Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Teologia da Revelação
Edições Paulinas
Latourelle, René.
L383t Teologia da Revelação / René Latourelle. — 3. ed·
3.ed. — São Paulo: Ed. Paulinas, 1985.
(Coleção teologia hoje; 18)
Bibliografia.
ISBN 85-05-00349-7
1. Revelação 2. Teologia dogmática I. Título.
85-0779 CDD-231.74
Segunda edição
Terceira edição
2 - Teologia da revelação
34 NOÇÃO BÍBLICA DA REVELAÇÃO
V. OBJETO DA REVELAÇÃO
VIII. CONCLUSÃO
I. A TRADIÇÃO SINÓTICA
1. Os vocábulos
6. Conclusão
1. Os apóstolos testemunham
22 Ibid., 171-172.
54 NOÇÃO BÍBLICA DA REVELAÇÃO
5. Conclusão
ΐ: Os termos
2. O mistério paulino
4. Resposta do homem
É pela fé que se tem acesso ao mistério, ao Evange
lho, à palavra. De fato, é pela fé .que o homem reconhece
como verdadeiro o plano da salvação, realizado por Deus
na morte e ressurreição do Cristo, adere inteiramente a esse
plano, se bem que desconcertante para a humana sabedoria
(iCor 1,17-30; 2,1-4). A pregação do Evangelho ou do
mistério revelado tem por finalidade conseguir a “obediên-
ciã"da fé” (Rom 16,26; 2Cor 10,5). Fé que é a resposta
específica do homem à palavra do Evangelho. “Isso o que
pregamos, isso o que acreditastes”, relembra Paulo aos co-
ríntios (ICor 15,11). Tendo ouvido a “palavra de verda
de”, a “Boa-nova” de sua “salvação”, os efésios acredita
ram (Ef 1,13). É pela fé na mensagem que os cristãos se
abrem para a salvação 45.
A palavra exige ser escutada, acolhida, guardada. Se
guindo a tradição sinótica e dos Atos, a Boa-nova
destina-se aos homens que não se consideram auto-suficien
tes, conscientes de sua fraqueza e indigência, abertos
3 - Teologia da revelação
66 NOÇÃO BÍBLICA DA REVELAÇÃO
5. Aprofundamento do mistério
7. Finalidade do mistério
8. Conclusão
Segundo são Paulo, podemos pois definir a revelação
como a ação livre e gratuita de Deus que, no Cristo
e pelo Cristo, manifesta ao mundo a economia da sal
vação, isto é: seu eterno desígnio de reunir tudo no Cris
to, Salvador e Cabeça da nova criação. A comunicação desse
desígnio se faz pela pregação do Evangelho, confiada aos
apóstolos e profetas do Novo Testamento. A obediência
da fé é a resposta do homem à pregação evangélica, sob a
iluminação do Espírito Santo; não é uma exigência tirânica
de Deus, mas uma adesão amorosa ao plano de sua in
finita sabedoria e caridade. A fé dá começo a um processo
de crescimento contínuo no conhecimento do mistério que
só atingirá seu termo na revelação de visão
3. Conclusão
V. SAO JOAO
2. A Gesta do Logos
Apresenta-se o prólogo do Evangelho de são João como
a Gesta do Logos, um resumo da história das manifesta
ções de Deus por sua Palavra. Podemos distinguir três
etapas nessa economia. A primeira manifestação de Deus
é a criança. “Tudo criaste com tua palavra” (Sab 9,1),
escreveu o autor de Sabedoria. São Paulo, por sua vez,
afirma: “nele foi criado tudo que há. . . tudo foi criado
por ele e para ele” (Col 1,15-16). Em são João encontra
mos o eco: “Todas as coisas foram feitas por ele, e, sem
ele, coisa alguma foi feita” (Jo 1,3). Porque o mundo cria
do pelo Logos (e no Logos, pois Deus vê e concebe tudo
em seu Logos que é a Sabedoria de Deus), a Palavra está
no mundo com seu poder e sua sabedoria. Sendo o mundo o
que foi proferido por Deus, manifesta a presença e as per-
feições invisíveis do Deus que fala. Deveríam, portanto,
os homens reconhecer e glorificar o autor e artífice do mun
do (Sab 13,1-9; Rom 1,18-23). Mas, de fato, o homem
permaneceu surdo à mensagem da criação. Essa primeira
manifestação de Deus foi um fracasso: “O Logos estava
no mundo, e o mundo por ele foi feito, mas o mundo
não o conheceu” (Jo 1,10) M. Por isso Deus escolheu um
55 S. Lyonnet, “Hellénisme et christianisme”, Bíblica, 26 (1945):
115-132; M.-E. Boismard, Le Prologue de S. Jean, p. 110.
54 Ë a interpretação proposta por M.-E. Boismard, em Le Prologue
A REVELAÇÃO EM O NOVO TESTAMENTO 77
5. O testemunho do Pai
7. Características da Revelação
8. Conclusão
O TEMA DA REVELAÇÃO
NOS SANTOS PADRES
Num estudo recente sobre Orígenes e a função do
Verbo encarnado \ Marguerite Harl observa que o assunto
tratado “não só ainda não foi estudado em Orígenes, mas
nem sequer foi claramente percebido na história dos dogmas
dos três primeiros séculos. Para bem situar a contribuição
de Orígenes, continua ela, seria preciso escrever, pelo menos
brevemente, uma história da função reveladora do Verbo
encarnado antes de Orígenes. Em parte alguma consegui
mos encontrar coligidos seus elementos” 2
De fato, os historiadores do dogma, absorvidos por
outros problemas (Trindade, cristologia, soteriologia, teo
logia sacramental etc.), não chegaram a perceber suficien
temente a grande importância do tema da revelação na teo
logia dos très primeiros séculos. Contudo, quem 1er atenta
e objetivamente os santos Padres não poderá fugir à impres
são de que o tema do Cristo como fonte de conhecimento
ali está onipresente.
Ao examinar a revelação nos santos Padres, sabemos
perfeitamente que seria vão pretender um estudo exaus
tivo. Além do mais nossa intenção é fazer apenas um re
conhecimento do terreno. Se com isso não são percebidos
todos os pormenores, pelo menos se notam os conjuntos,
os relevos, facilitando assim as tentativas de aproximação.
I. OS PADRES APOSTÓLICOS
II. OS APOLOGETAS
1. S. Justino
2. Atenâgoras
I
Atenâgoras acentua que Deus é invisível e incompreen
sível: somente Deus nos pode ensinar algo sobre Deus
( Leg. VII ). O que ele, Atenâgoras, ensina, não é uma dou
trina humana, mas uma doutrina “ensinada por Deus”
(Leg. XXXII). Os preceitos cristãos “não são preceitos
humanos, foram proferidos e ensinados por Deus” (Leg.
XI). Isso não quer dizer que Deus não possa ser conheci
do, até certo ponto, sem a revelação. Atenâgoras reconhece
que o Deus invisível pode, por suas obras, ser conhecido
pela razão (Leg. V). A ordem do universo, manifesta o
criador, artífice e arquiteto da beleza e da harmonia in
visíveis (Leg. IV. XV. XVI). Paralelamente a este chegar
a Deus por uma demonstração a partir da criatura, Atenâ
goras admite certo conhecimento popular e intuitivo,
que ele chama de caminho da consciência (Leg. V. XXII).
Ante a revelação, porém, esse conhecimento é débil, incom
pleto e passível de erro. Os filósofos “conseguiram conce
ber, mas não encontrar o ser, pois não se dignaram
aprender de Deus o que a Deus se refere, mas de si mes
mos o quiseram aprender. É por isso que cada um apre
sentou uma opinião diferente sobre Deus, sobre a natureza,
sobre as formas e o mundo” (Leg. VII).
3. 5. Teófilo de Antioquia
4. Epistola a Diogneto'
I. OS ALEXANDRINOS
1. Clemente de Alexandria
(Str. VI, 82, 1). c) Os gregos não dependem apenas dos judeus (Str.
V, 29, 4), mas em parte chegaram a deformar o que tinham recebido
(Str. I, 87, 2; VI, 55, 4). d) A filosofia permanece conjectural e não tem
a mesma certeza que a fé (Str. I, 100, 5). Mesmo os maiores filósofos
não chegaram a conhecer a Deus com certeza, mas apenas aproximativa-
mente (Str. V, 39, 1). Portanto, a filosofia tem valores vindos da razão,
ou da revelação de anjos aos sábios, ou de empréstimos da Escritura.
Esses valores, porém, estão misturados com muita ganga e foram muitas
vezes falseados. Λ verdade total e perfeita encontra-se só no Cristo. Não
seria, pois, a filosofia aceitável como um todo. Deve-se distinguir o bom
e o mau. Cfr. J. Daniélou, Message évangélique et culture hellénistique
aux IIe et IIIe siècles, pp. 67-72.
120 O TEMA DA REVELAÇÃO NOS SANTOS PADRES
2. Orígenes
5 - Teologia da revelação
130 O TEMA DA REVELAÇÃO NOS SANTOS PADRES
3. Santo Atanásio
II. OS CAPADÓCIOS
1. São Basilio
I. TERTULIANO
CONCLUSÕES
4. Economia e pedagogia
5. Aí etapas da revelação
6. O Cristo e a revelação
7. Mediadores da revelação
A NOÇAO DE’rEVELAÇAO
NA TRADIÇAO TEOLÓGICA
A finalidade desta terceira parte é mostrar como os
teólogos, partindo dos dados da Escritura, da tradição e do
ensino da Igreja, descrevem e concebem a noção de revela
ção. Nossa pesquisa começa com o século XIII: não que
os séculos anteriores não apresentem nada de interessante,
mas porque a teologia escolástica, atingida sua plena ma
turidade, ao mesmo tempo que recolhe as riquezas do pas
sado, ordena-as e submete-as a uma análise mais rigorosa
e metódica. Ainda mais que nosso plano não é fazer pesquisa
exaustiva através de todos os séculos e em todos os teólogos.
Quisemos apenas indicar as linhas básicas da teologia da
revelação, tais como se manifestam nas diversas escolas e
principalmente em seus teólogos mais importantes.
