiões.
As lutas se intensificaram a partir de 1814, quando Fernando VII recuperou o
trono espanhol. Até meados do século XIX, praticamente todas as colônias
hispano-americanas já se encontravam emancipadas.
Apesar do empenho de líderes como Simón Bolívar (1783-1830) e José de San
Martin (1778-1850) em constituir uma unidade entre os territórios que lutavam
contra o domínio espanhol, a emancipação resultou em diversos países.

Nova elite política


Os movimentos de emancipação da América espanhola mobilizaram diversos
setores da sociedade – criollos, camponeses, militares, indígenas, mestiços.
Porém, os grandes beneficiados pela independência foram os criollos, que
ocuparam o lugar dos peninsulares como grupo politicamente dominante.
A distribuição de terras mal saiu do papel. Muitos criollos se apoderaram de
terras comunais ocupadas anteriormente pelos indígenas.
As camadas mais pobres da população permaneceram marginalizadas, sujeitas
ao assistencialismo de um novo tipo de político: o caudilho.
Esses líderes políticos e chefes militares eram criollos que, após a
independência de seus países, tornaram-se senhores de exércitos particulares
e exerceram o poder (em seus países ou regiões) de forma personalista,
autoritária e em benefício próprio.

Fonte:
Livro: História - passado e presente: do mundo moderno ao século XIX

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