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PARÁBOLAS

ESTUDO
EXEGÉTICO E
HERMENÊUTICO

Mt 13:35Para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta,


que disse: Abrirei em parábolas a minha boca; Publicarei
coisas ocultas desde a fundação do mundo.
INTRODUÇÃO
CONCEITO
Jesus usava, frequentemente, parábolas para ensinar lições diversas. Com
aproximadamente 40 parábolas, somadas nos evangelhos, formam-se pelo
menos um terço dos ensinos de Cristo. Na maioria das vezes, os ouvintes
entendiam as parábolas, pois estas estavam vinculadas à sua vida cotidiana
(DAVIDSON, 2011, p. 98). Os rabinos e os mestres usavam desta metodologia
para transmitirem lições.
INTRODUÇÃO
CONCEITO
Jesus aproveitou esse método de sua época para apresentar seus ensinos.
Muitas das parábolas, além de apresentarem a vida cotidiana, estavam
enraizadas na cultura e histórias do Antigo Testamento (AT). Ele usava
parábolas para ensinar seus discípulos e desafiar seus inimigos conforme a
capacidade deles (SHEPHERD, 2007, p. 233-235). Muitas vezes Jesus usava as
parábolas com um “mecanismo de confrontação”.
INTRODUÇÃO
CONCEITO
Na língua grega, parabolé é o termo para parábola, que significa “colocar de
lado” em comparação. Este termo é correlativo na língua hebraica como
mashal, que significa “provérbio” e “enigma”. Parábola também pode
significar uma “metáfora”, um “ditado figurativo” ou, até mesmo, “símiles ou
alegorias” (DAVIDSON, 2011, p. 98; OSBORNE, 2009, p. 372-373).
INTRODUÇÃO
CONCEITO
Significa recorrer a uma imagem ou historia sensível para ilustrar uma
realidade ou uma verdade superior.
Osborne (2009, p. 382) comenta que Jesus queria desestabilizar sua audiência,
inverter seu sistema de valores e forçá-los a repensar suas prioridades
religiosas. Os contrastes nas parábolas serviam para provocar uma mudança de
conceitos. Na literatura de Lucas, há um constante uso de pares (ou similares)
literários (FITZMYER, 1986, p. 1073).
CONTRASTES
Alguns exemplos dos contrastes nas parábolas são: (1) o bom samaritano é
aquele que ajuda o próximo, não os religiosos (Lc 10:30-37); (2) a figueira que
não dá frutos (Lc 13:6-9); (3) o grão de mostarda e do fermento, pequenos,
contudo representam a grandeza do reino de Deus (Lc 13:18-21); (4) parábola
dos primeiros assentos para quem se humilha e os últimos para os que se
exaltam (Lc 14:7-14); (5) “os pobres, aleijados, cegos e coxos” são mais dignos
de sentar-se no grande banquete (Lc 14:15-24);
CONTRASTES
(6) da abnegação para exaltação (Lc 14:25-35); (7) o administrador que altera
as contas dos devedores do mestre é louvado (Lc 16:1-13); (8) o rico vai para o
inferno e o mendigo para o céu (Lc 16:19-31); (9) o juiz “iníquo” como figura
de Deus (Lc 18:1-8); (10) o fariseu orgulhoso e o publicano justificado (Lc
18:9-14); entre outras.
ANTIGO TESTAMENTO
Alguns exemplos de Parábolas no Antigo Testamento:
Juízes 14: 14-18: o enigma de Sansão.
II Samuel: 12: 1-14 – Natã conta a Davi a parábola do rico que matou a ovelha
do pobre para hospedar um viajante.
II Samuel: 14: 1-11 – a mulher Técua narra ao Rei Davi uma estória que deve
mover o coração do rei.
Isaias: 5:1-7 – o cântico da videira infiel.
EXPRESSÕES
Geralmente as parábolas são caracterizadas pelas expressões:
Ao menos implícitas no discursos elas se encontram.

a ss i m é ”
“é como”

“é semelhante”
POR QUE JESUS FALAVA
EM PARÁBOLAS???
Quem lê, pode ter a impressão de que as parábolas eram um artificio destinado
ao mal.
Mt 13:15 Porque o coração deste povo está endurecido, E ouviram de mau
grado com seus ouvidos, E fecharam seus olhos; Para que não vejam com os
olhos, E ouçam com os ouvidos, E compreendam com o coração, E se
convertam, E eu os cure.
Lc 8:9 E os seus discípulos o interrogaram, dizendo: Que parábola é esta?
Mc 4:11 E ele disse-lhes: A vós vos é dado saber os mistérios do reino de
Deus, mas aos que estão de fora todas estas coisas se dizem por parábolas...
POR QUE JESUS FALAVA
EM PARÁBOLAS???
Em Marcos e Lucas, Jesus parece ter falado em parábolas para obcecar o
coração dos ouvintes. Ou seja, para a sua NÃO compreensão.
Já Mateus substitui o “para que” por um “por que”, mostrando a fala de Jesus
em parábolas para um povo que estava mal disposto em receber sua verdade e
aceitar o seu REINO, não estavam disponíveis em aceitar um outro tipo de
liturgia a se seguida.
Falava assim ao povo rude em parábolas, método de ensino vivaz e simples,
para lhe chamar a atenção e despertar o seu interesse.
POR QUE JESUS FALAVA
EM PARÁBOLAS???
Em consequência, para os corações mal dispostos, o remédio (parábolas), se
tornava veneno; o Senhor diante da multidão geralmente elucidada todo o
sentido das figuras, pois é consoante a sabedoria divina não salvar os homens
sem que o queiram e sem eu para isso cooperem livremente. Portanto,
acidentalmente, quase contra as intenções do Salvador, as parábolas
permaneciam estéreis, e o ensinamento concebido como meio de salvação se
fazia ocasião de ruina. Nesse sentido o Senhor via o coração do povo
endurecido na qual ele oferecia um remédio que não sendo devidamente aceito
trazia a perdição.
COMO INTERPRETAR?

A interpretação de uma parábola ela deve sempre se dar do centro para fora, do
assunto principal aos detalhes que lhe rodeia, do núcleo as bordas. Quem esta
diante de uma parábola não deve se preocupar em seus pormenores de inicio,
devendo desvendar a linha central da mesma, seu fio condutor em primeira
instancia.
Parábola filho prodigo: LC 15 11-32. Núcleo (Pai generoso e perdoador e
generoso ao seu filho mais jovem e o contraste do filho mais velho com sua
ganancia).
PARÁBOLA
A FECUNDIDADE DA PALAVRA – A SEMENTE
EM DIVERSOS TERRENOS. MT 13:3-9 / MC 4:3-9 / LC 8:5-8 .
11-15

Cultura e Historicidade:
A semente é lançada em terra em novembro, após as primeira chuvas, das quais
depende a germinação. Cinco ou seis meses depois, o grão esta bem
desenvolvido; quando caem as ultimas chuvas nos meses de março-abril, já esta
quase em condições de ceifa, que se inicia no fim de abril ou no começo de
maio.
PARÁBOLA
A FECUNDIDADE DA PALAVRA – A SEMENTE
EM DIVERSOS TERRENOS. MT 13:3-9 / MC 4:3-9 / LC 8:5-8 .
11-15

DOIS MODOS DE SEMEAR


Semente era atirada com a mão;
Ou colocada dentro de um saco furado, este era amarrado ao lombo de um boi,
que, levado através dos campos, ia espalhando a semente por toda parte. Talvez
esta segunda modalidade seja a usada na parábola, pois Jesus enfatizou que as
sementes não caíram em alguns lugares bons no qual não estava apto a produzir
frutos.
PARÁBOLA
A FECUNDIDADE DA PALAVRA – A SEMENTE
EM DIVERSOS TERRENOS. MT 13:3-9 / MC 4:3-9 / LC 8:5-8 .
11-15

3 tipos de sementes:
...caiu ao pé do caminho; a terra que corta os campos;
...e outra parte caiu em pedregais;
...entre espinhos;
...terra boa e fértil;
PARÁBOLA
A FECUNDIDADE DA PALAVRA – A SEMENTE
EM DIVERSOS TERRENOS. MT 13:3-9 / MC 4:3-9 / LC 8:5-8 .
11-15

Significado:
Quem é a semente? Lc 8:11, (é a Palavra de Deus);
Semeador? Cristo Jesus, com extensão a odos aqueles que ministram a palavra de
Deus.

