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TEXTO ÁUREO
“Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus
ajuntou não separe o homem.” (Mt 19.6)
VERDADE PRÁTICA
INTRODUÇÃO COMENTÁRIO
COMENTÁRIO
Mais uma vez podemos notar que a forma como os escribas e os fariseus
atentavam para a Lei estava ligado tão somente à letra, jamais para o seu real
espírito. Nisso consistia sua morte (2Co 3.6). A Lei sempre procurou ressaltar
algo muito além do que apenas o literal.
Isso se comprova muito bem no caso da ordem de não adulterar, pois, quando
se lê Êxodo 20.17, o Senhor atentou para o lado interno do homem dizendo:
“Não cobiçarás a mulher do teu próximo”. Com isso estava destacando a
importância do que havia dentro do coração.
Lendo Romanos 7.7, Paulo diz que deixou de compreender a Lei tão somente
no sentido da prática. Sua nova concepção nasce quando compreende que a
ordem divina do “Não cobiçarás”, em sua real natureza, estava mostrando que
o pecado da concupiscência começa do lado de dentro. Assim, a interpretação
judaica era muito mecanicista.
Pela leitura que se faz do sétimo mandamento (Êx 20.14), é notável que Deus
desejava preservar o casamento de relações sexuais ilícitas entre pessoas
casadas. É interessante observar que antes mesmo da Lei tal prática já não era
permitida, pois era considerada como pecado hediondo (Gn 39.9), e os casos
de poligamia e divórcio, como aconteciam dentro do contexto mosaico, eram
resultados da dureza do coração do homem, jamais foi uma concessão divina,
posto que seu propósito sempre foi a monogamia, como bem ensinado por
Jesus (Mt 19.4-8).
Para uma sociedade sem Deus, as respostas para as mais diversas crises no
casamento são dadas como evasivas, mas é bom lembrar que, desde o
momento em que o homem pecou, ele sempre tem procurado dar respostas
que não assumem seus pecados, mas transferindo suas culpas a outros e a
determinadas circunstâncias, como fez Adão (Gn 3.11-13). Por esse motivo,
recorrem às filosofias, às concepções humanas, aos argumentos racionais.
Isso aumenta cada vez mais o seu o pecado, pois o não reconhecimento de
sua prática e males são sempre desastrosos (Rm 6.23). A única saída é
confessar os pecados, sejam eles em atos ou em pensamentos, para receber
de Jesus o perdão (Pv 28.13; 1Jo 1.7,9).
Em seu ensino sobre a cobiça, Jesus atinge literalmente o cerne da questão
ao explicar que o pecado começa no coração. Com uma linguagem forte, Jesus
descreveu como seus seguidores devem se libertar desse pecado. Embora não
sejamos capazes de ficar completamente isentos de pecados até que
finalmente nos encontremos com Cristo, nesse ínterim devemos prestar
atenção aos nossos pensamentos, motivos e tentações. Quando encontrarmos
um hábito ou um padrão de pensamento que sejam devastadores,
precisaremos nos livrar deles.
Palavra-Chave: CASAMENTO
I- A CONDENAÇÃO DO ADULTÉRIO
1- Definição de adultério.
No grego temos o verbo moichéuo, “cometer adultério”, “ser um adúltero”, “ter
relação ilícita com a mulher de outro”; da mulher: “permitir adultério, ser
devassa”. Biblicamente, o adultério é definido como uma relação sexual que
um homem casado tem com uma mulher que não é sua esposa ou vice-versa.
A idolatria era chamada, figuradamente, de adultério (Jr 3.8,9; Ez 23.37).
Jamais se deve pensar que as ordens divinas em relação ao adultério fossem
pesadas demais; na verdade, por meio dessas prescrições da Lei, o que se
colimava era preservar o casamento, a fidelidade conjugal, a família. O
mandamento “não adulterarás” trata-se de um dique que preserva a fidelidade
conjugal e a família, a célula mater da sociedade.
COMENTÁRIO
O certo é que quando atentamos para Êxodo 20.14, com tal ordem divina o
Senhor desejava colocar uma cerca no casamento e na família para que não
fossem atingidos, isso porque quem procurasse fugir do adultério e da
prostituição estava desejando desenvolver uma vida de santidade para com
Deus, pois não se tratava apenas de uma questão de conduta, mas uma real
prova de uma pessoa que tinha em seu coração sentimentos e desejos puros.
Amados, não podemos tratar a questão do adultério como algo normal, uma
simples falha. Ele jamais deve ser praticado como também nem se deve alojar
em nosso coração a cobiça, mas devemos ser vigilantes sempre fazendo um
exame meticuloso para saber se de fato estamos vivendo à luz da Palavra de
Deus, para realmente sabermos se estamos alicerçados na fé (2Co 13.5),
assim, preservaremos nossos casamentos e famílias.
Gomes. Osiel,. Os Valores do Reino de Deus: A Relevância do Sermão do
Monte para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022. pag. 89-90.
ADULTÉRIO Relação sexual entre uma pessoa casada e outra que não é seu
cônjuge. Geralmente o adultério era perdoado nas culturas pagãs,
particularmente quanto à parte do homem que, embora fosse casado, não era
acusado de adultério a não ser que coabitasse com a esposa de outro homem
ou com uma virgem que estivesse noiva.