Examinaremos sucessivamente: 1. A tradição do sé
culo XIII, representado por são Boaventura e santo To
más; 2. Os teólogos pós-tridentinos, principalmente os do
minicanos Cano e Banes, os jesuítas Suarez e De Lugo, os
carmelitas de Salamanca; 3. Alguns representantes da re
novação teológica do século XIX: Mõhler, Denzinger, Fran-
zelin, Newman, Scheeben. Do período contemporâneo,
posterior à crise do modernismo, veremos o ensino comum
dos teólogos no início do século XX; mostraremos depois
como, há um quarto de século mais ou menos, se inicia uma
importante renovação da teologia da revelação.
Demoraremos mais na contribuição dos séculos XIII
e XX (capítulos I e IV) que nos parece mais rica de ele
mentos válidos para uma teologia da revelação. Nos ca
pítulos II e III iremos apenas deixando balizas entre a
época medieval e a contemporânea.
1.
A ESCOLASTICA DO SÉCULO XIII
I. SAO BOAVENTURA
8 II Sen., d. 10, a. 3, q. 2, c.
9 “Ad cognitionem naturalem rerum multum potest proficere proprio
studio atque ingenio, sed in cognitione modi perveniendi ad vitam per
se ipsum plus deficit quam proficit, nisi divinae revelationis instructione
dirigatur. Et propterea magis data est nobis Scriptura, divinitus et per
Spiritum Sanctum revelata, in cognitione fidei et morum, quam in cogni
tione rerum naturalium, licet omnis veritas aliquo modo a Spiritu Sancto
esse dicatur” (II Sent., d. 23, dub. 3).
10 In Jo., c. VI, 79, arg. 3; c. XIII, 71; IV Sent., d. 48, a. 1, q.
4, ad 2 et 3.
11 IV Sent., d. 48, a. 1, q. 4, ad 2 et 3.
12 IV Sent., d. 48, a. 1, q. 4, ad 4.
13 IV Sent., d. 2, a. 1, q. 2, c.
14 “Lumen plenum est in doctrina evangelica, scilicet doctrina Chris
ti...; lumen subsequens in doctrina apostoHca... ; lumen praecedens in
prophetica” (IV Sent., d. 24, p. 2, a. 2, q. 4, c.).
15 III Sent., d. 25, a. 2, q. 2, f. 2.
172 A NOÇÃO DE REVELAÇÃO NA TRADIÇÃO TEOLÓGICA
2. A revelação profética
3. Fé e revelação
quod fides, quantum ad suum formale per infusionem est, sed quantum
ad materiale, videlicet quoad notitiam illam qua cognoscitur... est per
auditum, ita quod unum est per auditum cordis, et aliud per auditum
corporis. Ideo generaliter dicit Apostolus, fidem ex auditu esse, magis
principaliter ratione auditus interioris quam exterioris. Et sic dicit Gre
gorius quod in vanum laborat sermo praedicatoris, nisi adsit illustratio
doctoris interioris” (III Sent., d. 24, dub. 2). Cfr. Ill Sent., d. 23, a.
2, q. 5, c.; d. 25, a. 2, q. 2, f. 4.
31 “Et qui misit me Pater, etc. Tangitur hic tertium testimonium,
scilicet divinum, quod et paternum dicit; propter quod ait: et qui misit
me Pater, per incarnationem, testimonium perhibuit de me per internam
inspirationem; quia, sicut dicitur infra sexto (v. 44), nemo venit ad me,
nisi Pater traxerit eum. Unde voce intelligibili revelat et testificatur,
quam Judaei carnales nec audire poterant, nec ipsum loquentem videre.
Ideo dicit: neque vocem ejus unquam audistis, per mentis revelationem;
sicut Petrus audivit, Matthaei decimo sexto (v. 17): Beatus es, Simon
Bar Jona, quia caro et sanguis non revelavit tibi, sed Pater meus qui in
coelis est” (In Jo., c. V, 65; c. VI, 68).
32 “Omnis veritas salutaris vel in Scriptura est, vel ab ipsa emanat,
vel ad eam reducitur” (In circuncisione Domini, sermo I). “Veritas enim
fidei et vitae sanctitas non aliunde quam ex scripturarum fonte hauritur”
(Opusc. 13, Determinationes quaestionum circa regulam fratrum mino
rum, p. I, q. 3).
33 III Sent., d. 23, a. 1, q. 4, ad 4.
176 A NOÇÃO DE REVELAÇÃO NA TRADIÇÃO TEOLÓGICA
4. Conclusão
38 la, q. 1, a. 1, c.
178 A NOÇÃO DE REVELAÇÃO NA TRADIÇÃO TEOLÓGICA
124 2a 2ae, q. 2, a. 5, c.
125 “Formale objectum fidei est veritas prima, secundum quod mani
festatur in Scripturis sacris et in doctrina Ecclesiae. Unde quicumque
non inhaeret sicut infallibili et divinae regulae, doctrinae Ecclesiae, quae
procedit ex veritate prima in Scripturis sacris manifestata, ille non habet
habitum fidei” (2a 2ae, q. 5, a. 3, c.). ‘Omnibus articulis fidei inhaeret
fides propter unum medium, scilicet propter veritatem primam propositam
nobis in Scripturis secundum doctrinam Ecclesiae intelligentis sane” (2a
2ae, q. 5, a. 3, ad 2).
126 “Veritas fidei in Sacra Scriptura diffuse continetur et variis modis,
et in quibusdam obscure; ita quod ad eliciendum fidei veritatem ex sacra
scriptura requiritur longum studium et exercitium, ad quod non possunt
pervenire omnes illi quibus necessarium est cognoscere fidei veritatem...
Et ideo fuit necessarium ut ex sententiis sacrae scripturae aliquid mani
festum summarie colligeretur quod proponeretur omnibus ad credendum.
Quod quidem non est additum sacrae scripturae, sed potius ex sacra
scriptura assumptum” (2a 2ae, q. 1, a. 9, ad 1).
127 III Sent., d. 25, q. 1, a. 1, qla 3.
128 “Quae in nullo alio differunt nisi quod in uno plenius explicantur
quae in alio continentur implicite, secundum quod exigebat haereticorum
'instantia” (2a 2ae, q. 1, a. 9, ad 2).
7 - Teologia da revelação
194 A ESCOLÂSTICA DO SÉCULO XIII
7. Da revelação à fé
Os homens, ao contrário das grandes testemunhas de
Deus, apóstolos e profetas, chegam à revelação apenas me-
diatamente: de um intermediário humano é que recebem a
verdade da fé 130. Essa palavra exterior é também palavra
de Deus, derivada que é da revelação primeira 131. Contudo,
antes de aceitá-la e de por ela arriscar toda sua vida, é justo
que o homem verifique os títulos que garantem a autorida
de do mensageiro.
O pregador da fé é credenciado e seu ensinamento qua
lificado como divino pelos milagres que Deus lhe concede
realizar 132; esse o selo divino que atesta a origem divina da
doutrina pregada 133, o argumento que manifesta como real
mente divina a palavra do profeta134. A ação persuasiva
do pregador, sua própria certeza contagiante, são também
agentes que externamente solicitam 135.
129 «<jn doctrina Christi et apostolorum veritas fidei est sufficienter
explicata. Sed quia perversi homines apostolicam doctrinam et ceteras
scripturas pervertunt,... necessaria est, temporibus procedentibus, expla
natio fidei contra insurgentes errores” (2a 2ae, q. 1, a. 10, ad 1).
130 2a 2ae, q. 6, a. 1, c. Cfr.: B. Duroux, La psycologie de la foi
chez Saint Thomas d’Aquin (Fribourg, 1956), pp. 28-30.
131 De Verit., q. 18, a. 3, ad 2.
132 “Fides non habet inquisitionem rationis naturalis demonstrantis
id quod creditur, habet tamen inquisitionem quamdam eorum per quae
inducitur homo ad credendum, puta quia sunt dicta a Deo et miraculis
confirmata” (2a 2æ, q. 2, a. 1, ad 1). Cfr.: C. G., L. III, c. 154.
133 “Ut, dum aliquis facit opera quae solus Deus facere potest, cre
dantur ea quae dicuntur esse a Deo, sicut cum aliquis defert litteras
anulo regis signatas, creditur ex voluntate regis processisse, quod in illis
continetur” (3a, q. 43, a. 1, c.). “Hoc contingere non potest quod
aliquis falsam doctrinam annuntians, vera miracula faciat, quae nisi virtute
divina fieri non possunt; sic enim Deus esset falsitatis testis, quod est
impossibile” (Quodl. 2, q. 4, a. 6, ad 4). Cfr. também: 2a 2ae, q. 178, a. 1.
134 “Ad hoc datum est hominibus facere miracula ut ostendatur quod
Deus per illos loquitur” (III Sent., d. 25, q. 2, a. 1, qla 4, ad 4). Cfr.:
A. van Hove, La doctrine du miracle chez S. Thomas et son accord avec
les principes de la recherche scientifique (Louvain, 1927); B. Duroux La
psychologie de la foi chez Saint Thomas d’Aquim, pp. 38-44.
135 2a 2ae, q. 6, a. 1, c; q. 171, a. 5, c.
A ESCOLÁSTICA DO SÉCULO XIII 195
136 “Quia non solum revelatio exterior, vel objectum, virtutem attra
hendi habet, sed etiam interior instinctus impellens et movens ad cre
dendum; ideo trahit multos Pater ad Filium per instinctum divinae ope
rationis moventis interius cor hominis ad credendum” (In Jo., c. 6, lect.
5). Cfr.: 2a 2ae, q. 2, a. 9, ad 3.
137 Primum in quo incipit praedestinatio hominis impleri est vocatio
hominis, quae quidem est duplex: una exterior, quae fit ore praedica
toris ... ; alia vero vocatio est interior quae nihil aliud est quam quidam
mentis instinctus quo cor hominis movetur a Deo ad assentiendum his
quae sunt fidei et virtutis... Et haec vocatio necessaria est quia cor
nostrum non se converteret ad Dominum, nisi ipse Deus nos ad se
traheret” (In Rom., c. 8, lect. 6).