“A parábola não precisa de explicação, mas de um simples esclarecimento. O que a verdade se dignou de
expor-nos, a fragilidade humana não ousará discuti-lo.
Gregorio Magno 604.EC
PARÁBOLA
A FECUNDIDADE DA PALAVRA – A SEMENTE
EM DIVERSOS TERRENOS. MT 13:3-9 / MC 4:3-9 / LC 8:5-8 .
11-15

Os tipos de terrenos inadequados; os corações inóspito à Palavra de Deus.


A margem do caminho: os que ouvem a Palavra com superficialidade; não
entendem nem se interessam por compreende-la.
Terreno rochoso: destituído de profundidade, pessoas inconstantes, alegram-se
pelo que ouve, mas são mais emotivos do que guiados por uma vontade firme; (Ex.
Jovem Rico).
Procurar, na medida do possível, uma boa formação doutrinária, a fim de que a
sua fé não esteja baseada apenas no sentimentalismo.
PARÁBOLA
A FECUNDIDADE DA PALAVRA – A SEMENTE
EM DIVERSOS TERRENOS. MT 13:3-9 / MC 4:3-9 / LC 8:5-8 .
11-15

 A terra espinhosa: o reflexo dos corações sufocados pelo materialismo e os


prazeres desse mundo. Esses só não tiram o tempo para penetrar a Palavra de
Deus como não tem para desfruta-la.

Terreno Adequado: os corações generosos, que contem em sua essência a paciência,


forte e heroica e também a perseverança.
Mt 10:22 E odiados de todos sereis por causa do meu nome; mas aquele que perseverar até ao
fim, esse será salvo.
A FECUNDIDADE DA PALAVRA -A
SEMENTE QUE CRESCE POR SI
MC 4:26-29

O teor da parábola: Seria artificial identificar Jesus como o semeador nesta


parábola, pois lhe são atribuídos gestos que não se enquadram com a figura de
Cristo: (o semeador dorme e acorda, sujeito ao ritmo de dia e noite).
Verifica-se que a intenção do parabolista se volta não para o semeador e sim
para semente, suas fases e sua evolução.
A semente, uma vez lançada à terra, cresce por si só, sem que o proprietário do
campo se deva preocupar com ela. O semeador poderá entregar-se aos seus
outros afazeres diurno noturnos, inclusive ao próprio dono.
PARÁBOLA
A FECUNDIDADE DA PALAVRA - GRÃO DE
MOSTARDA
MC 4:30-32
 A parábola começa com duas perguntas introdutórias no estilos rabínicos e
filosóficos da época.
Características da semente:
1 - É uma semente muito pequena, porem pode chegar rapidamente a 3 ou 4 metros de
altura.
2 - É uma das sementes mais resistentes. Mesmo sendo muito pequena se ela for
enterrada profundamente ela encontrará uma forma de brotar na superfície.
3 - É uma semente que não é híbrida, ou seja, ela não permite se misturar com outras
sementes.
4 - Quando germinada a planta vive o suficiente para produzir flores e sementes.
PARÁBOLA
A FECUNDIDADE DA PALAVRA - GRÃO DE MOSTARDA
MC 4:30-32

O grão também tem em seu estilo ser forte e picante, utilizado ate os dias de
hoje como tempero para comida. Em alguns séculos passado servia também
como remédio.
Significado: mas uma vez a parábola não tem em sua preocupação o semeador
e sim a semente, com a preocupação em seu tamanho, sabor e resistência.
PARÁBOLA
A FECUNDIDADE DA PALAVRA - O FERMENTO NA
MASSA
MT 13:33 / LC 13:20

Tal parábola , que Mateus e Lucas apresentam logo depois da do grão de


mostarda, indica como esta, o contraste máximo contido dentro do mínimo.
Significado: o fermento colocado dentro de certa quantidade de massa basta
para faze-la crescer ou levanta-la toda.

Fechamos aqui o estudo das três parábolas que evidenciam a força dilatadora e
transformadora do Reino de Deus.
PARÁBOLA
QUEM É DEUS? – A CEIA NUPCIAL, VESTE NOVA, VINHO
NOVO
MT 9:14-17 / MC 2:18-22 / LC 5:33-39

Cultura e Historicidade: os evangelistas sinóticos vem nos dizer que Jesus


chamou o publicano Mateus para seguir o Mestre, e que o apostolo Mateus,
cheio de alegria, ofereceu um banquete de despedida de seus amigos e
companheiros. Jesus com seus discípulos agora aceitam o convite, gerando
grande revolta nos fariseus.
A disputa entre fariseus e Jesus prossegue: diz-nos Mc 2:18, que os discípulos
de João Batista e os fariseus jejuavam, ao passo que os discípulos de Jesus
não jejuavam
PARÁBOLA
QUEM É DEUS? – A CEIA NUPCIAL, VESTE NOVA, VINHO
NOVO
MT 9:14-17 / MC 2:18-22 / LC 5:33-39

Jejum: desde os tempos antigos, era considerado sinal de luto e penitencia


pelos pecadores. Podia ser praticado espontaneamente ou em circunstancias
especiais. Havia porém um dia de jejum obrigatório, que era o dia de Expiação,
(Yom Kippur) registrado no livro de levíticos. Os judeus piedosos associavam
o jejum, a oração e a esmola, principalmente por ocasiões de calamidade
publica.
Após o exilio babilônio, os fariseus e outros fieis jejuavam as segundas e
quintas baseado na tradição de Moises.
O jejum consistia em total abstenção de alimento até o por do sol.
PARÁBOLA
QUEM É DEUS? – A CEIA NUPCIAL, VESTE NOVA, VINHO
NOVO
MT 9:14-17 / MC 2:18-22 / LC 5:33-39

Em Mc 2:19 Jesus responde a indagação: podem o amigo os amigos do noivo


jejuar enquanto o noivo esta com eles?
Durante as solenidades nupciais, que duravam oito dias, é claro que os
convidados não pensavam em jejuar, ao contrário, tinham a preocupação de
abrilhantar e alegrar mais a festa.
Jesus então dizia aos seus discípulos que o tempo que Ele passava na terra
era tempo de nupciais e festas, e não poderiam jejuar.
PARÁBOLA
QUEM É DEUS? – A CEIA NUPCIAL, VESTE NOVA, VINHO
NOVO
MT 9:14-17 / MC 2:18-22 / LC 5:33-39

Mas chegaria os dias que deveriam jejuar quando o esposo for tirado. Mc
2:20

Agora com um novo objetivo de relacionar os afetos entre esposo e esposa.


PARÁBOLA
QUEM É DEUS? – A CEIA NUPCIAL, VESTE NOVA, VINHO
NOVO
MT 9:14-17 / MC 2:18-22 / LC 5:33-39

Mt 9:16 / Mc 2:21 / Lc 5: 36-39


O texto de Lucas é mais persuasivo do que Mateus e Marcos, ninguém tira um
retalho de uma roupa nova para consertar um traje velho, pois quando este for
lavado, sofrerá um rasgão, de modo que estarão perdidas tanto a roupa nova
quanto a velha.
Mt 9:16 / Mc 2:21 / Lc 5: 36-39
Cultura e Historicidade: a parábola dos
odres supões saco feitos de pele de cabra,
carneiro, asno, boi ou camelo. Quando
velhos perdiam sua elasticidade, tornando
seco e duro, podendo assim romper
facilmente. O vinho ainda estava sujeito a
fermentação, principalmente exposto ao
sol, sendo assim o vinho arrebentaria os
odres, sendo assim tudo ficaria perdido.
PARÁBOLA
QUEM É DEUS? – A CEIA NUPCIAL, VESTE NOVA, VINHO
NOVO
MT 9:14-17 / MC 2:18-22 / LC 5:33-39
Sentido: Quatros pontos a serem analisados:
Jesus veio trazer algo novo; renovar conceitos e renovar a relação com Deus;
Nova criatura, novo homem, nova aliança, novo mandamento, nova doutrina,
novo nome, novo cântico, nova Jerusalém, novos céus e nova terra, tudo
novo.
A novidade de Deus: Deus é amor, amor nupcial.
O batismo e a vida no Espirito: Veste nova através do batismo. O vinho novo
é o Espirito santo.
Novas disposições: O modo natural e espontâneo de conceber Deus, algo que
brota no coração sem ser imposto pelo medo.
PARÁBOLA
QUEM É DEUS? – OS OPERÁRIOS CHAMADOS A VINHA
MT 20:1-16

Cultura e historicidade: Figura clássica nas escrituras, o Reino de Deus é


assemelhado a uma vinha.