Lambert
COMENTÁRIO
Concordo com Warren Wiersbe quando ele diz que o desejo e a prática não
são idênticos, mas, em termos espirituais, equivalentes. O “olhar” que Jesus
menciona não é apenas casual e de relance; antes, é um olhar fixo e
demorado, com propósitos lascivos. Portanto, o homem descrito por Jesus olha
para a mulher com o propósito de alimentar seus apetites sexuais interiores,
como um substituto para o ato sexual em si. Não é uma situação acidental,
mas um ato planejado.
No Novo Testamento, percebe-se que Deus mudou o seu tratamento para com
a questão da fidelidade conjugal. Nos Evangelhos, não há uma só referência à
poligamia, à bigamia, ou a qualquer outro tipo de arranjo para o casamento,
com aprovação do Senhor Jesus Cristo.
Quando ele responde aos fariseus, acerca do divórcio (Mt 19.1-12), o Mestre
vai buscar, na origem de tudo, a base para a união conjugal, reafirmando o
plano original do Criador (Gn 2.24). Uma só carne não é uma união emocional,
espiritual, em que com as orações um santifica o outro. É a relação sexual
entre o esposo e a esposa. Deus vê, no ato conjugal, uma união tão completa,
que a define como sendo “uma só carne”. Através desta é que o cônjuge crente
santifica o outro, mesmo que este não seja um cristão (1 Co 7.14). O texto
refere-se à santificação do corpo apenas.
Mesmo havendo o divórcio, Ele confirma que aquele que “casar com outra”
comete adultério, se não for por infidelidade.
Esse texto mostra, de igual modo, o efeito espiritual, moral, ético e social do
adultério. E uma quebra tão terrível da aliança do casamento, que destrói os
laços espirituais e morais do matrimônio. Quando há infidelidade, quando há
adultério, se não houver o perdão, se não houver o arrependimento sincero do
cônjuge infiel, se não houver condição emocional para a convivência, o
casamento acaba; a aliança é rompida.
COMENTÁRIO
Todo cristão deve ser consciente de que a prática do adultério, quer seja por
parte do esposo, quer seja por parte da esposa, é sempre algo ruim e que traz
consequências desastrosas para a vida a dois. É bom lembrar também que
qualquer ato de infidelidade no casamento já está ferindo o sétimo
mandamento.
O que cada cônjuge deve considerar é que para a vida a dois caminhar bem e
em total harmonia, em uma relação social gloriosa, é preciso que entre ambos
haja respeito, consideração e honra. A inclusão do sétimo mandamento no
Decálogo busca salvaguardar a vida do casal e da família. O casal deve
procurar viver em oração e santidade, e evitar toda e qualquer relação sexual
ilícita, inclusive o adultério na mente, procurando sempre manter o matrimônio
e o leito puros (Hb 13.4; Lv 20.10).
Mas o fim dela é amargoso como o absinto. O autor sagrado estava pintando
um “quadro doce” sobre o jogo do sexo. De súbito, porém, começa a advertir-
nos sobre os tremendos resultados de continuar esse jogo. Uma mulher
sedutora é extremamente doce no começo da conquista amorosa, mas, no fim,
a coisa toda torna-se em um absinto amargoso. Presumivelmente, ele está
dando a entender alguma espécie de julgamento, interno e externo, resultante
do ato de adultério. Principalmente, porém, o autor sacro temia que um bom
aprendiz, que estivesse progredindo em seus estudos, seria desviado do reto
caminho, abandonando a vereda da sabedoria, que o mestre, tão
laboriosamente, havia conseguido fazer o aluno seguir. O versículo que se
segue nos dá a advertência mais urgente sobre essa questão toda.
Absinto. Antigamente era o elemento mais amargo conhecido pelos homens.
Isso posto, o jogo da sedução começa como a coisa mais doce possível (o
mel), porém termina como a coisa mais amarga possível (o absinto).
Agudo como a espada de dois gumes. Esta metáfora fala do poder destruidor
do sexo ilícito. A espada de dois gumes matou muitos homens, e era um mui
temido instrumento de matar. O versículo seguinte (vs. 5) intensifica a questão,
trazendo ao quadro o sheol. Uma espada de dois gumes podia cortar em duas
direções ao mesmo tempo; e, por igual modo, a prostituta podia prejudicar o
corpo e a alma. “Esse é o contrário de sua fala suave e doce” (John Gill, in ioc).
No que tange a Pro. 5.5, supomos que a doutrina do sheol ainda estava no
primeiro estágio. Aí, o sheol representava somente o sepulcro. Mas alguns
estudiosos supõem que está aqui entendida, se não mesmo declarada, a idéia
de punição no sheol para os que se afastaram da vereda da sabedoria.
Contudo, calculo que a ameaça é a padronizada, a morte física prematura, um
terror para a mente dos hebreus.
Este versículo tem sido cristianizado para apontar para os tormentos dos
condenados no inferno, mas sem dúvida isso é um anacronismo.
