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O Pai, o Filho e o
Espírito Santo
William R. Downing
.
Traduzido do original em Inglês
A Catechism on Bible Doctrine (Version 1.7)
An Introductory study of Bible Doctrine in the Form of a Catechism with Commentary
By W. R. Downing • Copyright © 2008
Todos os direitos reservados somente ao autor. Nenhuma parte deste livro deve ser reproduzida
em qualquer forma que seja sem a permissão prévia do autor.
As citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida Corrigida Fiel | ACF
Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.
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A Trindade: O Pai, o Filho, e o Espírito Santo
Por William R. Downing
Mateus 28:19: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome
do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”.
Veja também: Gênesis 1:1-3; 26-28; Isaías 44:6-8, 1 Coríntios 8:4-6; Colossenses 2:9; 1
Timóteo 3:16.
Comentário
O termo “Trindade” deriva do Latim trinitas, de tres, três, e uno, um. A Trindade ou Tri-
Unidade de Deus é um grande mistério. É uma verdade Divinamente revelada porque ela
só é revelada nas Escrituras e é recebida pela fé. Não existe qualquer analogia (verdade
ou ilustração correspondente) encontrada na criação. Qualquer tentativa de ilustrar a
Trindade ou Tri-Unidade de Deus a partir da criação necessariamente falhará.
A verdade da Trindade pode ser vista como é apresentada a partir das Escrituras em quatro
afirmações: Deus, o Pai é Deus (Mateus 11:25). Deus, o Filho (o Senhor Jesus Cristo) é
Deus (Isaías 9:6; João 1:1-3, 14, 18; Colossenses 2:9). Deus, o Espírito Santo é Deus
(Gênesis 1:1-2; Atos 5:3-4; 2 Coríntios 3:17). Há um único Deus (Deuteronômio 6:4; Isaías
44:6-8; 1 Coríntios 8:4-6).
Existem dois termos teológicos com os quais devemos estar familiarizados — a Trindade
Ontológica e a Econômica. Essas são duas únicas maneiras de ver a Trindade por causa
da nossa compreensão finita. A palavra “ontológico” significa “ser” (Gr. ontos, “ser”), e
refere-se às Pessoas da Divindade em Suas essências e a relação de uma para com a
outra. A palavra “econômica” (Gr. oikonomia, “economia”) significa “gestão” ou “administra-
ção”, e refere-se às Pessoas da Triuna Divindade em Sua cooperação unificada nas obras
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da Criação, da Redenção e da Providência. A terminologia “Trindade Ontológica” significa
que Deus tem existido eternamente em Três Pessoas. Alguns sustentam erroneamente que
Deus é Trinitário apenas em relação ao universo criado. Tal visão nega, de forma intrínseca,
a Trindade Ontológica negando assim a filiação eterna do Senhor Jesus Cristo e a perso-
nalidade do Espírito Santo. Veja perguntas 25 e 26.
Mateus 6:9: “Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o
teu nome”.
Comentário
Para uma introdução a essa pergunta e resposta, veja as Perguntas 20-23. Deus o Pai
revelou-se como “o Deus e Pai do Senhor Jesus Cristo”, o “Pai” para a nação de Israel
como um povo de aliança coletiva (Isaías 64:8; Malaquias 1:6; João 8:41), e como “Pai”
para o Cristão individual e coletivamente (Mateus 6:9; Romanos 8:14-16). Essa distinção é
eterna e ontológica, e não meramente relacionada com a Trindade Econômica (isto é, Deus
não é uma Trindade apenas em relação à criação e à redenção, antes as distinções dentro
da Divindade são eternas — o Pai sempre foi o “Pai” em relação ao Filho e ao Espírito).
Veja a Pergunta 23. Essa autorrevelação de Deus como o “Pai” nas Escrituras é para a
nossa compreensão, o nosso conforto, a nossa confiança e a nossa esperança.