Aproximadamente deveria ser época da primavera, quando havia trabalhos


extraordinários (estrumar, podar...) para que a floração fosse fecunda e os frutos
abundantes.
PARÁBOLA
QUEM É DEUS? – OS OPERÁRIOS CHAMADOS A VINHA
MT 20:1-16

O proprietário: sai as 06:00 – na praça e pega trabalhadores;


O proprietário sai as 09:00 – busca mais trabalhadores;
O proprietário sai as 12:00 – busca mais trabalhadores;
O proprietário sai as 15:00 – busca mais trabalhadores;
O proprietário sai as 17:00 – busca mais trabalhadores;
De 09:00 as 17:00, ide a minha vinha e lhes darei o que for justo.

Conforme a lei de Lv 19:13 e Dt 24:15, o salário era pago diariamente, o


padrão que não tem nada a esconder, começa a pagar os últimos para que os
primeiros vissem o quanto esses receberam.
PARÁBOLA
QUEM É DEUS? – OS OPERÁRIOS CHAMADOS A VINHA
MT 20:1-16
Observamos que a parábola nos fala de cinco turmas de operários, das quais
somente uma é paga segundo a estrita justiça e quatro são pagas conforme a graça
e justiça gratuita. Deus trata os homens em geral com bondade e gratuita e
benévola muito mais do que com justiça.
 a primazia da Graça na existência do homem pode ser expressa também do
seguinte modo: Deus não ama o homem porque o homem seja bom e o
mereça, mas o homem é bom e merece algo porque Deus o ama.
O fato de que o patrão deu aos últimos trabalhadores a paga de um dia
inteiro, mostra que não há miséria humana que não possa ser vencida pela
misericórdia de Deus.
PARÁBOLA
COMO RESPONDER A DEUS? – AS DEZ MINAS
LC 19:11-27 / MT 25:14-30

 Cultura e Historicidade: de acordo com Lc 19:1-10, Jesus entra na casa de


Zaqueu, cobrador de impostos, odiado pelos judeus. Durante a refeição, Jesus
exclamou, “hoje a salvação entrou nessa casa, pois também Zaqueu é um
filho de Abraão, linhagem reta. Os que ali estavam,, com voz moderada, já
acudiam a ideia de um novo reino, messiânico, politico e religioso.
Sabendo disso Jesus então conta a parábola das dez minas, para dissipar
qualquer interpretação errada na instalação de um novo reino.
PARÁBOLA
COMO RESPONDER A DEUS? – AS DEZ MINAS / TALENTOS
LC 19:11-27 / MT 25:14-30

Cultura e Historicidade : um homem de nobre linhagem partiu longínquo país,


a fim de ser investido na realeza e voltar depois de muito tempo (Mt 25:19),
como rei de sua terra. Já ai nessa concepção, afastava qualquer iminente vinda
do Reino vindouro, mostrando que a humanidade deveria esperar com zelo e
diligencia.
Antes de partir, o nobre chamou dez de seus servidores, cuja a fidelidade ele
queria experimentar para os investir nos cargos do reino que ele havia de
assumir. Confiou a cada um suas respectivas minas ou no caso de Mateus,
(TALENTOS), colocando a prova seus servidores.
PARÁBOLA
COMO RESPONDER A DEUS? – AS DEZ MINAS / TALENTOS
LC 19:11-27 / MT 25:14-30

A mensagem da Parábola: Todos receberam talentos ou minas, isto é, os


dons naturais e as graças especiais dispensados por Deus no decorrer desta
vida. Na verdade, cada qual tem algumas aptidões ou potencialidades com as
quais ele pode jogar nesta vida: inteligência, vontade, saúde, tempo, carisma,
graça, amor .....isto em graus diversos, pois cada criatura é algo de único e
singular no plano de Deus.
PARÁBOLA
COMO RESPONDER A DEUS? – AS CRIANÇAS BRINCAM
MT 11:16-19 / LC 7:31-35

 Cultura e Historicidade: A comparação de baseia nos costumes do tempo. Nas


praças publicas as crianças divertiam-se, imitando os costumes dos mais velhos,
as suas festas e as suas pompas. Podiam estipular que um grupo tocaria marcha
nupcial e outro dançaria segundo respectivo estilo, ou tocaria marcha fúnebre o
que suscitaria do outro grupo as lamentações correspondentes.

Quando começava a ressoar a melodia feérica, o grupo de dança replicava,


alegando preferir o pranto do luto; logo, porem, que se ouvia a musica das
lamentações, os amiguinhos pediam outro ritmo, mais alegre e festivo.
PARÁBOLA
COMO RESPONDER A DEUS? – AS CRIANÇAS BRINCAM
MT 11:16-19 / LC 7:31-35

 A mensagem da parábola: Semelhantes a essas crianças manhosas são os


Judeus, e em geral homens, encontram muitas vezes motivos para contradizer os
planos de Deus.
Assim furtavam-se aos apelos de Deus, ora transmitidos por via austera (como
era a pregação de João Batista), ora por via de brandura e misericórdia (como
era o ministério de Jesus)
PARÁBOLA
COMO RESPONDER A DEUS? – OS DOIS FILHOS
MT 21:28-32

 Cultura e Historicidade: Chamaremos de filho “obediente”, aquele que


primeiro diz NÃO ao pai, mas depois se arrepende e vai trabalhar no campo. Filho
“desobediente” será aquele que começa aceitando a ordem do pai, mas depois
resolve a não cumprir. Manuscritos antigos oferecem uma variante textual
habitualmente impresso em nossos dias: em vez de apresentar o filho obediente
em primeiro lugar, colocam o filho desobediente antes do obediente.
PARÁBOLA
COMO RESPONDER A DEUS? – OS DOIS FILHOS
MT 21:28-32

 28 Mas, que vos parece? Um homem tinha dois filhos, e, dirigindo-se ao primeiro, disse:
Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha. 29 Ele, porém, respondendo, disse: Não quero. Mas
depois, arrependendo-se, foi. 30 E, dirigindo-se ao segundo, falou-lhe de igual modo; e,
respondendo ele, disse: Eu vou, senhor; e não foi. 31 Qual dos dois fez a vontade do pai?
Disseram-lhe eles: O primeiro. Disse-lhes Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as
meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus. 32 Porque João veio a vós no caminho da
justiça, e não o crestes, mas os publicanos e as meretrizes o creram; vós, porém, vendo isto,
nem depois vos arrependestes para o crer.

 Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse: Meu filho, vai trabalhar hoje na
vinha, ele respondeu: eu irei Senhor, mas não foi. Dirigindo-se então ao segundo, disse a
mesma coisa. Este respondeu: não quero, mas depois reconsiderando a sua atitude foi. Qual
dos dois filhos realizou a vontade do pai? Responderam-lhe o ultimo.
PARÁBOLA
COMO RESPONDER A DEUS? – AS CRIANÇAS BRINCAM
MT 11:16-19 / LC 7:31-35

 A mensagem da parábola: o filho desobediente são os fariseus aos quais, Jesus


se dirige, estes eram os filhos mais velhos de Deus, que haviam dito sim a Lei do
Senhor, mas que diante do Messias, se mostrava avessos; o filho segundo ou mais
jovem, obediente, eram os publicanos e pecadores, que tendo envenenado pela
recusa a Lei de Deus, se comportavam e comportariam com mais atenção a
docilidade à palavra de Jesus.
Junto a Deus mais valem as obras que as palavras; I João 3:18;
É preciso que cada u se converta todos os dias um pouco mais.
COMO RESPONDER A DEUS? – O TESOURO OCULTO E A PEROLA
PRECIOSA
MT 13:44-46

 Cultura e Historicidade: em todos os países, sob ameaças de uma guerra, os


homens procuram por a salvo o que eles tem de mais precioso. Na Palestina
outrora usavam-se os esconderijos naturais, que eram as grutas, os poços ou
mesmo o seio da terra.
 Jesus na sua parábola menciona justamente um operário que revira as terras de
um campo alheio, encontrando ali um cofre precioso. Deseja tornar-se
proprietário do mesmo, conforme os procedimentos jurídicos antigos, devia
comprar o terreno para possuir o que houvesse no seu subsolo.
COMO RESPONDER A DEUS? – O TESOURO OCULTO E A PEROLA
PRECIOSA
MT 13:44-46

 A Perola preciosa: Agora Jesus nos apresenta um profissional comprador de


perolas. A perola era estimada pelos romanos como a coisa mais valiosa de
todas as pedras preciosas depois do diamante.

 Evidente que as duas parábolas em foco são paralelas entre si. O lavrador e o
marcador representam o Cristão. O tesouro e a perola representam o Reino de
Deus. Já a tradição patrística viu nestes dois símbolos também a imagem do
próprio Cristo, pois nele estão todos os tesouros sobrenaturais como que sua
fonte ou origem.
 Na primeira parábola, observa-se que o tesouro fica oculto aos olhos dos
homens em geral. Só conhece aquele que o descobriu e se empenha por possui
lo.
PARÁBOLA
SABEDORIA E INSENSATEZ – O RICO INSENSATO
LC 12:16-21

 Narrativa: Um litigio entre dois irmãos por causa de herança.


 A colheita do ano prometia ultrapassar mesmo as anteriores. (v16)
 Não pensa em dar aos indigentes o excesso de seus frutos, mas em acumula
lós. (v17)
 Temos aqui o homem o tipo do homem que se deixa envolver pelos bens
temporais e perde a consciência de ulteriores valores. (v19)
 Temos aqui uma oposição clara: “acumular tesouros para si” e “ser rico para
Deus” (v21)
PARÁBOLA
SABEDORIA E INSENSATEZ – O RICO INSENSATO
LC 12:16-21

 Ensinamento da Parábola: a parábola é solene exortação a que o cristão cultive


uma visão sapiencial sobre os bens desse mundo. Os bens e afagos da vida
presente não são maus em si, mas acarretam, para quem os possui, certo risco
de se sentir tão bem instalado que perca o gosto de uma vida futura.
 A parábola nos incute também a grande conveniência de pensar na morte, única
certeza que o homem tem desde que nasce.
PARÁBOLA
SABEDORIA E INSENSATEZ – O RICO E LÁZARO
LC 16:19-31

 O Teor da Parábola – compreende dois atos:


 O primeiro ato representa um contraste violento: um homem ricamente
vestido, banqueteava diariamente. A porta da sua casa, jazia um pobre,
recoberto de chagas que padecia de fome. O mesmo desejava comer das
migalhas que caíssem da mesa do rico.
 O seu nome era Lazaro, diminutivo de Eleazar (=Deus ajuda, hb): Jesus não
acostumava dar nome aos personagens de suas parábolas, no caso presente,
talvez tenha tido em vista a futura ressureição de Lazaro, irmão de Marta e
Maria, com efeito Lazaro havia de ressuscitar para dar aos homens um
testemunho e uma advertência.
 Nota: O evangelho não dia que Lazaro pedia esmola ao rico e que este, na
sua inclemência, a negava; apenas mostra que o rico não pensava no pobre.
PARÁBOLA
SABEDORIA E INSENSATEZ – O RICO E LÁZARO
LC 16:19-31
 O segundo ato – pós morte. Morreram o ricaço e Lazaro; na outra vida, os
papeis se invertem: Lazaro, o companheiro dos cães nojentos, é levado pelos
anjos para o seio de Abraão como filho caríssimo. O rico é sepultado com toda
pompa fúnebre, recebendo as honras que os homens lhe podem dar.
 Nessa passagem Jesus se serve dos conceitos escatológicos dos judeus da sua
época.
 Os judeus julgavam que os anjos levavam as almas dos justos, depois da
morte, para o lugar de felicidade, chamados pelos rabinos “o jardim
Éden” ou sob o trono da gloria (de Deus), ou mais raramente “seio de
Abraão”.
PARÁBOLA
SABEDORIA E INSENSATEZ – O RICO E LÁZARO
LC 16:19-31

 O vers. 23 – Fala de Hades. Mansão dos mortos, na qual o rico é


atormentado. HADES em grego corresponde em CHEOL em Hebraico. Este
vocábulo originalmente designava o mundo subterrâneo, onde se encontravam
todos os defuntos sob a formas de sombra (refaim) adormecidas e
inconscientes (por isto, incapazes de receber premio ou punição). Com o
tempo, os judeus foram admitindo a sobrevivência de um núcleo consciente da
personalidade no Cheol; por isso foram admitido nesse compartimento
luminoso e feliz dos justos, abaixo do qual ficaria o recinto reservado aos
maus e caracterizado pelo fogo.
PARÁBOLA
SABEDORIA E INSENSATEZ – O RICO E LÁZARO
LC 16:19-31

 O vers. 25 – Abraão obrigado a recusar. A interpelação “Filho” faz


penetrar profundamente as palavras Abraão da alma do rico. E por que não
haverá alivio nem mudança de sorte? Por que o ricaço , na vida terrestre,
recebeu os seus bens.
 Ao contrário, Lazaro recebeu males, males que eram fome física, a doença....e
que contribuíram para que ele tivesse fome espiritual, fome de uma realidade
melhor do que a vida terrestre.
 Na verdade a riqueza honesta não é má nem condenável, assim como a
pobreza em si não é garantia de salvação póstuma. Mas as pobreza e a riqueza
no plano material suscitam atitudes éticas: podem facilitar ou dificultar a
procura de Deus.
PARÁBOLA
AS DEZ VIRGENS - MT 25:1-13

 Contexto da Parábola das Dez Virgens


 A Parábola das Dez Virgens está posicionada no Evangelho de Mateus
imediatamente após o Sermão Escatológico de Jesus. Na última parte do
sermão (capítulo 24), Jesus faz um alerta sobre a separação entre os bons e os
maus (santos e ímpios) que haverá por ocasião de sua repentina vinda.

 Já no capítulo 25, tal separação é ainda mais detalhada em três parábolas: a


Parábolas das Dez Virgens (Mt 25:1-13), a Parábola dos Talentos (Mt 25:14-
30) e a Parábola da Separação das Ovelhas e dos Bodes (Mt 25:31-46).
PARÁBOLA
AS DEZ VIRGENS - MT 25:1-13
 Jesus utilizou a descrição de um típico casamento judaico da época nessa
parábola. Era costume que o noivo fosse, acompanhado de seus amigos, tarde
da noite, à casa da noiva. Lá, a noiva o esperava com suas damas de honra (as
virgens), que, ao serem avisadas da aproximação do esposo, deviam sair com
suas lâmpadas para iluminar o caminho do noivo até a casa, onde haveria a
celebração das núpcias.
Rito do Casamento Judaico
 O casamento se processava em duas
fases: Noivado e Núpcias. O Noivado já
era considerado um contrato legal e
firme, e tal ponto que, se o homem
morresse após o noivado a mulher já era
considerada viúva, em caso de
infidelidade, era tratada como adultera.
PARÁBOLA
AS DEZ VIRGENS - MT 25:1-13

 Todavia, após o noivado, os dois jovens ainda permaneciam cada qual na


respectiva residência pelo espaço de um ano para se disporem a coabitação.
Após este prazo, realizavam-se as núpcias, que se protraiam por sete dias e
terminavam com a coabitação.

