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Visto que as suas ações estavam legitimadas por si próprias, os monarcas absolutos
dispensavam a ajuda das outras forças políticas. Em França, os Estados Gerais, estiveram
quase cem anos sem se reunirem, tendo-os considerados "abolidos" o ministro dos
negócios estrangeiros. E apenas se reuniram pela última vez em 1614, perto do fim do
reinado de Luís XIV antes da revolução industrial.
Mas na verdade nunca nenhuma instituição foi abolida, nem os Estados Gerais em França,
nem as Cortes em Portugal, pois abolir qualquer instituição seria uma afronta aos
privilégios estabelecidos que cabiam ao rei conservar.
Da encenação do poder absoluto destaca-se a corte régia, pois era nela que se organizava
o poder. Era ela que representava o espaço físico adequado à centralização político-
administrativa, baseado no luxo e a magnificência dos espaços onde se movimentam o rei
e os cortesãos, a hierarquia e a cadeia social de primazia.
Na corte encenava-se o poder e a grandeza do rei, e o conjunto de pessoas que o rodeavam
obedeciam a regras e a um ritual (maneiras de estar, de vestir, de falar, de gesticular, etc.),
que tinham como objetivo a divinização do rei. Este controlava, fiscalizava e disciplinava
os cortesãos.
As cortes eram centros políticos e o rei admirava quem fazia parte dela, Versalhes é o
paradigma da corte real, por isso, a vida em Versalhes era, quotidianamente, uma
encenação do poder e da grandeza do soberano, cada gesto que o rei realizasse tinha um
significado social ou mesmo político e diplomático. Todos se encontravam pendentes
dele: de um sorriso, de um pequeno agrado, de uma expressão mais dura. Todos ansiavam
por um convite para assistir ao levantar, ao almoço ou ao baile do rei. O monarca e a sua
família representavam o poder em todas as circunstâncias e mesmo os mais banais atos
do dia a dia se transformavam em cerimónias semipúblicas.
Toda a vida da corte tinha como único objetivo
a exaltação do rei como senhor absoluto. O
paradigma da exaltação da pessoa do rei
absoluto é Luís XIV, que se apresentava como
o Rei Sol, baseado no Deus do Sol, Apolo.
Lara Pacheco
Nº17 11ºD