A revelação de Deus como nosso “Pai” nos permite — como criaturas finitas e Seus filhos
espirituais — entendê-lO, conhecer o Seu amor, amá-lO em resposta e nos alegrarmos em
um relacionamento filial. Essa revelação capacita o crente a conhecer a Deus como Aquele
que o ama, o recebe, o protege, o provê, o castiga, ouve suas orações, conhece suas prova-
ções e que um dia o receberá para Si mesmo na glória. Lutero afirmou essa bendita verdade
quando disse que se pudesse chamar Deus de “Pai”, ele podia orar — e nós também
podemos! Veja as Perguntas 99-102.
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João 1:1: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”.
1 Timóteo 3:16: “E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou
em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo,
recebido acima na glória”.
Veja também: Isaías 7:14; João 1:14, 18; 14:6-11; Filipenses 2:5-11; Tito 2:13; Hebreus 1:8.
Comentário
Deus é Espírito e, assim, invisível, isto é, incorpóreo (sem partes corporais) — João 4:24;
1 Timóteo 6:15-16. O Senhor Jesus Cristo em Sua encarnação é a revelação plena e final
e a representação do Deus eterno (João 1:1-3; 14:6-11; Colossenses 2:9; 1 Timóteo 3:16)
— a própria “exegese” de Deus (João 1:18). É no Senhor Jesus Cristo que o desejo natural
do homem de “ver” a Deus é cumprido (João 14:9). É em Sua personalidade e através dela
e das ações do Senhor Jesus durante o Seu ministério terreno que vemos a revelação do
poder e dos atributos morais de Deus. Em Sua transfiguração, vemos um vislumbre de Sua
glória eterna como o próprio Deus (Mateus 17:1-8; Marcos 9:1-8; Lucas 9:27-36; João 17:4-
5; 2 Pedro 1:16-18).
O eterno Filho de Deus encarnou-Se (tomou para Si uma verdadeira e completa natureza
humana, uma alma e um corpo) para a redenção dos pecadores (Lucas 1:35; Gálatas 4:4).
Ele não Se encarnou como um mero indivíduo, mas como um Homem Representante, “o
segundo homem”, “O último Adão” (Romanos 5:12-18; 1 Coríntios 15:45-47). É nesta quali-
dade que nós devemos ver e entender Sua humanidade, Sua perfeita obediência à Lei, Sua
tentação no deserto, Sua vida terrena e ministério, Seu sofrimento e morte, Sua gloriosa
ressurreição e Sua ascensão ao Céu para governar como o Deus-Homem no trono da Sua
glória (Mateus 28:18; 1 Coríntios 15:20-26; Filipenses 2:9-11; Hebreus 1:3).
Ele era e permanece sendo o perfeito e o imaculado Filho de Deus em virtude do Nasci-
mento Virginal, e assim apenas Ele estava qualificado para ser o nosso Redentor e Salvador
(Gálatas 4:4-5; Lucas 1:26-35; Romanos 5:12-19). O Senhor Jesus Cristo não poderia ser
um mero ser humano e viver uma vida perfeita sob a Lei para depois sofrer e morrer pelos
pecadores — nem Sua vida, nem o sofrimento e a Sua morte realizariam qualquer coisa.
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Ele apenas teria morrido como um mártir, e por Seus próprios pecados. A eficácia (efetivi-
dade) de Sua obra dependia de Sua Pessoa, da Sua natureza Divina e da Sua natureza
humana impecável.