Pode haver aqui uma alusão ao tipo de prostituta que buscava os cemitérios,
reunia-se ali com seus clientes, ou os levava até ali, e tinha seus prazeres
ilícitos entre os sepulcros. Essas prostitutas eram chamadas de bustuariae
boechae (Vid. Turnebi Advesar. 1.13.cap. 19). Sem dúvida, isso envolvia
alguma espécie de patologia, não sendo improvável que o autor do livro de
Provérbios tivesse em mente um costume tão mórbido.
Ela não pondera a vereda da vida. O vs. 5 deste capítulo, falando sobre os
passos da prostituta que conduzem ao sheol, já se referia à vereda da
iniqüidade. Agora, porém, o vs. 6 deixa explícita a alusão. Um bom estudante,
entretanto, deveria ponderar os seus passos (ver Pro. 4.26). E também
precisaria ver se, por um momento de prazer, valeria a pena arriscar uma
morte prematura. Deveria ele seguir na vereda da mulher, ou deveria
permanecer na vereda da sabedoria do mestre? A vereda da mulher ímpia é
tortuosa (Revised Standard Version), é errante (nossa versão portuguesa). Por
certo essa vereda não segue o caminho da vida (Pro. 4.18), antes, é uma
vereda onde os homens tropeçam e descem para as trevas (Pro. 4.19). O
original hebraico não é muito claro, mas fica evidente é que a prostituta se
lançou por uma vereda precipitada, com resultados incertos. Ela desce de
cabeça para baixo sem atender a nenhum apelo, e outro tanto acontece às
suas vítimas. A mulher toma o dinheiro do homem (vs. 10), e ele pode terminar
apanhando uma doença venérea (vs. 11), que pode estar mencionada ou não
nesse versículo. O que é claro é que o jovem sofrerá de algo muito pior do que
uma doença venérea.
Agora, pois, filho, dá-me ouvidos. Aqui, uma vez mais, o mestre convida seu
estudante a ouvir cuidadosamente. Cada novo assunto abordado merece uma
nova chamada para ouvir atentamente, apurando bem os ouvidos. O ensino é
agora generalizado. O jovem continua sofrendo a sua tentação. Aqui o mestre
chama à ordem os seus filhos, toda a sua escola de disciplina, os seus filhos
espirituais. Ele fez uma aplicação geral do que vinha dizendo a seu filho. Já
havia dado muitas instruções e agora estava em meio a uma importante
instrução acerca da conduta sexual. Todos os seus alunos deveriam estar
sofrendo tentações nessa área, pelo que todos precisavam ouvir, para seu
próprio bem. “Não será suficiente ouvir, a menos que se ponha em ação
apropriada as minhas palavras” (T. Cartwright, in loc.).
Afasta o teu caminho da mulher adúltera. O jovem havia sido convencido pela
conversa adocicada e suave da prostituta. E agora a acompanhava à casa
dela. Mas mesmo assim, ainda não era tarde demais. Ele ainda podia virar-se e
fugir. Mas se ela conseguir fazê-lo entrar na casa dela, ele estará perdido.
Portanto, enquanto segue caminho, ele deve tomar a sua decisão. Ele olha
para a mulher, tão jovem, tão bela, tão desejável. E olha para um caminho
lateral, pelo qual poderia escapar. Ele olha e olha, pois a cada passo aproxima-
se mais da armadilha armada por ela. Ele já caiu na teia daquela mulher, e,
como se fosse uma viúva-negra, ela se aproxima para matá-lo. A voz do
mestre é ouvida em seu coração: “Foge! Não continues a acompanhá-la por
outro passo!”. Ele continua indeciso. É nesse ponto que se encontra a maior
parte dos homens, quanto a essa questão.
Porque a sua casa se inclina para a morte, e as suas veredas para o reino das
sombras da morte.
(Provérbios. 2.18)
“Os homens não devem enveredar pelo caminho da tentação, confiando nas
próprias forças. Pois poderão ser envolvidos e vencidos antes que tenham
consciência disso” (John Gill, in loc.). “A grande salvaguarda em todas essas
tentações, conforme todos os moralistas concordam, a uma só voz, é: foge!”
(Ellicott, in loc.).
Como temos feito notar, a Sabedoria assume aqui o papel de pai comum, mas
sabemos que se trata da divina Sabedoria, encarnada em Cristo. Logo, o seu
conselho não é tanto o de um bom pai que quer evitar a perdição do filho, mas
de Deus, que sabe dos perigos que decorrem de tais situações sociais. A
advertência é que os lábios dessa mulher adúltera destilam mel, e as suas
palavras são mais suaves que o azeite, mas o fim dela é amargoso como o
absinto (vv. 3, 4). As figuras são patéticas e verdadeiras. A mulher blandiciosa
usa de palavras suaves, trejeitos, apenas para atrair o incauto, que cai na
ratoeira como rato guloso; o fim é amargo como o absinto. Esta especiaria é
usada no Velho Testamento como símbolo de sofrimento (Deut. 29:18; Jer.