138 “Adjuvatur autem a Deo aliquis ad credendum tripliciter. Primo
quidem per interiorem vocationem, de qua dicitur Jo. 6,45: omnis qui au
divit a Patre, et didicit, venit ad me; et ad Rom. 8,30: quos praedesti
navit, hos et vocavit. Secundo, per doctrinam et praedicationem exterio
rem, secundum illud Apostoli ad Rom. c. 10,17: Fides ex auditu, auditus
autem per verbum Christi. Tertio, per exteriora miracula; unde dicitur
ICor. 14, quod signa data sunt infidelibus ut scilicet per ea provocentur
ad fidem” (Quodl., 2, q. 4, a. 6). “Ille qui credit habet sufficiens in-
ductivum ad credendum: inducitur enim auctoritate divinae doctrinae mi-
raculis confirmatae, et, quod plus est, interiori instinctu Dei invitantis”
(2a 2ae, q. 2, a. 9, ad 3).
139 “Deus testificatur alicui dupliciter, scilicet sensibiliter et intelligi-
biliter... Intelligibiliter autem testificatur inspirando in cordibus aliquo
rum quod credere debeant” (In Jo., c. 5, lect. 6). “Dicendum quod
interior instinctus quo Christus poterat se manifestare sine miraculis ex
terioribus pertinet ad virtutem Primae Veritatis quae interius hominem
illuminat et docet” (Quodl. 2, q. 4, a. 6, ad 3).
196 A ESCOLÁSTICA DO SÉCULO XIII
9. Conclusões
tia est secundum quod mens humana elevabitur ad ea quae sunt revelata,
perfecte intuenda” (C. G., L. IV, c. 1).
144 “Prophetia est <cut quiddam imperfectum in genere divinae reve
lationis... Perfectio autem divinae revelationis erit in patria” (2a 2ae,
q. 171, a. 4, ad 2). Cfr.: 2a 2ae, q. 173, a. 1, c.
145 “Contemplatio quae tollit necessitatem fidei est contemplatio pa
triae, qua supernaturalis veritas per essentiam videtur” (2a 2ae, q. 5, a.
1, ad 1). Cfr.: De Verit., q. 14, a. 9, ad 2.
146 “Ad tertiam cognitionem pertinet, quia prima Veritas cognoscetur,
non sicut credita, sed sicut visa; videbimus enim eum sicut est, ut dicitur
(IJo. 3,2); nec aliquid modicum de divinis mysteriis percipietur, sed ipsa
majestas divina videbitur, et omnis bonorum perfectio;... non autem pro
ponetur veritas homini aliquibus velaminibus occultata,· sed omnino mani-
festata” (C. G., L. IV, c. 1).
198 A ESCOLÁSTICA DO SÉCULO XIII
2. A Escritura e o costume
“O conhecimento sobrenatural necessário ao homem é
transmitido de modo suficiente na Escritura”? Scot res
ponde afirmativamente e apresenta oito argumentos para
demonstrar que a Escritura é verdadeiramente de origem
divina: as profecias, a concórdia das Escrituras, a autori
dade dos autores, a diligência dos destinatários, a conveniên-
151 I Sent., dist. 2, q. 3, n. 7.
152 Prol., p. 1, q. un., nn. 62-65.
153 Ibid., n. 65.
154 Ibid., n. 75.
155 Ox. II, dist. 9, q. 2, n. 25; dist. 10, q. un., n. 2.
156 Ox. II, dist. 10, q. un., n. 2.
157 Rep. Par. III, dist. 24, q. un., nn. 21-22.
202 A NOÇÃO DE REVELAÇÃO NA TRADIÇÃO TEOLÓGICA
3. Profetas e apóstolos
mente, diz ele, se revela por imagens interiores 165. Por isso
é que a revelação profética acontece principalmente no sono
quando o' homem está menos distraído pelos objetos do
mundo exterior. É tanto mais extraordinário, observa Scot,
que uma verdade seja revelada num sonho, pois se é na
tural que o homem tenha o uso da razão quando acordado,
é muito menos natural que o tenha quando dorme 166. Fa
lando da ação divina, explica que Deus, para se dar a co
nhecer, pode servir-se de um objeto que o represente sob
seu aspecto de Divindade, ou então, agindo diretamente na
inteligência do profeta, pode produzir esse conhecimento
de si mesmo sem qualquer objeto intermediário. “Esse co
nhecimento chama-se palavra interior de Deus, como o
conhecimento dos profetas” 167. Os anjos ou os demônios
não poderíam elevar o homem a um conhecimento dessa
ordem 168. O conhecimento surgido assim é acompanhado de
uma certeza firmissima: certeza que o conhecimento vem
de Deus e certeza da verdade desse conhecimnto. Ainda
que a certeza do profeta não repouse na evidência do objeto,
não pode ele negar-se a aceitar a verdade recebida169. A
verdadeira profecia inclui a certeza e a consciência da ação
divina.
Duns Scot não deixou nada elaborado sobre a revela
ção neotestamentária. Afirma simplesmente que o promul
gado e transmitido pelo Cristo aos apóstolos, foi promulgado
e transmitido à Igreja pelos apóstolos, oralmente ou por
escrito 17°. Dos apóstolos como dos profetas deve-se dizer
que “seria vã a revelação exterior sem o concurso da ilumi
nação e revelação interior” 171. A pregação dos profetas e
dos apóstolos é acompanhada por milagres que atestam a
verdade da doutrina pregada172. Finalmente, um último
ponto de aproximação entre os apóstolos e os profetas é
a característica da grande certeza de seu conhecimento.
165 I Sent., dist. 16 n. 2.
166 IV Sent., dist. 45, q. 2, n. 11.
167 Rep. Par. Prol., q. 2, n. 17.
168 II Sent., dist. íl, n. 4.
169 III Sent., dist. 24, q. un., n. 17.
170 IV Sent., dist. 17, n. 17; dist. 8, q. 2, n. 6.
171 I Sent., dist. 16, q. un., n. 2.
172 Prol., p. 2, q. un., n. 113.
204 A NOÇÃO DE REVELAÇÃO NA TRADIÇÃO TEOLÓGICA
e Ibid., D.
9 “Praeter haec autem saepe Deus per Prophetas loquebatur, et novas
revelationes proponebat... Denique in lege gratiae, idem modus pro
videntiae et praedicationis fidei servatus est. Nam imprimis missus est
Joannes, ut omnes crederent per illum; postea vero Deus ipse per huma
nitatem assumptam docuit eos qui illum immediate audire potuerunt.
Ad reliquos autem misit apostolos dicens, Mt. ultimo: praedicate Evan
gelium omni creaturae... Ergo hic est modus sufficiens, immo et ordina
rius, ad proponendam et concipiendam fidem. Et ideo dixit Paulus ad
Rom. 10: fides ex auditu, auditus autem per verbum Christi. Loquitur
autem de verbo sensibili, nam subdit: quomodo audient sine praedicante?”
(De Fide, disput. 4, sect. 1, η. 2: t. 12, 112). Citado segundo: R. P.
Francisci Suarez Opera omnia edita a M. André et C. Berton (28 vol.,
Paris, Vivès, 1856-1878).
10 “Verbo suo Christus fidem tradidit," et apostolicam ecclesiam do
cuit, et per Ecclesiam singulos fideles. instruit, et Ecclesiae definitio vir
tutem habet cujusdam revelationis” (Proleg. V, De variis erroribus di
vinae gratiae contrariis, c. 3, n. 16: t. 7, 233).
11 “Ecclesia... est sensibilis regula, quam facilius audiunt e* perci
piunt; in illa tamen auctoritatem divinam quasi loquentem suppo 't
ita implicite saltem suam fidem in Deum resolvunt” (De Fide, „·.
3, sect. 10: n. 10: t. 12, 94).
ESCOLÁSTICOS POS-TRIDENTINOS 209
pelo próprio Deus, pelo menos se exige que essa proposi
ção se apresente em tais circunstâncias e com tais garantias
que se manifeste como “crível” ou, com outras palavras,
qualificada pelo poder divino 12.
I. JOAO MÕHLER
1 “... pour qui pénètre l’ensemble de notre foi, dit-il, la vie de l’Esprit
en nous garde la priorité sur l’enseignement ou foi formulée, bien que,
ajoute-t-il aussitôt^ dans le temps, la prédication précède notre adhésion”
(J. A. Mõhler, L'Unité dans l’Eglise, ou le principe du catholicisme
d’après l’esprit des Pères des trois premiers siècles de l’Église. Trad, de
André de Lilienfeld (Paris, 1938), pp. 22-23).
2 “Ais Christus das Reich Gottes zu verkünden begann, war es
nirgends vorhanden, als in ihm und der gottlichen Idee; es kam von
aussen zu den Menschen, und zwar zuerst zu den Aposteln, in welchen
also das Reich Gottes durch das von aussender, menschlich zu ihnem
sprechende Wort Gottes ausgerichtet ■ ward, so dass es von aussen in sie
hineindrang” (J. A. Mõhler, Symbolik oder Darstellung der dogmatischen
Gegensatze der Katholiken und Protestanten nach ihren offentlichen Be-
kenntnisschriften (Mainz, 1838, 5î), L. I, c. 5, § 48, p. 426).
220 A NOÇÃO DE REVELAÇÃO NA TRADIÇÃO TEOLÓGICA
III. J. B. FRANZELIN
8 - Teologia da revelação
226 A NOÇÃO DE REVELAÇÃO NA TRADIÇÃO TEOLÓGICA
n Ibid., 648-649.
23 Ibid., 247-249.
M Ibid., 250-251.
25 Ou seja uma proposição confirmada por sinais que atestam a ori
gem divina da palavra pregada.
26 Sobre isso, cfr. principalmente: J. Seynaeve, Cardinal Newman’s
Doctrine on Holy Scripture (Louvain, Oxford et Tielt, 1953), pp. 30-37;
205-214.
27 “That knowledge which God has given... is religious knowledge”
A RENOVAÇÃO ESCOLÁSTICA DO SÉCULO XIX 227
V. M. J. SCEEBEN
« Ibid., 38.
4.
A TEOLOGIA DA REVELAÇÃO NO SÉCULO XX
32 Ibid., 138-141.
242 A NOÇÃO DE REVELAÇÃO NA TRADIÇÃO TEOLÓGICA
2. Teologia protestante
82 Ibid., 234.
83 Ibid., 253, 239.
84 Ibid., 246-247.
85 “...n’est pas un inventum philosophicum (D. 1800) à traiter tout
de go comme un lot de principes métaphysiques ou physiques, d’où se
déduiraient logiquement des conclusions claires. Ce sont les oeuvres de
Dieu, du Dieu d’Abraham, d’Isaac et de Jacob, non de l’Acte pur; et
son ouvre centrale, l’Incarnation de son Fils, ne s’insère dans aucun
ordre cosmique où nous pourrions décler une ombre de raison détermi
nante” (Ibid., 247).