 Sobre a escolha do número de dez virgens, acredita-se que, geralmente, esse


cerimonial era composto por dez damas, isso pelo fato de que as formalidades
judaicas eram realizadas com o comparecimento de ao menos dez pessoas, ou
seja, a quantidade de “dez” era significativa em certas ocasiões.
PARÁBOLA
AS DEZ VIRGENS - MT 25:1-13
 No ultimo dia das núpcias realizava-se um auto banquete noturno precedido de
rito simbólico.
 O noivo devia ir buscar a noiva na casa dos pais da jovem. Esta era lhe
entregue pelos pais, acompanhada de suas amigas (as virgens da parábola) e
ornada de tudo que a podia embelezar, coroa na cabeça, face pintadas, joias
etc... O noivo aparecia acompanhado dos amigos do esposo, dos quais um era
o principal, o padrinho. Ao por do sol, a noiva esperava o noivo, que a levaria
para sua casa, onde se daria o banquete, esperava o noivo, que a levaria para
sua casa, onde se daria um banquete, esperava o com suas amigas que tinham
lâmpadas de óleo acesas para iluminar a via e aumentar o esplendor do cortejo.
PARÁBOLA
AS DEZ VIRGENS - MT 25:1-13

 Numa aldeia, toda a população tomava parte da caminhada com tochas, cantos,
danças...finalmente se fazia o grande festim, com discursos, brindes e muito
vinho.

 Provavelmente o casamento era de certo nível social, de modo que se previa o


atraso do noivo, este, antes de sair de casa teria que receber grande números de
amigos e atender muitas pessoas. Devido a isso, pode se conjecturar que 5 das
virgens, prevendo tal atraso do noivo, resolveram levar azeite sobressalente
consigo.
PARÁBOLA
AS DEZ VIRGENS - MT 25:1-13

 As diferentes interpretações sobre a Parábola das Dez Virgens


 Ao longo dos anos, grandes teólogos aplicaram interpretações diferentes sobre a
Parábola das Dez Virgens. Todos concordam que o Noivo é Cristo. Sobre o
direcionamento da parábola, alguns defendem que ela se aplica exclusivamente aos
judeus, enquanto outros acreditam que ela se refira a todos os que professam a fé
cristã (verdadeiros e nominais).
 O principal argumento utilizado por quem defende a aplicação exclusiva aos judeus, é
que a Igreja é a noiva e não as madrinhas. Também defendem que a voz que anuncia o
Noivo é a voz dos profetas que proclamaram que o Messias viria.
 Sob este aspecto as virgens loucas são os judeus que acreditavam que sua
religiosidade seria suficiente e não se prepararam para Ele, enquanto as prudentes
seriam os judeus que reconheceram que Jesus é o Cristo e, estes, pertencem então aos
remanescentes que serão salvos (Rm 9:27).
PARÁBOLA
AS DEZ VIRGENS - MT 25:1-13

 Ainda dentro da linha que defende ser esta uma parábola direcionada ao povo
judeu, estão os que acreditam que essa parábola será cumprida durante o
período de Grande Tribulação, após um arrebatamento secreto da Igreja, onde
haverá “ausência” do Noivo que estará nas bodas juntamente com a noiva
(Igreja).
 Dentre os que defendem que a parábola se aplica aos cristãos, existe uma
grande variação de interpretação que basicamente divergem entre si sobre o que
representa os elementos principais da parábola. Por exemplo: alguns acreditam
que as virgens loucas são verdadeiros cristãos que perdem a salvação pela
apostasia, enquanto outros defendem que não se trata de cristãos verdadeiros,
mas de crentes nominais.
PARÁBOLA
AS DEZ VIRGENS - MT 25:1-13

 A figura do azeite também é discutida, sendo que há os que acreditam


representar o Espírito Santo, outros o amor e ainda outros a Graça de Deus. O
sono que acometeu as virgens, para alguns se trata da morte física, para outros
momentos de fraqueza espiritual, e ainda outros, defendem que o sono
representa simplesmente a demora da volta de Cristo provando os que o
esperam.
PARÁBOLA
AS DEZ VIRGENS - MT 25:1-13

Lições da Parábola das Dez Virgens:


 Seja qual for a interpretação adotada nessa parábola, tais verdades não podem
ser negadas:
Todas eram virgens: historicamente a virgindade sempre esteve relacionada à
religiosidade e ao sagrado.
As aparências enganam: as dez eram virgens, possuíam lâmpadas e, pelo que o
versículo 8 nos diz, saíram ao encontro do esposo com as lâmpadas acessas.
Nesse momento talvez fosse praticamente impossível humanamente separá-las,
pois aparentemente eram idênticas. 
O esposo: símbolo de Cristo.
Óleo na lâmpada: a imagem da capacidade de aguardar em prontidão a vinda
do Senhor
PARÁBOLA
AS DEZ VIRGENS - MT 25:1-13

Sono: envolvimento dos cristãos para com a obra do Senhor nos seus afazeres
cotidianos de sua vocação pessoal.
Duro tratamento imposto pelas Sábias e o Noivo como porteiro: momento
do julgamento final.
PARÁBOLA
BODAS- LC 14:16-24 MT 22:1-14

A Parábola das Bodas do Filho do Rei (ou do Banquete de Casamento) é


encontrada no Evangelho de Mateus 22:1-14. Lucas 14:16-24, se trata da
mesma parábola?
Uma ou duas Parábolas?

 Os comentadores tem discutido longamente esta pergunta. Sem nos deter as


suas diversas respostas, passamos a sentença mais comum e provável, que
afirma a identidade das duas parábolas. Com efeito; em ambas há um arcabouço
comum, que em Mt recebeu adições complementares. Para o evidenciar, basta
colocar lado a lado os dois textos:
Parábola
Bodas- Lc 14:16-24 Mt 22:1-14
Porém, ele lhe disse: Um certo homem fez uma  O reino dos céus é semelhante a um certo rei que
grande ceia, e convidou a muitos. celebrou as bodas de seu filho;
Lucas 14:16 Mateus 22:2
E à hora da ceia mandou o seu servo dizer aos  Depois, enviou outros servos, dizendo: Dizei aos
convidados: Vinde, que já tudo está preparado. convidados: Eis que tenho o meu jantar preparado,
Lucas 14:17 os meus bois e cevados já mortos, e tudo já pronto;
E todos à uma começaram a escusar-se. Disse-lhe o vinde às bodas.
primeiro: Comprei um campo, e importa ir vê-lo; Mateus 22:4
rogo-te que me hajas por escusado.  Eles, porém, não fazendo caso, foram, um para o
E outro disse: Comprei cinco juntas de bois, e vou seu campo, outro para o seu negócio;
experimentá-los; rogo-te que me hajas por escusado. Mateus 22:5

Lucas 14:18,19
Parábola
Bodas- Lc 14:16-24 Mt 22:1-14
E outro disse: Casei, e portanto não posso ir. E os outros, apoderando-se dos servos, os
E, voltando aquele servo, anunciou estas coisas ao ultrajaram e mataram.
seu senhor. Então o pai de família, indignado, disse 
ao seu servo: Sai depressa pelas ruas e bairros da E o rei, tendo notícia disto, encolerizou-se e,
cidade, e traze aqui os pobres, e aleijados, e mancos e enviando os seus exércitos, destruiu aqueles
cegos. homicidas, e incendiou a sua cidade.
E disse o servo: Senhor, feito está como mandaste; e
ainda há lugar. Então diz aos servos: As bodas, na verdade, estão
Lucas 14:20-22 preparadas, mas os convidados não eram dignos.

Ide, pois, às saídas dos caminhos, e convidai para
as bodas a todos os que encontrardes.
Mateus 22:6-9
Parábola
Bodas- Lc 14:16-24 Mt 22:1-14
E disse o senhor ao servo: Sai pelos caminhos e E os servos, saindo pelos caminhos, ajuntaram
valados, e força-os a entrar, para que a minha casa se todos quantos encontraram, tanto maus como bons;
encha. e a festa nupcial foi cheia de convidados.
Porque eu vos digo que nenhum daqueles homens E o rei, entrando para ver os convidados, viu ali um
que foram convidados provará a minha ceia. homem que não estava trajado com veste de
Lucas 14:23,24 núpcias.
E disse-lhe: Amigo, como entraste aqui, não tendo
veste nupcial? E ele emudeceu.
Disse, então, o rei aos servos: Amarrai-o de pés e
mãos, levai-o, e lançai-o nas trevas exteriores; ali
haverá pranto e ranger de dentes.
Porque muitos são chamados, mas poucos
escolhidos.

