13 ESTUD S BIBLIC S S BRE

APOSTÓLICO

tevista do Aluno
 CLÁSSICOS DA ESCOLA DOMINICAL*
Série "A Descoberta da FÇ
O CREDO APOSTÓLICO
Revista do Aluno
IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL

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JUNTA DE EDUCAÇÃO RELIGIOSA

Presidente: Roberto Brasileiro
Vice-Presidente: Aproniano Wilson Macedo
Secretário: Ivan G. Grahan Ross
Tesoureiro: Wilson do Amaral Filho

Redação: Thiago R. Rocha e Mário da S. Lavoura

(Publicado originalmente no 4S trimestre de 1973)
Atualização: Corpo Redatoria! da JER
(Coordenador: Cláudio A. B. Marra)
Correspondência para:
Corpo Redatorial da JER
Caixa Postal 15136
CEP 01599-970
São Paulo — SP
Creio em Deus Pai, Todo-Podero-
O conteúdo desta revista é de inteira so, Criador do céu e da terra. Creio
responsabilidade da JER
em Jesus Cristo, seu único Filho,
Publicação e Distribuição: nosso Senhor, o qual foi concebido
EDITORA CULTURA CRISTÃ por obra do Espírito Santo; nasceu
Rua Miguel Teles Jr., 382/394 da virgem Maria; padeceu sob o
Cambuci —01540-040 São Paulo, SP poder de Pôncio Pilatos, foi crucifi-
Fone: (011) 270-7099; 279-1255 cado, morto e sepultado; desceu ao
FAX: (011)279-8893
Hades; ressurgiu dos mortos ao ter-
ceiro dia; subiu ao céu está sentado
Diretor-Presidente: à mão direita de Deus Pai Todo-Po-
Addy Félix de Carvalho deroso, de onde há de vir para
Diretor-Editor:
ValterGraciano Martins
julgar os vivos e os mortos. Creio
piretor Administrativo e Financeiro: no Espírito Santo; na Santa Igreja
Éberde Aquino Universal; na Comunhão dos San-
Diretor-Comercial: tos; na Remissão dos pecados; na
Paulo Gonçalves Júnior Ressurreição do Corpo; na Vida
Eterna. Amém."

Fotolito, Impressão e Acabamento * "Clássicos da Escola Dominical" é uma reedi-

Associação Religiosa Imprensa da Fé
Av. Jacinto Júlio, 620 - CEP.: 04815-160
São Paulo - SP
ção dos melhores cursos já publicados, agora
adaptados e atualizados. A série "A Descoberta
da Fé" apresenta cursos para adolescentes de
15 a 17 anos.
 Crer e Observar
Ignorar a Palavra de Deus dá mau resultado. Por exemplo, produz falta de fé. Ou então, fé
na pessoa errada. O ignorante vai se afastando mais de Jesus. Vai esfriando e perdendo o
entusiasmo. Precisamos saber mais a respeito do ensino bíblico e para isso o estudo do Credo
Apostólico pode ajudar.
Mas não adianta só saber. Saber sem fazer é pior ainda. Temos de mostrar nossa fé falando
e agindo. Durante o estudo deste trimestre veremos, o tempo todo, o que cada declaração do Credo
tem a ver conosco cada dia da semana.
Você pode crescer muito durante este curso. Aproveite.