9:15). É um bálsamo amargoso como fel. O gozo do pecado é assim, amargo
no final. Mas não é só fel (absinto), é ainda espada de dois gumes, que corta
em qualquer direção (v. 4). Esta espada é usada em muitas passagens para
indicar a sua perigosa utilidade, pois corta de um lado e do outro (Apoc. 1:16;
19:15, 21). É mencionada no Velho e Novo Testamentos 36 vezes. Os pés
dessa mulher levam ao inferno, assim traduzido aqui, mas Seol no hebraico.
Em o Novo Testamento é Hades. Tanto num caso como no outro significam o
lugar dos mortos. Portanto, tais práticas levam à morte, e quantos morrem
antes do tempo por causa delas. Basta ser um pecado contra a ordem divina,
contra a sociedade e contra a família, para ser de terríveis conclusões. As
doenças venéreas, já referidas noutro lugar, estão assolando a mocidade em
diversos países, onde há estatísticas a esse respeito. A sífilis, de tão
negredada lembrança, é uma das suas consequências. Então, filho meu,
conserve discrição (v. 2). Não te enleies com essa gente. Essa mulher não
pondera a vereda da vida, anda como vagabunda, sem o saber. O verbo
ponderar, já examinado noutro passo, é sinônimo de pesquisar ou examinar.
Uma tradução oferecida por um notável comentador, D. Winston Tomas, diz:
“Para que ela não venha a examinar o caminho da vida; seus caminhos são
instáveis e ela não o sabe.” A versão que estamos usando diz: Ela não pondera
a vereda da vida, ande errante nos seus caminhos, o não o sabe. Parece-nos
uma tradução perfeita. Uma mulher vagabunda é o que significa não conhecer
o seu próprio caminho. É uma mulher sem noção das coisas; irresponsável no
seu trajeto pecaminoso.
SINOPSE I
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
Ele respondeu que Moisés tolerou essa prática ‘por causa da dureza do vosso
coração. Jesus manteve a posição anterior exarada pela lei natural quando
instruiu o povo que o Criador designou que o marido e a esposa fossem uma
só carne e nunca se separassem (Mt 19.4-11). Na passagem em foco, Jesus
diz que o homem que se divorcia da esposa por qualquer razão, exceto por
infidelidade patrimonial, e se casa com outra mulher, comete adultério. A
vontade de Deus é a permanência do matrimônio nesta terra. Assim, Malaquias
escreve que Deus diz que o casal é um a carne e que Ele ‘aborrece o repúdio
[ou odeia o divórcio]’, sobretudo por causa dos efeitos sobre os filhos (Ml 2.14-
16). (ARRINGTON, French L; STRONSTAD, Roger (Eds.) Comentário Bíblico
Pentecostal Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, pp.46-47).
COMENTÁRIO
Pelo relato bíblico, o homem foi feito por Deus em um estado de perfeição, sem
pecado, porém, como tinha liberdade para escolher, decidiu então pecar, o que
trouxe consequências terríveis para ele e para toda a humanidade. O ser que
outrora era perfeito, tornou-se doente por causa do pecado.
Desde o momento em que o homem peca, ele fica separado de Deus. Não
somente isso, tanto a parte material como a imaterial passaram a estar
corrompidas, por isso que em Gênesis 6.5 é dito que a maldade se multiplicava
sobre a face da terra, posto que os propósitos do seu coração eram maus. O
profeta Isaías mostra que a doença chamada pecado se alastra no homem e o
contamina por completo (Is 59.1-3). O apóstolo Paulo diz que na terra não
havia um justo sequer (Rm 3.10).
Diante desse cenário, compreende-se que não havia como esperar coisas
perfeitas de homens imperfeitos, cujos corações estavam dominados pelos
desejos pecaminosos, ou seja, a carne reinando completamente. Daí a
necessidade de um novo nascimento e uma nova mente, o que só seria
possível por meio de Jesus Cristo (2Co 5.17; Rm 12.2; 1Co 2.16).
Em Mateus 12.34 está escrito que a boca fala do que o coração está cheio.
Com isso podemos compreender que, desde o momento em que o pecado
entrou no mundo, aqueles que não nasceram de novo, que não foram
transformados por Cristo Jesus, têm corações maléficos com desejos
pecaminosos, de modo que seus pensamentos e atitudes não podem ser
diferentes. Podemos facilmente conhecer as árvores pelos seus frutos, não é
diferente com a natureza humana, como bem ensinado por Jesus (Mt 7.20).
Corações maus vão pensar e produzir coisas más. Note que os que não
nasceram de novo em Cristo Jesus têm mentes reprováveis diante de Deus
(Rm 1.28). Como a mente está corrompida e cega pelo pecado, jamais pensará
aquilo que é bom, perfeito, santo, justo e verdadeiro (Ef 4.17,18; Tt 1.15; 2Co
4.4). Não há como árvores más produzirem frutos bons.
Gomes. Osiel,. Os Valores do Reino de Deus: A Relevância do Sermão do
Monte para a Igreja de Cristo. Editora CPAD. 1ª edição: 2022. pag. 93-95.
Jesus não tinha ilusões sobre a natureza humana como alguns teólogos
liberais e mestres humanistas da atualidade.
Mateus cita sete pecados que brotam do coração contra doze pecados
mencionados por Marcos (Mc 7.21,22). O remédio é um novo coração. É mais
difícil ter um coração limpo do que mãos limpas.