Mateus 22:10-14
Parábola
Bodas- Lc 14:16-24 Mt 22:1-14
Três fases:
1- um Homem abastado convida seus concidadãos para um banquete.
2- os convidados apresentam pretextos e desculpas para não irem ao
banquete fornecido.
3- o anfitrião ofendido substitui os, a sua mesa, pelos pobres.
Basicamente o ensino principal de Jesus nessa discussão é que o reino
foi rejeitado pelos herdeiros e, portanto, o reino foi oferecido a outros. 
No enredo comum registra-se pequenas diferenças entre a versão de
Mateus e versão de Lucas.
Parábola
Bodas- Lc 14:16-24 Mt 22:1-14
Resta porem explicar os dois complementos encontrados em Mt 22 :7 (o
rei mandou tropas contra os convidados e descorteses e incendiou lhes a
cidade) e Mt 22:11-14 (havia entre os convidados da ultima hora um
homem sem este nupcial, que foi expulso da sala).
O primeiro acréscimo (Mt 22:7) pode se entender como uma explicação
da parábola devida aos pregadores cristãos das primeiras décadas da era
Cristã. Reconhecendo que Jesus tinha em mira os judeus como
convidados da primeira hora desatenciosos ao convite e, por isto, punido
por parte das tropas Romanas sob Vespasiano em 70 d.C. Daí o acréscimo
do v.7 ao corpo da parábola.
Parábola
Bodas- Lc 14:16-24 Mt 22:1-14
O segundo acréscimo (Mt 22: 11-14) não tem nexo logico com a
parábola das núpcias, pois é punido um homem que não tinha veste
nupcial nem podia ter, porque fora colhido na ultima hora e na rua; não lhe
fora dada a oportunidade de trocar de roupa. Por conseguinte os versículos
11-14 supõem uma parábola semelhante a de Mt 22: 2-10: um rei convida
para as núpcias, e um convidado, tendo podido preparar-se devidamente
para o tanto, ousou ofender o rei comparecendo com trajes não condizentes
com a solenidade. Somente se põe que o convidado tenha podido aprontar-
se dignamente é que se pode compreender que tenha sido acusado de
negligencia e punido.
Parábola
Bodas- Lc 14:16-24 Mt 22:1-14
A mensagem: sem seus acréscimos: A estória narrada por Jesus alude ao
mistério de Judeus e Gentios chamados ao reino de Deus.
O Senhor do Banquete: Deus Pai;
O Filho simboliza: Jesus Cristo;
Ceia nupcial: Ceia da Vida Eterna;
Os primeiros convidados: Judeus (Rm 1:16);
Míseros da sociedade: Gentios.
Parábola
Bodas- Lc 14:16-24 Mt 22:1-14

 Nitidamente a Parábola das Bodas do Filho do Rei trata inicialmente sobre


a questão da rejeição de Israel ao Evangelho. Jesus deixa claro que os
judeus foram convidados, mas recusaram. Eles fizeram pouco caso da
autoridade do Rei; ignoraram o convite; menosprezaram o Filho do Rei e
ainda espancaram e mataram os servos que o Rei havia mandado para
generosamente convidar-lhes ao reino dos céus.
 O convite então foi estendido a todas as pessoas, boas e más, sem
distinção. A ordem “ide, pois, às saídas dos caminhos”, originalmente trás
a ideia de “transcender os limites da cidade” ou “ir à campo aberto”. Essa é
a missão da Igreja. Os servos de Deus devem anunciar o Evangelho a todas
as pessoas sem distinção (Mateus 22:9).
Parábola
Bodas- Lc 14:16-24 Mt 22:1-14
Lucas: diz que entram na sala do festim todos os tipos de marginalizados
(sem referencia ética).
Mateus: afirma que bons e maus ai entraram, isto lembra a parábola da
rede lançada ao mar, que captura peixes bons e maus (Cf Mt 13:47-50); e
mencionada também assim na parábola do joio e do trigo, no qual
somente serão separados no fim.
Parábola
Bodas- Lc 14:16-24 Mt 22:1-14
em Mt; o anfitrião é um rei que prepara as bodas do seu filho, ao passo
quem em Lc é um cidadão particular. Em Mateus transparece melhor a
intenção de designar Deus Pai que chama os homens para ceia da ida eterna
mediante a Encarnação de seu Filho.
em Mt o rei envia duas legações para chamar os convidados renitentes; em
Lc há apenas uma legação.
Em Mt há uma só convocação de marginalizados, inclusive maus, para
encherem a sala do festim. Ao contrário, em Lc há duas convocações sem
menção de maus, mas apenas de pobres e abandonados na rua.
Estas diferenças de pouca monta não obrigam a admitir que se trate de duas
parábolas distintas.
Parábola
Bodas- Lc 14:16-24 Mt 22:1-14
em Mt 22:14 lê se algo que não pertence a parábola, mas foi acrescentado a
guisa de advertência: Muitos são chamados mas poucos escolhidos. Isso se
aplica aos Judeus chamados a fé de Israel, mas não recebidos no Reino do
Messias. Aplica-se também aos cristãos, que não tem outra garantia de sua
salvação a não ser a graça e a misericórdia de Deus.
Antítese “muitos-pouco” dos que são chamados a fé, e menor os dos que se
salvam é uma forma comparativa da língua hebraica, de modo que deve ser
assim entendida; É maior o numero dos que são chamados a fé, e menor os dos
que se salvam.
Parábola
Bom Samaritano: Lc 10:25-37
A Parábola do Bom Samaritano é uma parábola de Jesus registrada exclusivamente
no Evangelho de Lucas (Lucas 10:25-37). O significado da Parábola do Bom
Samaritano fala sobre a prática do amor e o cuidado ao próximo.
Fundo Histórico: Jesus estava em Jericó (um pouco ao Norte do Mar Morto) ou
perto de Jericó, ensinando numa sinagoga, quando doutor da Lei se levantou para
propor-lhe uma questão embaraçosa.
Geografia do Local: Um homem descia de Jerusalém, Jerusalém fica a 740m de
altitude, enquanto Jerico a 230m abaixo do nível do mar.
A estrada atravessa uma região desértica, cheia de assaltantes e ladroes. Muito
frequentada, pois unia Jerusalém a capital, com a planície de Jerico e a Transjordânia.
Era ladeada de rochedos avermelhados pelo manganês; donde se chamada “subida de
sangue”, denominação confirmada pelos frequentes derramamentos de sangue ai
correntes.
Parábola
Bom Samaritano: Lc 10:25-37
Personagens principais: (com exceção dos ladrões). São elas: o homem que foi
assaltado; o sacerdote; o levita; o samaritano; e o dono da hospedagem.
Obviamente dentre todas essas pessoas, o bom samaritano é a figura central.
Passaram por ele o Sacerdote e o Levita, ministro superior e ministro inferior
do culto judaico, pessoas que devem exercer a caridade. Se vires o jumento,
daquele que te odeia, caído debaixo da sua carga, deixarás pois de ajudá-lo?
Certamente o ajudarás a levantá-lo.
Êxodo 23:5
Os sacerdotes eram os ministros da adoração em Israel. Eles desempenhavam
várias funções como intermediários entre Deus e os homens. Os levitas, por sua
vez, eram os seus auxiliares dos sacerdotes.
Parábola
Bom Samaritano: Lc 10:25-37
Por que tal indiferença?
Julgaram estar morto e queriam evitar impureza legal? A lei proibia tocar
cadáveres sob pena de tornar o israelita ritualmente impuro, sendo excluído do
culto sagrado.
Ou julgado pagã?
Ou ainda tiveram medo dos salteadores que haviam espancado o viajante?
Parábola
Bom Samaritano: Lc 10:25-37
Os samaritanos constituem o povo que os judeus mais odiavam, e vice versa pelos seguintes
fatos históricos:
Em 721 a.C. Salmanassar, rei da Assíria, destruiu Samaria, capital do reino de Israel e levou
grande pare da população cativa para a Assíria. Enviou em troca muitos colonos assírios
pagãos para Samaria, afim de ocupar a região. Estes se casaram com israelitas remanescentes
naquele território, o que deu origem a um povo misto, semiisraelita e semiassirio. Este fato
equivaleu a uma traição para os demais filhos de Israel, que passaram a conceber profunda
aversão pelos “Samaritanos”. Quando no século VI a.C, os judeus voltaram do exilio da
Babilônia (587-538 a.C), os Samaritanos se lhes ofereceram para reconstruir o Templo do
Senhor em Jerusalém ; todavia , os judeus considerando-os impuros, rejeitaram-nos. Por isso
os Samaritanos construíram seu Templo próprio cismático sobre o monte Garizim na
Samaria. Assim separaram- se definitivamente dos judeus, a tal ponto que estes os evitam
para não se tornarem impuros; comer um pedaço de pão compartilhado com um Samaritano
era, para um judeu, a mesma coisa que comer carne de porco; ao judeu não era licito pedir a
um samaritano nem mesmo um copo de agua.
Parábola
Bom Samaritano: Lc 10:25-37
Provisões da viagem:
O óleo e o vinho derramados sobre as chagas do semimorto, eram provisões de viagem
frequentes na Palestina. A mistura era usual na medicina do Oriente. Lucas, alias é o
evangelista medico, que refere os pormenores clínicos com pleno conhecimento de causa.
Albergue (em grego – Pandecheion), vocábulo que significa, “o que recebe tudo e todos”.
No dia seguinte, tendo de seguir viagem, deixou o seu protegido entregue ao zelo do
hospedeiro, deu instruções e, ao mesmo tempo, dois dinheiros tirados do seu centurião ou do
seu turbante, para que o dono da casa pudesse dispensar toda a atenção ao hospedeiro.
Dois dinheiros: eram o salario de dois dias de trabalho, eram a quantia suficiente no caso,
pois no Oriente os doentes não dão muito trabalho, visto que costumam aturar
silenciosamente o sofrimento e, sem demora, retomam suas atividades. Porem, acrescentou
generosamente o samaritano: “O que gastares a mais, em meu regresso eu te pagarei”.
Acontecia, porem, que a raridade das estradas ou dos caminhos na Palestina obrigava os
viajantes a retornar pelos caminhos a servir-se dos mesmos lugares de pousada.
Parábola
Ovelha perdida – Dracma Perdida: Lc 15:4-7 / 8-10