Cláudio Marra
Editor de Revistas para a Escola Dominical
 ÍNDICE
Lição Pág

1. Declaração de Fé Q5

2. Deus, o Pai Onipotente Q?

3. Deus, o Criador Q9

4. Jesus Cristo, Nosso Senhor 12

5.0 Emanuel 14

6. Jesus Cristo, o Sofredor 16

7. Jesus Cristo, o Salvador 13

8. Jesus Cristo, o Vencedor 20
9. Creio no Espírito Santo 22

10. A Santa Igreja Universal 24

11. A Comunhão dos Santos 26

12. A Remissão dos Pecados 28

13. A Vida Eterna 30

BIBLIOTECA DIDAQUt
Pró/. António de Pádua
Adolescentes
Declaração
de Fé
Creio
Romanos 10.8-11
Introdução
Durante este trimestre estudaremos li-
ções baseadas no Credo Apostólico. Será
tuna oportunidade muito boa para você
fazer uma revisão doutrinária e verificar
como anda sua Fé. O Credo Apostólico é
um resumo das doutrinas fundamentais e
principais da Fé Cristã. A síntese de todas
as doutrinas aceitas pela Igreja Cristã está
no Credo. Se você as compreende e as acei-
ta então está identificado com os cristãos.
Aliás, se ainda não foi recebido como
membro da igreja/ é hora de falar sobre isso
com seu pastor. Este curso será uma boa
preparação.
I. Origens do Credo
Ele não surgiu do dia para a noite e nem
teve sua data de lançamento marcada com
antecedência. O Credo Apostólico foi o re-
sultado da necessidade que a Igreja teve,
ao desenvolver sua história especialmente
nos primeiros séculos/ de definir os pontos
fundamentais que deveriam ser aceitos
por todos que desejassem filiar-se a ela. Já
naqueles tempos havia muitos que se di-
ziam cristãos mas desconheciam ou rejei-
Revista do Aluno
tavam mesmo os ensinos bíblicos. Era pre-
ciso adotar um padrão de fé.
II. Por Que "Credo
Apostólico"?
Alguns pensam que os apóstolos é que
prepararam uma espécie de livrinho/ colo-
caram as expressões do Credo e o foram
passando para as igrejas. Mas não foi as-
sim. O nome Credo vem de uma palavra
latina que significa creio. Desde o começo a
Igreja Cristã exigiu uma declaração de fé
dos que queriam ser batízados. Lembra-se
da condição que Filipe impôs ao batismo
do Eunuco (Aios 8.36-38)? Com o passar do
tempo a declaração de fé (profissão de fé) foi
incluindo mais elementos. Assim chegou-
se ao Credo Apostólico. Esse nome nos
recorda que seu conteúdo é a verdadeira
mensagem cristã como foi pregada desde
os dias apostólicos.
III. A Necessidade do Credo
Problemas de dentro e de fora levaram
a Igreja a cuidar dos seus ensinos/ a doutri-
na cristã. Nos dois primeiros séculos de
sua existência/ sua preocupação foi pregar
Jesus Cristo — o Filho de Deus e Salvador.
A partir do 32 século/ corn o crescimento da
Igreja/ começaram as especulações/ as in-
dagações/ especialmente entre os cristãos
de origem grega/ levados pela influência
do seu espírito filosófico. Aí/ começaram a
surgir as mais diversas interpretações com
relação à Pessoa e ao Ministério realizado
por Cristo.
Diante dessas diversas interpretações e
opiniões/ não só corn relação a Cristo mas
também relativas a outros assuntos funda-
mentais da Fé Cristã como a Ressurreição
e a Vida Eterna/ a Igreja se viu na obrigação
de estabelecer o padrão doutrinário que
recebeu o nome de Credo Apostólico.
Série "A Descoberta da Fé"
IV. Importância do Estudo
do Credo
1) As afirmações do Credo destacam o
fato de que, em matéria de religião/ há
necessidade de convicção pessoal. Por essa
razão/ começamos sempre com a expres-
são creio, e não cremos. E fundamental a
afirmação particular do crente/ levado por
sua experiência com Cristo. O que você crê
é muito importante para você. Paulo teve
essa maravilhosa experiência quando afir-
mou •—• Eu sei em quem tenho crido (U Tm
1.12).
2. O conteúdo do Credo Apostólico está
de acordo com a Bíblia. A Bíblia é a Norma
de Fé para o crente. As afirmações do Cre-
do são baseadas no Livro Sagrado, Não
foram inventadas por pensadores criativos
mas são o produto do estudo e aceitação da
Revelação de Deus.
3. Cristo mesmo exigiu isso dos seus
seguidores (vejaMt 10.32). Ninguém pode-
rá ser cristão se negar a Jesus Cristo. É
indispensável que isso seja feito por todo
indivíduo que realmente deseja aceitar a
Jesus Cristo. Precisa crer nele, não como
uma pessoa qualquer/ nem como um gran-
de homem, sábio, grande modelo de virtu-
de/ etc./ mas como o Senhor e Salvador.
Conclusão
É importante lembrar que o Credo sur-
giu do cuidado que a Igreja Cristã tinha
com as verdades bíblicas. Ele não é inven-
ção da Igreja Católica. Ele é chamado Apos-
tólico por incluir ensinamentos que a Igreja
abraça desde os tempos apostólicos. E ele
teve sempre a intenção de expressar uma
fé pessoal e íntima, não formal e externa.
Por isso ele não pode virar uma reza.
Q Credo Apostólico
Para Discutir
1. Para que serve o Credo Apostólico
atualmente?
2. Se queremos incluir o Credo num pro-
grama de Culto, como vamos fazer isso?
Qual será o lugar do Credo?
3. Quem pode repetir o Credo? Por quê?
4. Alguns crentes não gostam do Credo
por achar que ele é coisa de católicos. O que
você acha?
5. Recitar ou repetir o Credo tem alguma
coisa a ver com sua vida durante a sema-
na? Por quê? Como?
A Fé Declarada
e a Fé Vivida
Ser cristão, como ser médico, advogado, pro-
fessor, engenheiro, não é só uma questão de
diploma. Significa muito mais que isso. Não
procuro um médico apenas porque sei que se
formou numa Faculdade de Medicina. Espero
encontrar neie uma pessoa realmente habilitada
a me curar. Não confio a construção de minha
casa a um engenheiro só porque ele me mostrou
seu diploma, mas porque tenho referências de
sua competência real. Não entrego minha ques-
tão a um advogado porque o certificado de con-
clusão do Curso de Direito esteja exposto em seu
escritório, mas porque sei que defendeu muitas
causas e as venceu. Sou cristão não porque
recebi o certificado de membro de uma igreja, o
que, realmente, muito me. honra. Mas sou cris-
tão porque a minha vida e os frutos dela assim
o comprovam, "felos frutos os conliecereis",
disse Jesus. Quando os apóstolos foram chama-
dos cristãos, pela primeira vez, evidenciaram,
pelo que diziam epelo quefaziam, "que haviam
estado com Jesus" (At 4.13). Acontece a mesma
coisa com você?
Adolescentes
Deus, o Pai
Onipotente
Creio em Deus Pai, Todo-Poderoso
Hebreus 12.4-11
Introdução
Relembrando a lição de domingo passa-
do, uma apresentação do Credo, podemos
ver que ele pode ser dividido em três par-
tes:
1) A primeira fala de Deus, sua Pessoa e
sua Obra — Creio em Deus Pai, Todo-Pode-
roso, criador dos céus e da terra;
2) A segunda fala de Jesus Cristo como
Deus encarnado e menciona os fatos nar-
rados no Evangelho a seu respeito — sua
concepção e sua vida/ desde o seu nasci-
mento até sua morte e ressurreição. É men-
cionada também sua atual presença no
Céu e seu retorno futuro.
3) A terceira fala do Espírito Santo/ o
Deus que habita em nós/ e acrescenta ou-
tros artigos daFé Cristã: a Igreja Universal,
a comunhão dos santos/ a remissão dos
pecados/ a ressurreição do corpo e a vida
eterna.
Esta lição nos apresenta Deus como Pai
Onipotente. Uma das grandes afirmações
que Jesus fez com respeito a Deus é que Ele
é o nosso Pai. Usando a figura do pai/
responsável, que cuida bem da família, Je-
sus sempre mostrou que Deus está muito
interessado na vida dos seus filhos.
Revista do Aluno
L Deus — Pai Onipotente
Essa foi a primeira declaração colocada
no Credo Apostólico. Era assim que a Igre-
ja cria em Deus. Não era um Deus apenas,
à semelhança de tantos outros deuses cria-
dos e cultuados pelas religiões pagãs. Era
necessário que a Igreja Cristã declarasse e
exigisse dos seus adeptos e seguidores essa
profissão ou declaração de fé. O Deus que
Jesus veio revelar era também um Pai cheio
de poder, Todo-Poderoso/ capaz de fazer
tudo que não fosse contrário à sua nature-
za. Com esse atributo, Deus fez todas as
coisas boas que existem no Universo, mas
jamais poderá ser responsabilizado pelas
coisas más que existem por aí/ porque o
fato de ser onipotente, não quer dizer que
criou também as coisas erradas.
II. Doutrina da Paternidade
de Deus
Essa doutrina existe em todas as reli-
giões monoteístas, isto é, as que acreditam
em apenas um Deus. As religiões que acei-
tam muitos deuses como as antigas reli-
giões dos gregos e dos romanos/ são cha-
madas de politeístas. Todos que acredi-
tam/ de uma forma ou de outra em Deus
cnmo o único e verdadeiro Deus/ também,
acreditam que Ele é Pai. Portanto, esse as-
sunto não é estranho a nenhum cristão/ não
constituindo problema para a Fé Cristã. O
mais importante, então, não é crer em
Deus, simplesmente, do ponto de vista teó-
rico/ intelectual/ como uma afirmação de fé
aceita e mantida pela Igreja desde o come-
ço de sua história. É preciso também
entender realmente o significado e as im-
plicações disso na vida do crente. Ou seja...
7
Série "A Descoberta da Fé"
III. Deus e Pai. E Daí?
Nenhum estudo doutrinário faz sentido
sem aplicação prática. O mesmo acontece
com a questão da paternidade de Deus.
1) Ao afirmarmos que Deus é Pai, dize-
mos que Ele está perto de nós. Foi isso que
Jesus ressaltou em seu ensino. Será que
podemos crer num Deus que é Pai, mas
que se mantém distante dos seus filhos —
quem sabe assentado num trono majestoso
que não podemos alcançar? Não. O nosso
Deus está sempre ao nosso lado. Quem
disse isso? Jesus mesmo disse: Eu estarei
convosco, todos os dias". Como? Através do
Espírito Santo. É isso que Ele nos ensina no
Evangelho de João, capítulo 14.
2) Deus não só está ao nosso lado/ como
também cuida de nós, tomando todas as
providências necessárias para o nosso
bem. Foi o que Jesus ensinou (Mi 6,25-34).
Deus cuida de todos os seres que criou,
mas tem especial carinho para com os seus
filhos.
3) Deus, como Pai que está interessado
no bem-estar de seus filhos, toma todas as
providências necessárias para o bem dos
que ama, inclusive as de ordem disciplinar, É
isso que aprendemos em Hb 12.4-11, texto
desta lição. Examine bem essa passagem.
O autor da carta aos Hebreus está fazendo
citação de Pv 3.11,12. Dê uma olhada, tam-
bém, nesse texto. Você concorda que é cer-
ta a correção quando se ama, realmente?
Ou seria melhor acreditar num Deus indi-
ferente ao que fazem os seus filhos?
IV. Condições Para Você Ser
Filho de Deus
Mais uma vez você deverá concentrar
sua atenção no que Jesus Cristo disse.
Numa ocasião alguns judeus, que se julga-
vam importantes, discutiam com Ele essa
questão de serflho áe Abraão. Jesus acabou
com a conversa dizendo que eles eram, de
O Credo Apostólico
fato, filhos do diabo (Jo 8.37-44). Na opi-
nião de Jesus, qual era a condição para
alguém ser considerado filho desse Deus-
Pai Onipotente? Em Lucas 8.19-21, temos a
resposta: ouvir e praticar a Palavra de
Deus (v.21). Em João 1.12 os que crêem no
seu nome é que se tornam filho de Deus.
Então a grande afirmação da Palavra de
Deus é que qualquer pessoa, sem linhagem
nobre, de qualquer raça ou com qualquer
particularidade, poderá ser filho de Deus
—• desde que se submeta às condições im-
postas —• ouvir, crer e praticar a Palavra
desse Deus que é Pai, cheio de poder e de
amor para com todos os seus filhos. Na
verdade, crer é a condição. Mas para crer é
preciso ouvir e a prova de que se creu é a
prática.
Conclusão
Como você notou, esse é um assunto
bastante vasto e impossível seria colocá-lo
todo dentro do espaço reservado para a
lição. Ficam aí alguns elementos para você
levar para sua classe e conversar com o
professor e os colegas. Vale a pena gastar
algum tempo pensando na nossa relação
com Deus, que é Pai e Todo-Poderoso, que
nos criou e que na cruz nos redimiu dos
pecados e, renovando-nos, nos adotou
como seus filhos.
Para Discutir
1. Todos podem ser considerados filhos
de Deus? Por quê?
2. Seu Pai é Onipotente (pode tudo).