É sabido por todos que o homem é o que ele pensa ou sente. Os pensamentos
e ideias que estão no seu “ homem interior” são os motores que colocam em
ação todo o seu corpo e são determinantes para sua conduta. Desse modo, o
homem colherá aquilo que semear (Gl 6.7). O que semeia o pensamento da
cobiça, desejo outra mulher, não demorará para que concretize isso na prática.
A cobiça é algo que começa no coração, é como uma pequena semente
plantada que vai gerar o fruto do pecado. Cada um é engodado por sua própria
cobiça, a qual dará luz ao pecado, que sendo consumado, leva à morte (Tg
1.14,15).
O Senhor Jesus falou que aquilo que rege o coração se evidenciará no viver
diário de uma pessoa por meio de seus atos (Mt 15.19; Lc 6.45), o que foi
muito bem explicado por Paulo, quando chamou de obras da carne as ações
produzidas por um coração pecaminoso (Gl 5.19-21). Ninguém está isento de
tentações, mas é preciso revestir-se do novo homem interior produzido por
Cristo para jamais cometer os atos pecaminosos por meio do corpo (Ef 4.24;
Rm 6.12,13). A saída é pedir para Jesus fazer a transformação e nos dar um
novo coração (Ez 11.19; 18.31).
COMENTÁRIO
A partir do momento em que o ser humano passa a estar em Cristo, ele recebe
uma nova mente (1Co 2.16), e o Senhor assume controle de sua vida, usando-
o e ajudando-o a compreender a sua vontade e a sua Palavra (Lc 24.45; 1Co
14.14,15). A mente do cristão caminha sempre para a perfeição, desejando
compreender a vontade do Senhor (Ef 5.17), a santidade (1Pe 1.13) e no
desejo de viver cada vez mais no amor do Senhor (Mt 22.37).
Como nova criatura, o cristão pensa como Cristo Jesus, pois tem uma nova
mente, e segue o conselho de Paulo: “Finalmente, irmãos, tudo o que é
verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo
o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum
louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento” (Fp 4.8, ARA). Ele
ainda acrescenta que tudo é puro para os puros (Tt 1.15). Essa pureza de vida
foi destacada nas beatitudes de Cristo: os limpos de coração (Mt 5.8). O cristão
salvo tem seus pensamentos cativos em Cristo Jesus (2Co 10.5).
Hendriksen diz: “Se o que está no coração é bom, o excedente que vaza será
bom; se o conteúdo do ser interior é ruim, o que vaza pela boca será também
ruim”.
COMENTÁRIO
O corpo foi criado por Deus e tem seu propósito, todavia, é bem verdade que
depois do pecado ele se torna instrumento para a prática da iniquidade. Apesar
disso, quando o homem nasce de novo em Cristo Jesus e oferece esse corpo
para glória de Deus (Rm 6.13), passa a ser santuário (naos) do Espírito Santo.
Vivendo ainda com esse corpo mortal, que ainda não passou pelo processo de
transformação, o cristão precisa estar cheio do Espírito Santo para que as
obras carnais não venham a sobressair (Gl 5.16-20).
Nas palavras de Donald Guthrie (1999, p.173) aqueles que andam no Espírito
certamente não satisfarão à concupiscência da carne. Esse é um resultado
garantido pelo Espírito.
O cristão que vive no Espírito não terá seu corpo sujeito aos desejos
pecaminosos; primeiramente, porque conhece a Palavra de Deus; em segundo
lugar, sabe que um destino melhor o aguarda na eternidade, a qual poderá ser
com Deus ou sem Ele. Aqueles que praticam o pecado serão lançados com
todo o seu corpo no inferno, por essa razão o ser humano deve sempre viver
para agradar a Deus em tudo. Jesus nos ensina que não se deve brincar com o
pecado, esse mal tem que morrer em nossa vida (Cl 3.5), e, quando estivermos
diante de uma tentação, a melhor coisa a se fazer é erradicá-la de uma vez,
não procurando falsas explicações, meias verdades, concepções filosóficas ou
psicológicas. O certo é fazer como José: fugir (Gn 39). A recomendação
paulina continua altissonante: “Pois esta é a vontade de Deus: a vossa
santificação: que vos abstenhais da prostituição” (1Ts 4.3).
A vida cristã é um campo de batalha. Trava-se nesse campo uma guerra sem
trégua entre a carne e o Espírito. O Espírito e a carne têm desejos diferentes, e
é isso o que gera os conflitos.
Adolf Pohl diz que todos os povos conhecem bem a ideia de que a vida é como
um caminho que precisa ser trilhado.
SINOPSE II
COMENTÁRIO
O livro de Cantares, que é o livro do amor da vida a dois, mostra como deve
ser o amor do esposo e da esposa no relacionamento eros (amor sexual), e em
Provérbios é dito como o prazer entre ambos pode ser desenvolvido (Pv
5.18,19). Por meio da passagem de Gênesis 29.11,18, vemos que Jacó como
homem sentiu atração sexual por Raquel, mas ela só foi possuída por Ele
quando seguiu todo o costume da época, no momento em que foi entregue
pelo seu pai.
