O documento descreve a monarquia absoluta como um regime político característico da Europa no Antigo Regime, no qual o monarca centralizava todos os poderes do Estado. A legitimação deste poder vinha da vontade divina, ou seja, o rei detinha seu poder por escolha e dádiva de Deus.
O documento descreve a monarquia absoluta como um regime político característico da Europa no Antigo Regime, no qual o monarca centralizava todos os poderes do Estado. A legitimação deste poder vinha da vontade divina, ou seja, o rei detinha seu poder por escolha e dádiva de Deus.
O documento descreve a monarquia absoluta como um regime político característico da Europa no Antigo Regime, no qual o monarca centralizava todos os poderes do Estado. A legitimação deste poder vinha da vontade divina, ou seja, o rei detinha seu poder por escolha e dádiva de Deus.
Num regime de monarquia absoluta*, o monarca situa-se no
cume da hierarquia social. Este regime característico da Europa no Antigo Regime, nem sempre vigorou no Velho Continente. Na Idade Média, apesar de o rei ser o soberano, era também por vezes considerado o “primus inter pares” ou seja o primeiro entre iguais. O longo processo de progressiva afirmação do poder real, que vem desde os tempos medievais e que se acentua a partir do século XVI, irá possibilitar nos séculos XVII e XVIII esta forma de governo atinja a sua máxima expressão. O rei centraliza na sua pessoa todos os poderes e assume todas as responsabilidades inerentes ã chefia do Estado. Para que tal sucedesse, foi necessário legitimar este poder. Essa legitimação provinha da vontade divina. O rei detinha um poder que lhe era atribuído por Deus. A sua autoridade e os atributos requeridos para o exercício do poder real advinham por sua escolha e dádiva.
Monarquia absoluta* - Forma de governo existente na Europa durante
o Antigo Regime, que se caracteriza pela concentração de todos os poderes do Estado na figura do monarca, que fundamenta a atribuição desses mesmos poderes à vontade de por Deus.
*Conceito estruturante
Os fundamentos do poder real
Num regime de monarquia absoluta a fundamentação do poder real é de vital importância para a sua institucionalização. Necessita de assentar numa teorização onde os atributos do poder real estejam devidamente alicerçados.
Um dos teóricos da fundamentação do poder real foi Jacques
Bénigne Bossuet (1627-1704), clérigo francês, que nas obras O rei é rei porque Deus quer (1681) e A Política Tirada da Sagrada Escritura (1709) expõe os princípios desta doutrina política, validando o modo de governação do rei Luís XIV, considerado como o exemplo mais acabado de um rei absoluto.
Outros teóricos houve que também se dedicaram a justificar o
regime de monarquia absoluta. Podemos exemplificar com dois teóricos portugueses: Diogo Lopes Rebelo que escreveu De republica gobernanda per regem, Paris, 1496 e Jerónimo Osório (1506-1580), autor da obra Da Vida e Feitos d’el D. Manuel. Luís XIV
Para Bossuet, existem quatro características que reunidas
definem o poder real. Vejamos assim quais são:
O poder real é sagrado, porque é Deus quem o concedeu
ao monarca para que este exerça o poder em seu nome. Deste modo desautorizar o rei é considerado algo de sacrílego, pois é o mesmo que desobedecer a Deus. A expressão “Deus no céu e o Rei na Terra” tem aqui o seu pleno cabimento. Porém, entenda-se apesar desta origem divina, o poder régio tem os seus limites. Os soberanos devem dignificar a origem divina do poder, executando tendo em conta o bem dos seus súbditos. O poder real é paternal, porque é a primeira forma de autoridade que os seres humanos conhecem. Assim, o rei deve ser como um pai para os seus dependentes. O poder real é absoluto, pois o rei delibera sem qualquer constrangimento. O soberano não tem de prestar contas ou justificar as suas decisões. Deve certificar-se que que é através do seu supremo poder que a justiça é exercida e as leis são cumpridas. O poder real submete-se á razão, pois Deus muniu o monarca com os atributos para bem governar de molde a prover o seu reino e garantir a felicidade dos que se encontram sob o seu governo. Assim o rei deve ser firme, mas bondoso, dotado de carácter, mas também prudente e deve ser capaz de prever as necessidades do seu povo.