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A Revolução Americana
Os ideais iluministas influenciaram uma série de movimentos político-sociais ocorridos na
Europa e nas Américas, entre aproximadamente 1770 e 1850. Era o início da Época
Contemporânea. A Revolução Americana representa o ponto de partida desses movimentos
conhecidos por Revoluções Liberais.
Logo no ano seguinte, decididos a lutar pelos seus direitos, delegados das colónias reuniram-se
no primeiro Congresso de Filadélfia. A luta pela independência ganhava corpo, enquanto os
adeptos da reconciliação se apagavam.
Nascida sob a égide das Luzes, a nação americana criou o primeiro país descolonizado do
Mundo e a primeira república democrática que baseou a escolha dos órgãos máximos da
soberania (Congresso e Presidente da República) no voto dos seus cidadãos. Por isso, a Revolução
Americana serviu de exemplo e de estímulo à Revolução Francesa, desencadeada em 1789, bem
como às emancipações coloniais da América Latina.
A Revolução Francesa
Em 1789, 28 milhões de franceses viviam num regime social profundamente desigualitário. A
velha sociedade de ordens de Antigo Regime repousava na defesa dos privilégios da nobreza e do
clero, ordens que representavam apenas 2% da população e que continuavam a sobrecarregar os
camponeses com rendas e impostos.
No entanto, dos estratos burgueses começavam a ecoar as vozes da mu-dança, criticando os
privilégios que o nascimento reservava aos nobres. Mais instruídos e trabalhadores, os burgueses
contestavam a ordem instituída, constituindo-se como líderes do processo que resultaria na
destruição do Antigo Regime.
• À crise económica somava-se o défice crónico das finanças. As receitas não chegavam para
cobrir as despesas do Estado relacionadas com o exército, as obras públicas, a instrução, os
encargos da dívida pública e os gastos impopulares da corte.
• Não era a pobreza de recursos da França que originava este défice crónico das finanças, mas
a injusta sociedade de ordens que isentava de contribuições o clero e a nobreza, privando os
cofres reais de ampliarem as suas receitas. A reforma do sistema tributário esteve, por
conseguinte, entre as grandes prioridades do poder político.
No mesmo ano em que subiu ao trono, Luís XVI viu-se a braços com a possível bancarrota do
Estado. Chamou então Turgot, a quem encarregou de corrigir o défice financeiro. Entre outras
medidas, este economista de renome propôs um imposto que abrangeria todos os proprietários.
Os privilegiados alarmaram-se e Luís XVI despediu o ministro. Os mesmos destinos tiveram
Necker, Calonne e Brienne, que procuraram reformar a administração local e o sistema fiscal.
• Com efeito, todas as tentativas de reforma preconizadas pelos ministros de Luís XVI
tropeçaram na resistência das ordens privilegiadas, o que contribuiu para o clima de violência
e pilhagens entre 1787 e 1789, quando a fome e o desemprego cresceram.
Incapaz de suster a contestação social e com a França à beira da bancarrota, Luís XVI decidiu
convocar os Estados Gerais para maio de 1789. A dificuldade do monarca em conciliar os
interesses das ordens privilegiadas e do Terceiro Estado resultou numa revolução violenta, que
destruirá os alicerces da ordem política e social do Antigo Regime.
-A monarquia constitucional (1789-1792)
A abertura dos Estados Gerais teve lugar em Versalhes, a 5 de maio de 1789, no seio da maior
expectativa. Não só porque, desde 1614, o absolutismo francês abandonara a consulta daquela
assembleia, mas, especialmente, porque o Terceiro Estado reivindicava o voto por cabeça e não
por ordem. Por sua vez, clero e nobreza revelaram-se intransigentes na defesa do voto por ordem.
• Foi neste impasse que, a 17 de junho, eclodiu o primeiro ato revolucionário. Considerando
representar a quase totalidade da população francesa, os deputados do Terceiro Estado, alguns
nobres e representantes do clero proclamaram-se Assembleia. Nacional.
• A 20 de junho, no célebre juramento da Sala do Jogo da Pela, comprometeram-se a ficar
unidos até à conclusão de uma Constituição, passando a designar-se por Assembleia Nacional
Constituinte.
• Perante a cedência do rei à determinação do Terceiro Estado, os representantes da Nação
tornaram-se a fonte do poder legítimo e a nova autoridade política. A monarquia absoluta
chegava ao fim.
-A Tomada da Bastilha
• No entanto, o rei voltou atrás na sua palavra e, nos inícios de julho, mandou colocar 50 mil
homens armados às portas de Paris. A 14 de julho de 1789, o povo parisiense, indignado com
a desconfiança do rei face à Assembleia e revoltado com a alta dos preços do pão, liderou
aquele que é o acontecimento emblemático da Revolução Francesa - a Tomada da Bastilha,
• Nessa fortaleza prisão, símbolo do absolutismo, procuraram as armas necessárias. Nada
deteve a multidão que para lá se dirigiu. A Bastilha foi demolida e o governador massacrado.
A Constituição implementou também um sistema de eleição indireta, que conferia à riqueza ainda
maior relevo. Na verdade, apenas os franceses mais ricos elegiam os 745 deputados que
compunham a Assembleia Legislativa. Esses deputados representariam a nação e a sua vontade,
pelo que se diz que a Constituição de 1791 instituiu, em França, um sistema representativo.
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