Ainda que de modo bem primitivo, as famílias tratavam sobre a união de duas
pessoas, e nessas tratativas havia a questão do dote e da cerimônia. Somente
quando tudo isso fosse cumprido era que se concebia a união a dois. Podemos
ler no livro do profeta Oseias 2.19,20 sobre o contrato de casamento, por meio
do documento da Comunidade Elefantina do século V a.C. Nele constava a
seguinte frase: “Ela é minha mulher e eu o seu marido desde este dia e para
sempre”.
A Bíblia relata que essa união deve ser marcada pela alegria e pelo prazer
conjugal (Ec 9.9; Pv 5.18,19), e na apreciação do corpo masculino e do
feminino, como bem exposto por Salomão em Cantares e por Paulo em 1
Coríntios 7.4. Pelas passagens citadas, compreendemos que o casamento era
tanto para a procriação como para o prazer da vida a dois (Dt 24.5).
Interessante observar que no Novo Testamento há duas figuras celibatárias
que darão grande valor e ensino ao casamento. O primeiro é Jesus, o segundo
é o apóstolo Paulo, que viu a relação entre o homem e a mulher semelhante à
relação entre Cristo e a Igreja (Ef 5.21-33).
Provavelmente por trás da intenção de tentar o Senhor (v. 3) por parte dos
fariseus havia o sentido de que os interrogadores supunham que, por causa
das duas tendências distintas no judaísmo (Hillel e Shammai), os adeptos de
uma das linhas com certeza ficariam revoltados com a resposta de Jesus.
Contudo, Jesus vai muito além das duas opiniões, porque rejeita radicalmente
um segundo matrimônio no tempo de vida do primeiro cônjuge, por ser
adultério. Isso tinha de causar revolta no povo, pois parecia impraticável e
desmedidamente rigoroso. Com as palavras: Não foi assim no princípio, Jesus
quer expor novamente diante dos discípulos a ordem original. Para eles precisa
ser determinante a pura vontade de Deus, sem fazer concessões e sem
considerar leis estatais e civis. – A diferença entre a palavra de Jesus e a
escola rigorosa dos fariseus (do rabino Shammai) está em que Jesus preserva
por princípio a indissolubilidade do matrimônio por ser uma criação de Deus, e
em que considera também a situação em que o divórcio seria concedido como
sendo uma transgressão da vontade de Deus. Esta transgressão, porém, já
aconteceu por ocasião da incontinência, no adultério. O divórcio tão somente
revela que o matrimônio já foi rompido. Em contraposição, o judaísmo partia do
ponto de vista de que, mesmo quando procedia com rigor, a possibilidade de
uma dissolução do matrimônio era um princípio legal instituído por Deus.
Um casal que vive a vida a dois, em amor, irá construir a mais bela e perfeita
união, ainda que enfrente lutas e reveses nesta vida. O casamento deve ser
construído com base em respeito, amizade, bom tratamento, carinho,
dignidade, entre outros. Como bem disse o apóstolo Pedro (1Pe 3.7), se tudo
isso estiver presente no casamento ele será para sempre. O casal cristão tem
conhecimento de que no aspecto espiritual ambos são iguais (Gn 1.27; Gl 3.28;
Cl 3.10,11), e na vida a dois há obrigações distintas e específicas a serem
cumpridas (1Co 7.3).
Deus formou dois seres que em sua constituição humana são espirituais e
materiais. Por isso, entendemos que a vida sexual envolve ambas as partes,
espírito e corpo, de modo que a entrega para esse ato do casamento além de
mútua é uníssona. Deus criou o casamento com o propósito de essa união
permanecer para sempre, porém, desde que o pecado entrou no mundo, afetou
também esse relacionamento. Isso se confirma muito bem por meio do povo de
Deus, Israel, o qual deixou de seguir o padrão divino para amoldar-se aos
costumes de outros povos pagãos.
Entendemos, pela Bíblia, que a união deve ser para sempre. É isso que consta
em Gênesis 2.24 (ARA): “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua
mulher, tornando-se os dois uma só carne”. Há muitas coisas a serem
analisadas nessa citação bíblica, por intermédio dela podemos compreender o
que o casal deve fazer para viver a vida a dois.
Quem se casa deve entender que está tomando um novo caminho e deve ter
sempre a atitude de olhar para a frente, pois, se ficar dividido entre a velha e a
nova vida, as coisas não irão funcionar. Deus não está dizendo que os filhos
devem esquecer tudo o que os pais fizeram; cuidar deles e servi-los deve ser
para sempre, mas é preciso que o casal saiba que doravante começará uma
nova vida com uma pessoa que estará ao seu lado por toda a vida. A ordem de
Deus é que nessa nova construção pelo casamento haja maior intimidade entre
os cônjuges, mais do que entre pais e filhos. Daí a expressão uma só carne.
Agora não são mais dois corpos separados, mas um só. Isso fala de comunhão
em todos os aspectos, sendo que não há direitos separados, nem um poderá
viver independente do outro. Tudo será compartilhado entre ambos, os dois
têm os mesmos ideais, propósitos, alvos, objetivos, pois são uma só carne.