O capitula 15 de Lucas, é o capitulo da Misericórdia de Deus. Essas parábolas vem a ser a resposta de Jesus a censura dos fariseus.
As duas parábolas são muito semelhantes entre si; a única diferença mais notável é que a primeira supõe o ambiente campestre, ao passo que a segunda é a estória de uma dona de casa.

Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas, e  Ou qual a mulher que, tendo dez dracmas, se
perdendo uma delas, não deixa no deserto as perder uma dracma, não acende a candeia, e varre
noventa e nove, e vai após a perdida até que venha a casa, e busca com diligência até a achar?
a achá-la?
 E achando-a, convoca as amigas e vizinhas,
E achando-a, a põe sobre os seus ombros, jubiloso; dizendo: Alegrai-vos comigo, porque já achei a
dracma perdida.
E, chegando a casa, convoca os amigos e vizinhos,
dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei  Lucas 15:8,9
a minha ovelha perdida.
Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um
pecador que se arrepende, mais do que por noventa
e nove justos que não necessitam de
arrependimento.
Lucas 15:4-7
Parábola
Ovelha perdida – Dracma Perdida: Lc 15:4-7 / 8-10
 Contexto e explicação da Parábola da Ovelha Perdida
Como já foi dito, a Parábola da Ovelha Perdida pode ser encontrada nos
Evangelhos de Mateus e Lucas. Basicamente os dois relatos são idênticos,
embora seja possível classificar o texto de Mateus como sendo um paralelo
abreviado comparado ao texto de Lucas.
Um rebanho de cem ovelhas era na Palestina, uma riqueza rara. Jesus porem
escolheu tal numero elevado para fazer contraste com a única ovelha perdida.
Das cem ovelhas uma desgarrou. Tal acidente não e raro na vida pastoril da
Palestina: as colinas deste pais tinham buracos abertos na rocha, cisternas
abandonadas, ruínas de cidades devastadas que podiam servir de armadilhas e
desvio para o gado. Em Lc 14:5, Jesus chega a mencionar o boiou o asno que cai
numa fossa.
Parábola
Ovelha perdida – Dracma Perdida: Lc 15:4-7 / 8-10
Geralmente o pastor não repara logo na falta da ovelha desgarrada. Quando ele
a percebe, o rebanho pode estar longe do ponto em que desapareceu a ovelha.
Logo que da falta, o pastor vai atrás. Jesus apresente este gesto como uma
ordem: ir atrás da ovelha perdida.
Ao encontrar a ovelha desgarrada, o pastor não pune nem censura e não obriga
s caminhar, mas coloca sobre seus ombros e a leva para casa. Traço paralelo ao
pai do filho prodigo que se atira no pescoço do jovem e o abraça.
O traço fundamental da parábola e o contraste entre as noventa e nove ovelhas
fieis, que o pastor parece esquecer e a ovelha desgarrada, que concentra toda a
solicitude do mesmo. Este contraste implica outro: o da ânsia da procura e a
alegria do encontro.
Parábola
Ovelha perdida – Dracma Perdida: Lc 15:4-7 / 8-10
 O evangelista Lucas registrou a Parábola da Dracma Perdida num capítulo onde
duas outras parábolas também foram registradas. São elas: a Parábola da
Ovelha Perdida e a Parábola do Filho Pródigo.
 Obviamente existe uma profunda ligação entre as três parábolas, nas quais Jesus
transmite uma mensagem central. Essa mensagem não é outra se não o
extraordinário amor de Deus pelos perdidos.
Dracma Perdida: era uma moeda grega, de prata, correspondente ao denário
romano, e equivalente a paga diária de um trabalhador. Dez dracmas não
perfaziam o salario de duas semanas.
Parábola
Ovelha perdida – Dracma Perdida: Lc 15:4-7 / 8-10
Alguns sugerem que as dez dracmas eram toda a economia daquela mulher.
Outros apontam para a possibilidade de que as dez dracmas faziam parte de seu
dote, e eram usadas como um tipo de enfeite. Se for este o caso, então é
possível que ela tenha colocado as dez dracmas em uma corrente em volto de
seu pescoço.
As casas na aldeia na Palestina não tinham cofres, de modo que as poucas
moedas eram envolvidas num pano e lançadas no fundo de um vaso.
Conforme o costume da época, ela também poderia ter atado as moedas em
uma tira de pano que enfeitava seu penteado. Seja como for, o fato de a mulher
perder uma das dracmas foi motivo de grande ansiedade.
Parábola
Ovelha perdida – Dracma Perdida: Lc 15:4-7 / 8-10
Jesus também fala que ao procurar a dracma perdida, a mulher ascende uma
lâmpada. Isso indica, provavelmente, que Jesus estava utilizando como pano de
fundo para a sua parábola, uma típica casa de uma pessoa de classe pobre. Essas
casas eram bem pequenas, tinham piso de terra batida e não havia janelas.
Às vezes, os construtores deixavam algumas pedras faltando na parede,
próximo ao teto. Isto servia para permitir a ventilação no interior da casa.
Entretanto, tais aberturas de ar não eram suficientes para prover iluminação
adequada. Mesmo durante um dia de sol, a casa permanecia escura. Assim, fica
evidente a dificuldade que havia na procura de algum objeto pequeno que caía
no chão de terra.
Ao mencionar a lanterna, Jesus queria enfatizar a solicitude da mulher ardorosa
na procura.
Parábola
Ovelha perdida – Dracma Perdida: Lc 15:4-7 / 8-10
O Talmud nos refere a seguinte comparação feita pelo Rabino Pinchas Bem
Jair em 200 d.C aproximadamente.
o estudo da tora e semelhante a um homem que tendo perdido uma moeda em
sua casa, ascende luzes e lâmpadas em grande quantidade ate encontra-la.
Achando, logo convidou amigas e vizinhas para compartilhar a alegria.