86 Ibid., 248.
87 Ibid., 249.
252 A NOÇÃO DE REVELAÇÃO NA TRADIÇÃO TEOLÓGICA
«» Ibid., 68-69.
ιοί Ibid., 69.
102 Ibid., 65.
103 “En concret, il y a grandissement de l’Église et, dans l’Église,
grandissement de tout le mystère de Dieu: toute la réalité divine grandit,
en tant que donnée, en tant qu’assimilée, en tant qu’il y a croissance du
Christ dans son Église, dans la mesure où celle-ci s’identifie à lui... A
ce développement du donné-révélé-réalité dans l’Église, fait suite, par voie
de conséquence, le-développement du donné-révélé-connaissance”, (Ibid. 70).
im Ibid., 71.
TEOLOGIA DA REVELAÇÃO NO SÉCULO XX 255
5. Teologia querigmática
9 - Teologia da revelação
258 A NOÇÃO DE REVELAÇÃO NA TRADIÇÃO TEOLÓGICA
de uma comunidade humana escolhida por Deus, por ele dirigida, e é atra
vés da história dessa comunidade que Deus se dá a conhecer. “Deus age
na história, Deus revela-se pela história”, nota o P. de Lubac (Catholicis
me, Paris, 1947, p. 133). Conseqüentemente, a fé cristã não é simplesmente
a adesão a um conjunto doutrinai sobre o relacionamento entre o homem
e Deus, mas o reconhecimento de uma série de intervenções sobrenaturais
e irreversíveis de Deus no curso da história humana, tendo em vista levar
a humanidade a seu estado definitivo, que é o da Jerusalém celeste (M.
Flick e Z. Alszeghy, "Conspectus, Teologia delia storia”, Gregorianum,
35 (1954): 292).
120 H. Rahner, Eine Théologie der Verkündigung, p. 11.
121 J. A. Jungmann, Die Frohbotschaft und unsere Glaubensverkün-
digung, pp. 61ss. Esse caráter cristológico da revelação é sublinhado por
todos os querigmáticos.
122 E. Kappler, Die Verkündigungstheologie (Fribourg, 1949), pp.
22-28.
TEOLOGIA DA REVELAÇÃO NO SÉCULO XX 261
125 Cfr., por exemplo, Parole de Dieu et liturgie (“Lex Orandi”, Paris,
1958); La Parole de Dieu en Jésus-Christ (“Cahiers de l’actualité réligieuse”,
Paris, 1961).
126 Z. Alszeghy e M. Flick, “Il problema teologico della predica-
zione”, Gregorianum, 40 (1959): 672-676.
127 J. Mouroux, Le Mystère du temps (Paris, 1962), pp. 196-204.
128 Por exemplo: A. Rétif, Toi au Christ et mission (Paris, 1953);
J. R. Geiselmann, Jésus der Christus, Die Urform des apostolischen
Kerygmas als Norm unserer Verkündigung und Théologie von Jesus
Christus (Stuttgart, 1951); R. Asting, Die Verkündigung des Wortes
Gottes im Urchristentum dargestellt an den Bergriffen “Wort Gottes”,
“Evangelium”, und “Zeugnis” (Stuttgart, 1939); R. Koch, “Die Ver
kündigung des Wortes Gottes in der Urkirche”, Anima, 10, (1955), pp.
256-265; Id., “Témoignage d’après les Actes”. Masses ouvières (abril,
1957), pp. 16-35; (junho 1957), pp. 4-23; J. Gewiess, Die Drapostolische
Heilsverkündigung nach der Apostelgeschichte (Breslau, 1939); H. Traub,
Botschaft und Geschichte (Zürich, 1954); N. Brox, Zeuge und Martyrer,
Dntersuchungen zur früchristlichen Zeugnis-Terminologie (München, 1961).
TEOLOGIA DA REVELAÇÃO NO SÉCULO XX 263
7. Desenvolvimento do dogma
>53 “En Jésus-Christ, tout nous a été d’un coup, à la fois donné et
révélé... ; par conséquent, toutes les explications à venir, quelle que
soit leur teneur et quel que soit leur mode, ne seront jamais que le
monnayage en fractions plus distinctes d’un trésor déjà possédé tout en
tier; ... tout était déjà contenu réellement, actuellement, dans un plux
haut état de connaissance, et non pas seulement dans des principes et
des prémisses” (Ibid., 157-158).
154 Ibid., 139.
155 Ibid., 148.
156 Ibid., 157.
TEOLOGIA DA REVELAÇÃO NO SÉCULO XX 269
8. Teologia da revelação e da fé
Ibid., 112-172.
167 W. Bulst, Offenbarung, pp. 70-86.
we Ibid., 90-91.
169 “Die übernatürliche Offenbarung ist die gnadenhafte, personale,
heilschaffende Selbschliessung Gottes an den Menschen im Raun seiner
Geschichte; und zwar in übernatürlichem gõttlichem Tun, in sichtbarer
Erscheinung und vor allem, jene interpretierend und umfassend, in seinem
bezeugenden Wort; vorbereitend geschehen in Israel, endgülting in Chris
tus Jesus, uns gegenwãrtig im Wort und Wirken der Kirche; hienieden
noch in vielfâltiger Verhüllung (datum vom Meschen aufzunehmen im
Glauben), aber hingeordnet auf die unmittelbare Gottesschau der Ewgkeit”
(W. Bulst, Offenbarung, p. 111).
ιό Ibid., 113.
TEOLOGIA DA REVELAÇÃO NO SÉCULO XX 273
175 Ativa sobre este ponto a reflexão protéstante; cfr., por exemplo:
O. Cullmann, Christ et le temps (Neuchâtel, 1957); W. Pannenberg, R.
Rendtorf, T. Rendtorf, U. Wilkens, Offenbarung als Geschichte
(Gottingen, 1961); W. Eichrodt, “Offenbarung und Geschichte im A. T.”,
Teol. Zeitschrift, 4 (1948): 321-331; G. von Rad, “Grundprobleme einer
biblischen Théologie des A. T.”, Theol. Lit. Zeitung, 68 (1943): 225-234;
Id., “Theologische Geschichte im A. T.”, Theol. Zeischrift, 4 (1948):
161ss.
176 J. Alfaro, “Persona y gracia”, Gregorianum, 41 (1960): 11; R.
Aubert, “Questioni attuali intorno all’atto di Fede”, Problemi e Orienta-
menti di Teologia dommatica (2 vol., Milano, 1957), t. 2:672.
177 W. Bulst, Offenbarung, pp. 63-65; A. Lang, Die Sendung
Christi (München, 1957), pp. 40-41.
us w Bulst, Offenbarung, pp. 63-68.
TEOLOGIA DA REVELAÇÃO NO SÉCULO XX 275
CONCLUSÕES
1. Problemática
2. Pontos de encontro
3. Oscilações
1
quarta parte
NOÇÃO DE REVELAÇÃO
E MAGISTERIO ECLESIÁSTICO
Evidente, para qualquer um que estude os documentos
da Igreja, que os erros referentes à noção de revelação são
um fenômeno recente. Não parece que a noção tenha sido con
testada nos primeiros séculos e durante toda a idade média.
Não encontramos nenhum anátema ou condenação que nos
levasse a supor uma negação do fato ou uma contami
nação do conceito. As controvérsias que prendem a aten
ção da Igreja, e cujos ecos encontramos nos concílios, refe-
rem-se principalmente à Trindade, à Encarnação, ao misté
rio de Cristo (naturezas e pessoa), aos sacramentos, à au
toridade do pontífice romano. Que Deus tenha falado aos
homens por Moisés e pelos profetas, depois pelo Cristo e
pelos apóstolos, ninguém pensa negá-lo ou pô-lo em dúvida.
Também a Lei, os Profetas e o Evangelho, que contêm essa
palavra, são igualmente palavra de Deus. A Igreja, que
prega a palavra divina pretende conservar íntegra a fé con
fiada aos apóstolos, ao abrigo de qualquer contaminação e
de qualquer novidade (D 159-160) \ de qualquer germe
de erro que pudesse ser suscitado pelo espírito do mal,
que não cessa de misturar a cizânia à boa semente ( D 246 ).
Diz o segundo concilio de Constantinopla, em 553: “Nós
confessamos conservar e pregar a fé que por nosso grande
Deus e Salvador Jesus Cristo, foi dada no princípio, aos san
tos apóstolos e foi por eles pregada em todo o mundo e que
os santos Padres — principalmente os reunidos nos quatro
santos concílios — confessaram, explicaram e confiaram às
santas igrejas”2.
1 H. Denzinger-K. Rahner, Enchiridion symbolorum, definitionum
et declarationum de rebus fidei et morum (30* edição). De agora em
diante: D.
2 “Confitemus fidem tenere et praedicare ab initio donatam a magno
Deo et Salvatore nostro Jesu Christo sanctis apostolis et ab illis in uni
verso mundo praedicatam; quam et sancti Patres confessi sunt, et expla
naverunt, et sanctis ecclesiis tradiderunt, et maxime qui in sanctis quatuor
synodis convenerunt” (D. 212).
286 NOÇÃO DE REVELAÇÃO E MAGISTÉRIO ECLESIÁSTICO
O CONCÍLIO DE TRENTO
E O PROTESTANTISMO
10 - Teologia da revelação
290 NOÇÃO DE REVELAÇÃO E MAGISTÉRIO ECLESIÁSTICO
» Mansi, 51:272.
12 “Revelatio absolute necessaria dicenda est... quia Deus ex infinita
bonitate sua ordinavit hominem ad finem supernaturalem, ad participan
da scilicet bona divina, quae humanae mentis intelligentiam omnino
superant” (D. 1786).
Ο I CONC. DO VATICANO E O RACIONALISMO 305
vindade, começado pela graiça, consumado pela glória, que
ultrapassa a compreensão do espírito humano, e do qual
o apóstolo disse que o olho nunca viu...” 13. Do momento
em que Deus assinala ao homem um fim sobrenatural, ele
deve, se quiser respeitar a natureza inteligente e livre deste,
fazê-lo conhecer esse fim e os meios que asseguram sua
posse: ele deve revelar-lhes. É, pois, em última análise,
a intenção salvifica de Deus que explica a necessidade da
revelação das verdades de ordem sobrenatural.