Como são uma só carne, vivem para o prazer e multiplicação, o que é uma
ordem divina (Gn 1.28). Apesar de serem dois corpos diferentes,
espiritualmente estão amalgamados, de modo que essa unidade não permite a
poligamia, o adultério, o divórcio, como também qualquer outro ato de
imoralidade ou imundícia.
Quando ambos são conscientes dessas verdades, a vida a dois poderá ser
bem vivida e desenvolvida como Deus quer, e desse modo essa união será
para sempre.
«…o que lhe ê devido…» são palavras que representam um eufemismo para
«relações conjugais», e que Paulo usou para suavizar o sentido, embora o
significado da frase seja perfeitamente claro. Algumas traduções dizem «…a
devida benevolência…», mas é melhor a tradução que diz «direitos conjugais»,
ou, melhor ainda, a tradução literal do texto grego, conforme temos na versão
portuguesa que serve de base textual para este comentário.
John Gill, um dos principais eruditos no campo dos estudos sobre os costumes
judaicos, em sua época, informa-nos que os rabinos judeus, conforme se
aprende no Talmude e em outros escritos literários antigos, eram muito
exigentes quanto à realização correta da dívida conjugal. A esposa que não
fosse cuidadosa nesse ponto era considerada rebelde.
Contudo, o melhor seria que tais estudiosos gastassem mais o tempo para falar
do casamento conforme o propósito eterno, atentando para o princípio de tudo.
Para Jesus, o casamento é uma união indissolúvel, e por isso deixou claro que,
quanto ao divórcio, não era um mandamento de Moisés, mas sim uma
concessão devido à fraqueza humana, por causa do pecado (Mt 19.8), pelo
padrão baixo e desmoralizante em que muitos estavam vivendo. Enquanto a
Lei permitia o divórcio (Dt 24.1-3), Jesus salienta que isso significava legalizar
o adultério. Sempre é doloroso falar sobre divórcio, visto que já se trata da
destruição de um casamento. Porém, como servos de Deus, precisamos dizer
que a comunidade de salvo s que quer viver o padrão do Reino de Deus, com
suas bem-aventuranças, precisa entender que o ideal divino é ainda
indissolubilidade da vida a dois, tanto física como espiritualmente, seguindo o
padrão divino do Éden: os dois serão uma só carne (Gn 2.23,24).
COMENTÁRIO
Não podemos jamais duvidar que o propósito de Deus para o casamento é que
seja uma união indissolúvel. Isso se confirma muito bem por meio da citação de
Gênesis 2.24, inclusive a que Jesus fará sobre o assunto é baseada nela (Mt
19.5). É compreensível também que, pela citação de Marcos 10.9, está claro
que Deus ajunta, mas o homem é quem separa.
Desde então o povo de Deus, Israel, passou a querer viver e imitar as nações
cujas práticas eram reprováveis pelo Senhor. O contrário disso é que os
israelitas deveriam viver segundo a vontade soberana do Senhor (Lv 20.23).
Jesus não age contra a Lei de Moisés, mas a interpreta de forma correta (Mc
10.7,10), e ainda diz o motivo pelo qual tal concessão foi feita: “Pela dureza do
vosso coração vos deixou ele escrito esse mandamento” (v. 5). Não
perceberam os fariseus que Jesus, ao citar tal expressão dita por Moisés,
estava falando que os judeus estavam procedendo em pecado, pois não
atendiam aos mandamentos divinos. Assim, o que veio por meio de Moisés foi
um ato de julgamento de Deus quanto ao procedimento rebelde dos que
procediam daquela maneira.
Quando se atenta para Mateus 5.32, era fácil pela interpretação dos líderes
judeus separar-se e contrair um novo casamento, porém, para Jesus, a união
de um casal era sagrada e não poderia ser quebrada.
Não podemos em momento algum achar que Moisés era a favor do divórcio.
Sua concessão por parte divina dava-se apenas por causa da natureza
pecaminosa e para o bem da mulher. Todavia, devemos considerar que a
expressão coisa indecente, se analisada pelo prisma de Deuteronômio 24.1-4 e
Mateus 19.3, revela que Moisés e toda a Escritura é contra o divórcio. A alusão
ao divórcio feita por Moisés é de relance, que pode ser vista como uma
advertência. William Hendriksen nos explica isso muito melhor:
A regra dos primeiros quatro versículos desse capítulo pode ser assim
resumida: “Maridos, pensai bem antes de rejeitardes vossas esposas. Lembrai
que uma vez a tiverdes mandado embora, e ela se tornar esposa de outro, não
podereis recebê-la de volta; nem mesmo se o outro marido também a rejeitar
ou vier a morrer”. […] Entretanto, os escribas e fariseus, como Mt 5.31 o indica,
punham toda a ênfase nesse certificado. Jesus (32) pôs a ênfase no lugar
apropriado. Eles exageravam demais a importância da exceção, o que tornava
o divórcio possível. Eles estavam sempre debatendo a esse respeito (cf 19.3-
9). Ele, por seu turno, enfatiza o princípio, ou seja, que o marido e a mulher são
e devem permanecer sendo um.