Que diferença isso faz para você?
3. Deus disciplina os filhos dele. Ele já
castigou você alguma vez? Quando?
Como?
4. Pelo seu comportamento dá para ver
que você crê em Cristo e que portanto é
filho de Deus? Em que áreas você sabe que
precisa melhorar?
 Adolescentes
3 começou e nem mesmo se o Universo se-
Deus,
o Criador
Criador dos céus e da terra
Hebreus 11.1-3
Introdução
A segunda grande afirmação da primei-
ra parte do Credo é que Deus é o Criador
de todas as coisas, céus e terra, termos que
têm sido aceitos para denominar todo o
Universo.
Como você pode notar, a Bíblia não está
interessada em discutir ou indagar como
isso foi feito, apenas declara que, no come-
ço, houve a criação, e ela foi obra de Deus.
No princípio de todas as coisas e de tudo
— diz a Bíblia — está o poder criador e
criativo de Deus.
I. Como Surgiu o Universo?
A Teoria do BigBang tem sido aceita nos
meios científicos para explicar a origem do
Universo. Uma gigantesca explosão, ocor-
rida há 15 bilhões de anos, teria espalhado
as partículas elementares que, num pro-
cesso de evolução, viriam a se resfriar for-
mando átomos, moléculas, depois os
corpos celestes e o próprio mundo onde
surgimos. Hubert Reeves, doutor em Físi-
ca e ex-conselheiro científico da NASA,
declarou numa entrevista (Superinieressan-
te, não. 89) que não se pode cientificamente
Revista do Aluno
ligar o Big Bang à origem do Universo.
Para ele, a Ciência não sabe como tudo
quer teve uma origem. Mas ele sustenta
que o Big Bang pode ter acontecido, tendo
sido o ponto de partida numa corrida evo-
lucionária que resultou no planeta Terra
há 5 bilhões de anos. Para Cari Sagan, co-
nhecido professor de Astronomia e escri-
tor, os primeiros vestígios de vida no
planeta surgiram há 3.5 bilhões de anos.
Quanto ao surgimento do homem e sua
evolução, não há total acordo, mas em li-
nhas gerais sustenta-se que o Homo Habi-
lis, primeiro humanóide, teria aparecido
há 2 bilhões de anos, sucedendo-se outros
primatas na escala evolutiva até ao apare-
cimento do Homo Sapiens (o homem mo-
derno) há 200 mil anos. Sustenta-se ainda
que a espécie humana possa durar 2 mi-
lhões de anos antes de se extinguir ou evo-
luir para outra espécie e que o Sol consumi-
rá todo o seu combustível nos próximos 5
bilhões de anos, decretando então o fim do
sistema solar.
II. Por Acaso ou
Preconcebido?
Saudável a humildade e honestidade do
físico canadense, Hubert Reeves. A Ciên-
cia não pode realmente saber como tudo
começou. Ela, para trabalhar, depende do
que existe e é observável. E não se pode
colocar Deus num tubo de ensaio e estu-
dá-lo.
Mas, e quanto ao Big Bang como ponto
de partida na escala evolutiva? O que dizer
da Teoria da Evolução?
1. Teoria, sim, e não Lei. A mutação de
uma espécie para outra nunca foi repetida
em laboratório.
2. Segundo a Bíblia, Deus criou os seres
vegetais ou animais segundo a sua espécie.
Pode haver desenvolvimento ou evolução
Série "A Descoberta da Fé"
dentro de cada espécie, mas não de urna
espécie para outra.
3. A seleção natural exigiria um número
infinito de formas intermediárias entre
duas espécies. A maioria dos fósseis, no
entanto, revela apenas formas distintas,
acabadas. Falta, não o elo perdido. Faltam
infinitos elos.
4. A evolução que produz desenvolvi-
mento não é a lei universal da biologia. A
evolução observável produz deterioração
ou degeneração.
5. A segunda lei da Termodinâmica es-
tabelece o princípio da entropia crescente. O
Universo tende ao caos se deixado por si
só. Isso significa que o retrocesso, e não a
evolução, é que pode ocorrer. Ou o Univer-
so foi criado, como a Bíblia ensina, ou ele
não seria o que é hoje. Não haveria Univer-
so nenhum.
6. A Bíblia ensina que a criação está
envelhecendo, mas Deus permanece para
sempre (SI 102.25-27). E ensina também
que o Deus criador já tirou da prancheta
novos céus e nova terra (II Pé 3.13; Ap 21.1).
O cristão poderá dedicar-se ao estudo
da origem e do desenvolvimento do Uni-
verso sem susto. Afinal, ele já conhece a
Causa Primeira, o Deus Criador.
III. Nossa Posição em Face
do Universo
Não há dúvida de que da minha ideia a
respeito da origem do Universo dependerá
a minha atitude de relacionamento com
ele. As minhas ideias com respeito aos se-
res e as coisas determinarão minha manei-
ra de ser em relação a elas. Vejamos alguns
exemplos:
1) O Universo, uma grande máquina — Se
minha teoria é a chamada mecânica, isto é,
que o universo é uma grande máquina,
então, não poderei ser mais que uma peça
dessa máquina que, quando gasta, quebra-
10
O Credo Apostólico
da ou envelhecida, não terá mais sentido
para ninguém. Se tudo é assim, nenhum
sentimento motivará minhas relações nes-
te mundo. Um escritor espanhol, que via
desse modo o universo, escreveu um poe-
ma em que afirmava tudo não passar de
um imenso cemitério, cujo destino frio e
sem vida era o fim de todos.
2) O universo, um organismo perfeito. Co-
nhecida como a teoria orgânica, contrária à
anterior, afirma que o universo é um orga-
nismo perfeito e dirigido por uma cabeça,
realizando seu propósito e seu fim. Portan-
to, eu faço parte do todo orgânico e sou
uma peça importante no seu desenvolvi-
mento. A máquina é fria, insensível, sem
vidí., ao passo que o organismo é vivo,
sensível, e transmite calor. A máquina é
estática, ao passo que o organismo é dinâ-
mico.
Essa é conhecida como a teoria espiritua-
lista sobre o universo, em contraposição
com a mecânica, conhecida como teoria
materialista.
Tudo nos conduz a crer e aceitar a se-
gunda como a mais racional e inteligente,
face às experiências que vamos tendo, no
contato diário corn o Universo. As leis per-
feitas que o regem, a harmonia, a ordem
que encontramos, tudo isso não poderia
ter surgido do nada, espontaneamente,
mas de uma mente perfeita e inteligente.
Ao tomar conhecimento do que tem desco-
berto e realizado a mente finita do homem,
sou forçado a admitir a existência de uma
Mente muito maior, infinita, que criou
tudo isso. O grande filósofo Kant dizia que
duas coisas o encantavam: o céu estrelado
acima de sua cabeça e a sua consciência
dentro de si. Por trás da evidência de inte-
ligência, plano e ordem, forçosamente tem
de haver Alguém. Essa Mente, essa Inteli-
gência, essa Energia criadora, diz a Fé Cris-
tã, é Deus, o nosso Deus Pessoal. De um
modo muito simples a minha mente cristã
Adolescentes
confessa: Creio em Deus Pai, Todo-Poderoso,
Criador dos céus e da terra. Sim/ Deus é o
Supremo Criador, Governador e Mantene-
dor do Universo. Creio em Deus assim.
Esse é o ensino bíblico.
Conclusão
Da aceitação de Deus como Criador de-
corre que eu/ sendo parte dessa obra mag-
nífica da criação/ também tenho de
cumprir meu papel neste Universo. O
avanço tecnológico reduziu o mundo a
umapequena comunidade/ a aldeia global.
Aqui convivem os extremos da riqueza e
da miséria/ do progresso e do atraso/ do
prazer e do sofrimento. Por causa do peca-
do/ esta aldeia estálonge de ser uma frater-
nidade. Na verdade/ a criação toda anseia
ser livre e aguarda sua redenção final.
Crendo no Deus Criador temos algo a di-
zer ao mundo sobre o cuidado que se deve
ter com a Natureza/ sobre o caráter odioso
da miséria humana/ sobre os planos do
Criador para Novos Céus e Nova Terra e
sobre o modo de fazermos parte deles.
Não há dúvida de que esta é uma dou-
trina muito prática.
Para Discutir
1. Qual é a sua opinião sobre a Teoria do
Big Bang para a origem do Universo?
2. Essa Teoria explica o começo de todas
as coisas ou parte de matéria já existente?
3. Qual deve ser a nossa posição quanto
à questão ecológica? Por quê?
4. Criaturas de Deus são vistas caídas
pelas ruas com frio e fome. O que temos de
fazer a respeito?
5. O que vamos fazer para pensar nos
Novos Céus e na Nova Terra sem sermos
habitantes alienados da Velha Terra?
Revista do Aluno
"Há um só Deus vivo e verdadeiro, o qual é
infinito em seu ser e perfeições. Ele é um espírito
puríssimo, invisível ssm corpo, membros ou
paixões; é imutável, imenso, eterno, incom-
preensível, onipotente, onisáente, santíssimo,
completamente livre e absoluto, fazendo tudo
para a sua própria glória e segundo o conselho
de suaprópria vontade, queéreta e imutável..."
"Deus tem em si mesmo, e de si mesmo, toda a
vida, glória, bondade, bem-aventurança. Ele é
todo suficiente em si e para si, pois não precisa
das criaturas que trouxe à existência, não deriva
delas glória alguma, mas somente manifesta a
sua glória nelas, por elas, para elas e sobre elas.
Ele é a única origem de todo o ser', dele, por Ele
e para Ele são todas as coisas e sobre elas tem
Ele soberano domínio p ar a fazer com elas, para
elas e sobre elas tudo quanto quiser. Todas as
coisas estão patentes e manifestas diante dele; o
seu saber é infinito, infalível e independente da
criatura, de sorte que para Ele nada é contin-
gente ou incerto. Ele é santíssimo em todos os
seus conselhos, em todas as suas obras e em
todos s seus preceitos. Da parte dos anjos e dos
homens e qualquer outra criatura lhe são devi-
dos todo o culto, todo o serviço e obediência, que
Ele há por bem requerer deles".
(Confissão de Fé de Westminster)
Se quiser saber mais
A Bíblia e a Ciência Moderna/, de H.
Morris/ Imprensa Batista Regular.
Criação ou Evolução, de Henry Morris/
Editora Fiel;
Criação ou Evolução, de W. J. Ouwe-
neel/RTM Editora;
Evolução, a Resposta Bíblica para Jo-
vens/ de Kenneth Taylor/ Editora Mundo
Cristão;
11
Série "A Descoberta da Fé"
Jesus Cristo,
Nosso Senhor
Creio em Jesus Cristo... nosso Senhor
Filipenses 2.5-11
Introdução
Hoje iniciaremos o estudo de uma outra
seção do Credo Apostólico, agora focali-
zando a Pessoa de Jesus Cristo.
Como você está lembrado, na lição em
que introduzimos o estudo do Credo dos
Apóstolos/ mencionamos algumas ideias e
opiniões cristãs dos primeiros séculos/
com respeito a Cristo. Por causa da diver-
gência de interpretação/ tornou-se neces-
sária a Declaração de Fé/ conhecida como
Credo Apostólico/ para caracterizar os
cristãos verdadeiros/ fiéis ao ensino de Je-
sus e dos apóstolos. Uma das afirmações
foi a de que Jesus Cristo Jbí constituído por
Deus para ser Rei aos reis e Senhor dos senho-
res, Essa doutrina tem sido conhecida/ tam-
bém/ como doutrina do Senhorio de Jesus
Cristo.
I. Várias Opiniões a
Respeito de Cristo
Para muitos/ ainda hoje/ Jesus Cristo é
um grande Mestre/ um pedagogo bastante
origina]/ um filósofo pragmatista/ por ter-
se preocupado em ensinar coisas práticas
e praticáveis.
12
O Credo Apostólico
Para outros/ Jesus foi uma pessoa muito
boa/ um grande exemplo de vida honesta/
digna/ serviçal/ cheia de amor para com as
pessoas. Desde o tempo dos hippiesf para
muitos jovens/ Cristo é um cara legal com
boas ideias sobre paz e amor. Outras opi-
niões poderiam ser mencionadas aqui se
houvesse espaço.
II. Quem é Jesus Cristo,
Afinal?
Épossível ter-se uma ideia do que Cristo
foi realmente? Como?
Isso foi o que a Igreja/ no S2 século/ pro-
curou estabelecer e resumir nessa expres-
são que você já conhece: Creio em Jesus
Cristo, nosso Senhor, acrescentando outras
afirmativas que falam da sua personalida-
de/ sua vida e do seu ministério.
Crer em Cristo inclui aceitá-lo também
como Senhor (dono, proprietário). Não basta
dizer que ele foi um grande mestre ou
filósofo. Por isso/ qualquer pessoa declara
publicamente que se tornou cristã afir-
mando reconhecer que Cristo é Salvador e
Senhor. E por que fará isso? Porque está no
Credo? Não. O próprio Credo contém essa
declaração por ser esse o ensino bíblico.
Jesus é Salvador e Senhor. Confira:
Mt 22,44; 24.42; Lc 2.11; 6.46; 24.34; Jo
6.68; 13.13/14; 20.20,28 e 21.7; At 1.21; 2.36;
11.17; 15.11; Km 5.1; 10.9; 13.14; I Co 4.5; Fp
2.11; I Ts 3.13; H Ts 1.7; Ap 17.14 e 22.20.