Com relação às verdades religiosas de ordem natural,
a revelação não tem esse caráter de absoluta necessidade.
O concilio, utilizando os mesmos termos de santo Tomás,
a descreve em termos de necessidade moral; esta necessida
de não se prende nem ao objeto nem ao poder ativo da
razão, mas à condição atual da humanidade; sem a revela
ção, as verdades religiosas de ordem natural não podem
ser “conhecidas de todos, sem dificuldade, com firme cer
teza, sem mistura de erro” 14
Ao mesmo tempo que determina o grau de necessida
de da revelação, o concilio é levado a distinguir, no objeto
material, de uma parte, aquelas verdades que são conatu-
rais ao homem e, de outra, aquelas que “ultrapassam com
pletamente o alcance do espírito humano”. Trata-se sem
pre do mesmo objeto do parágrafo precedente, mas con
siderado desta vez sob seus aspectos de proporção ou de
desproporção com a razão natural.
3. Um vocábulo tal como revelação evoca tanto a
ação como o termo objetivo desta ação, ou seja, o dom rece-
quod Deus sit supremus auctor, quod Deus sit creator noster, quod Deus
sit Dominus noster, a quo toti cum omnibus viribus nostris dependemus.
Haec est intentio prima partis huius primae paragraph!” (Mansi, 51:
313, 316).
18 O texto primitivo dizia: increatae rationi. Urna emenda propunha
dizer: “increatae rationi quae est ipsa Veritas”. Foi aprovado e está no
texto definitivo: increatae Veritati (Mansi, 51: 315). ·
19 Mons. Martin observa que o cânon dirige-se contra os que susten
tam a seguinte opinião: “rationem humanam esse, ut ita dicam, autonomam,
sibique plane sufficientem” (Mansi, 51: 329).
20 “Ut omnes scimus, diz Mons. Martin, propria ratio fidei posita
est in motivo seu in objecto suo formali, nempe in auctoritate Dei loquen-
tis, quo quidem motivo fides scientia naturali essentialiter distinguitur”
(Mansi, 51: 313).
21 “Rationalistae... nomine fidei generatim non aliud intelligunt
quam rationalem scientiam rerum ad Deum et ad religionem pertinentium”
(Mansi, 50: 85).
22 “Semi-r ationalistae... docent enim omnem firmam persuasionem
de Deo et rebus divinis esse fidem illam proprie dictam, a qua fideles
denominantur, etiamsi motivum amplectendi et tenendi veritatem non sit
auctoritas Dei, sed veritas teneatur et solummodo propter perspectum
intrinsecum nexum idearum” (Mansi, 50: 85).
23 “Hanc vero fidem... virtutem esse supernaturalem qua... ad eo
(Deo) revelata vera esse credimus, non propter intrinsecam rerum veritatem
308 NOÇÃO DE REVELAÇÃO E MAGISTÉRIO ECLESIÁSTICO
Ibid., p. 35.
11 Ibid., pp. 187-188.
12 Ibid., pp. 305-312, 390-400.
320 NOÇÃO DE REVELAÇÃO E MAGISTÉRIO ECLESIÁSTICO
11 - Teologia da revelação
322 NOÇÃO DE REVELAÇÃO E MAGISTÉRIO ECLESIÁSTICO
2. Os pródromos da crise
with the developments, especially if they but puzzle and hinder you. For,
after all, the visible Church... is but a means, a way, a creature, to be
used where it helps, to be left where it hinders” (G. Tyrrell, A Much-
-abused Letter, p. 86).
47 Ibid., p. 87. E no Through Scylla and Charybdis: “Deferential
within the limits of conscience and sincerity to the official interpreters
of her mind (Of the Church), they must, nevertheless, interpret such
interpretations in accordance with the still higher and highest canon of
Catrolic truth: with the mind of Christ. It is He who sends us to them;
not they who send us to Him. He is our first and our highest authority.
Where they to forbid the appeal, their own dependent authority would
be at an end” (Ibid. p. 19).
48 J. Lebreton, art. “Modernisme”, no DAFC, 3: 683.
49 Por exemplo: “Can Revelation be communicated? Can I believe
on the strenght of God’s word to another? Can such belief be (in de
fiance of logic) stronger than my purely human faith in the veracity of
that other? Must not God speak to me directly? Must He not, at least
from within, illuminate the revelation thus verbally communicated to me
by another, and bring it home to me with a super-rational intuitive certi
tude?” (Through Scylla and Charybdis, p. 268). Cfr. Ibid., p. 316.
332 NOÇÃO DE REVELAÇÃO E MAGISTÉRIO ECLESIÁSTICO
3. Documentos antimodernistas
1. Diante da gravidade do perigo, e sobretudo diante
das ilusões que se multiplicam por toda parte, Roma inter
vém; primeiro com sentenças do Index; em seguida, pelas
decisões da Comissão Bíblica (em 1905, 1906, 1907); fi
nalmente, pelo decreto Lamentabili do Santo Ofício (3 de
julho de 1907). Um breve prefácio indica a intenção da San
ta Sé de impedir os excessos cometidos pela crítica moderna
no terreno bíblico e dogmático. A Congregação agrupou e re
provou sessenta e cinco proposições. Três dentre elas (XX,
XXI, XXII) dizem respeito diretamente ao nosso assunto.
Se bem que separadas, essas proposições se juntam uma à
50 L. de Grandmaison, “Le Développement du dogme”, Revue pratique
d’apologétique, 6 (1908): 97-98.
51 “Revelation is a supernaturally imparted experience of realities —
an experience that utters itself spontaneously in imaginative popular non-
-scientific form; theology is the natural, tentative, fallible analysis of that
experience. The Church’s divine commission is to teach and propagate a
new life, a new love, a new hope, a new spirit, and not the analysis of
these experiences” (G. Tyrrell, Medievalism, p. 129). Crf. Through Scylla
and Charybdis, p. 277.
52 Se demos a impressão de desenvolver demais a apresentação das
posições de Loisy e Tyrrel, bem como a de seus ascendentes protestantes,
deve-se isso ao fato de essa exposição ser absolutamente indispensável para
que possa ser devidamente apreciado o alcance das intervenções da Igreja.
Havia urgência e razões mais que suficientes.
A CRISE MODERNISTA 333
« D. 2087-2096.
69 “Addunt praeterea formulas ejusmodi esse a credente adhibendas
quatenus ipsum juverint; ad commodum enim datae sunt, non ad impe
dimentum” (D. 2087).
A CRISE MODERNISTA 341
falível”70. A encíclica, constata ainda Loisy, “não é mais
que a expressão total, inelutavelmente lógica, do ensina
mento aceito na Igreja desde o fim do século XIII”71.
Ao longo de toda a encíclica, muitas expressões deixam
entender que o modernismo não é mais que uma renovação
de velhos erros, já denunciados, mas retomados ao sabor
das novas ciências. O texto recorda especialmente o ensi
namento do Vaticano contra o agnosticismo, a propósito
do conhecimento de Deus, dos motivos de credibilidade,
da possibilidade da revelação (D. 1806, 1807, 1812, 2072);
ao imanentismo é oposto o dogma do sobrenatural (D.
1808, 2075); ao racionalismo, o ensinamento de Pio IX e
Gregório XVI sobre a subordinação da filosofia (D. 1634,
1635, 2075); ao relativismo, a censura de Gregório XVI
àqueles que perdem de vista a noção de verdade (D. 1617,
2080); ao evolucionismo religioso, a imutabilidade da re
velação e dos dogmas reivindicada por Pio IX e pelo con
cilio Vaticano (D. 1705, 1800).
3. A atividade antimodernista de Pio IX foi coroa
da pelo “motu proprio” Sacrorum antistitum de 1? de setem
bro de 1910 e pelo juramento que era imposto. Sem nada
acrescentar de essencial aos atos anteriores, esse juramento
como que os resumia solenemente. Apresentava uma gran
de vantagem: não era simplesmente uma condenação de erros
como o Syllabus, nem uma mera exposição de desvios como a
Pascendi. Era antes uma reafirmação da doutrina positiva
da Igreja. É uma profissão direta das doutrinas católicas
impugnadas pelas heresias modernistas.
O juramento tem duas partes; interessa-nos principal
mente a primeira. Após uma declaração geral de fidelida
de a todos os ensinamentos da Igreja, cinco pontos são mais
precisados. Ocupar-nos-emos apenas com os três últimos
que mais diretamente se referem ao nosso assunto.
O artigo terceiro afirma a fundação da Igreja, “guar
diã e mestra da palavra revelada”, pelo Cristo histórico
(D. 1800, 1836). No mesmo sentido, o artigo seguinte
afirma o caráter imutável da “doutrina da fé”, depósito
70 A. Loisy, Simples Réflexions, p. 139.
71 Ibid., p. 23.
342 NOÇÃO DE REVELAÇÃO E MAGISTÉRIO ECLESIÁSTICO
1. No pontificado de Pio XI
12 - Teologia da revelação
354 NOÇÃO DE REVELAÇÃO E MAGISTÉRIO ECLESIÁSTICO
16 “Una enim cum sacris ejusmodi fontibus Deus Ecclesiae suae Ma
gisterium vivum dedit, ad ea quoque illustranda et enucleanda, quae in
fidei deposito nonnisi obscure ac velut implicite continentur” (D. 2314).
17 “Eorum... est indicare qua ratione ea quae a vivo Magisterio
docentur, in Sacris Litteris et in divina traditione, sive explicite, sive
implicite inveniantur” (D. 2314).
18 “Ejusmodi privilegium veritatem esse a Deo revelatam in eoque
contentam divino deposito, quod Christus tradidit Sponsae suae fideliter
custodiendum et infallibiliter declarandum. Quod profecto Ecclesiae ma
gisterium non quidem industria mere humana, sed praesidio Spiritus veri
tatis, atque adeo sine prorsus ullo errore, demandata sibi munere fungitur
revelatas adservandi veritates omne per aevum puras et integras; quamobrem
eas intaminatas tradit, eisdem adjiciens nihil, nihil ab iisdem detrahens”
(AAO, 42 (1950): 756-757).