Através do Nascimento Virginal (Mateus 1:18-25; Lucas 1:26-35), através de Sua vida
completamente sem pecado e vivida sob a Lei (João 8:46; Gálatas 4:4-5; 1 Pedro 2:21-22),
e depois pela Sua morte sacrificial (Lucas 19:10; Filipenses 2:5-8; 1 Timóteo 1:15; Hebreus
9:12, 27-28) e pela Sua ressurreição (Mateus 28:5-6; Atos 2:22-33; Romanos 1:3-4) o nosso
Senhor se tornou o Deus-Homem, santo, impecável e único Redentor qualificado dos peca-
dores (Atos 4:12), tornou-Se o nosso Grande Sumo Sacerdote (Hebreus 4:14-16; 5:5-10;
7:11-28; 1 João 2:1) e também o Juiz final de todos os homens (Atos 17:30-31; 2 Coríntios
5:10; Filipenses 2:9-11; Apocalipse 20:11-15). O nome “Jesus” (Gr. Iēsus, “Yahwéh é
salvação”) refere-se à Sua humanidade, “Cristo” (Gr. Christos, “O Ungido”) refere-se ao Seu
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ofício e missão como o Messias prometido (João 1:41; 4:25) e “Senhor” (Gr. Kurios,
“Yahwéh”) refere-se à Sua Divindade e posição de exaltação (Mateus 28:18; Atos 2:36;
Filipenses 2:9-11; Hebreus 1:1-13). Seu nome completo e título apropriado é “O Senhor
Jesus Cristo”.
A natureza Divina do nosso Senhor formou a base para Sua personalidade e manteve Sua
natureza humana como o Deus-Homem na união hipostática (a união das duas naturezas
em uma Pessoa). Assim, Ele foi totalmente impecável, ou seja, Ele não pecou e não podia
pecar. As duas frases Latinas são posse non peccar, capaz de não pecar (pecável), e non
peccar posse, incapaz de pecar (impecável). A impecabilidade do nosso Senhor era neces-
sária para Sua obra redentora.
Embora a ênfase moderna esteja sobre a obra redentora de Cristo, ao invés de estar sobre
Sua Pessoa, a maioria das controvérsias, se analisarmos historicamente, têm sido centra-
das sobre a última. A grande questão discutida é a Divindade do Senhor Jesus Cristo e a
relação de Suas duas naturezas em uma só Pessoa. As heresias doutrinárias acerca da
Pessoa do Senhor Jesus Cristo foram:
Gnosticismo Docético: o qual dizia que toda a matéria era inerentemente má, negou
a verdadeira humanidade de Cristo, tendo-O como sendo um espectro (1 João 1:1;
4:2-3).
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Apolonarianismo: uma heresia antitrinitária que negava a verdadeira humanidade de
Cristo.
Monofisistismo: ensinava que Cristo tinha uma natureza composta, em vez de duas
naturezas distintas.
Monotelitismo: sustentava que Cristo tinha apenas uma vontade e, assim, humilhava
Sua verdadeira humanidade. Havia dois pontos de vista: a vontade humana foi fundida
com a vontade Divina de modo que apenas a vontade Divina agia, ou as duas vonta-
des foram fundidas em uma só. A mais moderna Teoria Kenosis, decorrentes de
Filipenses 2:7, a forma extrema desta teoria sustenta que Cristo se esvaziou de Sua
Deidade, ou de Sua natureza Divina, tornando-Se um mero homem. Formas modifi-
cadas desta teoria suscitam que de alguma forma Ele Se esvaziou de alguns dos
atributos Divinos e assim era inferior na Deidade.
O Senhor Jesus Cristo é ao mesmo tempo o único Mediador entre Deus e os homens (1
Timóteo 2:5), o único Redentor e Salvador dos pecadores (Romanos 3:24-26; Efésios 1:5-
7) e o nosso Grande Sumo Sacerdote (Hebreus 4:12-16; 7:19-28; 8:1-2; 9:11-14, 24; 1 João
2:1). Ele será o Juiz de todos os homens que retornará (João 5:22). Ele também é o nosso
exemplo e sendo assim é a nossa meta. O Senhor Deus está no processo do resgate da
Sua imagem nos crentes e nós, constantemente, sendo conformados à imagem de Seu
Filho pela obra do Espírito Santo, em nossa adoção, em nossa santificação, em nossa
correção e em nossa provação. Essa conformidade será completa na ressurreição para a
glória (Romanos 8:23, 29; 2 Coríntios 3:17-18; Filipenses 3:20-21). Para uma descrição
completa do Senhor Jesus Cristo, veja as Perguntas 70-76.