Outras referências/ que você encontrará ao
longo das páginas do Novo Testamento/
mostrarão por que a Igreja aceita e procla-
ma esse fato: Jesus é Senhor.
III. Implicações da
Aceitação da Doutrina
1) A aceitação e o reconhecimento da
soberania de Jesus é decorrência direta da
conversão a Cristo.
Adolescentes
Toda pessoa, ao aceitar a Cristo, o reco-
nhece e o aceita como Senhor, a quem en-
trega a sua vida desejando contar sempre
com sua direção, proteção e companhia.
Vamos mostrar que somos convertidos
aceitando a soberania e o senhorio de Cris-
to em nossas vidas. Porque a própria ex-
pressão conversão significa uma mudança
de vida. Antes, a pessoa comandava a sua
vida, agora é Cristo quem a comanda. An-
tes vivia para si e para seus próprios inte-
resses; hoje coloca tudo isso em plano
secundário, porque como dizia Paulo —
não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim
(G12.20).
2) Implica em aceitar, de fato, a Bíblia
Sagrada, especialmente o Novo Testamen-
to, onde grande número de vezes encon-
tramos registrada a experiência da Igreja
que proclamava que Jesus Cristo é o Se-
nhor. Já mencionamos atrás, uma relação
grande de passagens e referências bíblicas
que nos apontam essa direção. Portanto,
ninguém poderá aceitar o Senhorio de Je-
sus Cristo e rejeitar a Bíblia — uma coisa
implica e é decorrente da outra.
3) Implica em se colocar à disposição de
Cristo para que Ele use a sua vida como
quiser. Se Cristo é nosso Senhor então so-
mos servos dele. Por isso a nossa vontade
precisa ser a Vontade de Cristo. Paulo, es-
crevendo às Igrejas, muitas vezes usou a
expressão: Paulo e Timóteo, servos de Cristo
Jesus (Fp 1.1); Paulo, servo de Deus (Tt 1.1).
A expressão traduzida por servo, no origi-
nal grego quer dizer escravo. Essa é uma
forma mais expressiva de afirmar a total
soberania de Deus sobre a vida.
Revista do Aluno
Crer em Jesus Cristo como Senhor signi-
fica bem mais que uma afirmação — eu
creio. Implica em entregar o comando da
vida nas mãos dele e confiar em que Ele
fará o melhor. Significa obedecer aos seus
mandamentos e, de modo particular, ao
seu Grande Mandamento — Amai-vos uns
aos outros. Significa culto, adoração, glori-
ficação do seu glorioso Nome (Fp 2.10).
Conclusão
Alguém pode reclamar: Eu trabalho feito
um escravo. Mas, sinceramente, e graças a
Deus, não sabemos o que é escravidão.
Humanamente falando, não. Em relação a
Jesus, porém, quem se rendeu a Ele e o
aceitou virou seu escravo. E você, poderia
repetir de coração essa frase do Credo, creio
em Jesus Cristo, nosso Senhor?
Para Discutir
1. Que sistema podemos usar para saber
a vontade do nosso Dono?
2. O que você vai ser quando crescer?
Essa é a sua opinião apenas ou você já
consultou seu Senhor?
3. Apenas os pastores e missionários são
servos de Cristo? Corno servi-lo em outras
profissões?
4. Você concorda que para tudo deve-
mos conhecer a vontade de Cristo ou pensa
que o melhor é seguir sua própria cabeça?
Por quê?
13
Série "A Descoberta da Fé"
O Emanuel
Nasceu da Virgem Maria
Mateus 1.18-23
Introdução
O Credo Apostólico afirma que Jesus/oí
concebido por obra do Espírito Santo e que
nasceu de uma virgem. Ambas as declara-
ções têm base bíblica (Mt 1.18; Lc 1.26-35).
Vamos conferir?
L Concebido pelo
Espírito Santo
Mateus e Lucas registraram isso. Quer
dizer que Maria ficou grávida sem ter tido
relações sexuais. Foi um acontecimento so-
brenatural provocado pela ação direta do
Espírito de Deus. E Deus/ vale lembrar, é
sobrenatural. Ele está acima e além da Na-
tureza.
Ter sido gerado assim/no ventre de uma
mulher porém pela ação do Espírito de
Deus/ explica que Jesus era um ser humano
de verdade mas também divino de verda-
de. E ele precisava ser humano e divino.
Para morrer em nosso lugar precisava ser
Homem. Para nos salvar, só sendo Deus
(Hb 7.25).
II. Nasceu da Virgem Maria
Por que a virgem Maria/ com tantas ou-
tras virgens por lá? A Bíblia diz que o
critério de Deus para a eleição e chamada
14
O Credo Apostólico
não são as nossas obras mas a própria von-
tade de Deus (Rm 9.11). Lucas afirma que
o anjo a chamou de agradada ou favorecida
(1.2830). Graça e favor não dependem de
méritos. Mas Isabel/ prima de Maria/ ob-
servou que Maria era uma pessoa de fé (Lc
1.45). Por isso ela recebeu a bênção de ser
a mãe de Jesus.
Como Maria estava desposada com José
e ainda era virgem? Na verdade/ usando a
linguagem de hoje/ eles eram apenas noi-
vos. E o noivado naquele tempo .era tão
sério que só o divórcio o podia romper.
Depois do nascimento de Jesus, porém,
Maria e José passaram a ter o relaciona-
mento sexual normal de marido e mulher.
Tiveram, segundo o Novo Testamento/ al-
guns filhos (Mt 13.55/56).
III. O Emanuel
Esse nome aparece na profecia de Isaías
(7.14) e é mencionada por Mateus. O evan-
gelista explica que aquele nome significa
Deus conosco.
Ao assumir a forma humana, vivendo
entre nós por cerca de 33 anos, Jesus foi o
Deus presente/ pessoal e visível na terra.
Ele é a revelação perfeita de Deus. Quando
respondeu a Filipe, o Senhor disse: Quem
me vê a mím, vê o Pai. Não crês que eu estou no
Pai e que o Pai está em mim? (João 14.9/10).
O apóstolo João o chama de O Verbo de
Deus. Verbo, aí/ tem o sentido de revelação,
porque o verbo é a forma gramatical que
revela a ação do sujeito. Dentro dessa ideia,
o evangelista disse: E o Verbo se fez carne, e
habitou entre nós (João 1.14). Logo depois,
ele afirma: Ninguém jamais viu a Deus: o
Deus unigénito, que estãno seio do Pai, é quem
o revelou (v. 18).
Adolescentes
Podemos/ portanto, dizer, sem receio de
errar, que Deus andou entre nós, em forma
humana, na Pessoa de Jesus. Por isso, Ele é
chamado o Emanuel, o Deus conosco.
IV. Conosco. Isso Inclui Você
Na Bíblia os nomes são muito importan-
tes por revelar o caráter e a obra dos que os
recebiam. Ou seja, os nomes contavam
quem as pessoas eram e o que faziam.
O nome Jesus significa Salvador. E Cristo
quer dizer Ungido, exatamente como Mes-
sias, Ungido é aquele que foi escolhido,
separado e enviado para cumprir uma
missão.
João Batista chamou Jesus de o Cordeiro
de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29).
É que ele seria morto como punição pelos
pecados de todos os que viessem a crer
nele. Então esses pecados seriam tirados.
Foi isso que o Deus Conosco veio fazer.
Revista do Aluno
Para isso era fundamental que ele fosse
Deus encarnado.
Conclusão
Muita opinião pode rolar por aí sobre
Jesus. Mas, qual é a sua? Foi o que Cristo
quis saber de seus discípulos (Mt 16.13-15).
Lembre-se de que o Credo Apostólico re-
flete convicção pessoal. Você não pode fi-
car indiferente.
Para Discutir
1. Por que era importante que Jesus Cris-
to tivesse a natureza humana e a natureza
divina?
2. Qual é o significado de cada um dos
nomes de Jesus em Isaías 9.6?
3. Um desses nomes, pelo menos, tem
sentido especial para você? Qual? Por quê?
15
Série w A Descoberta da Fé"
Jesus Cristo,
o Sofredor
Padeceu sob o poder de Pondo Pilatos
Lucas 24.44-48
Introdução
Como todas as declarações do Credo/
"padeceu sob o poder de Pondo Pilatos" tem
tudo a ver conosco. Vamos ver como?
L Por Que Recordar Isso?
É hora de lembrar que o Credo surgiu
da necessidade da Igreja reafirmar as ver-
dades básicas da fé cristã diante de muitos
ensinos errados.
O profeta Isaías havia chamado o Mes-
sias que havia de vir de Emanuel, que quer
dizer Deus Conosco. "Lembra? E o apóstolo
João havia declarado que o Verbo sefez carne
e habitou entre nós, o mesmo Verbo que
existia desde o princípio e era Deus (Jo
1.1,14). A verdade bíblica então é que Jesus
tanto se foz carne quanto era Deus. Homem
e Deus. Humano e Divino. Deus-Homem
ou Homem-Deus.
Mas essa verdade bíblica começou a ser
negada. Alguns achavam que ele tinha
sido só humano. Para outros ele fora só
divino, com um corpo humano apenas apa-
rente. Então o sofrimento dele não teria
sido pra valer. Tudo mentirinha.
A Igreja Cristã reagiu:
16
Q Credo Apostólico
— Jesus Cristo foi um ser humano de
verdade, por isso sofreu mesmo, foi crucifi-
cado, morto e sepultado.
Quem garante?
II. A Garantia
Em Isaías 53 encontramos a profecia do
Servo Sofredor. Ali foi descrito, sete sécu-
los antes/ tudo que Cristo passaria por oca-
sião da sua crucificação. Cristo veio para
tomar o nosso lugar e sofrer para remissão
dos nossos pecados. Hebreus 9.22 diz que
... sem derramamento de sangue não há remis-
são. As profecias do Antigo Testamento
cumpriram-se ern Jesus Cristo e no Novo
Testamento encontramos um grande nú-
mero de referências, feitas pelo próprio
Cristo e pelos apóstolos sobre o assunto.
Examine alguns desses textos: Mt 17.12; Lc
17.25; 24.26,27; At 3.18; 17.3; 26.22,23; I Pé
5.1; Mt 16.21; Mc 8.31; Hb 13.12; I Pé 2.21;
4.1. No texto de Lc 24.46 temos o próprio
Cristo criticando os dois discípulos na es-
trada de Emaús por ignorarem as Escritu-
ras no que diziam a seu respeito. Por essa
razão é que cremos no sofrimento de Cristo
por nós — pelo simples fato de crermos na
Bíblia como o documento da Revelação de
Deus.
III. O Significado
Jesus sofreu. E daí? Parece que todo
mundo —• e você também — anda mais
preocupado com seu próprio sofrimento.
Todos sofrem e não se conformam. Al-
guns até se revoltam contra Deus. Como
tudo isso se encaixa?
1. Deus criou seres capazes de obedecê-
lo de livre e espontânea vontade. Ou deso-
bedecê-lo. Ele poderia ter criado máquinas,
mas elas não louvam de coração nem po-
dem amar e obedecer.
Adolescentes
Deus avisou o ser humano que a deso-
bediência traria más consequências. Não
deu outra. O ser humano escolheu livre-
mente a desobediência e começou a sofrer.
2. Um efeito negativo: o ser humano
passou a ser incapaz de escolher o Bem. Já
não era mais livre.
De fato, hoje, muito sofrimento é causa-
do por más escolhas. Um adolescente pode
escolher usar drogas e ficar viciado. Muitas
outras más escolhas são possíveis, infeliz-
mente/ e sempre causam sofrimento/ a
quem as faz ou a outras pessoas.
3. Até aqui vemos que o sofrimento não
é causado por Deus/ mas por nós mesmos.
Mas às vezes, Deus usa o sofrimento para
punir e ensinar. Em Amos 1.1-2.3 encontra-
mos a promessa de castigo divino para os
povos sem Deus. Mas a partir de 2.4 o
profeta anuncia o castigo para o próprio
povo de Deus.
4. Algum sofrimento (apenas algum)
pode ser causado diretamente por Satanás.
No sentido final ele já foi derrotado na
cruz. Está amarrado, quer dizer, não pode
impedir a pregação do evangelho e não
pode destruir os que são de Cristo. Mas
ainda pode causar muito sofrimento. Foi o
que ele fez na igreja de Esmirna (Ap 2.9,10)
e faz em muitos outros lugares hoje.
5. Se Jesus/ o homem perfeito, o Ema-
nuel/ sofreu/ não é surpresa que a gente
também sofra. O fundamental será cada
um de nós:
Revista do AJuno
a) Não sofrer por haver feito más esco-
lhas. Sofrer por ser cristão. (I Pé 4.12-19);
b) Buscar ajuda de Cristo no sofrimento.
Ele sofreu para nos salvar e, porque sofreu/
nos compreende (Hb 2.18; 4.14-5.10);
c) Procurar aprender com o sofrimento
e amadurecer. Deus pode estar corrigindo
seu filho ou filha (Hb 12.4-13).
Conclusão
A declaração sobre o sofrimento de Cris-
to/ afinal/ não é uma formalidade vazia.
Porque Ele sofreu/ nossos pecados estão
pagos. Porque Ele sofreu então temos urn
modo mais positivo de encarar nosso pró-
prio sofrimento.
Tudo faz sentido.
Tudo se encaixa.
Para Discutir
1. Por que é importante afirmar que Je-
sus sofreu?
2. Qual é a sua reação quando você so-
fre?
3. Pense num sofrimento recente. Qual
foi o motivo?
4. Você pode mencionar alguma lição
que aprendeu com algum sofrimento?
5. Qual deve ser a sua esperança en-
quanto passa pelo sofrimento? O que ensi-
na I Pé 5.10?
17