Ainda que o versículo 32 (ARA) seja muito debatido, e que não entremos no
mérito da questão, pela frase que é dita (“…a expõe a tornar-se adúltera; e
aquele que casar com a repudiada comete adultério”), podemos crer que seja
uma antecipação, de modo que, pelo ensino de Cristo nesse sentido, aquele
que se divorciasse de sua esposa, a não ser por causa da “infidelidade”,
deverá ser responsável por sua decisão, pois uma mulher exposta ao
abandono se tornará vulnerável à tentação de casar-se com outro. Por esse
motivo, o marido deve pensar muito bem e corrigir seu pecado, falta e voltar
para sua amada esposa.
Amados irmãos, somos conscientes de que esse assunto é por demais sério e
que cada caso é um caso, porém, não podemos deixar de lado a Palavra de
Deus, a qual nos mostra que o casamento é para sempre e que só acaba com
a morte (Rm 7.1; 1Co 7.39). Tal seriedade ainda pode ser notada em (Ef
5.31,32; Hb 13.4; Mt 19.3-9). E nos ensinos de Cristo, ainda que suas palavras
pareçam fortes demais, seu objetivo era preservar o casamento da baixa moral
de um mundo sem Deus, visto que uma grande maioria das pessoas não
valoriza o casamento como algo sagrado.
1 Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então, será que,
se não achar graça em seus olhos, por nela achar coisa feia, ele lhe fará
escrito de repúdio, e lho dará na sua mão, e a despedirá da sua casa. 2 Se ela,
pois, saindo da sua casa, for e se casar com outro homem, 3 e se este último
homem a aborrecer, e lhe fizer escrito de repúdio, e lho der na sua mão, e a
despedir da sua casa ou se este último homem, que a tomou para si por
mulher, vier a morrer, 4 então, seu primeiro marido, que a despediu, não
poderá tornar a tomá-la para que seja sua mulher, depois que foi contaminada,
pois é abominação perante o SENHOR; assim não farás pecar a terra que o
SENHOR, teu Deus, te dá por herança (Dt 24.1-4).
O texto sagrado continua: “Se ela, pois, saindo da sua casa, for e se casar com
outro homem” (Dt 24.2). Essa mesma mulher, em quem foi encontrada “coisa
feia”, motivo que deu causa à separação, tem a permissão da lei para contrair
novas núpcias, pois o divórcio é o fim e a ruptura definitiva do casamento. A
sociedade israelita naquela época aceitava essa situação, e ninguém era
considerado adúltero por causa disso. Não há indícios, nem aqui nem em
qualquer outra parte do Antigo Testamento, que provem ser proibido um
divorciado casar-se pela segunda vez. Jamais, na história de Israel, alguém
ousou considerar adúltera uma mulher divorciada, ou vice-versa, que contraiu
novas núpcias. O que a legislação mosaica proibia, naqueles dias, era o
retorno da esposa ao seu primeiro marido, caso ela fosse divorciada ou viúva
do segundo marido (vv. 3, 4).
A base para a realização do divórcio ficou sem solução nesse texto até a vinda
do Messias. A expressão “Se não achar graça em seus olhos, por nela achar
coisa feia” (v. 1), ou “coisa indecente” (ARA), é muito vaga e foi ponto de
discussão ao longo dos séculos.
Hillel, por outro lado, insistia que o divórcio podia ser aprovado por qualquer
razão apresentada pelo marido. Relacionava a expressão “coisa indecente” a
qualquer coisa de que o marido não gostasse na mulher. O rabino Akiva
(falecido em 132 d.C.) interpretava a referida “expressão” como tendo o homem
direito de se divorciar de sua mulher, caso encontrasse outra mais bonita.
Alfred Edersheim, citando a Mishná, diz que “coisa indecente” para Hillel era
“no sentido mais amplo possível, e declarava que havia base para o divórcio,
se uma mulher perdia o jantar do seu marido” (EDERSHEIM, vol. 2, 1989, p.
280). Por exemplo, continua Edersheim, se passasse a achar feia a sua
mulher, isso era considerado “coisa indecente”. Se a comida preparada por ela
já não o agradasse, era também tido como “coisa indecente”. Assim, o homem
se divorciava quando quisesse.
SINOPSE III
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
CONCLUSÃO
Pela Palavra de Deus, compreendemos que o casamento é para sempre, mas
sua construção depende de uma vivência com Deus em um relacionamento
marcado pelo amor. Frente aos problemas que possam surgir, o caminho não é
o divórcio. Os cônjuges devem agir com boa vontade e sacrifícios, buscando
sabedoria divina para que se volte à verdadeira harmonia, com a presença de
Jesus.
VOCABULÁRIO
REVISANDO O CONTEÚDO
Para Jesus, o casamento é uma união indissolúvel, e por isso deixou claro que,
quanto ao divórcio, não era um mandamento de Moisés, por causa do pecado
(Mt 19.8), pelo padrão baixo e desmoralizante em que muitos estavam vivendo.
5- De acordo com a lição, perante Deus, com o bem expressou Cristo, uma
intenção errada é tão pecaminosa quanto um ato.
O que fazer para não cair neste mal? Devemos sempre buscar pensamentos
puros e bons (Fp 4.8).