As duas parábolas, da ovelha e da dracma, tem seu ponto de convergência na


parábola do filho prodigo.
Parábola
Filho Prodigo: Lc 15:11-32
Conteúdo histórico: A palavra “pródigo” originalmente transmite um sentido
de “extravagância descuidada”. Na aplicação original, o pródigo é aquele que
age de uma forma extravagante, além dos limites.
Vale dizer que o título “Parábola do Filho Pródigo” não foi divinamente
inspirado. Isso significa que esse título não consta no texto original do
Evangelho de Lucas, sendo então atribuído à parábola tempos depois.
A Parábola do Filho Pródigo fala de três personagens: o pai; o filho mais novo;
e o filho mais velho. Apesar de Jesus não ter nomeado especialmente cada um
dos personagens na ocasião em que foi contada essa parábola, esses três
personagens claramente tinham significados específicos: o pai representava
Deus; o filho mais novo representava os publicanos e pecadores; e o filho mais
velho os escribas e fariseus.
Parábola
Filho Prodigo: Lc 15:11-32
Filho mais velho: sério e assíduo ao trabalho, era o braço direito do pai no
trabalho agrícola.
Filho mais novo: outro temperamento, aborrecia-se com a vida metódica da
fazenda e sonhava com as novidades do mundo.
Parábola
Filho Prodigo: Lc 15:11-32
Então ele pediu a herança ao pai. Ele tinha direito a um terço da herança
quando seu pai morresse, porém, ele não podia esperar. Essa atitude foi um
completo desrespeito; ele não se importou com a vida do pai. Ele não quis saber
se o pai contava com ele para ampará-lo na velhice. Seus planos eram mais
importantes. Ele amava mais a si mesmo do que ao pai. Ele quebrou os
mandamentos de Deus.
A divisão proposta pelo filho era muito complicada. Alguns estudiosos
entendem que pela antecipação ele recebeu a nona parte ao invés de um terço a
qual tinha direito. Bem, sobre isso nada sabemos. Mas seja como for, o fato é
que tal pedido gerou problemas.
Toda a propriedade precisava ser dividida. Uma parte considerável deveria ser
vendida e liquidada. Essa era uma situação que afetava todo o lar, além de ser
um insulto ao pai que nunca lhe deixou faltar nada.
Parábola
Filho Prodigo: Lc 15:11-32
No versículo 13 encontramos o filho mais novo saindo de casa, saindo de sua
terra, com liberdade e recurso para viajar o mundo. Ele poderia ir para a Ásia
Menor ao norte, ao Egito e a África ao sul, ou Babilônia a leste e Grécia e Itália
a oeste.
Não sabemos para onde ele foi. Só sabemos que ele foi para um lugar distante.
Ele se afastou o máximo que pôde da casa do pai.
Sua atitude foi completamente inconsequente. Ele juntou tudo o que tinha. Ele
não deixou nenhuma reserva na casa do pai para que se caso seu plano desse
errado ele pudesse voltar dignamente. Esse filho mais novo viveu de forma
dissoluta, da maneira que lhe parecia melhor.
Parábola
Filho Prodigo: Lc 15:11-32
 A ruína do filho pródigo: No versículo 14 temos notícias do início de sua
ruína. Seus recursos acabaram, ele havia gastado tudo e começou a passar
necessidades. O dinheiro acabou e a fome chegou.
 Para piorar ele estava em terra estrangeira e ninguém podia socorrê-lo, não
tinha mais amigo, não tinha mais status, não tinha mais herança. O desejo
mundano é passageiro, é ilusão, ele leva embora a alegria, ele arruína a vida, ele
traz solidão.
 O versículo 15 nos mostra a humilhação a qual o filho mais novo foi submetido.
Para sobreviver ele foi cuidar de porcos. Devemos nos lembrar de que ele era
um judeu, e como tal não podia ter contato com porcos. Estes animais eram
considerados imundos pela Lei (Levítico 11:7).
Parábola
Filho Prodigo: Lc 15:11-32
Os rabinos consideravam as pessoas que cuidavam de porcos amaldiçoadas.
Com isso percebemos que ele perdeu seus recursos, sua religião e
consequentemente sua identidade.
Um pai pródigo para um filho pródigo:
No versículo 20 lemos que o pai avistou o filho que estava retornando. O pai
nunca havia perdido o interesse no filho, e uma vez e outra sempre estava
olhando o caminho à espera do dia que o filho voltaria.
O texto bíblico diz que o pai se compadeceu profundamente. Ele correu para o
filho. Naquela época um ancião não podia correr, isso era indigno, mas o pai
não se importou com a humilhação, o que importava era o filho a quem ele
estava buscando no caminho.
Parábola
Filho Prodigo: Lc 15:11-32
Nos versículos 22 e 23 temos o relato de como o pai o recebe de volta ao lar. O
pai queria dar ao filho a importância que ele não merecia, mas seu amor de pai
era imenso e inexplicável.
O pai lhe providencia roupa, símbolo de honra; anel, um símbolo de
autoridade; sandália, um símbolo de que ele não era um escravo. Aquele filho
era um homem livre, pois o amor de seu pai o libertou.
O pai também manda preparar o bezerro cevado. Esse animal era um novilho
guardado para ser usado somente na ocasião mais especial. Para o pai, haveria
alguma ocasião mais especial do que essa?
Parábola
Filho Prodigo: Lc 15:11-32
Esses versículos nos revelam algo muito profundo. Aqui entendemos que o
controle sempre esteve nas mãos do pai. Perceba que enquanto o filho estava
vivendo dissolutamente o pai estava fazendo provisão para o filho que
retornaria. Enquanto o filho estava esbanjando, o pai estava cevando o novilho,
deixando a roupa, o anel e a sandália preparados para o momento do retorno.
Com isto, entendemos que a parábola, como um todo, aponta para a soberania
de Deus, que busca ativamente pecadores desprezíveis que não estavam
procurando por ele.
Parábola
Filho Prodigo: Lc 15:11-32
O filho mais velho: Entre os versículo 25 e 28 somos apresentados ao outro
filho, o filho mais velho. Esse era o filho pródigo primogênito. Ele nunca se
afastou do pai, mas também nunca esteve próximo; ele sempre teve todo o amor
que precisava, mas sempre esbanjou o amor e a presença do pai.
Se o filho mais novo se perdeu saindo de casa, o filho mais velho se perdeu
dentro de casa.
Então mais uma vez o pai é quem saiu de casa para ir de encontro a um filho.
Dessa vez ele foi encontrar o filho mais velho. Nas palavras do filho mais
velho, vemos que ele encarava o relacionamento com o pai na base da
recompensa.
Parábola
Filho Prodigo: Lc 15:11-32
Ele tinha direito a dois terços de toda a herança, mas estava preocupado com
um simples novilho. Ele era filho, mas se enxergava como um empregado. No
original ele diz algo como: “estive trabalhando como escravo para ti”.
Ele também tentava se auto-justificar dizendo: “nunca desobedeci tuas
ordens”. Ele não entendia que de um filho se espera mais do que simples
obediência; ele não havia entendido que diante de um pai tão bondoso nada do
que tinha feito poderia impressionar.
Ele só estava preocupado com as posses do pai, que, consequentemente, eram
suas. Ele não amava o pai, apenas queria sua fortuna. Ele não se preocupou com
a dor do pai quando ficou sem seu caçula, nem mesmo com o irmão que se foi,
pois como mais velho ele poderia ter ido buscá-lo.
Parábola
Filho Prodigo: Lc 15:11-32
Perceba a alegria do pastor que encontra a ovelha perdida (Lucas 15:6,7); do
contentamento da mulher que encontra a dracma perdida (Lucas 15:9,10). Da
mesma forma o pai, nessa Parábola do Filho Pródigo, se alegra com o retorno
do filho perdido (Lucas 15:23,24, 32).

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