Série "A Descoberta da Fé"
7
Jesus Cristo,
o Salvador
Foi crucificado, morto e sepultado
Marcos 15.22-47
Introdução
Ainda dentro das afirmações do Credo
Apostólico, em relação a Jesus Cristo/ sua
Pessoa e Obra/ depois de afirmarmos o
sofrimento de Cristo, sob a autoridade de
Pôncio Pila tos, chegamos a uma outra afir-
mação •— morto e sepultado, isto é, afirma-
mos, com isso, a morte de Jesus Cristo,
como meio de satisfazer a Justiça de Deus
e redimir o homem pecador da perdição
eterna.
De nada teria valido o sofrimento de
Jesus sem um objetivo. Seria uma morte
como outra qualquer. A grande diferença
entre a crucificação dos ladrões e a de Je-
sus, um ao lado direito e outro ao lado
esquerdo dele/ reside no fato de que os dois
morriam como consequência dos seus cri-
mes e Jesus morria como o Justo, que não
teve pecado e nem cometeu crime algum/
mas assumia, em lugar do seu povo, os
pecados dele.
Muitos brasileiros morreram e morrem
todo dia, mas nos lembramos com respeito
de Joaquim José da Silva Xavier (Tiraden-
tes). Ele morreu por uma causa e assumiu
todo o peso da conspiração contra a corte
portuguesa. Com a morte de Cristo/ há um
sentido especial, porque Cristo morreu em
18
O Credo Apostólico
nosso lugar/ para nos libertar e salvar, res-
gatar e redimir de nossos pecados.
I. Quanto Custou a Salvação
Paulo, escrevendo aos Efésios (2.8), diz
que pela graça sois salvos, mediante a fé (em
Cristo). E/ comumente/ pregamos e ensina-
mos que a Salvação é oferecida de graça.
Isto é verdade para nós/ mas não para Je-
sus. Para nos dar e garantir a salvação/ Ele
teve de sofrer as dores da cruz e finalmen-
te/ morrer em nosso lugar. Então/ o preço
foi caro/ muito caro — foi mortal — exigiu
o oferecimento de sua própria vida.
II. Por Que Jesus Cristo Teve
Que Morrer?
Não haveria outro caminho sem ser a
Cruz? O próprio Cristo/ diante do peso da
Cruz/ expressou em sua oração a dureza
do plano de Deus para o resgate da huma-
nidade — sepossívelpassa de mim este cálice...
Mas/ compreendendo que a solução divina
para a gravidade do pecado humano era a
Cruz/ conclui/... faça-se a tua vontade. E/ le-
vantando-se do Jardim/ subiu até à Cruz. E
que para satisfazer a justiça divina/ultraja-
da com o pecado/ havia necessidade de que
Alguém/ sem pecado, perfeito, justo e san-
to, morresse em favor do homem pecador.
Também/ era necessário que esse Alguém
tivesse a natureza humana. Por isso é que,
tomando a natureza humana/ esvaziando-
se de sua glória (Fp 2.5-8), Jesus encarnou
para, através de seu sofrimento e morte
vicários, lavar a culpa e toda a miséria e
vergonha causadas pelo pecado. Vicário
quer dizer em lugar de outro. Veja ainda I Co
15.22; Hb 2.9-14 e Gn3.15. Se desejar outras
referências bíblicas, leia: Mt 27.33-66; Lc
23.33-56; Jo 19.17-42; I Co 1.23-2.2; At
2.23/36; 4.10; Gl 6.14; Ef 2.16; Cl 1.20; 2.14;
Hb 5.7-10; Is 62.11; Fp 3.20; I Tm 4.10; Tt
2.13 e I Jo 4.14.
Adolescentes
III. Como é Que Jesus Salva
Que a Bíblia está cheia de referências
com respeito ao fato de Jesus Cristo ser o
Salvador e ter vindo ao mundo para salvar,
não é novidade alguma. Todo mundo sabe
disso. Agora/ como foi que Jesus cumpriu
o seu papel de Salvador é que nem todos
sabem.
Os judeus não aceitaram e continuam
não aceitando a Jesus como o Cristo e Sal-
vador. Através dos cerimoniais e do cum-
primento da Lei crêem que serão salvos.
Sabemos que os maiores inimigos de Jesus
foram os grupos judaizantes que fizeram
oposição cerrada ao seu ensino/ por julga-
rem a salvação um ato puramente externo.
Muitos/hoje/ de igual modo/ continuam
pensando assim/ embora se considerem
cristãos. Salvação é para eles uma questão
de práticas externas: forma de batismos/
conhecimento do Credo Apostólico e das
demais doutrinas e práticas de sua Igreja/-
tomar a Santa Ceia, ler a Bíblia/ ser membro
de tuna igreja e outras coisas semelhantes.
Julgam-se salvos sem a experiência com
Cristo. Certamente tudo isso é muito bom
e deve ser buscado e praticado mas a sal-
vação que Cristo veio trazer para os ho-
mens e que motivou sua morte na cruz do
Calvário é mais que isso. Tudo isso/ posto
depois de Cristo/ pode ser muito útil e
bom/ mas, no lugar de Cristo/ trará prejuí-
zos e perdição.
Só Cristo pode salvar porque só Ele
morreu em lugar do homem pecador. Só
Cristo é o único Caminho. Não há outro
meio a não ser Ele.
Jesus salva todo aquele que crer/ confiar
nele e entregar-lhe inteiramente a sua vida.
Jesus Cristo ainda tem poder para livrar e
salvar a quem quer que o aceite como Sal-
vador e a Ele se entregue incondicional-
mente.
Jesus mesmo disse, falando às pessoas
nos seus dias: Vinde a mim todos os que estais
Revista do Aluno
cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei
(Mt 11.28). E assim que Jesus salva e quer
salvar a todos que desejarem ir a Ele. Mas
depois de se ter dado o primeiro passo/ é
preciso continuar/ por isso disse: Tomai so-
bre vós o meitjugo, e aprendei de mini, porque
sou manso e humilde de coração; e achareis
descanso para as vossas almas. Então/ a se-
gunda coisa que precisa ser feita é aceitar
o ensino, a orientação de Jesus e Ele tem
orientação para todas as circunstâncias da
vida. Com Jesus não há becos sem saída.
Ele salva mesmo p rã valer. Você encontra-
rá/ sempre/ em Jesus/ uma saída para as
situações mais difíceis. Por essa razão é que
Jesus não disse que era um caminho, mas
disse que era O Caminho. A salvação que
Cristo oferece/ portanto, implica em acei-
tação e identificação com Ele.
Conclusão
Depois de ter feito os estudos anteriores
e o de hoje/ certamente você chegou a con-
clusões muito importantes. Lembre-se de
que o ensino de Jesus é diferente dos de-
mais ensinos porque Ele não nos deu teo-
rias para serem discutidas/ mas normas
para serem colocadas em prática. Você tem
experiência disso em sua vida? A salvação
que Jesus oferece é bastante pessoal/ por
isso o importante não é saber-se que Jesus
é Salvador e pode salvar/ mas sim/ se Eleja
é o seu Salvador. Você tem algo a dizer
sobre sua experiência a esse respeito? En-
tão/ fale com a classe e ouça a experiência
dos colegas.
Para Discutir
1. Você já aceitou Jesus como seu Salva-
dor pessoal? Quando foi isso? Quando
aconteceu?
2. Algum de seus colegas ainda não fez
isso? Como você pode ajudá-lo?
19
Série "A Descoberta da Fé"
8 morte (I Co 15.26). Em várias ocasiões, o
Jesus Cristo,
o Vencedor
Ressttrgiu dos mortos ao terceiro aia,
subiu aos céus, está sentado
à mão direita de Deus Pai,
Todo-Poderoso,
de onde há de vir para julgar
os vivos e os mortos.
I Co 15.20-25
Introdução
As duas lições anteriores nos ensinaram
que Jesus, quando assumiu a forma huma-
na, veio com o propósito de sofrer e de
morrer, em favor da humanidade. Os teó-
logos chamam a essa situação de estado de
humilhação do Senhor, porque, de fato, Ele
foi, corno vimos, um verdadeiro Servo so-
fredor, para nos redimir de nossos peca-
dos. A presente lição visa a mostrar cinco
pontos referidos no Credo Apostólico, que
mostram o estado de exaltação do Senhor:
sua ressurreição, sua ascensão, sua glorifi-
cação, sua segunda vinda e seu juízo sobre
vivos emortos. Esses cinco aspectos salien-
tam a Pessoa de Jesus como vencedor.
I. Vitória Prevista e
Conquistada
Alguns atletas concedem entrevistas an-
tes de uma disputa garantindo a vitória.
Mas, quando termina a peleja, saem de
cabeça baixa, porque prometeram uma vi-
tória que não conseguiram alcançar.
20
O Credo Apostólico
Isso não aconteceu com Jesus. Ele pro-
meteu vencer o maior dos adversários, a
Senhor garantiu que iria ressuscitar. Veja
isso, nos seguintes textos: Mc 14.28; Mt
16.21; 17.22,23; Mt 20.18,19; Mc 8.31; 9.31;
10.33,34; Lc 9.22; 18.31-33. Jesus predisse a
sua vitória sobre a morte, pela ressurrei-
ção, e a conseguiu, com o seu poder.
Que Jesus ressuscitounão temos dúvida
nenhuma, embora alguns incrédulos quei-
ram negar o acontecimento.
Muitos textos bíblicos falam desse even-
to, como Mt28.1-10; Mc 16.1-13; Lc 24.1-49;
Jo 20.1-21; 14.
Paulo, em I Co 15, apresenta uma série
de testemunhas da ressurreição do Senhor,
e afirma: Mas defato Cristo ressuscitou dentre
os mortos (v.20).
Jesus confirmou a vitória que prometeu,
e, por isso, pode ser chamado o grande Ven-
cedor".
II. A Glorificação do
Vencedor
Todo campeão recebe prémios, elogios,
fama e glória. Assim aconteceu com Pele,
com Fittipaldi e outros grandes desportis-
tas brasileiros. Todos os aplaudiram e ad-
miraram. Mas, a glória que eles receberam
é terrena e passageira. Um dia, daqui a
muitos anos, ninguém mais se lembrará
deles, somente os historiadores.
Mas, Jesus foi o grande vencedor sobre
o pecado, o diabo e a morte. Por essa razão,
Ele foi glorificado para sempre tendo,
como diz o Credo, subido aos céus, onde está
sentado à mão direita de Deus Pai, Todo-Pode-
roso. A expressão: à direita do Pai é uma
figura que representa a honra que Jesus re-
cebeu. Era assim que os reis honravam os
seus prediletos. A Bíblia usa essa expres-
Adolescentes
são para mostrar que Cristo foi glorificado,
depois de sua ressurreição (Rm 8.34; Mc
16.19; At 7.56; 2.32,33; Hb 10.12; Ef 1.20,21).
O apóstolo Paulo, referindo-se a esse
estado de glorificação de Jesus, disse: Pelo
que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe
deu o nome que esta acima de todo nome, para
que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos
céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua
confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a
glória de Deus Pai (Fp 2.9-11).
III. A Volta do Vencedor
Quando os pracinhas brasileiros, em
1945, voltaram da Itália, onde haviammos-
trado sua bravura vencendo diversas bata-
lhas na Segunda Guerra Mundial/ o povo
foi às ruas para os receber e aplaudir. Em
1970, quando a seleção brasileira que havia
conquistado o Tricampeonato Mundial de
Futebol, voltou do México, as multidões
afluíram com bandeiras para aclamá-la
pois ela havia alcançado uma vitória cobi-
çada por várias nações do mundo. E, mais
recentemente, quando a seleção de vôlei
conquistou a medalha de ouro nos jogos
olímpicos, milhares foram recepcioná-la
na sua volta ao Brasil. O regresso de um
campeão é motivo de expectativa e de ale-
gria para seus patrícios.
Jesus Cristo é o maior de todos os cam-
peões. Venceu o pecado, o diabo e a morte.
E, um dia, Ele voltará. Disso temos certeza,
embora não saibamos o dia e a hora de seu
regresso.
Revista do Aluno
Desta vez não virá para sofrer e morrer.
Virá para reinar e julgar, conforme declara
o Credo, em expressão baseada no ensino
bíblico — At 1.11; I Ts 4.16; Ap 1.7; At
10.37^2.
As descrições que a Bíblia faz da vinda
de Jesus são maravilhosas. Ele nos convi-
dará a entrar na posse do seu Reino. E os
seus santos reinarão com Ele.
Que coisa maravilhosa será ver Jesus,
pessoalmente, quando voltar, como o vi-
ram Tiago, Pedro, João, André e os demais
discípulos!
Conclusão
Nosso Senhor e Chefe não foi vencido
pela morte. Ao contrário, Ele se tornou um
Vencedor e, hoje, vivo, dirige espiritual-
mente sua Igreja. Um dia virá assumir pes-
soal e visivelmente essa direção. Não
sabemos quando será esse dia. Mas, quan-
do Ele chegar trará alegria, paz, louvor e
glória. Felizes aqueles que, aguardando a
sua segunda vinda, estiverem presentes na
terra, quando Jesus voltar. Irão reinar com
Ele, com todos os salvos, para sempre.
Paxá Discutir
1. Você gosta de surpresas? Qual você
curtiu mais até agora?
2. A volta de Cristo vai surpreender
você? Como?
3.0 que está acontecendo com você que
não combina com a volta de Cristo?
21
Série "A Descoberta da Fé"
Creio no
Espírito Santo
Creio no Espírito Santo
João 16.7-14
Introdução
Certa vez o apóstolo Paulo passou pela
cidade de Efeso, achou ali algumas pessoas