356 NOÇÃO DE REVELAÇÃO E MAGISTÉRIO ECLESIÁSTICO
3. No pontificado de Paulo VI
possunt homines, alio in aliis Nationibus modo, pro arbitrio suo inter
pretari? Sacrorum Antistitibus, qui Apostolorum successores sunt,...
munus demandatum est Evangelium illud annuntiandi ac docendi, quod
Christus ipse ejusque Apostoli annuntiavere ac docuere primi, et quod
haec Apostolica Sedes omnesque Episcopi, eidem adhaerentes, per saeculo-
rum decursum illibatum inviolatumque servarunt ac tradiderunt. Sacri
igitur Pastores hujus Evangelii non inventores auctoresve sunt, sed
solummodo custodes ex auctoritate, ac praecones divinitus constituti.
Quamobrem Nosmet ipsi et Episcopi una Nobiscum hanc Jesu Christi
sententiam iterare possumus ac debemus: “Mea doctrina non est mea,
sed ejus qui misit me” (Jo 7,16). Atque omnibus cujusvis temporis
sacrorum Antistitibus hoc Apostoli Pauli hortamentum tribui potest: “O
Timothee, depositum custodi, devitans profanas vocum novitates et opposi
tiones falsi nominis scientiae”; itemque haec ejusdem Apostoli sententia:
depositum custodi per Spiritum sanctum, qui habitat in nobis” (2Tim
“Bonum depositum custodi per Spiritum sanctum, qui habitat in nobis”
1,14)... Cum certissimum Nobis sit hanc doctrinam quam, Sancti
Spiritus ope innixi, tueri integram debemus, divinitus fuisse traditam,
haec Apostoli gentium iteramus verba: “Sed licet nos, aut angelus de
coelo evangelizet vobis praeterquam quod evangelizavimus vobis, anathema
sit” (AAS, 47 [1955]: 10-11).
21 Paulus VI, Ecclesiam suam, AAS, 56 (1964): 632. Nas citações
utilizamos, com algumas pequenas alterações, a tradução publicada pelas
Edições Paulinas (São Paulo, 1965, 3’).
22 “Nonne Concilium ipsum, ex eo quod sibi proposuit, pastorali
munere, illuc contendit jure meritoque, ut christianus nuntius in cogita
tiones influat, in verba, in cognitiones, in mores, in sensa hominum, qui
in terrarum orbe hodie vivunt et animis aestuant?” (Ibid., 640-641).
23 “Ecclesiae in colloquium veniendum est cum hominum societate,
in qua vivit; ex quo fit, ut eadem veluti speciem et verbi, et nuntii, et
colloquii induat” (Ibid., 639).
358 NOÇÃO DE REVELAÇÃO E MAGISTÉRIO ECLESIÁSTICO
ficare ad ultimum videtur, nisi scepticism! modos, sive quoad vim sive
quoad rem Verbi Dei, quod nuntiare nobis animus est” (Ibid., 647).
5.
O SEGNDO CONCÍLIO DO VATICANO
E A CONSTITUIÇÃO “DEI VERBUM”
TEXTO E COMENTÁRIO
1. Prooemium
CAPÍTULO I. A REVELAÇÃO
13 - Teologia da revelação
386 NOÇÃO DE REVELAÇÃO E MAGISTÉRIO ECLESIÁSTICO
6. Ar verdades reveladas
1. Divina revelatione Deus Seipsum atque aeterna
voluntatis suae decreta circa hominum salutem mani
festare ac communicare voluit, “ad participanda scili
cet bona divina, quae humanae mentis intelligentiam
omnino superant”.
2. Confitetur Sacra Synodus “Deum, rerum omnium
principium et finem naturali humanae rationis lumine
e rebus creatis certo cognosci posse” (cfr. Rom 1,20);
eius vero revelationi tribuendum esse docet, “ut ea,
quae in rebus divinis humanae rationi per se impervia
non sunt, in praesenti quoque generis humani condi
tione ab omnibus expedite, firma certitudine et nullo
admixto errore cognosci possint”.
1. Tendo falado da fé, agora o concilio fala das ver
dades reveladas e que, portanto, se devem crer: primeiro
os mistérios, depois as verdades cuja revelação é moral
mente necessária no estado atual da humanidade.
O texto retoma as afirmações do Vaticano I, fa
zendo, porém, duas modificações importantes. A formula
ção atual usa dois verbos: manifestare e communicare, em
vez do único revelare do Vaticano I. Isso para indicar que
a revelação é ao mesmo tempo manifestação e comunica
ção de vida, pois a palavra de Deus não apenas notifica a sal
vação, ela traz a salvação. A formulação precisa ainda que
os decretos eternos, que se mencionam, dizem respeito à
salvação do homem. São pois os decretos da encarnação
O VATICANO II Ε A CONSTITUIÇÃO “DEI VERBUM” 387
14 D. 1785, 1786..
388 NOÇÃO DE REVELAÇÃO E MAGISTÉRIO ECLESIÁSTICO
8. A sagrada Tradição
18 D. 2314.
19 D. 1800.
20 D. 1781, 1793, 1800, 1836, 2145, 2315.
k
398 NOÇÃO DE REVELAÇÃO E MAGISTÉRIO ECLESIÁSTICO
OBSERVAÇÕES GERAIS
Vaticano I Vaticano II
Placuisse eius (Dei) sapien Placuit Deo in sua bonitati
tiae et bonitati, alia eaque et sapientia seipsum revela
supernatural! via, seipsum ac re et notum facere sacra
aeterna voluntatis suae de mentum voluntatis suae, quo
creta humano generi reve homines, per Christum, Ver
lare. bum carnem factum, in Spi
ritu Sancto acessum habent
ad Patrem et divinae natu
rae consortes efficiuntur.
8. Uma última característica da constituição é o lugar
dado à Igreja. É na Igreja que o Evangelho se conserva in-
tato e vivo (VII); é a Igreja que perpetua e transmite o
tesouro recebido dos apóstolos, por seu ensino, por
sua vida e por seu culto (VIII); é a Igreja que,
pela contemplação, pelo estudo e pela vida, tende
para a plenitude de verdade da palavra de Deus
(VIII); é com a Igreja, sua Esposa, que Deus mantém
contínuo contato ao longo dos séculos, e é por ela que a
palavra de Deus ressoa no universo (VIII); é a Igreja que,
por seu Magistério, interpreta a palavra de Deus, é sua
serva, guarda-a santamente, expõe fielmente, propõe in
falivelmente.
A revelação descrita pela constituição é verdadeira
mente a revelação cristã, e não uma revelação qualquer,
de tipo filosófico ou gnóstico.
O Cristo é seu Autor, seu Objeto, seu Centro, seu Ápice,
sua Plenitude, seu Sinal. O Cristo é o fecho da abóbada dessa
prodigiosa catedral cujos arcos são os dois Testamentos. É
todo o Antigo Testamento que o anuncia, prepara e deseja;
todo o Novo Testamento é sua vinda, sua proclamação, refe-
re-se todo a ele. Ao longo dos séculos, a Escritura e a Tradi
ção exprimem esse único Objeto, esse único Mistério que é
a vida da Igreja. Se o Cristo confiou à sua Esposa o ministé
rio da palavra e do sacramento, é porque o Verbo de Deus,
no Cristo, nos foi dado sob a forma de palavra e de sacra
mento. É pela fé no Cristo e no seu Evangelho, é pela
comunhão de seu corpo e de seu sangue que temos acesso
à vida do Pai, do Filho e do Espírito.
404 NOÇÃO DE REVELAÇÃO E MAGISTÉRIO ECLESIÁSTICO
CONCLUSÕES
2. Natureza da revelação
3. A história da revelação
4. Objeto da revelação
8. Características da revelação
10. Conclusão
REFLEXÃO TEOLÓGICA
A teologia é inteligência da fé, busca do espírito que ,
tem sede de compreender. A teologia procura penetrar o
mistério que já possui pela fé, procurando obter uma inte
ligência mais viva. Prospecção que jamais chega ao termo,
pois que o mistério revela novas profundezas à medida que
o espírito se aventura. Se a teologia é ciência do objeto
da fé, ela deve primeiramente, como ciência, apossar-se
desse objeto, para depois se esforçar por compreendê-lo
numa etapa complementar. Portanto, a função reflexiva ·
da teologia não se justapõe à função positiva: é antes sua
decorrência homogênea. É inteligência, mas inteligência do
dado revelado.
A finalidade desta quinta parte é justamente estabe
lecer uma reflexão que flua da contemplação do próprio
objeto da fé, colhido e sistematizado. Deverá ser uma reflexão
fiel ao dado revelado, levando em conta a contribuição teo- -
lógica dos séculos passados, em seus elementos melhores,
levando também em conta os anseios e orientações da pes
quisa atual. O magistério eclesiástico oferecerá uma norma
que permita orientar a pesquisa na direção exata.
O estudo do material bíblico e patrístico sobre a re
velação levanta muitos problemas, decorrentes em sua
maioria da própria complexidade da realidade a ser consi
derada. De fato, essa realidade é estreitamente relacionada
com outras, tais como a história, a encarnação, a Igreja,
a luz da fé, a economia dos sinais, que acompanham a re
velação ou a constituem. Esse estreito relacionamento trans
parece na própria maneira de falar. Diremos assim que a
história é revelação, que o Cristo é a revelação em pessoa,
que a luz da fé é revelação interior, que a Igreja é a revela
ção concreta, que os milagres são revelação da salvação rea
lizada. Por outro lado, criação e parusia enquadram a re-
14 - Teologia da revelação
418 NOÇÃO DE REVELAÇÃO E MAGISTÉRIO ECLESIÁSTICO
1. Palavra humana
2. Palavra divina
1. Testemunho humano
Essencialmente o testemunho é uma palavra pela qual
alguém convida outro a aceitar algo como verdadeiro con
fiando em seu convite como garantia próxima de verdade
e em sua autoridade como garantia remota. Esse convite
a crer, enquanto garantia de verdade, é o elemento especí
fico do testemunho. Muitas vezes está explícito na própria
maneira de falar: “Eu vos digo. . . Creiam-me. . . Eu vi
com meus próprios olhos” 26. O que se pede ser acreditada é
a própria coisa atestada, o objeto do testemunho. A fé, res
posta solicitada pelo testemunho, é “um julgamento que
aceita como verdadeiro o que vem atestado, apoiando-se
sobre o testemunho como garantia próxima da verdade”27.
