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A ascensão do

Príncipe
FILSOFIA III - AULA 4
DRA. MAÍRA LEAL
A ascensão da figura do
Príncipe e a política em
Roma
Roma foi uma potência com vocação
militar. Em menos de três séculos,
conquistou grande parte do mundo
conhecido pelos romanos, incluindo os
atuais territórios da Grã-Bretanha, dos
Países Baixos, partes da Alemanha e
todas as terras banhadas pelo mar
Mediterrâneo, tanto na Europa quanto
na África e no Oriente Médio. Esse feito,
consolidado por meio da Pax Romana,
foi obra militar dos cônsules, patrícios
que eram investidos com o imperium
(poder judiciário e militar).
À medida que Roma se tornava uma potência, alguns de seus cônsules
reivindicaram mais poder e mais autoridade, que lhes foram sendo
concedidos pelo Senado e Povo Romano. Gradualmente, sob a aparência
de uma república oligárquica, foi instalada uma república monárquica.
Com Otávio Augusto, as instituições políticas romanas foram perdendo o
caráter republicano. Estava sendo instituído o principado.
Ao exercer a totalidade do imperium, o príncipe havia se tornado um
imperador: chefe militar, detentor do poder judiciário, magistrado, senhor
das terras do Império Romano, autoridade suprema – o césar.
Afirmavam os valores da república ao mesmo tempo em que criavam o
governante à imagem daquele governante-filósofo de Platão. Os que
defendiam essa nova forma de poder produziram o ideal do príncipe
perfeito ou do Bom Governo.
O Príncipe
A teoria política mantinha a ideia grega de que a comunidade
política tem como objetivo a vida boa ou a justiça, identificada
com a ordem, harmonia ou concórdia no interior da cidade. No
entanto, condicionava a justiça às qualidades morais do
governante.
O príncipe devia ser o modelo das virtudes para a comunidade,
pois ela o imitaria. Entre a teoria platônica e a aristoté lica, os
pensadores romanos escolheram a primeira e tenderam a dar
menor importância às instituições políticas e maior importância à
formação do príncipe moralmente virtuoso.

As Virtudes Principescas
O verdadeiro príncipe devia ter três conjuntos de virtudes ou qualidades
morais:

As qualidades comuns a todo homem virtuoso: sabedoria (ou prudência),


justiça (ou equidade), coragem e temperança (ou moderação);

As virtudes propriamente principescas: honradez (isto é, disposição par


a manter os princípios em todas as circunstâncias), magnanimidade ou clemência
(isto é, capacidade para dar punição justa e para perdoar) e liberalidade (isto
é, disposição para pôr sua riqueza a serviço do povo);

Os objetivos que devem ser almejados pelo príncipe virtuoso: honra, glória e
fama;
A Teoria do Bom Governo
A teoria do Bom Governo depositava na pessoa do governante a
qualidade da política e fazia de suas virtudes privadas um
exemplo de virtudes públicas. Em contraponto ao Bom Governo, a
teoria política ergueu o retrato do tirano ou príncipe vicioso:
bestial, intemperante, passional, injusto, covarde, impiedoso,
avarento e perdulário, sem honra, fama ou glória, odiado por todos
e de todos temeroso. Inseguro e odiado, rodeia-se de soldados,
vivendo isolado em fortalezas, temendo a rua e a corte. Visto que
o príncipe é o espelho da comunidade, esta se mira nele para
imitá-lo tanto na virtude como no vício.
O poder
teológico- cristão
Antes de estudar as teorias
políticas cristãs, é preciso
compreender a influência das duas
tradições das quais o cristianismo
é herdeiro: a hebraica e a romana.
Em todas as modalidades de
governo que conheceram, os
hebreus deram ao poder uma
marca fundamental irrevogável: o
caráter teocrático.
Teocracia
hebraica-
romana
Numa teocracia, um governo em que o poder pertence a Deus e o governante é escolhido por
Ele como seu representante. A expressão mais clara disso encontra-se numa passagem do
Livro dos Provérbios, onde se lê que Deus disse: “Por mim reinam os reis e os príncipes
decretam justiça”.
Os hebreus se fizeram conhecer não só como Povo de Deus, mas também como Povo da Lei
(a lei divina dada primeiro a Noé como lei moral e, depois, completada e doada a Moisés, por
escrito, como lei religiosa, política e moral). A importância da legalidade era tanta que, quando
o cristianismo se constituiu como nova religião, passou-se a falar na Antiga Lei (a aliança de
Deus com o povo, prometida a Noé e a Abraão e dada a Moisés) e na Nova Lei (a nova
aliança de Deus com o povo, por meio do messias Jesus).
O príncipe: o senhor do universo
A teoria do Bom Governo já havia sido formulada e o príncipe já se encontrava investido
de novos poderes quando o cristianismo estava em via de se tornar religião oficial do
Império Romano. O príncipe não era mais apenas “o primeiro cidadão”. como imperador
de um vasto território, passou a ser visto como senhor do Universo, ocupando o topo da
hierarquia do mundo.
Ao imperador caberia manter a harmonia e a concórdia no mundo, a pax romana,
garantida pela força das armas. Com isso, o príncipe passou a deter todos os poderes
que antes cabiam ao Senado e Povo Romano e foi sacralizado, à maneira dos reis
orientais, até ser considerado divino.
A elaboração da teoria política cristã como teologia política resultou da apropriação e
mistura das concepções hebraica e romana do poder.
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