que se diziam cristãs e lhes perguntou?
Recebestes, porventura, o Espírito Santo, quan-
do crestes? Você sabe qual foi a resposta
deles? Eles disseram: Pelo contrário, nem
mesmo ouvimos que existe o Espírito Santo.
Você pode acreditar que um crente não
saiba que existe o Espírito Santo? É eviden-
te que aquelas pessoas não eram cristãs de
fato. Ha viam recebido apenas o batismo de
João/ antecessor de Jesus. Paulo lhes falou
de Cristo e então eles creram e receberam
o batismo cristão e o Espírito Santo.
Não há cristão sem o Espírito Santo. Por
isso podemos dizer: Creio no Espírito Santo!
I. Quem é Ele?
Nós, os cristãos, afirmamos, baseados
na Bíblia, que o Espírito Santo é a Terceira
Pessoa da Trindade. Com isso/ queremos
significar duas coisas muito importantes:
a) O Espírito Santo é Deus, Sua divindade
é uma doutrina exposta na Escritura Sagra-
da. Não é invenção dos homens. Examine
os seguintes textos/ para comprovar isso:
Gn 1.2 •—• Ele é apresentado no ato da
Criação. E este ato é exclusivo de Deus.
22
O Credo Apostólico
Rm 8.11 — Paulo declara que o Espirito
de Deus efetuou a ressurreição de Cristo e
efetuará, também, a nossa, atos exclusivos
de Deus.
SI 139.7-12 declara que o Espírito de
Deus é onipresente/ isto é, está presente em
toda a parte, ao mesmo tempo •— atributo
exclusivo de Deus.
At 5.3,4 — Observe que Pedro disse a
Ananias que este havia mentido ao Espíri-
to Santo. Depois, declarou que não fora a
homem mas a Deus que Ananias mentira.
Isso prova que Pedro considerava o Espí-
rito Santo divino.
b) O Espírito Santo é uma Pessoa. Pessoa é
o ser que tem razão/ vontade e emoção e
realiza atos em coerência com essas facul-
dades. Vejamos algumas provas bíblicas
da personalidade do Espírito Santo:
Atos 8.27 — Ele tem vontade própria.
I Coríntios 12.11 — Toma decisões por
si mesmo.
Neemias 9.20 e João 14.26 — Ele ensina.
João 16.13 e Atos 10.19 — Ele fala e guia.
João 16.14,15 e 16.8 — Ele convence e
argumenta.
Efésios 4.30 — Ele se entristece.
Todas essas atitudes são de quem tem
personalidade, pois só uma pessoa pode
agir assim. Esses textos provam/ portanto,
que o Espírito Santo é uma pessoa.
Se Ele é Deus e é pessoa, poderemos
dizer, sem receio de errar/ que o Espírito
Santo é a Terceira Pessoa da Trindade.
II. Sua Função
Em Hb 1.1/2, lemos que, no tempo do
Antigo Testamento/ o Pai falava e agia di-
retamente, através de homens que esco-
lhia. Depois/ enviou o seu Filho, Jesus, que
nos revelou a vontade e o amor de Deus.
Por esse motivo, Ele foi chamado de Ema-
Adolescentes
nuel, que quer dizer Deus conosco (Mt 1.23).
Antes de voltar aos céus, Jesus prometeu
que enviaria o Espírito Santo (João 14.16/
17,15/16). O Espírito Santo é, pois, a Pessoa
da Trindade que atua diretamente sobre as
mentes e os corações dos homens. Ele é
Deus em nós.
Com essa atribuição, Ele realiza várias
funções, entre as quais poderemos desta-
car as seguintes:
João 16.7-12 — A obra de convencer, de
iluminar a mente e de esclarecer a verdade
é função específica do Espírito de Deus. E
Ele que prepara as mentes para a aceitação
da verdade.
Lucas 12.12 — João 14.26 — A tarefa de
instruir e de ensinar àqueles que procuram
unir-se a Jesus.
I João 4.2 —• A missão de operar a con-
versão do homem, reconhecendo a salva-
ção em Jesus.
Romanos 8.16 — A função de testificar
no coração crente a certeza de que ele é
filho de Deus.
I Coríntios 12.7-9 — A distribuição dos
dons espirituais para o exercício do serviço
cristão.
João 14.16; 16.7 — A consolação dos
crentes.
Romanos 8.26 — Ele nos orienta no
modo como devemos orar, iluminando-
nos, de sorte que nossas orações sejam
aceitáveis perante Deus.
Outras funções são atribuídas ao Espíri-
to Santo. Mas essas são suficientes para
mostrar como Ele age em relação a nós.
III. Nós e o Espírito Santo
A santificação das almas é tarefa do Es-
pírito de Deus (H Ts 2.13; I Pé 1.2). Quando
a pessoa se converte, o Espírito Santo nela
Revista do Aluno
se instala para realizar essa obra santa.
Paulo mesmo diz que o Espírito Santo mora
em nós —• I Co 3.16. Todo crente possui o
Espírito de Deus, mas nem sempre a pes-
soa dá condições ao Espírito de se manifes-
tar-através dela (ITs 5.19). Quando procu-
ramos maior santificação de nossa vida e
deixamos o Espírito agir em nós, ficamos
cheios do Espírito Santo, conforme aconte-
ceu com os cristãos primitivos (At 6.3; 6.8;
7.55).
Essa plenitude do Espírito em nossa
vida depende de nossas condições espiri-
tuais (Ef 5.18-21). Não seria ótímo que a
gente pudesse ter o poder dos apóstolos e
cristãos primitivos, enchendo-nos do Espí-
rito Santo? Você não gostaria que isso
acontecesse ern sua vida?
Conclusão
Para começar e para continuar, a vida
cristã depende inteiramente da presença e
da ação do Espírito Santo. Não devemos
apenas crer nele mas também agradecer a
Deus por essa dádiva. Ele é a garantia de
que vamos receber a herança que Cristo
nos prometeu (Ef 1.13,14).
Pajra Discutir
1. Alguém pode ser cristão sem ter o
Espírito Santo? Por quê?
2. Quando ora ou estuda a Bíblia, você
pede a iluminação do Espírito de Deus?
Isso seria necessário? Por quê?
3. Como você deve proceder para não
entristecer o Espírito Santo?
4. De acordo com Efésios 5.18-21, como
devemos proceder para alcançar a plenitu-
de do Espírito?
23
Série "A Descoberta da Fé"
10
A S anta Igreja
Universal
Creio na Santa Igreja Universal
I Coríntios 12.12-27
Introdução
Você vai todos os domingos à sua Igre-
ja? Sua Igreja é grande ou pequena?Você
acha gostoso ir à sua Igreja? Você tem ami-
gos em sua Igreja? Você acha bonita a sua
Igreja? Sua Igreja é animada? Ao respon-
der a essas perguntas, que ideia você tem
de igreja? Há muita gente que confunde
Igreja com o prédio. Ora/ o prédio é o lugar
onde se reúne a Igreja; é feito de pedra,
tijolo, areia, cimento — coisas materiais. E
a Igreja é constituída de gente. Ela é a reu-
nião de pessoas salvas por Cristo, que se
unem para o culto à Santíssima Trindade e
para o serviço a Jesus. A presente lição/
lembrando uma das expressões do Credo
Apostólico/ ensina-nos algumas coisas im-
portantes a respeito do conceito evangéli-
co de Igreja. Preste bem atenção nesse
ensino.
L A Igreja S anta
Quando a gente usa a palavra santo,
vêm-nos à mente duas ideias populares:
a) a de uma imagem de alguém que foi
canonizado pela Igreja Católica Romana:
Santo António/ São Jorge/ São Benedito/
etc./ aos quais e por intermédio dos quais
seus devotos fazem suas orações. Nós não
24
Q Credo Apostólico
aceitamos essa ideia/ pois ela contraria a lei
de Deus;
b) a de pessoas perfeitas/ sem defeito,
boazinhas. Alguns usam até o diminutivo
— santinho, com sentido irónico. A Bíblia
diz que/ nesse sentido/ não existe um ho-
mem sequer, pois todos pecaram e desti-
tuídos estão da glória de Deus (Rm
3.10-12/23).
O Credo usa a palavra santa com o seu
significado bíblico. Santo é tudo aquilo que
é separado por Deus e para Deus. Santos
eram os utensílios separados para o culto
ao Senhor; santos eram os alimentos que
tinham essa finalidade; santos eram os que
ministravam no templo, pois eram separa-
dos para esse mister. Quando afirmamos
A Santa Igreja Universal, no Credo, estamos
querendo dizer com isso que existe no
mundo inteiro um grupo de pessoas cha-
madas, separadas e consagradas por Deus
para servi-lo. Veja essa ideia confirmada
nos seguintes textos: Gl 1.13; Ef 3.21; Cl
1.18; I Tm 3.15.
Então, a Igreja é constituída de pessoas
que resolveram consagrar sua vida a Deus;
elas se separaram, em obediência à chama-
da divina/ para viverem, de acordo com a
vontade de Deus. Essa separação não é
física e material/ mas espiritual. O crente
não se afasta fisicamente dos outros/ mas
procura ser diferente em suas palavras e
atitudes/ para que os outros percebam que
ele é consagrado a Deus. Observe que Pau-
lo tratava os irmãos das Igrejas a que escre-
via, chamando-os de santos. Leia isso em:
Rm 1.7; I Co 1.2; U Co 1.1; Ef 1.1; Fp 1.1; Cl
1.2.
II. A Igreja é Universal
Na introdução, nós falamos muito a res-
peito da sua Igreja. É uma forrna íntima de
nos referirmos ao grupo de pessoas que se
Adolescentes
reúne com você para o culto a Deus e o
serviço cristão. Mas a sua Igreja é urna
parcela da Igreja de Cristo. Quando Jesus
disse edificarei a minha Igreja, não se referia
só ao pequeno grupo do qual você faz
parte e muito menos a uma construção de
pedras e tijolos/ pois Ele não construiu ne-
nhum edifício. Estava falando do grupo de
pessoas que iriam crer nele, em todos os
tempos.
O judeu, de modo geral, cria que Deus
era somente do seu povo, embora o Antigo
Testamento ensine diferente.
Já no Cristianismo/ a ideia de um Deus
que é sobre todos se firmou desde o início,
mesmo entre os que vinham do judaísmo.
Não existem barreiras de idade, sexo,
raça, cor, condições sociais ou financeiras,
ou limites geográficos na Igreja de Cristo.
Todos os que aceitam Jesus como seu Sal-
vador pessoal são membros dessa Igreja.
Jesus mesmo, quando mandou seus dis-
cípulos pregar, enviou-os a todos os povos:
Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a
toda crítuara (Mc 16.15). E quando disse que
eles seriam testemunhas suas afirmou que
o alcance dessa ação seria universal: tanto
em Jerusalém, como em toãaajudéia e Samaria,
e até aos confins da terra (At 1.8).
As Igrejas locais e as organizações cha-
madas denominações (como a IPB) são as-
pectos eventuais da Igreja universal. São
importantes historicamente, mas não de-
vem sobrepor-se à ideia de que a Igreja de
Cristo é constituída de todos os que o acei-
tam como Salvador pessoal, em todos os
lugares e em todas as épocas e em todos os
grupos cristãos.
Antigamente se usava a expressão Igreja
Católicano lugar de Igreja Universal, porque
Católica queria dizer Universal. Depois a
palavra católica virou nome de uma seita, a
Romana, e nós a abandonamos. Dizemos
Revista do Aluno
Igreja Universal. Mas não confundir com a
Igreja Universal do Reino de Deus, do Bis-
po Edir Macedo, que é apenas mais uma
seita.
III. Seu Lugar na Igreja
Você pertence à Igreja Universal? Você
é cristão? A resposta é simples. Se você crê
em Jesus e procura servi-lo é seu discípulo.
Leia o que o Senhor diz ern João 12.26. Mas
a Igreja Cristã está espalhada pelo mundo
inteiro. Na sua cidade, no seu bairro, perto
de sua casa, há uma Igreja local, que per-
tence à Igreja de Cristo. É a sua Igreja. Todo
cristão deve estar ligado a uma comunida-
de cristã local que estuda e obedece a Bí-
blia, que cultua a Deus, ministra os
sacramentos e prega o Evangelho.
Conclusão
A Bíblia diz que não devemos deixar de
nos reunir (Hb 10.25). Precisamos do ensi-
no, encorajamento e exortação que recebe-
mos da comunidade local, bem corno das
oportunidades de trabalho que ela nos ofe-
rece. É nossa maneira visível de participar-
mos da Igreja Universal de Jesus, a Igreja
Invisível.
Para Discutir
1. Você já compareceu diante da comu-
nidade para declarar sua fé? Conte sua
experiência para a classe.
2.0 que se pode fazer para tirar melhor
proveito da igreja local?
3. Como se pode ajudar mais a igreja
local?
25
Série "A Descoberta da Fé"
11
A Comunhão
dos Santos
Na Comunhão dos Santos
I João 1.1-7
Introdução
Na lição passada, vimos qual é a ideia
bíblica de santo, E todo aquele que foi se-
parado por Deus e para Deus. E muito
semelhante ao conceito que temos de cren-
te. A unidade do Credo Apostólico que
iremos estudar nesta lição fala da Comu-
nhão dos Santos. Essa expressão resume
uma das mais claras doutrinas bíblicas —
a de que existe real união entre aqueles que
crêem em Jesus Cristo como seu Salvador
pessoal. Os primeiros cristãos viveram tão
unidos entre si que nenhum deles conside-
rava coisa alguma propriamente sua/ mas