O testemunho é garantia próxima de verdade porque
a testemunha, pelo simples fato de convidar a crer, apela
para a confiança e compromete-se a dizer a verdade; com
promete-se a não trair essa confiança e promete ser sincera
•e veraz. O testemunho, pois, é mais uma realidade de or
dem moral que de ordem intelectual. Atestar não é sim
plesmente narrar: o testemunho compromete a testemunha.
Para quem não viu, sua palavra deve substituir a própria ex
periência. A fé no testemunho supõe assim certa demissão
da razão. Demissão legítima, porém, pois tem como motivo
a sanidade mental (ciência, perspicácia, espírito crítico) e,
principalmente, moral da testemunha.
Devemos notar que, se a fé humana se apóia na ates-
tação atual da testemunha e na sua autoridade, essa auto
ridade, contudo, não é de per si garantia última de verdade.
Falível por natureza, precisa sempre ser acompanhada de
indícios e de sinais objetivos que lhe indiquem o valor.
Essa apreciação da testemunha e de sua autoridade é uma ope
ração complexa, como qualquer conhecimento de pessoas e,
portanto, passível de erros e decepções. Mesmo quando o
Espírito, por um exame atento dos títulos da testemunha,
conseguiu todas as garantias possíveis, jamais pode confiar de
modo absoluto no testemunho humano, pois que a ciência
36 E. Dhanis, “Révélation explicite, et implicite” Gregorianum, 34
(1953): 210-211.
27 Ibid., 211.
A REVELAÇÃO COMO PALAVRA, TESTEMUNHO E ENCONTRO 429
e a fidelidade humanas são sempre precárias. O homem é
uma identidade que sempre se deve reconquistar.
Somente Deus pode dar à sua palavra uma garantia abso
luta, por sua identidade eterna e absoluta consigo mesmo.
A fé humana jamais pode ser uma fé de pura e simples
autoridade28.
Sob esse aspecto o conhecimento mediante o teste
munho é inferior ao conhecimento mediante a evidência; é,
porém, superior em vista dos valores que põe em jogo. A
demonstração apela para a inteligência. O testemunho, re
clamando uma intensidade de confiança que se mede pelos va
lores que se arriscam confiando nele, põe em jogo não apenas
a inteligência, mas também, em graus diversos, a vontade
e o amor. A possibilidade de um relacionamento entre os
homens repousa, em última análise, nessa confiança recla
mada pela testemunha e na promessa tácita de não trair.
Temos, pois, dum lado o compromisso moral da testemunha;
doutro, a confiança que já é um início de amor, por parte
de quem aceita o testemunho.
Ainda mais, desde que abandonamos o universo das coi
sas materiais para atingir o das pessoas, abandonamos o pla
no da evidência para entrar no do testemunho. Ao nível da
inter-subjetividade, que é o das pessoas, damos de encontro
com o mistério. Ora, as pessoas não são problemas que
se deixem conter em fórmulas ou resolver em equações.
As pessoas, somente podem ser conhecidas por revelação. .
Não temos acesso à intimidade pessoal a não ser pelo livre
testemunho das pessoas. Elas não testemunham sobre si
mesmas senão levadas pelo amor. O conhecimento por
testemunho é pois um conhecimento de ordem inferior
quando, pela natureza do objeto, podemos conseguir uma
evidência direta e imediata do real. Mas não é inferior
quando se trata do conhecimento de realidades que são
pessoas, quando o testemunho é a única maneira de entrar
em união com a pessoa e participar de seu mistério29.
2. Testemunho divino
6 Mansi, 50:76-77.
REVELAÇÃO E CRIAÇÃO 441
12 Como nota Feuillet, são Paulo “se place toujours sur le plan
concret de l’histoire du salut, et ce qu’il veut mettre en lumière, ce
qu’il cherche à exprimer de toutes les façons, c’est le grand tournant
opéré dans cette histoire par le passage de Jésus sur la terre” (A.
Feuillet, “La connaissance de Dieu par les hommes d’après Rom. 1,
18-23”, Lumière et Vie, mars 1954, p. 63).
13 S. Lyonnet, Exegesis epistulae ad Romanos cap. I ad IV (Romae,
1960), pp. 118-119; J. Fuchs, Le Droit naturel, essai théologique (Pa-
ris-Tournai-New-York-Rome, 1960), pp. 18-19.
REVELAÇÃO E CRIAÇÃO 445
15 - Teologia da revelação
450 REFLEXÃO TEOLÓGICA
2« D. 1795.
5.
HISTÓRIA E REVELAÇÃO
18 Ibid., p. 25.
19 Ibid., pp. 37, 43. A aliança mosaica recebeu sua estrutura lite
rária da estrutura literária dos tratados hititas. Nesses tratados há um
prólogo com dois aspectos: a) um aspecto ético·, o rei lembra ao cliente
os favores que lhe fez, para lhe suscitar o reconhecimento e o desejo
de servir a um tal senhor; um aspecto jurídico: os favores conferem ao
rei o direito de impor as obrigações estipuladas no contrato. Encontra
mos essa mesma estrutura na Aliança de Javé com Israel: são relembra
dos os benefícios divinos (Jos 24; Dt 6,10-19), enumeram-se as obriga
ções da Aliança e as bênçãos de Javé. O Êxodo é o acontecimento sal
vifico por excelência que dá a Javé o direito de exigir o serviço de Israel
e que leva este a fazer a Aliança. Cfr. W. Moran, “De foederis mosaid
traditione”, Verbum Domini, 40 (1962): 3-17.
20 P. van Imschoot, Théologie de VAncien Testament, I: 237-259.
21 Entre os temas secundários devemos acrescentar: a criação, subor
dinada também à eleição e à aliança, o tempo dos patriarcas, subordinado
à aliança mosaica.
458 REFLEXÃO TEOLÓGICA
V. CONCLUSÕES
9 Ibid., p. 73.
10 H. Niebecler, Wesen und Wirklichkeit der übernatiirlichen Offen
barung, p. 155; H. Urs von Balthasar, La théologie de Vhistoire (Pa
ris, 1955), p. 193; R. Guardini, Essence du christianisme, p. 48; Id.,
Oie Offenbarung, ihr Wesen und ihre Formen ( Würzburg,_ 1940), pp.
78-79; L.-M. Dewailly, Jésus-Christ, Parole de Dieu, p. 28;” P. Benoit,
“Révélation et Inspiration”, Revue Biblique, 70 (1963): 340.
11 “Et sicut homo volens revelare se verbo cordis, quod profert ore,
induit quodammodo ipsum verbum litteris vel voce, ita Deus, volens se
manifestare hominibus, Verbum suum conceptum ab aeterno, carne induit
in tempore” (In Jo., c. 14, lect. 2).
ENCARNAÇÃO E REVELAÇÃO 473
18 Ef 17,2.
19 Magn. 7,2.
20 Adversus Haereses, IV, 6, 6.
ENCARNAÇÃO E REVELAÇÃO 477
16 - Teologia da revelação
482 REFLEXÃO TEOLÓGICA
V. SITUAÇÃO DO CRISTO
32 De praescr., 21, 4.
ENCARNAÇÃO E REVELAÇÃO 487
I. AS BASES ESCRITURÍSTICAS
nas aos sentimentos de admiração que ele tem por seu mes
tre, mas adere docilmente ao testemunho do Pai que está
nos céus: abre-se ele a uma luz que vem do alto.
2. Há um texto dos Atos, muitas vezes citado, que
salienta como os cristãos são gerados para a fé pela pala
vra apostólica e pela ação interior de Deus. Lídia, negocian
te da cidade de Tiatira, ouvia a pregação de Paulo. “O
Senhor abriu-lhe o coração de sorte que aderiu ao que Paulo
dizia” (At 16,14). “Abrir o coração”, na mentalidade se-
mítica significa esclarecer a inteligência6. Enquanto Paulo
propunha a mensagem divina, a graça agia secretamente em
Lídia para iluminá-la e bem dispor.
3. Em suas cartas aos coríntios Paulo fala de ilumi
nação e de unção divinas. Numa primeira passagem ( 2Cor 4,
4-6), são Paulo compara a iluminação por ele recebida com
a fé, no momento de suas conversão e de sua vocação apos
tólica (Gál 1,15-16; At 26,18), com a criação da luz na
primeira manhã do universo7. A glória de Deus, que ou
trora brilhara na face de Moisés, brilha agora na face do
Cristo; para reconhecê-la, porém, é preciso que Deus ilumine
nossos corações: “O Deus que disse à luz que brilhasse no
seio das trevas, brilhou ele próprio em nossos corações,
para fazer resplandecer o conhecimento de sua glória, na
face de Jesus Cristo” (2Cor 4,6 )8. Em 2Cor 1,21-22,
Paulo usa o termo unção para designar a ação divina que
suscita a fé no coração dos que ouvem a verdade: “aquele
que nos fortifica em Cristo, juntamente convosco, e que
nos concedeu a unção, é Deus, o qual também nos marcou
com o seu selo e colocou o Espírito em nosso coração como
arras”. O Deus que fortalece Paulo e os cristãos na fé,
é aquele que, por sua unção, os levou a crer’.
4. A intervenção divina na origem da fé, que são
IV REVELAÇAO E SACRAMENTO
I. POLIVALÊNCIA DO MILAGRE
17 - Teologia da revelação
514 REFLEXÃO TEOLÓGICA
n’est compris comme oeuvre du Père que par l’explication de Jésus, qui,
elle, est à son tour garantie par le miracle. Miracle et discours ne font
qu’un seul procédé de révélation. Le miracle se prolonge en discours et
le discours fait comprendre le miracle” (La structure de Jean I-XII”,
em L’Évangile de Jean, p. 93).
19 “Interrogemus ipsa miracula, quid nobis loquantur de Christo;
habent enim, si intelUgantur, linguam suam. Nam quia ipse Christus
Verbum Dei est, etiam factum Verbi verbum nobis est” (Aug. In Jo.
tract. 24, 6: PL 35 col. 1953). Os milagres são: “l’expression signifi
cative d’une oeuvre divine, langage surnaturel, parole de salut qui s’adresse
à nous en actes intelligibles. Tous les grands thèmes de l’Évangile: libé
ration du péché, intimité avec Dieu par le sacrement de son Verbe in
carné, sen rédempteur de la croix, gloire promise et gloire déjà présente,
tous ces thèmes se traduisent en action dans les miracles de Jésus, ils
deviennent images vécues et symboles chargés de sens” (L. Monden,
Le miracle, signe de salut, pp. 102-103).