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Você tem uma relação de salvação com o Senhor Jesus através da fé?
Mateus 28:19: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome
do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”.
Efésios 4:30: “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o
dia da redenção”.
Veja também: Gênesis 1:2; Marcos 3:28-30; Atos 5:3-4, 9; 13:2-4; 16:6; 20:28; 1 Timóteo
4:1.
Comentário
Deus e o Espírito Santo são Pessoas distintas dentro da Divindade. Como a questão com
o Senhor Jesus Cristo tem sido a Sua Deidade, semelhantemente a grande questão a res-
peito do Espírito Santo tem sido a Sua personalidade distinta. Ele não é uma mera influên-
cia, uma força impessoal ou uma emanação de Deus (Atos 13:2, 4), Mas Ele possui peculia-
ridades, possui um poder e tem prerrogativas de uma personalidade distinta: Ele fala (Atos
13:2; 1 Timóteo 4:1), cria (Gênesis 1:2), comanda (Atos 13:2-4), possui julgamento inteli-
gente, possui prerrogativa (Atos 15:28, 20:28), proíbe (Atos 16:6), pode ser tentado, pode
Lhe mentirem (Atos 5:3-4, 9), pode ser entristecido (Efésios 4:30) e se pode pecar contra
Ele (Marcos 3:28-30). (Nosso Senhor por vezes usou a forma masculina em vez do neutro
no Grego para se referir ao Espírito Santo, quando a palavra “espírito” em si é neutra,
enfatizando, assim, a Sua personalidade: João 14:16, 26; 15:26; 16:8, 13-14). Ele estava
envolvido com as outras Pessoas da Divindade Triuna na Criação (Gênesis 1:1-3) e na
eterna Aliança da Redenção e da Graça (o propósito redentor eterno). Veja as Perguntas
67, 77 e 84.
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Escrituras declaram que Ele procede do Pai e do Filho (João 14:16-17, 26; 16:7, Atos 2:32-
33). Essa linguagem foi usada para preservar as distinções dentro da Divindade, e não foi
para implicar qualquer subordinação inerente, sucessão ou emanação. Negar a personali-
dade eterna do Espírito Santo é negar implicitamente a Trindade Ontológica e a imutabili-
dade da Divindade. Veja as Perguntas 23 e 25.
Será que nós carregamos as marcas da graça e do Espírito de Deus em nossas vidas e
experiências?
ORE para que o ESPÍRITO SANTO use este Catecismo para trazer muitos
ao conhecimento salvífico de JESUS CRISTO para a glória de DEUS PAI!
Sola Scriptura!
Sola Gratia!
Sola Fide!
Solus Christus!
Soli Deo Gloria!
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— Sola Scriptura • Sola Gratia • Sola Fide • Solus Christus • Soli Deo Gloria —
2 Coríntios 4
1
Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;
2
Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem
falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,
3
na presença de Deus, pela manifestação da verdade. Mas, se ainda o nosso evangelho está
4
encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os
entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória
5
de Cristo, que é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo
6
Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. Porque Deus,
que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,
7
para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém,
este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós.
8
Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.
9 10
Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; Trazendo sempre
por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus
11
se manifeste também nos nossos corpos; E assim nós, que vivemos, estamos sempre
entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na
12 13
nossa carne mortal. De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. E temos
portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,
14
por isso também falamos. Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará
15
também por Jesus, e nos apresentará convosco. Porque tudo isto é por amor de vós, para
que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de
16
Deus. Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o
17
interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação
18
produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não atentando nós nas coisas
que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se
não veem são eternas. Issuu.com/oEstandarteDeCristo