tinham tudo em comum. Veja o relato des-
sa impressionante situação em At 2.42-47 e
4.32-35. Hoje, talvez não possamos fazer a
mesma coisa, mas poderemos colaborar
para que haja cada vez maior união entre
os crentes.
I. Fatores da Comunhão
Antes de qualquer palavra, convém ob-
servar quehá dois aspectos daunião cristã:
o orgânico e o espiritual. A união orgânica
significa a uniformidade em tudo: na litur-
gia, na forma de governo, nas doutrinas,
para a formação de uma superigreja. A
união espiritual é desejada por aqueles que
26
O Credo Apostólico
consideram impraticável a primeira, res-
saltando que os cristãos devem estar uni-
dos naquilo que for essencial, deixando de
lado o que for secundário. O importante é
que os irmãos estejam unidos em torno de
nosso Senhor Jesus Cristo e não se hostili-
zem por causa das suas diferenças.
Vejamos, agora, quais os fatores que
concorrem para essa união cristã:
a) A Fé em Jesus, como Salvador. Essa é a
base da comunhão entre os crentes, que se
sentem atraídos, espiritualmente, entre si,
porque nutrem a mesma fé no Senhor que
os salvou. É muito significativa a expres-
são de At 2.44: Todos os que creram estavam
juntos, e tinham tudo em comum. Aqueles
que crêem em Jesus procuram aproximar-
se uns dos outros, para desfrutar a comu-
nhão cristã.
b) A aceitação da Bíblia, como Palavra de
Deus e única regra de fé e prática. As doutri-
nas essenciais, aceitas pelos cristãos, estão
expostas na Escritura Sagrada, a Palavra
de Deus. Esse fator é essencial, pois que é
através da Bíblia que Deus nos revela a sua
vontade e o seu amor para conosco.
c) A prática do amor, que se evidencia atra-
vés do espírito de compreensão, de ajuda, de
fidelidade, João disse que uma das provas
de que amamos a Deus é o amor que temos
pelos nossos irmãos (I João 4.7,8,11,16,
20,21).
d) A comunhão com Deus. Nos textos ci-
tados acima evidencia-se que a comunhão
entre os irmãos depende de sua comunhão
com Deus. Se todos estiverem ligados a
Jesus, estarão unidos entre si, assim como
os pontos da circunferência estão ligados
entre si porque têm o mesmo centro.
Resumindo, poderemos dizer, que o ele-
mento de ligação entre os crentes é a sua fé
em Cristo como Salvador, que os leva a
manter comunhão uns com os outros.
Adolescentes
II. Consequências da
Comunhão
A união entre os cristãos, mediante a
comunhão espiritual entre eles, resulta em
vários benefícios para o indivíduo e para
comunidade. Entre esses benefícios, pode-
remos ressaltar:
a) Ambiente favorável ao desenvolvimento
espiritual. Onde existe espírito de união/ há
paz/ há alegria, há harmonia/ há amor/
além de outras consequências que concor-
rem para o nosso bem-estar.
b) Louvor de Deus. Quando os irmãos
vivem em harmonia, beneficiam-se com
isso/ e concorrem para a maior glória de
Deus, pois/ como disse Jesus, os homens
glorificam a Deus/ quando seus filhos vi-
vem como verdadeiros cristãos (MtS.16).
c) Evangelização. Uma das mais eficien-
tes formas de atrair pecadores a Jesus é
levá-los a ter contato com irmãos que vi-
vam em perfeita harmonia espiritual.
d) Progresso da Igreja. Onde existe comu-
nhão, há ordem, há paz/ santificação, lou-
vor de Deus/ paixão pelas almas e,
conseqiientemente, há ambiente propício
para o desenvolvimento da Igreja.
Revista do Aluno
Você poderia acrescentar outros benefí-
cios que são consequência de uma comu-
nhão real e sincera entre os irmãos?
Conclusão
Temos algo em comum/ como cristãos.
Não podemos permitir que diferenças de
opiniões ou preferências nos afastem, quer
sejamos da mesma denominação ou de de-
nominações diferentes. Nossa unidade vai
levar muita gente a crer em Jesus (Jo
17.20,21).
Para Discutir
1.0 que podemos fazer para evitar uma
vida denominacional sectária, sem contato
com outros grupos cristãos?
2. Que atividades podemos planejar
com os adolescentes de outras denomina-
ções?
3. Que tipo de doutrina, prática ou pre-
ferência tem causado mais divisão entre os
crentes? Como reagir a isso?
4. O que nossa denominação pode
aprender com outras? Especifique.
27
Série "A Descoberta da Fé"
12
A Remissão
dos Pecados
Creio na remissão dos pecados
Hebreus 10.12-18
Introdução
A expressão estudada hoje usa uma pa-
lavra que precisa ser explicada no seu sen-
tido bíblico para que você possa entender
bera o ensino contido naquela parte do
Credo. É a palavra remissão. O que ela sig-
nifica? Remissão é o ato de adquirir de
novo; de indenizar prejuízos; de livrar/ me-
diante compra/ alguém do cativeiro; tornar
a alcançar um direito; pagar uma dívida
própria ou de outra pessoa. O Credo Apos-
tólico/ nessa expressão/ lembra a doutrina
bíblica de que os nossos pecados/ que cons-
tituíram uma dívida para com Deus/ foram
remidos/ resgatados/ pagos pelo Senhor
Jesus/ emnosso favor/ ficando nós/ em con-
sequência/ livres dessa dívida/ ou seja/ li-
vres da culpa do pecado.
L Base Bíblica
Na lei mosaica havia prescrições diver-
sas para resgate ou remissão de proprieda-
des/ coisas e pessoas. Por exemplo:
remissão de terras e casas (Lv 25.2S/24/29)/
de um próprio israelita (Lc 25.47-49). Ob-
serve que/ neste caso/ a remissão era efe-
tuada por um parente próximo/ já que a
pessoa não tinha/ em geral/ condições para
a sua própria remissão. No ritual do culto
28
O Credo Apostólico
do Antigo Testamento havia um grande
número de prescrições relacionadas com a
expiação ou remissão dos pecados/ para o
que a pessoa tinha de trazer algum animal/
que era oferecido em seu lugar.
Para o resgate da própria vida/ a pessoa
tinha de oferecer alguma compensação em
dinheiro (Êx21.30; 30.12).
No Novo Testamento/ Jesus é apresen-
tado como aquele que deu sua vida em
resgate por muitos (Mt 20.18; Mc 10.45; I
Tm 2.6; Rm 3.24; I Co 1.30).
Todos nós estávamos escravizados ao
pecado e ao diabo. Cristo nos remiu/ pa-
gando o preço devido/ para essa remissão
— o seu precioso sangue (Mt 26.28; Ef 1.7;
Cl 1.14).
O sacrifício que Cristo eferuou na cruz/
em nosso lugar/ trouxe-nos a remissão de
nossos pecados. Portanto/ a remissão de
nossos pecados foi um ato que Cristo efe-
ruou/ ao oferecer a sua própria vida/ em
nosso resgate.
II. Os Benefícios da
Remissão
Ao efetuar a remissão de nossos peca-
dos Jesus Cristo nos conseguiu muitos be-
nefícios/ entre os quais poderemos
enumerar:
a) Perdão dos pecados •— uma vez que
Cristo nos livrou da dívida de nossos pe-
cados/ obteve/ por nós e para nós/ o perdão
dos pecados. E uma das grandes aspira-
ções do homem/ que tem a consciência de
seus pecados/ é sabê-los perdoados inteira-
mente.
b) Liberdade. O pecado acorrenta a pes-
soa ao diabo/ ao medo e à morte. Com o
resgate efetuado por Cristo/ ficamos livres
dessas cadeias/ pois nenhum desses males
Adolescentes
terá poder sobre nós. Leia o que diz a esse
respeito Hb 2.14/15.
c) Paz. É uma consequência natural do
perdão e da liberdade. Aquele que é salvo
por Jesus goza real paz interior, embora
possa viver uma vida exterior de sobressal-
tos e perigos.
d) Vida Eterna. Se Jesus nos livrou da
morte, deu-nos/ em decorrência disso, o
direito de alcançarmos a vida eterna. A
Bíblia está repleta de textos que ensinam
que aquele que crê em Cristo tem a vida
eterna. Você deve lembrar-se de alguns
deles.
III. Como Obter a Remissão
Por méritos pessoais ninguém alcança a
remissão dos próprios pecados, já que es-
tes constituem uma dívida humanamente
impagável.
A remissão dos nossos pecados foi al-
cançada por Cristo/ com a obra expiatória
que realizou na cruz em nosso favor.
Se já não existe mais sobre nós a culpa
do pecado, pois já foi remida por Jesus,
então temos a certeza de que iremos curtir
a vida eterna com Deus.
Conclusão
Como você pode perceber/ pelo estudo
feito acima, esta é uma das mais conforta-
doras doutrinas da Bíblia Sagrada. Da pró-
xima vez em que você recitar o Credo/ ao
Revista do Aluno
chegar a este trecho •— creio na remissão aos
pecados, lembre-se destes fatos e dê graças
a Deus por seu Filho Jesus que nos alcan-
çou a plena remissão dos pecados.
Para recebermos essa bênção precisa-
mos aceitar/ pela fé/ a obra que o Senhor
realizou em nosso favor.
Essa remissão de pecados é individual.
Ninguém a pode obter para outra pessoa.
Ela é dada naturalmente, através da justi-
ficação daqueles que crêem em Jesus/
como seu Salvador.
Todo aquele que reconhece a Jesus
como Senhor e Salvador tem a certeza da
remissão de seus pecados.
Em consequência/ todo aquele que foi
salvo em Jesus deve viver tranquilo/ saben-
do que está livre da culpa de seus pecados.
Paia Discutir
1. O que a gente pode fazer para evitar
o pecado?
2. Quanto tempo você leva para pedir
perdão a Deus, depois de haver pecado?
3. Alguma vez você já ficou com a im-
pressão de que pediu perdão mas Deus
não o perdoou? Por quê?
4. Alguma vez Deus vai deixar de nos
perdoar? Quando? Por quê?
5. O que acontece quando a gente não
busca o perdão de Deus?
29
Série uA Descoberta da Fé"
13
A Vida
Eterna
Creio na vida eterna
Apocalipse 21.1-7
Introdução
Chegamos ao final do trimestre e ao
estudo da última expressão do Credo dos
Apóstolos — Creio na vida eterna. E bastante
expressivo que o Credo termine com a de-
claração de fé numa vida que não terá fim.
Para você/ jovem/ que está no início de
uma vida, cheio de energia/ vigor e saúde/
talvez não pareça haver interesse em falar
de uma vida futura. Mas/ como cristão/
você precisa conhecer o ensino bíblico a
respeito da vida eterna/ pois é uma das
mais confortadoras doutrinas bíblicas. Ou-
tra coisa importante que você precisa saber
é que a vida eterna começa aqui/ e você já
poderá vivê-la/ agora/ na sua juventude.
Acompanhe este estudo com atenção e
estará encerrando esta série de lições com
o ensino de uma das principais doutrinas
cristãs.
L Quando Começa?
De uma coisa todos nós ternos a certeza
— a vida eterna não terá fim. Mas... quan-
do ela começa para nós/ homens mortais?
Em João 3.36, o Senhor diz/ claramente:
Quem crê no Filho tem a vida eterna. Em João
5.24/ Ele declarou: Quem ouve a minha pala-
30
O Credo Apostólico
vra e crê naquele que me enviouf tem a vida
eterna. Em João 6,17, há esta declaração
categórica: Quem crê, tem a vida eterna. Leia
o que dizlJoão 5.11/12: E o testemunho éeste,
que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está
no seu filho; aquele que tem o Filho tem a vida;
aquele que não tem o Filho de Deus não tem a
vida. Logo depois/ ele diz: Estas coisas vos
escrevi a fim de saberdes qtíe tendes a vida
eterna, a vós outros que credes em o nome do
Filho de Deus (v. 13).
Fizemos essas citações/ para provar/ bi-
blicamente, que a vida eterna começa no
momento em que a pessoa passa a crer em
Jesus corno seu Salvador pessoal. Quando
alguém se une a Jesus recebe a vida que Ele
lhe dá/ e como a vida de Jesus é eterna/ o
convertido recebe a vida eterna, que passa
a curtir, já, neste mundo. Falando a esse
respeito/ Jesus disse: Eu lhes dou a vida eter-
na (Jo 10.28).
A vida eterna começa quando, aceitan-
do a Jesus como nosso Salvador/ crendo
nele/ recebemos a sua própria vida, que Ele
transmite aos que crêem no seu nome.
II. Como é Essa Vida?
Jesus Cristo explicou que vida eterna é
intimidade com Deus. Leia João 17.3. Cris-
to fala de conhecer a Deus e a ele mesmo,
Jesus. E esse conhecer da Bíblia não é conhe-
cer de vista ou conhecer de ouvir falar, E co-
nhecer de verdade. É ser íntimo da pessoa. E
se abrir com a pessoa e contar os detalhes
mais secretos da vida. E não esconder
nada. É também curtir quando a outra pes-
soa está perto e sentir falta quando está
longe. É não magoar essa pessoa jamais
sem também sofrer.
Agora, aplique tudo isso ao seu relacio-
namento com Deus. Confiando em Cristo
a gente pode curtir Deus assim.
Adolescentes Revista do Aluno