MILAGRE E REVELAÇÃO 517
que todo aquele que crê nele não pereça, mas tenha a vida
eterna; porque Deus não enviou o seu Filho ao mundo para
condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por
sua obra. Quem nele crê não será condenado, mas aquele
que não crê já está condenado, porque não creu no nome
do Filho unigênito de Deus” (Jo 3,16-18). O essencial
do testemunho de Deus ou da revelação consiste nisto:
“Deus nos deu a vida eterna, e essa vida está em seu Filho”
(IJo 5,11). Pelo Cristo, que é seu Filho, sua Palavra, o
Pai mostra-nos o caminho que leva à vida, pois o Cristo
é a Luz (Jo 9,5;12,35-36) e o Caminho (Jo 14,6)
que leva à Vida (Jo 12,50). Os homens são convi
dados a ouvir e a guardar a palavra do Filho: pela fé nessa
palavra terão a vida (Jo 12,46-50). O Cristo é o Bom
Pastor: ele dá a vida eterna (Jo 10,27-28) às ovelhas que
ouvem sua palavra.
A doutrina da Escritura é retomada pelo Magistério da
Igreja, às vezes com os mesmos termos. O concilio de La-
trão declara que a Santíssima Trindade “deu ao gênero hu
mano uma doutrina de salvação”3 e que o Cristo “indi-
cou-nos... o caminho da vida”4. O concilio de Trento,
referindo-se explicitamente a Mc 16,15-16, diz que o Evan
gelho é “a fonte de toda a verdade salvifica” 5. Diz tam
bém que pela fé acreditamos “na verdade da revelação e
das promessas divinas, principalmente que Deus justifica
o ímpio por sua graça, mediante a redenção que está no
Cristo Jesus”6. Finalmente, o primeiro concilio do Vati-
I. OS ASPECTOS DA REVELAÇÃO
1. Livros
Aeby, G., Les missions divines, de Saint Justin à Origène, Fribourg, 1958.
Alfaro, J., Adnotationes in tractatum de virtutibus, PUG, Romae, 1959.
Asting, R., Die Verkündigung des Wortes Gottes im Urchristentum dar-
gestélit an den Begriffen Wort Gottes, Evangelium und Zeugnis, Stuttgart,
1939.
Auzou, G., La Parole de Dieu, Paris, 1960, pp. 165-217.
Baierl, J., The Theory of Revelation, New York, 1927.
Baillie, J., et Martin, H., ed., Revelation, A Symposium, London, 1937.
Baillie, J., The Idea of Revelation in Recent Thought, London, 1956.
Barsotti, D., Il Mistero cristiano e la Parola di Dio, Firenze, 1954.
Trad, fr., La Parole de Dieu dans le mystère chrétien, Paris, 1954.
Barth, K., Die Christliche Dogmatik im Entwurf, I: Die Lehre vom Worte
Gottes, München, 1927.
Barth, K., Die Kirchliche Dogmatik, I: Die Lehre vom Worte Gottes,
München, 1932. Trad, fr., Dogmatique, I: La Doctrine de la Parole de
Dieu, Genève, 1953-1954.
Barth, K., Parole de Dieu et parole humaine, Paris, 1936.
Barth, K., Das Christliche Verstândnis der Offenbarung, München, 1948.
Besnard, A.-M., Le mystère du Nom, Paris, 1962, pp. 15-90.
Beumer, J., Die mündliche Überlieferung als Glaubensquelle, Freiburg
i. Br., 1962, pp. 74-88.
Boismard, M.-E., Le Prologue de Saint Jean, Paris, 1952, pp. 109-123.
Boman, T., Das Hebraische Denken in Vergleich mit dem Giriechischen,
Gottingen, 1957.
Botterweck, G. J., Gott Erkennen im Sprachgebrauch des A. T., Bonn,
1951.
Brox, N., Zeuge und Martyrer, München, 1961.
Brunner, E., Wahrheit als Begegnung, Berlin, 1938.
Brunner, E., Offenbarung und Vernunft, Zürich, 1941. Trad, angl.,
Revelation and Reason, Philad., 1946.
Brunner, E., Dogmatik, I: Die Christliche Lehre von Gott, Zürich, 1946.
Büchsel, F., Théologie des Neuen Testaments, Geschichte des Wortes
Gottes im NT, Gütersloh, 1937.
19 - Teologia da revelação
51% BIBLIOGRAFIA
Bulgakow, P. S., Dialog zwischen Gott und Mensch, Ein Beitrag zum
Christlichen Offenbarungsbegriff, Marburg, 1961.
Bulst, W. Offenbarung, Biblischer und Theologischer Begriff, Düsseldorf,
1960.
Bultmann, R., Der Begriff der Offenbarung im Neuen Testament, Tübin
gen, 1929.
Burnier, E., La notion de témoignage dans le Nouveau Testament,
Lausanne, 1939.
Cahill, J., Eschatological Occurrence, A critical Examination of Rudolf
Bultmann’s Concept of Revelation, Dissertatio ad lauream, PUG, Rome,
1960.
Caiazzo, S., Il concetto di rivelazione, Idea centrale della Teologia di
E. Brunner, Dissertatio ad lauream PUG, Roma, 1959.
Cerfaux, L., Le Christ dans la théologie de S. Paul, Paris, 1954, pp.
229-242, 303-328.
Charlier, L., Essai sur le problème théologique, Thuillies, 1938, pp.
66-80.
Chenu, M.-D., La Parole de Dieu, I:La foi dans l’intelligence, Paris, 1964.
Cianfrocca, G., La Via empirica nella ecclesiologia dal Concilio Vati
cano I a not, Roma, 1963.
Crouzel, H., Origène et la connaissance mystique, Bruges, 1961.
Cullmann, O., Christ et le Temps, Neuchâtel, 1957.
Cullmann, O., Christologie du Nouveau Testament, Neuchâtel, 1958,
pp. 18-47.
Daniélou, J., Bouter, L., et Alii Parole de Dieu et Liturgie, Coll.
“Lex Orandi”, Paris, 1958.
Daniélou, J., Message évangélique et culture hellénistique, Paris-Tour-
nai-New York-Rome, 1961.
Decker, B., Die Entwicklung der Lehre von der prophetischen Offenba
rung von Wilhelm von Auxerre bis zu Thomas von Aquim, Breslau,
1940.
de la Potterie, I. et Lyonnet, S., La vie selon l’Esprit, Paris, 1965.
De Saussure, J., Révélation et inspiration, Genève, 1952.
Dewailly, L.-M., Jésus-Christ, Parole de Dieu, Paris, 1945.
Dewailly, L.-M., Envoyés du Père. Mission et apostolicité, Paris, 1960.
Dewailly, L.-M., La jeune Église de Thessalonique, Paris, 1963, pp. 24-48.
Dieckmann, H., De Revelatione Christiana, Freiburg, 1930, pp. 135-141.
Dilschneider, O. A. Christus Praesens. Grundris einer Dogmatik der
Offenbarung, 2 vol. Gütersloh, 1948.
Dodd, C. H., La Bible aujourd’hui, Tournai-Paris, 1957, pp. 103-127.
Dupont, J., Gnosis. La connassiance religieuse dans les épîtres de S. Paul,
Louvain-Paris, 1949, pp. 187-194, 493498.
Duroux, P. La psychologie de la foi chez S. Thomas d’Aquin, Tournai,
1963.
Dürr, L., Die Wertung des gottlichen Wortes im A. T. und im Antiken
Orient, Leipzig, 1938.
Ramm, B., Special Revelation and the Word of God, Grand Rapids,
Michigan, 1961.
Ratzinger, J., Fries, H., hrsg., Einsicht and Glaube, Freiburg-Basel-Wien,
1962, pp. 15-27, 75-97.
Rétif, A., Foi au Christ et Mission, Paris, 1953.
Richardson, A., Christian Apologetics, London, 1955, pp. 110-153.
Rigaux, B., S. Paul, Les épîtres aux Thessaloniciens, Paris, 1956, pp. 153-
194.
Rivière, J., Le Modernisme dans l’Église, Paris, 1929.
Robinson, H. W., Record and Revelation, Oxford, 1938.
Robinson, H. W., Inspiration and Revelation in the Old Testament,
Oxford, 1946.
Robinson, H. W., Redemption and Revelation, London, 1947.
Rowley, H. H., The Faith of Israel, London, 1956, pp. 23-47.
Temple, W., Nature, Man and God, London, 1953, pp. 301-325.
Thomson, J. G. S. S., The Old Testament View of Revelation, Grand
Rapids, Michigan, 1960.
Thornton, L. S., Revelation and the Modem World, London, 1950.
Tillich, P., Systematic Theology, Chicago, 1956, t. 1, pp. 71-159.
Tyrrell, G., Through Scylla and Charybdis, London, 1907, pp. 264-354.
II ARTIGOS
20 - Teologia da revelação
586 BIBLIOGRAFIA
Mohrmann, C., “Epiphaneia”, Rev. des sc. ph. et th., 37 (1953): 611
670.
Mohrmann. C.. “Praedicare-Tractare-Sermo. Essai sur la terminologie
paléochrétienne”, La Maison-Dieu, 1954, pp. 97-108.
Moingt, J., “La gnose de Cément d’Alexandrie dans ses rapports avec
la foi et la philosophie”, Rech. de sc. rel., Π (1950): 195-251 398-421
537-564; 38 (1951): 82-118. ’ *
Mollat, D., “Évangile”, Diet de spiritualité, 4: 1745-1772.
Mollat. D.. “Le Semeion iohannique”, dans: Sacra Pagina, Paris-Gem-
bloux, 1959, pp. 219-228.
Moran, G., “What is Revelation?” in: Theological Studies 25 (1964)·
217-231.
Mowinckel, S., “La connaissance de Dieu chez les prophètes de l’Ancien
Testament”, Rev. d’hist. et de phil. rel., 22(1942): 69-106.
SUPLEMENTO BIBLIOGRÁFICO
PRIMEIRA PARTE
SEGUNDA PARTE
TERCEIRA PARTE
A NOÇÃO DE REVELAÇÃO
NA TRADIÇÃO TEOLÓGICA
QUARTA PARTE
577 Bibliografia
índice dos nomes próprios
índice de matérias