III. Como Será Essa Vida? Realmente/ a vida eterna é a maior e

mais importante aspiração que o homem
tem.
Mesmo assim nossa relação com Deus
vai ser limitada porque nós somos limita-
dos. Como será quando estivermos na
eternidade?
A Bíblia nos revela alguma coisa sobre a Conclusão
vida futura/ assim mesmo usando lingua-
gem figurada, pois nós só podemos enten- Para encerrar/ duas observações impor-
tantes: 1) A vida eterna é dom gratuito de Deus
der aquilo que estiver dentro de nossa
(Rm 6.23). Ninguém a merece. Ela é confe-
experiência.
rida a todo aquele que se une a Cristo,
As experiências da vida futura diferem/ mediante a fé, aceitando-o como seu Salva-
em grau e qualidade/ das que temos atual- dor pessoal. 2) Por essa razão, o crente tem a
mente. Por isso não existem/ na linguagem certeza da Vida Eterna, garantida pelo próprio
humana/ palavras que possam expressar Jesus.
as realidades e as belezas da vida eterna. E agora/ uma pergunta para você res-
Quando teve o privilégio de uma visão do ponder sinceramente: Você já está curtindo
céu/ conforme disse em n Co 12 A, Paulo foi a vida eterna?
arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefá-
veis, as quais não é lícito ao homem rejèrir.
O apóstolo João teve uma visão do céu/
que procurou descrever/ no livro do Apo-
Para Discutir
calipse. Mas ele teve de usar inúmeras fi-
guras e representações para poder 1. Você sente falta de ficar sozinho(a)
comunicar o que vira e ouvira no céu. com Deus, lendo a Bíblia e orando?
Podemos dizer/ contudo/ que o céu não 2. Que assuntos você não conversa com
terá os aspectos desagradáveis e negativos Deus? Por quê?
da vida presente: dor/ doença, sofrimento,
3. Como você reage quando alguém faz
pecado/ tentação, morte/ lágrimas, etc. A
piada com Deus?
ausência de tudo isso já será uma grande
bênção. 4.0 que você sabe sobre Deus agora que
não sabia há um mês atrás?
Por outro lado, a vida eterna possuirá
tudo aquilo que torna plena e feliz a vida: 5. Você fica embaraçado para conversar
santidade/ pureza, felicidade/ etc. sobre Jesus com a turma da escola? Por
quê?
A maior bênção, todavia, será a presen-
ça eterna de Deus, e do seu Filho, e do 6. Que diferença faz para você saber que
Espírito Santo (Ap 21.3). vai para o Céu?

31
O CREDO
<\POSTOLICO
Ignorar a Palavra de Deus dá mau resultado.
Por exemplo, produz falta de fé.
Ou então, fé na pessoa errada.
O ignorante vai se afastando mais de Jesus.
Vai esfriando e perdendo o entusiasmo
pelas coisas de Deus.
Precisamos conhecer meltíor as Escrituras Sagradas
e para isso o estudo do Credo Apostólico vai ajudar
Mas não adianta só saber.
Saber e não fazer é pior ainda.
Temos de mostrar nossa fé falando e agindo.
É com essa peocupação que preparamos esta revista.
O Credo Apostólico é um curso da série A Descoberta da Fe,
para adolescentes de 15 a 17 anos.
Se quiser estudá-lo com outra turma de alunos,
em outra data, ele continua disponível.
Basta encomendá-lo à Editora Cultura Cristã.